sábado, 29 de agosto de 2020

A ILHA DE CÓRSEGA

  A Córsega é uma ilha montanhosa localizada a oeste da Itália e a quarta maior ilha do Mar Mediterrâneo (sendo superada apenas pela Sicília, Sardenha e Chipre). É um território francês desde 1769, porém, já pertenceu à Itália, fato este que se reflete na culinária, na língua, nos nomes das ruas e das cidades (Campomoro, Tizzano, Porto Vecchio, entre outras. Divide-se em duas regiões administrativas: a Alta Córsega, cuja capital é Bastia; e a Córsega do Sul, cuja capital é Ajaccio, sendo também a capital da ilha. A área da Córsega é de 8.680 km². Segundo estimativas para 2020, sua população é de 339.973 habitantes.

Mapa de localização da ilha de Córsega

  A língua oficial é o francês, porém, grande parte da população utiliza o corso, que se assemelha ao dialeto toscano. O inglês também é bastante falado, visto que a economia da ilha tem como base o turismo. As principais cidades são: Ajaccio, Bastia, Bonifácio, Calacuccia, Calvi, Cervione, Corbara, Murato, Pigna e Porto Vecchio.

Ajaccio - capital e maior cidade da Córsega. Segundo estimativas para 2020, sua população é de 72.305 habitantes

  Separada da Sardenha por um curto trecho do Estreito de Bonifácio, a ilha da Córsega emerge como uma enorme cadeia de montanhas, marcando a fronteira entre a parte ocidental do Mar Tirreno e o Mar Lígure, e é universalmente conhecida como o berço de Napoleão Bonaparte (1769-1821), que nasceu em Ajaccio.

  O relevo da Córsega é bastante acidentado, onde mais de 20 picos superam os dois mil metros. O Monte Cinto é o ponto mais elevado da ilha da Córsega, com uma altitude de 2.706 metros.

Monte Cinto - ponto mais elevado da ilha de Córsega

  Cerca de um terço do território da Córsega é coberto de florestas. Os principais rios da ilha de Córsega são o Golo, o Tavignamo, o Liamone, o Gravone, o Taravo e o Profiano. O clima é o mediterrâneo, com invernos amenos e chuvosos e verões quentes e secos.

  A principal atividade econômica da ilha da Córsega é o turismo. Na agricultura, tipicamente mediterrânea, predomina o cultivo de cereais, videiras, oliveiras e frutas cítricas. A pecuária é desenvolvida no sistema extensivo, e a criação de ovinos é o rebanho mais numeroso.

Bastia - com uma população de 46.448 habitantes (estimativa 2020) é a segunda maior cidade da ilha de Córsega

  A posição estratégica da Córsega determinou uma história muito atribulada. Colonizada pelos gregos no século VIII a.C., pelos cartagineses no século VI a.C. e pelos romanos desde o século III a.C., a ilha foi ocupada pelos vândalos no século V d.C., e entre os séculos VI e VII esteve anexada ao Império Bizantino. Posteriormente, fez parte dos reinos da Lombardia e dos Francos e dos Estados Pontifícios. No século XI, o Papa Gregório VII cedeu a ilha à cidade italiana de Pisa. Foco de disputa entre os senhores de Pisa, Gênova e Aragão, Córsega passou ao controle dos genoveses em meados do século XV.

Paisagem da ilha da Córsega

  Em 1769, após um breve período de autonomia, Gênova vendeu a ilha à França. Depois da Era Napoleônica, a Córsega firmou seus elos políticos com a França. Em 1976, a ilha foi dividida administrativamente em dois departamentos franceses: o da Alta Córsega, no norte; e o da Córsega do Sul. Nesse mesmo ano, em 5 de maio de 1976, foi criada a Frente de Libertação Nacional da Córsega (Fronte di Liberazione Naziunale Corsu, em corso - FLNC), um movimento político que defende a independência da Córsega da França. A FLNC é considerada pelas autoridades francesas, uma organização criminosa, que emprega em suas ações métodos violentos similares aos da máfia italiana, como vinganças, sequestros, atentados, entre outros.

Bandeira da Córsega

  A Córsega é a única coletividade na França, além dos territórios ultramarinos, que dispõe de um status particular. Em 2014, a FLNC anunciou que iria depor as armas, após décadas de atentados e de ataques armados. Em 2015, uma aliança de separatistas moderados chegou ao governo da Assembleia Territorial. Em junho de 2017, a Córsega elegeu, pela primeira vez, três deputados nacionalistas. A Assembleia da Córsega reivindica que o corso seja reconhecido como idioma oficial, junto com o francês, assim como um estatuto fiscal específico.

