domingo, 29 de abril de 2018

OS GEOPARQUES

  Os geoparques são geograficamente localizados e possuem pontos geológicos de importância científica internacional, onde são realizadas atividades educativas e econômicas com vistas a valorizar e salvaguardar o patrimônio natural e cultural imaterial neles contidos.
  Segundo a  Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura - Unesco, um Geoparque  E "um limite de limites bem definido, com uma área de grande capacidade". Deve abranger um número determinado de pontos geológicos de relevo ou um mosaico de entidades geológicas de especial importância científica, raridade e beleza, ser representativo de uma região e da sua história geológica, eventos e processos. Não apenas significado geológico, mas também ao nível da ecologia, arqueologia, história e cultura.
Nevoeiro cobre as montanhas do Geoparque Lushan, China
  A Rede Global de Geoparques (GGN), apoiada pela Unesco, foi criada em 2004. Visa distinguir as áreas naturais com valor geológico, sem fins lucrativos e sem base. Atualmente um GGN possui 77 geoparques em 25 países.
  Para uma publicação na Rede Mundial de Geoparques, uma candidatura para o desenvolvimento de alguns passos:
  • que uma área tem um patrimônio geológico de nível internacional;
  • que já está patrimonial para promover uma energia sustentável da comunidade local, através da emissão de turismo sustentável;
  • demonstração de todos os aspectos do patrimônio da área;
  • preparar um dossiê de candidatura e submetê-lo à Unesco, que está disponível como linhas-mestras para esse dossiê.
  • a Unesco então convida os inspectores a uma missão de revista no local;
  • os inspectores são submetidos ao seu relatório na Unesco.
Localização dos geoparques mundiais da Unesco
  Os objetivos da criação dos geoparques vão além da preservação do patrimônio geológico e das ações de promoção do turismo, educação ambiental e apoio às atividades produtivas sustentáveis. Obstante, uma ausência de controle efetivo pode ser o resultado desses objetivos.
  A entrada de um geoparque na Rede Global de Geoparques não garante sua perpetuidade, pois estes são premiados com o prêmio de cada quatro anos, sob pena de perder uma oportunidade de sucesso, caso não cumpram os requisitos exigidos. Portanto, uma manejo eficaz do geoparque pode ser útil para uma avaliação de seus objetivos e, consequentemente, sua permanência na GGN.
Portas de Ródão, Naturtejo - Portugal
Rede Europeia de Geoparques
  A Rede Europeia de Geoparques (REG) foi criada em 2001 com a seguinte agenda:
  • proteger uma geodiversidade;
  • promover uma herança geológica junto ao público em geral;
  • apoio ao desenvolvimento de recursos geográficos dos territórios dos geoparques, principalmente através do turismo geológico.
Mapa da Rede Europeia de Geoparques

