A posição geográfica da Ásia, com enorme extensão norte-sul, propicia o surgimento das mais variadas paisagens climatobotânicas.
Essa situação é potencializada pelas grandes cadeias montanhosas, que se estendem na região central da Ásia e formam uma verdadeira barreira no sentido oeste-leste.
Essa barreira impede que as massas de ar frio vindas do Ártico atinjam o sul do continente com muita força e que as massas de ar quente da região equatorial atravessem o continente no sentido norte.
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Mapa do relevo da Ásia |
O Himalaia é a cadeia montanhosa que atinge as maiores altitudes em todo o mundo. É partilhada por seis países: Afeganistão, Paquistão, Índia, Nepal, Butão e China. Com mais de dois mil quilômetros de extensão, é uma verdadeira muralha cujos picos comumente ultrapassam os 6 mil metros. Nessa cordilheira fica o Monte Everest, o ponto culminante do planeta terra, com 8.848 metros de altitude. Por causa das altitudes elevadas, a região é muito fria e apresenta áreas totalmente congeladas. Durante o curto verão, o degelo intenso dá origem a gigantescos rios, que correm em direção ao sul.
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Monte Everest - ponto culminante do planeta |
A presença do Himalaia e de outras cadeias montanhosas altera totalmente a dinâmica do clima da região.
Durante o verão, no sul da Ásia, o ar quente sobre o continente fica mais leve e sobe, pois o ar é menos denso. O ar que está sobre o oceano também se aquece, e a evaporação forma nuvens que se dirige para o continente. No continente, há uma zona de baixa pressão atmosférica, onde as nuvens carregadas com a umidade do oceano avançam sobre ele, provocando chuvas torrenciais no sul e no sudeste da Ásia. Esse sistema é denominado de monções. As chuvas de monções é essencial para a agricultura, pois os rios trazem bastante matéria orgânica das montanhas, ajudando a fertilizar as várzeas dos rios e contribuindo para o cultivo agrícola, principalmente do arroz, o principal produto agrícola do continente.
Em função dessa característica marcante, as regiões sul e sudeste do continente asiático também são conhecidas como Ásia das Monções.
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Esquema de monções na Ásia |
Porém, em virtude das alterações que estão ocorrendo na atmosfera terrestre por causa da poluição e da destruição do meio ambiente, as monções podem sofrer com mudanças bruscas, prejudicando toda a cadeia produtiva existente na região.
Quando as monções são mais fracas do que o normal, a irrigação fica comprometida. Isso afeta de forma aguda a população da Ásia, encarecendo os alimentos e ocasionando fome e desnutrição nas várias regiões do continente em que a renda é muito baixa.
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Mapa climático da Ásia de acordo com a classificação de Köppen-Geiger |
Tanto as chuvas abundantes da região influenciada pelos climas equatorial e tropical quanto a grande quantidade de neve derretida das altas montanhas favorecem a existência de grandes rios, que correm em quase todas as direções do continente asiático. Esses rios possuem várias vertentes:
- Vertente do Pacífico - alguns deles têm grande volume de água devido às monções de verão. Dentre esses rios, destacam-se os rios Huang-ho (ou rio Amarelo), o Si-kiang (ou rio das Pérolas) e o Yang-tsé-kiang (ou rio Azul), todos localizados na China, além do rio Mekong, localizado na península da Indochina;
- Vertente do Índico - alguns deles também são monçônicos e tornam-se muito volumosos durante o verão. Dentre os rios dessa vertente, destacam-se os rios da Bramaputra, o Ganges e o Godovari, localizados entre a Índia e o Bangladesh, e o rio Indo, que corta grande parte do Paquistão;
- Vertente do Oceano Glacial Ártico - esses rios congelam-se durante grande parte do ano. Como o degelo ocorre a partir dos seus altos cursos, as águas, ao chegarem ao médio curso, encontram barreiras de gelo, e espalham-se por vastas extensões de suas margens, provocando frequentes inundações. Dentre os rios dessa vertente, destacam-se o Obi, o Ienissei e o Lena, localizados na Rússia;
- Vertente do Golfo Pérsico - dentre os rios dessa vertente, destacam-se o Tigres e o Eufrates, que cortam o território do Iraque e formam a planície da Mesopotâmia;
- Rios da Ásia Centro-Oriental - são rios que deságuam em lagos. Dentre eles, destacam-se o Sir Daria e o Amu Daria, que deságuam no mar de Aral, além de outros que desaparecem dentro do deserto. O represamento das águas dos rios Sir Daria e Amu Daria, provocou um grande dano ambiental na região, pois está provocando a redução do mar e consequentemente uma expansão de área desértica na região.