Paisagem de Bonifácio, na Córsega

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

A REPÚBLICA DO KOSOVO

  Ex-província autônoma da Sérvia, com população composta de 90% de albaneses muçulmanos, perdeu sua autonomia em 1989, e declarou sua independência em 2008. Embora a independência de Kosovo tenha sido reconhecida por muitos países, o fato criou divisões na União Europeia e na Rússia.
  O território de Kosovo fez parte dos impérios Romano, Bizantino, Búlgaro, Sérvio e Otomano e, no século XX, passou às mãos do Reino da Sérvia e da Iugoslávia. É um país interior, localizado no centro dos Bálcãs. A maior parte do território kosovar é coberto por vastas planícies de campos.
Mapa de Kosovo
HISTÓRIA
  Na antiguidade, a região de Kosovo, nos Bálcãs, era conhecida como Dardânia, e desde o século I fazia parte da província romana da Mésia. Entre 700 e 1455, a região de Kosovo tornou-se parte do Império Búlgaro, do Império Bizantino e, em seguida, pelos estados da Sérvia, quando foi conquistado pelo Império Otomano, no qual esteve sob o domínio desse Império de 1389 até 1912.
  Durante o Neolítico, o atual território de Kosovo estava sob o controle da chamada cultura de Vinca-Turdas. Os Dardânios e Tribálios, tribos indo-europeias de origem traco-ilíria, viveram no local entre os séculos IV e III a.C. Por volta do ano 160 a.C., a área começou a ser conquistada pelos romanos e integrada ao seu império, como parte da província da Ilíria, em 59 a.C. No ano 87 d.C., tornou-se parte da Mésia Superior e, em seguida, constituiu a sua própria divisão, por volta de 284, sob o reinado de Diocleciano, com capital na atual cidade de Nis (sul da Sérvia).
Muros de um antigo assentamento romano em Ulpiana, uma das principais cidades da antiga Dardânia
  No final do século VI e princípios do século VII, uma onda de migração de eslavos chegaram à região sob o domínio do Império Bizantino, miscigenando com latinos e trácio-ilírios. O Primeiro Império Búlgaro conquistou a área até 850. Em 1018, sob o comando do imperador Basílio II Bulgaróctono, recapturou Constantinopla. Vários pequenos reinos sérvios se instalaram na parte noroeste de Kosovo, liderando a resistência eslava contra o domínio bizantino. Numerosas igrejas e mosteiros foram construídos depois da cristianização da Bulgária, em 864.
  Durante a Revolta  de Pedro Deliano (1040-1041), Kosovo foi libertado e, durante a Revolta de Jorge, o Boitaco, em 1072, Pedro III foi proclamado imperador da Bulgária, em Prizren.
Província romana da Dardânia, no século IV
  Em 1216 a região passou ao controle do principado sérvio de Ráscia.  Kosovo foi absorvido pela Sérvia no final do século XII, e parte do Império Sérvio de 1346 a 1371. Em 1389, na Primeira Batalha do Kosovo, o exército do príncipe sérvio Lázaro Hrebljanovic foi derrotado pelos turcos-otomanos, que assumiram o controle total em 1455.
  Durante o governo da dinastia Nemânica, muitas igrejas e mosteiros ortodoxos sérvios foram construídos em todo o território sérvio. Essa dinastia utilizavam, de forma alternada, Prizren e Pristina como capitais.
  Kosovo era economicamente importante, tal como a moderna capital, Pristina, que era um importante centro comercial nas rotas principais para os portos do Mar Adriático.
  A composição étnica da população do Kosovo durante este período incluíam sérvios, albaneses e valacos, juntamente com um número simbólico de gregos, saxões e búlgaros, de acordo com estatísticas dos monastérios sérvios.
Mapa do Kosovo no Império Búlgaro, século X
  A Segunda Batalha do Kosovo foi travada ao longo de dois dias em outubro de 1448, entre uma força liderada pelo húngaro John Hunyadi e um exército otomano liderado por Murade II. Significativamente maior do que a primeira, com ambos os exércitos de numeração duas vezes maior que da primeira batalha, o exército húngaro foi derrotado e expulso do território.
  Após a conquista otomana, o território de Kosovo se tornou parte da Rumélia, área atualmente referida como Bálcãs. A principal mudança após a invasão foi o processo de islamização realizado na área, que começou logo após a chegada dos otomanos.
Gjakova - com uma população de 103.998 habitantes (estimativa 2020) é a quarta cidade mais populosa do Kosovo
  Em 1689, o Kosovo foi desestabilizado por causa de uma guerra entre os otomanos e o Santo Império Romano, sob o domínio dos Habsburgos. Em outubro do mesmo ano, uma força comandada pelo austríaco Ludwig von Baden Markgraf avançou para o Kosovo, capturando também Belgrado. Muitos sérvios se juntaram ao exército austríaco. Uma ofensiva otomana forçou os austríacos a recuar para a fortaleza em Nis, próximo à Belgrado e, depois retornaram para a Hungria.
  A ofensiva otomana foi acompanhada por represálias e saques, principalmente contra os sérvios, obrigando-os a migrarem para outras regiões. Com isso, o Kosovo tornou-se uma área com população majoritariamente albanesa.
Vilaiete do Kosovo, 1875-1878
  No final do século XIX, surgiu um sentimento nacionalista por parte dos albaneses. O governo fez uma reforma administrativa em 1864, criando uma província ou Vilaiete de Kosovo, que incluía territórios que atualmente fazem parte da Albânia, da República da Macedônia e de Montenegro. Essas reformas não foram suficientes para satisfazer os desejos de maior autonomia. Em 10 de julho de 1878, formou-se a Liga de Prizren, onde quatro vilaietes albaneses (incluindo o Kosovo) se uniram para lutar por sua independência e para defender o território dos reinos eslavos nas proximidades, que haviam derrotado os turcos na recente Guerra Russo-Turca, onde a Liga seria desfeita em 1881 pelas forças do sultanato.