O Geoparque Araripe
  O Geoparque Araripe está  localizado no extremo sul do Estado do Ceará, possui uma área de 3.520,52 km² e possui vários territórios nos seguintes estados: Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Nova Olinda, Santana do Cariri e Missão Velha. Está localizada na Bacia do Sedimento do Araripe, tendo sido o principal Geoparque das Américas.   Em 2005, o Geopark Araripe realizou uma candidatura à Rede Global de Geoparques. A importância do Geopark Araripe para uma comunidade científica internacional é evidenciada por seus registros arqueológicos e paleontológicos. Os fósseis preservados nas jazidas são da Bacia do Araripe são particularmente notáveis ​​pela sua abundância, diversidade e excepcional estado de conservação.
Visão aérea da parte do Geoparque Araripe
  O Geoparque Araripe tem como objetivos principais:
  • protect and conservar os índices de generalização geológica / paleontológica, territorialmente denominados geossítios;
  • para o local, o potencial de conhecimento e encetar científico contextual as várias eras geológicas (Pré-Cambriano, Paleozoico e Mesozoico), têm a outro contexto contexto do sistema cultural do Cariri o ecossistema ambiental da região;
  • possibilitar o conhecimento e divulgação dos registros arqueológicos de povoamento ancestral da região;
  • intensificar como atividades de um ciclo de atividades;
  • divulgar a história da ocupação do território, a sua cultura regional e as suas manifestações, bem como as formas de utilização dos recursos naturais da região;
  • um turismo de qualidade, utilizando como várias valências do território, através de uma estratégia de promoção local, regional, nacional e internacional, entre outras.
Área do Geoparque Araripe, tendo ao fundo a Chapada do Araripe
Geoparque Seridó
  O Geoparque Seridó está localizado na microrregião do Seridó Oriental, na porção centro-sul do estado do Rio Grande do Norte. Compreende os municípios de Cerro Corá, Lagoa Nova, Currais Novos, Acari, Carnaúba dos Dantas e Parelhas.
  O Geoparque Seridó assumiu um papel importante no sentido de promover o turismo e o lazer na região permitindo que a comunidade e os visitantes possam participar ativamente do desenvolvimento dessa parte do território potiguar.
Mapa do Geoparque Seridó
  O Geoparque está situado dentro da região semiárida do Nordeste brasileiro. A monitoração atmosférica é influenciada pela Zona de Convergência Intertropical, e a vegetação é dominada pela Caatinga.
  A economia da região foi estruturada sobre o tripé composto pela pecuária extensiva, agricultura e mineração, esta última baseada na exploração da scheelita, tantalita, berilo e cassiterita. Mais recentemente, novas atividades foram implantadas e/ou ampliadas, tais como a produção leiteira, a modernização e ampliação da caprino-ovinocultura, a atividade ceramista e o desenvolvimento do setor terciário, com destaque para o comércio e a diversificação de serviços (principalmente o turismo).
Mina Brejuí, em Currais Novos - RN
  O Geoparque Seridó está inserido geologicamente no extremo nordeste da Província Borborema, entidade que engloba o conjunto de unidades geológicas estabilizadas ao final da orogênese brasiliana. Nesta porção da província, conhecida como Domínio Rio Grande do Norte e mais especificamente na região do geoparque, ocorrem vastas áreas de rochas gnáissico-migmatíticas da idade Paleoproterozoica, com idades que variam entre 630 a 2,1 bilhões de anos.
Açude Marechal Dutra (Gargalheiras), em Acari - RN
  No Geoparque Seridó são encontradas também figuras rupestres que datam de 3 a 9 mil anos, como é o caso do Sítio Arqueológico do Xique-Xique, localizado no município de Carnaúba dos Dantas.
Pinturas rupestres localizadas no Sítio Arqueológico Xique-Xique, em Carnaúba dos Dantas - RN

REFERÊNCIA: GEOCIÊNCIAS. São Paulo: Universidade Estadual Paulista / Instituto de Geociências e Ciências Exatas, v. 31, n. 1. 2012.

domingo, 22 de abril de 2018

MONTE EVEREST: O TETO DO MUNDO

  O Monte Everest, também conhecido no Nepal como Sagarmãthã e no Tibete como Chomolungma, é a montanha mais alta da Terra. Seu pico está a 8.848 metros acima do nível do mar. O monte está localizado na Cordilheira do Himalaia, na fronteira entre a China (Região Autônoma do Tibete) e o Nepal.
  A Cordilheira do Himalaia surgiu de um processo natural conhecido como dobramentos modernos (também chamados de cadeias orogênicas ou cinturões orogênicos). São estruturas geológicas que se originam em virtude das ações do tectonismo e correspondem à formação de cadeias montanhosas, apresentando as maiores altitudes do planeta e são relativamente jovens, se comparadas às outras formas de relevo.
Localização do Monte Everest
  O Monte Everest teve sua altura medida pela primeira vez no ano de 1856. Neste ano, o Grande Levantamento Trigonométrico da Índia estabeleceu a primeira altura publicada do Everest, então conhecido como Pico XV, com uma altura de 8.840 metros. Desde então, esse valor vem sendo questionado seguidamente.
  A altura do Monte Everest é de 8.848 metros. No entanto, esse número não é consenso entre governo e especialistas, que apresentam valores diferentes de acordo com parâmetros próprios de medição.
  Enquanto os nepalenses sustentam que a montanha tenha 8.848 metros acima do nível do mar, o governo chinês afirma que o Everest é quatro metros mais baixo, com 8.844 metros.
A face norte do Everest
  A diferença entre as medidas divulgadas pelos dois países ocorre principalmente porque o Nepal inclui a camada de gelo sobre a montanha, enquanto o valor registrado pelos chineses é limitado somente ao trecho rochoso. Oficialmente, a medida de 8.848 metros para a altura do Everest foi estabelecida no ano de 1954, após uma série de medições realizadas por geólogos do Nepal e da Índia.
  Apesar da boa vontade entre os dois países de chegar a um valor oficial que agrade a todos, especialistas de diversas instituições apontam um fato que pode colocar ainda mais lenha na fogueira dessa polêmica. Segundo os pesquisadores, o Everest estaria ficando mais alto, devido à constante subducção (nome que se dá quando uma placa tectônica se infiltra embaixo de outra) das placas tectônicas abaixo do Himalaia, que literalmente empurra para cima toda a cordilheira.
Animação do terreno ao redor do Everest e de suas rotas de assensão
  O Everest atrai muitos alpinistas, alguns deles bastante experientes. Existem duas rotas principais de escalada: uma que se aproxima ao cume pela face sudeste do Nepal (conhecida como a rota padrão) e outra pela face norte, no Tibete, China. Os primeiros esforços registrados para alcançar o topo do Everest foram feitos por alpinistas britânicos, entre 1921 e 1922.
  O Everest foi assim chamado por sir Andrew Scott Waugh, o governador-geral da Índia colonial britânica, em homenagem ao seu predecessor, sir George Everest.
Face sul da montanha durante o nascer do sol
REFERÊNCIA: Lucci, Elian Alabi
Geografia: homem & espaço, 8º ano / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro Branco - 26 ed.  - São Paulo: Saraiva, 2015.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