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O mar de Aral deu lugar a um Aralkum, um deserto de sal e poluentes sólidos |
A Ásia apresenta poucos lagos, embora de grande extensão, como o Baikal e o Balkhash, localizados na Rússia. Porém, o continente é formado por muitos mares, com destaque para o mar Vermelho, que limita as costas africanas e asiáticas, e os mares da Arábia, da China Meridional Oriental, o de Andamá, o Amarelo, o da Indonésia, de Java, de Timor, de Okotsk, do Japão, entre outros. No limite com a Europa, aparece o maior mar fechado do mundo, o mar Cáspio.
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Mar Cáspio em Turkmenbachi, no Turcomenistão |
As formações vegetais do continente também são bastante variadas.
No extremo norte, junto ao pólo norte, não há condições para a existência da vegetação, devido às baixas temperaturas durante praticamente o ano todo. Porém, mais ao sul, na planície Siberiana, começam a surgir formações de tundra. Em direção ao sul, à medida que o clima polar se torna menos intenso e o frio se estende por um número menor de meses, aparece a vasta região da taiga, quase totalmente no território russo.
O maior destaque da vegetação no continente, são as estepes, que ocupam grandes extensões da Ásia Central, em áreas do clima semiárido.
Os arquipélagos situados na Ásia Meridional apresentam-se recobertos por florestas equatoriais e tropicais. Essas formações ocorrem também no centro-sul, onde ocorrem também a presença de savanas.
As florestas temperadas ocorrem em extensões consideráveis do Extremo Oriente, e nas áreas de clima desértico e semi-áridas, ocorrem a presença de plantas xerófilas.
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Paisagem típica da Sibéria, com destaque para a taiga siberiana |
A distribuição da população resulta da evolução das diversas sociedades desse continente. Há milhares de anos, as populações asiáticas ocupavam as margens dos grandes rios, onde a disponibilidade desse recurso e dos solos irrigados facilitava a atividade agrícola.
Durante séculos, a disponibilidade de água esteve relacionada a uma relativa fartura de alimentos, em sociedades cuja principal característica era a dedicação às atividades rurais.
Historicamente, as sociedades agrárias tinham como traço distintivo as altas taxas de natalidade. Assim, mesmo com o aumento da mortalidade em determinados períodos (guerras, epidemias), mantinha-se o grande crescimento vegetativo da população.
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Rio Bhagirathi, uma das nascentes do Ganges, na Índia |
Nas últimas décadas, a economia mundial criou diversas regiões industriais. Na Ásia esse fenômeno é bem recente, exceto no Japão, onde a industrialização é mais antiga. Alguns países industrializaram-se somente nas décadas de 1980 e 1990.
Isso mudou o espaço geográfico da Ásia, que antes era marcado pelas atividades agrárias. Hoje as cidades crescem e se multiplicam, criando verdadeiros "formigueiros humanos". Anualmente, em toda a Ásia, milhões de pessoas deixam o campo e vão para as cidades.
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Mapa da distribuição da população mundial. As maiores concentrações populacionais encontram-se no continente asiático |
As cidades da Ásia são as que mais crescem no mundo, e muitas delas são megacidades - centros urbanos que possuem mais de 10 milhões de habitantes. Essas cidades passaram, e ainda passam, por um grande crescimento populacional nas últimas décadas. A qualidade de vida nelas é extremamente baixa, existindo enormes dificuldades no transporte e no saneamento.
Em oposição à situação de concentração de população, na Ásia existem também espaços poucos habitados, geralmente situados nas regiões mais frias do continente e nas áreas montanhosas.
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Mapa das maiores cidades do mundo |
FONTE: Tamdjian, James Onnig. Estudos de geografia: o espaço do mundo II, 9º ano / James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. - São Paulo: FTD, 2012.
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