  O território foi confrontado pelos resultados da Primeira e Segunda Guerra Balcânica. A derrota definitiva do Império Otomano na primeira, implicou na remoção permanente destes em grande parte dos Bálcãs, incluindo o Kosovo, e permitiu a formação da Albânia para formar um Estado-nação para os habitantes dessa etnia. No entanto, a vitória nestas guerras foi utilizada pela Sérvia para restaurar os antigos territórios sob seu controle, incluindo o Kosovo e o norte da Macedônia.
Péc - com uma população de 100.442 habitantes (estimativa 2020) é a quinta cidade mais populosa do Kosovo
  Em 1912, durante as guerras dos Bálcãs, a maior parte do Kosovo foi anexada pelo Reino da Sérvia, enquanto que a região de Metóquia foi tomada pelo Reino de Montenegro. Kosovo foi dividido em quatro municípios: três sendo uma parte da entidade da Sérvia (Zvecan, Kosovo e Metóquia do Sul) e um de Montenegro (Norte da Metóquia).
  Após a Primeira Guerra Balcânica, em 1912, o Kosovo foi reconhecido internacionalmente como parte da Sérvia, e Metóquia do Norte como parte de Montenegro, no Tratado de Londres, em maio de 1913.
  A integração do Kosovo à Sérvia, provocou uma forte mudança demográfica, onde milhares de famílias albanesas se mudaram para o novo Estado-nação da Albânia, enquanto as novas autoridades incentivaram um plano de colonização sérvia e procedimentos de limpeza étnica, que incluíam massacres de albaneses. A eclosão da Primeira Guerra Mundial iria criar uma oportunidade para os albaneses recuperarem alguma parte da sua autonomia, aliando-se a alguns de seus líderes as tropas da Áustria-Hungria e do Reino da Bulgária, que forçou a retirada das forças sérvias entre 1914 e 1915. No entanto, a participação dos exércitos da Tríplice Entente permitiram derrotar as Potências Centrais e a vitória da Sérvia.
Fronteiras nos Bálcãs após a Primeira e Segunda Guerra Balcânica
  Em 1918, a Sérvia tornou-se parte do recém-criado Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, mais tarde chamado Iugoslávia.
  O período de 1918 a 1929 do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, testemunhou um aumento da população sérvia na região e um declínio dos não-sérvios. Em 1929, o Kosovo foi dividido entre a Banovina Zeta a leste com capital em Cetinje, Banovina Vardar no sudeste com capital em Escópia e Banovina Morava no nordeste com a capital em Nis.
  No âmbito da Segunda Guerra Mundial, os exércitos das potências do Eixo invadiram a Iugoslávia em 1941, desmantelando em diversos territórios sob seu controle. Grande parte do Kosovo foi dado à Grande Albânia ocupada pela Itália fascista, o sul ficou sob a administração do Reino da Bulgária (formando a Bulgária Maior) e o norte a Sérvia de Nedic. Durante a ocupação, os grupos armados albaneses locais (chamados Vulnetari) lançaram uma campanha para estabelecer uma homogeneidade étnica no território do Kosovo, pelo qual se realizaram massacres e deportações de eslavos, judeus e ciganos, que aumentaria após a capitulação italiana e a ocupação da Albânia pela Alemanha nazista em setembro de 1943. Estima-se que entre 10 mil e 30 mil sérvios foram mortos e 100 mil fugiram da área.
Kosovo em 1941
  A resistência albanesa contra a ocupação cresceu e começou a deslocar as forças alemãs. No entanto, o estatuto do Kosovo era uma fonte de confronto entre os nacionalistas e partisans comunistas, enquanto os primeiros esperavam que após o fim do conflito, o Kosovo permaneceria parte da Albânia, os últimos tinham esperança de que uma vez libertada e articulada, a Iugoslávia cederia o território pacificamente. A vitória dos partisans e o apoio desses as tropas iugoslavas de Josip Broz Tito, permitiu a permanência do Kosovo na recém-formada República Democrática Federal da Iugoslávia, em 1946.
  Após o fim da guerra e o estabelecimento do regime comunista de Tito, foi concedido ao Kosovo o estatuto de região autônoma da Sérvia em 1946, tornando-se uma província autônoma em 1963. O governo comunista não permitiu o retorno de muitos dos refugiados sérvios, entretanto, continua com as prisões e os assassinatos de albaneses nacionalistas, culminando no Massacre de Tivar, onde entre 3 mil e 4 mil albaneses do Kosovo que resistiam ao regime iugoslavo foram mortos.
Massacre de Tivar ou Bar, realizado entre os dias 1 e 2 de abril de 1945
  Com a aprovação da Constituição Iugoslava de 1974, o Kosovo obteve um auto-governo virtual. O governo provincial havia implementado o currículo albanês nas escolas do Kosovo: livros obsoletos e excedentes da Albânia de Enver Hosha foram obtidos e colocados em uso.
  Ao longo da década de 1980, as tensões entre as comunidades albanesa e sérvia na província aumentaram. A comunidade albanesa favorecia uma maior autonomia para o Kosovo, enquanto que os sérvios apoiavam laços mais estreitos com o resto da Sérvia. Havia pouca aprovação para a unificação com a Albânia, em si, que era governada por um governo stalinista, cujo padrão de vida era consideravelmente pior do que o Kosovo. No início de março de 1981, estudantes kosovares albaneses organizaram protestos para exigir que o Kosovo se tornasse uma República no seio da Iugoslávia. Estes protestos contribuíram para a escaladada da violência, sendo reprimida duramente pelo governo iugoslavo. Cerca de dois mil estudantes foram envenenados por meio de tubulações de água que abasteciam seus dormitórios.
Província Socialista Autônoma do Kosovo da República Socialista da Sérvia, no interior da República Federal Socialista da Iugoslávia, 1974-1990
  Os sérvios residentes no Kosovo foram discriminados pelo governo provincial, especialmente pelas autoridades policiais locais, que não puniam os crimes relatados contra sérvios, tornando o ambiente cada vez mais difícil no Kosovo.