HÁ CERCA DE 360 MILHÕES DE ANOS HAVIA MUITO GELO NO NORDESTE

  O Nordeste brasileiro é famoso pelo calor, pelo sol de rachar e pelo seu clima muitas vezes árido. Porém, paleontólogos fizeram uma grande descoberta sobre o passado da região. Eles encontraram, no Piauí, indícios da presença de geleiras: blocos de gelo gigantes, que pesavam toneladas, já foram comuns nessa parte do Brasil. Isso aconteceu há cerca de 356 milhões de anos, entre o fim do período Devoniano e o início do Carbonífero, na era Paleozoica, quando a Terra sofreu um intenso resfriamento. Por milhões de anos, diferentes regiões do planeta - até aquelas que hoje são muito quentes, ficaram cobertas por geleiras.
Canto do Buriti - PI
  As principais evidências dessas geleiras estão no município de Brejo do Piauí, no sul do estado. São os chamados "afloramentos com pavimentos estriados", superfícies onde ainda se pode ver o resultado do deslocamento das geleiras - elas se moviam pela região e atuavam como uma grande lixa, raspando a superfície que estava sob o manto de gelo.
  As principais evidências dessas geleiras estão no município de Brejo do Piauí, no sul do estado. São os chamados "afloramentos com pavimentos estriados", superfícies onde ainda se pode ver o resultado do deslocamento das geleiras - elas se moviam pela região e atuavam como uma grande lixa, raspando a superfície que estava sob o manto de gelo.
Figuras rupestres na Serra da Capivara
Tudo isso ficou preservado por mais de 360 milhões de anos. O pavimento esculpido pelas geleiras e as rochas formadas quando o gelo derreteu permaneceram enterradas. Com o passar do tempo foram expostos novamente pela erosão das camadas superiores da terra.
  Na bacia do Parnaíba, a influência glacial na porção mais superior da Formação Cabeças, é evidenciada pela presença de clastos estriados, facetados e polidos em pavimentos estriados e tilitos, rimitos com seixos pingados, matacões exóticos do embasamento e arenitos e tilitos glacialmente deformados.
  No povoado Calembre, município de Brejo do Piauí, os pavimentos estriados são de maior dimensão e melhor qualidade de preservação. O citado pavimento é estriado, em parte polido, com cristas e sulcos subparalelos que apresentam espaçamentos decimétricos irregulares e profundidades centimétricas, tendo sido esculpido em arenitos conglomeráticos maciços ou com estratificação cruzada.
Pavimento estriado de Calembre
  Antes das geleiras tomarem conta do Piauí, um mar amplo e raso cobria quase todo o Nordeste do Brasil.
  Na região de Igreja Nova, Alagoas, foram encontradas numerosas estruturas erosivas glaciais em rochas mais antigas, sob a forma de estrias ou ranhuras, ao lado de calhas longas (20 a 30 metros), mas formadas pelo arrastro de icebergs sobre sedimento de fundo marinho. Na medida em que os blocos de gelo se desprenderam das geleiras, eles passaram a flutuar até tocar o fundo, deixando aí o seu rastro.
Estrias em Igreja Nova - AL
REFERÊNCIA: Geografia espaço e vivência, 6º ano / Lebon Boligian ... [et al.]. -- 5. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2015.

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