  Em 1989, a autonomia do Kosovo e da província de Voivodina foi drasticamente reduzida através de um referendo realizado em toda a Sérvia. O referendo aprovou uma nova constituição, que permitia um sistema multipartidário, introduziu a liberdade de expressão, e promoveu os direitos humanos.
  Os albaneses do Kosovo se recusaram a participar do referendo, considerando-o ilegítimo, mas a nova Constituição devia ser ratificada pela Assembléia do Kosovo. A Assembleia foi inicialmente contrária à Constituição, mas em março de 1989, quando ela se reuniu para discutir as propostas, tanques e veículos blindados cercaram e obrigaram os delegados a aceitar as emendas.
Principais etnias e nacionalidades na Iugoslávia, em 1998
  Em 28 de junho de 1989, o presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic proferiu o Discurso de Gazimestan a frente de um grande número de cidadãos sérvios. Milosevic, empregando uma combinação de intimidação e de manobras políticas, reduziu drasticamente o estatuto especial autônomo do Kosovo dentro da Sérvia e iniciou a opressão cultural da população de etnia albanesa. Os albaneses do Kosovo responderam com um movimento separatista não-violento, empregando desobediência civil generalizada e a criação de estruturas paralelas na educação, cuidados médicos, e fiscalidade, com o objetivo final de alcançar a independência do Kosovo.
  Em 2 de julho de 1990, o auto-declarado parlamento de Kosovo declarou o Kosovo como um país independente, a República de Kosova. Em maio de 1992, Ibrahim Rugova foi eleito presidente. Durante sua existência, a República de Kosova só foi reconhecida pela Albânia, sendo formalmente dissolvida em 2000, após a Guerra do Kosovo, quando suas instituições  foram substituídas pela Estrutura Conjunta Administrativa Intercalar, estabelecida pela Missão de Administração Interina das Nações Unidas no Kosovo (UNMIK).
  Em 1996, formou-se um grupo guerrilheiro, o Exército de Libertação de Kosovo (ELK), de etnia albanesa, com o objetivo de lutar pela independência da província.
  Em 1998, com o apoio albanês, iniciou-se a tentativa de independência da região autônoma de Kosovo, provocando uma guerra no começo de 1999. O governo iugoslavo, liderado pelo então presidente Slobodan Milosevic, deixou de agir de forma disfarçada e passou a massacrar abertamente a etnia albanesa, expulsando famílias de suas casas e da própria região e fazendo uma verdadeira limpeza étnica.
  Nesse momento, o apoio popular do ELK era cada vez maior em Kosovo. Além disso, os conflitos na região chamavam a atenção do mundo. Graças aos meios de comunicações internacionais, uma opinião favorável à independência de Kosovo começou a crescer em vários países, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Na tentativa de impedir que isso acontecesse, houve uma intensificação do genocídio contra os kosovares.
Localidade kosovar em 1999, destruída pela Guerra do Kosovo
  De abril a junho de 1999, as forças armadas da Otan, lideradas pelos Estados Unidos, promoveram milhares de operações aéreas, efetuando intensos bombardeios nas áreas de Kosovo dominadas pelas tropas sérvias, como forma de pressionar o governo a negociar com o Exército de Libertação de Kosovo. Estradas, aeroportos, pontes, usinas e edifícios do governo foram bombardeados e destruídos na região sérvia e em Kosovo.
  Em junho de 1999, o governo iugoslavo assinou um tratado de paz, concordando em retirar suas tropas de Kosovo e permitindo o controle do território por tropas da ONU, compostas de milhares de soldados estadunidenses, britânicos, alemães, franceses e russos. Após a assinatura do acordo de paz, mais de 800 mil refugiados albaneses retornaram a Kosovo na tentativa de reconstruir suas vidas.. Por outro lado, cerca de 200 mil sérvios abandonaram a província desde então, temendo o aumento da discriminação étnica dos albaneses.
Áreas do Kosovo e no sul da Sérvia, onde a aviação da Otan utilizou munições com urânio empobrecido no bombardeio de 1999
  Em fevereiro de 2008, Kosovo declarou sua independência unilateralmente da Sérvia. Sua independência foi reconhecida quase de imediato por Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha. Atualmente, Kosovo é reconhecido por cerca de 120 países, mas alguns, como a Sérvia, principalmente, e seus aliados - Rússia e China - e de cinco Estados-membros da União Europeia - Espanha, Romênia, Chipre, Grécia e Eslováquia - não reconhecem a independência de Kosovo.
  A Sérvia não só aceita a independência como procura impedir o reconhecimento internacional de Kosovo, o que, no entanto, pode ser uma questão de tempo. A Sérvia pretende ingressar na União Europeia, mas só conseguirá realizar sua pretensão após reconhecer o território kosovar como país independente. Com o reconhecimento por parte da Sérvia, automaticamente, Rússia e China deverão aceitar a independência de Kosovo.
  Atualmente, a tensão entre sérvios e kosovares vem aumentando pelo apoio declarado da Rússia à Sérvia - com intenção de impedir a independência do Kosovo, acentuando as rivalidades étnicas e a possibilidade de novos conflitos.
Símbolo do Exército de Libertação do Kosovo (ELK)
GEOGRAFIA
  Kosovo ocupa uma área de 10.887 km² e está localizado no sul da Sérvia, fazendo fronteira com a Macedônia (a sudeste) e com a Albânia e Montenegro (a oeste). Cerca de 2 milhões de pessoas viviam em Kosovo em 1997, mas os conflitos de 1998-1999 provocaram milhares de mortes e cerca de 1 milhão de refugiados. Segundo estimativas da ONU para 2020, a população de Kosovo é de 1.824.396 habitantes.
  O clima predominante no Kosovo é o clima continental, com verões muito quentes, invernos muito rigorosos e com a ocorrência de neve. A maior parte do território kosovar é composto por montanhas. O ponto mais elevado da República é o Monte Djeravica, com 2.656 metros de altitude, localizado na fronteira com a Albânia. O país tem duas regiões planas: a bacia de Metohija, localizada na parte ocidental; e a Planície do Kosovo, que ocupa a parte oriental.
Monte Djeravica - ponto mais elevado do Kosovo
  Os principais rios que cortam o país são: Drin (que deságua no Mar Adriático), o Erenik (um dos seus afluentes), o Sitnica, o Morava do Sul, o Gollak e o Iber. Os maiores lagos são o Ujman, o Radonic, o Batlava e o Badovc.
  Cerca de 39% do território kosovar é coberto por florestas. O Parque Nacional das Montanhas de Char, com 39.000 hectares, fundado em 1986, é o principal parque florestal do país.
Rio Drin - principal rio que corta o Kosovo
POPULAÇÃO
  A população do Kosovo, segundo estimativas da ONU para 2020, é de 1.824.396 habitantes. Os principais grupos étnicos existentes no país são: albaneses (que respondem por cerca de 92% da população), sérvios (4% da população), bósnios muçulmanos (2%) e os 2% restantes são compostos por outros grupos, como goranis, turcos e ciganos.
  Os albaneses do Kosovo têm a maior taxa de crescimento populacional da Europa, com cerca de 1,3% ao ano. As línguas mais faladas no Kosovo são o albanês e o sérvio A maioria da população do Kosovo professa o islamismo.
Podujevo - com uma população de 88.630 habitantes (estimativa 2020) é a sexta cidade mais populosa do Kosovo
ECONOMIA
  O Kosovo possui uma das menores economias da Europa. A economia do Kosovo é baseada na extração e exportação de produtos primários, principalmente no setor da mineração. Os principais recursos minerais extraídos no país são: zinco, chumbo, níquel, cromo, ouro e carvão mineral, cuja reserva é a terceira maior da Europa e também seu principal recurso energético. No setor agrícola, os principais produtos cultivados na República são trigo, cevada, milho e uva. O vinho produzido em Kosovo é considerado um dos melhores dos Balcãs, cuja exportação é destinada principalmente para a Alemanha e os Estados Unidos.
  O euro é a moeda oficial do Kosovo. O dinar sérvio é utilizado nas áreas povoadas por sérvios.
Kosovska Mitrovica - com uma população de 85.653 habitantes (estimativa 2020) é a sétima cidade mais populosa do Kosovo
ALGUNS DADOS SOBRE KOSOVO
NOME: República do Kosovo
INDEPENDÊNCIA: da Sérvia
Declarada: 17 de fevereiro de 2008 (ainda não reconhecida pela ONU)
CAPITAL: Pristina
Pristina - capital do Kosovo
GENTÍLICO: kosovar
LÍNGUA OFICIAL: albanês e sérvio
GOVERNO: República Parlamentarista
LOCALIZAÇÃO: Sudeste da Europa (Península dos Balcãs)
ÁREA: 10.887 km² (161º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa para 2020): 1.824.396 habitantes (147°)
DENSIDADE  167,57 hab./km² (48º). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa, é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU - Estimativa 2019): 0,8% (141°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma determinada população e é contada da maior para a menor.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa para 2020):
Pristina: 217.823 habitantes
Pristina - capital e cidade mais populosa do Kosovo
Prizren: 198.953 habitantes
Prizren - segunda cidade mais populosa do Kosovo
Ferizaj: 107.649 habitantes
Ferizaj - terceira cidade mais populosa do Kosovo
PIB (FMI - 2019): US$ 7.947 bilhões (143º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2019): U$ 4.355 (107°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população. 
IDH (ONU - 2019): 0,739 (91º) Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
Mapa do IDH no mundo
EXPECTATIVA DE VIDA (OMS - 2019): 71,91 anos (95°). Obs: a expectativa de vida refere-se ao número médio de anos para ser vivido por um grupo de pessoas nascidas no mesmo ano, se a mortalidade em cada idade se mantém constante no futuro, e é contada da maior para a menor.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2019): 15,2/mil (131º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é classificada do maior para o menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook - 2019): 5,32/mil (184º). Obs: o índice de mortalidade reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região em um período de tempo, e é contada da maior para a menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2019):  14,15/mil (102°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é classificada do menor para o maior.
Mapa com um gráfico que apresenta a taxa de mortalidade infantil dos países
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2020): 1,95 filhos/mulher (119°). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é classificada do maior para o menor.
Mapa com a taxa de fertilidade dos países
  7-8 crianças
  6-7 crianças
  5-6 crianças
  4-5 crianças
  3-4 crianças
  2-3 crianças
  1-2 criança(s)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2019):  91,9% (126º). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
Mapa com o índice de alfabetização
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2020): 62,1% (95°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
Mapa com o índice de urbanização entre os países
MOEDA: Euro
RELIGIÃO: muçulmanos (71,2%), cristãos ortodoxos (19,1%), católicos romanos (8,7%), outras religiões (1%).
DIVISÃO: o Kosovo está subdividido em sete distritos. Os distritos são: Dakovica, Gnjilane, Kosovska Mitrovica, Péc, Pristina, Prizren e Urosevac.
Mapa da divisão administrativa de Kosovo

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

MÉXICO: TERCEIRO PAÍS MAIS POPULOSO DO CONTINENTE AMERICANO

  O México, geograficamente, está localizado na América do Norte. Porém, de acordo com a formação histórico-social, o país faz parte da América Latina. É limitado ao norte pelos Estados Unidos; ao sul e a oeste pelo Oceano Pacífico; a sudeste pela Guatemala, Belize e Mar do Caribe; e a leste pelo Golfo do México. Com quase 2 milhões de quilômetros quadrados, o México é o quinto maior país e o terceiro mais populoso do continente americano. O país possui também uma das maiores economias e é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, cujo recurso é seu principal produto de exportação. Faz parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta).
  A Cidade do México, capital do país, é uma das maiores e mais populosas metrópoles do mundo. A grande concentração de fontes poluidoras, como veículos e indústrias e o relevo de altitudes elevadas e montanhas que cercam a cidade, dificultam a dispersão dos poluentes. Em razão da intensa poluição do ar, em determinadas épocas do ano, as fábricas da Cidade do México param parcialmente a produção e os automóveis ficam impedidos de circular em alguns dias da semana.
Mapa do México
HISTÓRIA
  A formação territorial do México está associada à expansão dos Estados Unidos para o oeste. Os anos seguintes à independência, ocorrida em 1821, foram de perdas territoriais. Por meio de guerras e acordos, os Estados Unidos anexaram os atuais estados do Arizona, da Califórnia, do Novo México e do Texas, além de parte dos territórios de Colorado e Utah. A cultura e a arquitetura desses estados têm influência espanhola e mexicana.
  Muito antes da chegada dos espanhóis, os astecas, toltecas e maias ocupavam a região que atualmente corresponde ao território do México. Fogueiras encontradas no Vale do México, foram datadas por radiocarbono como sendo de 21.000 a.C., e alguns fragmentos de ferramentas de pedra foram encontrados perto das fogueiras, indicando a presença de humanos naquela época.
  Há cerca de 9 mil anos, antigos povos indígenas domesticaram o milho e iniciaram uma revolução, levando à formação de muitas civilizações complexas. Entre 1.800 e 300 a.C., muitas evoluíram para avançadas civilizações pré-colombianas da Mesoamérica, tais como: olmecas, teotihuacanos, maias, zapotecas, mixtecas, toltecas e astecas, as quais floresceram durante quase 4 mil anos antes do primeiro contato com os europeus. A estas civilizações são creditadas muitas invenções e avanços em campos como a arquitetura (templos, pirâmides), matemática, astronomia, medicina e teologia. Os astecas foram notáveis pela prática de sacrifícios humanos em larga escala. No seu auge, Teotihuacan, que contém algumas das maiores estruturas piramidais construídas na América pré-colombiana, tinha uma população de mais de 150.000 pessoas. Estimativas da população antes da conquista espanhola apontam para entre 6 a 25 milhões de habitantes na região do atual território mexicano.
Vista aérea da cidade de Teotihuacan, com a Pirâmide da Lua e a Calçada dos Mortos
  A primeira civilização do México foi a olmeca. Esta civilização estabeleceu as fundações culturais que seriam seguidas por todas as civilizações indígenas que lhe sucederam no México. A civilização olmeca começou com a produção de cerâmica em grande escala, há cerca de 2.300 a.C.. Entre 1.800 a.C. e 1.500 a.C., os olmecas consolidaram o poder em várias chefias que estabeleceram a sua capital num local hoje conhecido como San Lourenzo. A influência olmeca estendeu-se por todo o México, na América Central e ao longo do Golfo do México. Dirigiram o pensamento de muitos povos na direção de um novo modo de governo, templos-pirâmide, escrita, astronomia, arte, matemática, economia e religião. Os seus êxitos preparariam o caminho para a grandeza tardia da civilização maia no oriente, e das civilizações mexicanas do centro e do ocidente.
Cabeça olmeca
  O declínio dos olmecas resultou num vazio de poder no México. Deste vazio emergiu Teotihuacan, inicialmente colonizada em 300 a.C.. Em 150 a.C., Teotihuacan já era uma verdadeira metrópole, estabelecendo uma nova ordem política e econômica. A sua influência estendia-se por todo o México até a América Central, fundando novas dinastias nas cidades maias de Tikal, Copán e Kaminaljuyú. A influência de Teotihuacan sobre os maias transformou o poder político, as manifestações artísticas e a economia. Em Teotihuacan vivia uma população cosmopolita. A maioria das etnias regionais do México encontravam-se representadas na cidade, como os zapotecas, provenientes da região de Oaxaca. Viviam em comunidades de apartamentos e contribuíam para o poder econômico e cultural da cidade. A sua influência econômica fazia-se sentir também em zonas do norte do México. Tratava-se de uma cidade cuja arquitetura monumental refletia uma nova era na civilização mexicana.
Vista da Avenida dos Mortos e a Pirâmide do Sol
  Contemporânea da grandeza de Teotihuacan, a civilização maia também apresentava um grande esplendor cultural e econômico. Apesar de as muitas cidades-estado maias nunca terem atingido uma união política da mesma ordem de grandeza da conseguida pelas civilizações do México central, elas exerceram uma tremenda influência intelectual sobre o México e a América Central. Algumas das cidades mais elaboradas do continente foram construídas pelos maias, com inovações nos campos da matemática, astronomia e escrita, que viriam a constituir o ponto mais alto dos feitos científicos do México antigo.
Fotografia aérea de Chicén Itzá - importante polo urbano da civilização maia
  Tal como Teotihuacan, também a civilização tolteca emergiu de um vazio de poder, tendo dominado o poder político a partir do ano 700 d.C. Muitos dos povos toltecas eram oriundos dos desertos do norte, muitas vezes designados por chichimecas, na língua nahuatl. Estes povos fundiram a sua orgulhosa cultura do deserto com a poderosa cultura de Teotihuacan. Esta nova cultura daria origem a um novo império do México. O império tolteca estender-se-ia até a América Central, a sul e a norte até a cultura anasazi, no sudoeste dos Estados Unidos. Os toltecas estabeleceram uma próspera rota de comércio de turquesa com a civilização setentrional de Pueblo Bonito, no que hoje é o Novo México. Os comerciantes toltecas trocavam penas de aves apreciadas com Pueblo Bonito, enquanto faziam circular pelos seus vizinhos mais próximos todos os melhores produtos que o México poderia oferecer. Na cidade maia de Chichén Itzá, a civilização tolteca expandiu-se e os maias foram mais uma vez fortemente influenciados pelos povos do centro do México. O sistema político dos toltecas era tão influente que todas as impostantes dinastias maias reclamariam mais tarde ter ascendência tolteca. De fato, seria esta apreciada linhagem tolteca a preparar o caminho para a última grande civilização indígena do México, a civilização asteca.
Guerreiros toltecas, representados pelos famosos Atlantes de Tula
  Com o declínio da civilização tolteca, ocorreu a fragmentação política no Vale do México. Neste novo jogo político de sucessão ao trono tolteca, apareceram os mexica. Tratava-se, também eles, de um orgulhoso povo do deserto, um de entre sete grupos que antes se autodenominavam asteca, tendo mudado seu nome após anos de migração. Uma vez que não eram originários do Vale do México, foram inicialmente vistos como rudes e pouco refinados perante os olhos da civilização Nahua. Através de astuciosas manobras políticas e ferozes capacidades de luta, conseguiram um verdadeiro feito: tornaram-se governantes do México, liderando a Tripla Aliança (que incluía duas outras cidades astecas: Texcoco e Tlacopan).
  Em 1400, os mexicas governavam grande parte do México central (enquanto os yaquis, coras e apaches controlavam áreas consideráveis dos desertos do norte), tendo subjugado a maioria dos outros estados regionais na década de 1470. No seu auge, cem mil mexicas presidiam um rico império que contava com cerca de 10 milhões de pessoas (quase metade dos 24 milhões que então habitavam o México). O nome moderno México tem a sua origem no nome do grupo dominante da Tripla Aliança Asteca, os Mexicas.
Tenochtitlán - capital do Império Asteca
  O termo asteca não é um nome, sendo uma invenção de um inglês (Lord Kinsborough) e de um euro-americano de nome William Prescott. Os verdadeiros nomes utilizados pelos indígenas era nahua ou mexica. Nem mesmo os espanhóis lhes chamavam astecas.
  Entre os mexicas, a educação era obrigatória para os homens, independentemente de sua classe social. Existiam dois tipos de escolas: as telpochcalli (para estudos práticos militares) e as calmecac (para estudos avançados de escrita, astronomia, estadismo, teologia, etc.). A sua capital, Tenochtitlán, estava situada na zona da moderna Cidade do México. Em 1519, a capital dos mexicas era a maior cidade da América, com uma população de cerca de 100.000 habitantes.
  Os mexicas deixaram uma marca profunda e duradoura na cultura mexicana, perceptível até os dias de hoje. Muito do que é considerado como cultura mexicana deriva desta civilização: gastronomia, arte, vestuário, simbologia e até a identidade do povo mexicano.
Modelo diorama do mercado asteca, em Tlatelolco
  Durante grande parte da sua história, a maioria da população mexicana teve um modo de vida urbano: cidades, vilas e aldeias. Apenas uma pequena parte da população era tribal e nômade. A maioria das pessoas vivia em povoamentos permanentes, baseados na agricultura e identificados com uma cultura urbana, em oposição a uma cultura tribal.
  Em 1519, as civilizações nativas do México foram invadidas pela Espanha, e dois anos mais tarde, em 1521, a capital dos astecas, Tenochtitlán, foi conquistada por uma aliança entre os espanhóis e  tlaxcaltecas (os principais inimigos dos astecas). O mais importante dos conquistadores foi Hernán Cortés, que entrou no território mexicano a partir de uma vila nativa costeira que ele rebatizou de Puerto de la Villa Rica de Vera Cruz, atual cidade de Vera Cruz.
Veracruz - segundo estimativas para 2020, a população da cidade é de 569.688 habitantes
  Os astecas, principal povo dominante no México na época da invasão espanhola, acreditavam (de acordo com mitos antigos) na tradição do regresso de Quetzalcóatl num ano Ce-Acati. O calendário Pré-Colombiano era dividido em ciclos ou períodos de 52 anos. Cada 52º ano era um ano Ce-Acati, sendo 1519 um desses anos. Os astecas acreditavam que os conquistadores espanhóis eram enviados dos deuses (de acordo com os estudiosos ortodoxos), tendo oferecido pouca resistência aos seus avanços.
  Após uma importante batalha, em 1519, na qual as forças espanholas foram derrotadas e obrigadas a bater em retirada, os espanhóis reagruparam-se fora do Vale do México. Passados oito meses estavam de regresso, tendo ao seu lado um contingente ainda maior de nativos, seus aliados. A varíola, trazida pelos espanhóis, havia dizimado a população asteca, reduzindo drasticamente a capacidade de combate das forças astecas. A capital Tenochtitlán foi sitiada, o que levou à derrota total dos astecas.
Conquista de Tenochtitlán
  Com a conquista, os espanhóis criaram um novo grupo étnico: os mestiços. Isso ocorreu porque os espanhóis tomaram mulheres indígenas como medida preventiva contra a revolta dos nativos, começando assim, a mistura de ambas culturas.
  Durante o Período Colonial, que durou de 1521 a 1810, o México era conhecido como Nueva España ou Nova Espanha, cujos territórios incluíam o que é hoje o México, o Caribe, a América Central (até a Costa Rica) e uma área que atualmente compreende o sudoeste dos Estados Unidos. A maior parte destas terras era dominada por proprietários espanhóis e os seus descendentes brancos.
Batalha de Tenochtitlán
  A luta pela independência do México começou em 16 de setembro de 1810, liderado por Miguel Hidalgo, um padre de ascendência espanhola. Após a invasão da Espanha por Napoleão I e a colocação do irmão deste no trono espanhol, os conservadores mexicanos e os ricos proprietários, apoiadores da família real espanhola da Casa de Bourbon, mostraram-se contrários às políticas napoleônicas, comparativamente mais liberais. Com isso, nasceu no México uma aliança até então improvável: de um lado os liberales ou liberais, que defendiam um México democrático; do outro, os conservadores, que pretendiam um México governado por um monarca de Bourbon. As duas partes concordaram que o México deveria tornar-se independente e decidir o seu próprio destino.
  Os principais nomes da Guerra da Independência do México foram o padre José Maria Morelos y Pavón, Vicente Guerrero e o general Agustín de Iturbide. A guerra durou onze anos até a entrada do exército de libertação na Cidade do México, em 1821. Nesse ano, ocorreu a independência do México, por meio da assinatura do Tratado de Córdoba, que ratificava o Plano de Iguala, no dia 24 de agosto de 1821.
  Após a independência, Agustín de Iturbide, um antigo general espanhol que havia passado para o lado das tropas independentistas, autoproclamou-se imperador. Uma rebelião contra Iturbide, em 1823, levou à criação doa Estados Unidos Mexicanos. Em 1824, Guadalupe Victoria tornou-se o primeiro presidente do México.
Querétaro - com uma população de 1.219.891 habitantes (estimativa 2020) é a décima cidade mais populosa do México
  Durante grande parte do século XIX, a situação política mexicana foi marcada pela constante instabilidade. Durante este período, o México perdeu muitos territórios do norte para os Estados Unidos, como o Texas, que se declarou independente do México em 1836. Entre 1846 e 1848, ocorreu a Guerra Mexicano-Americana. Nesse período, o México era governado por Antonio López de Santa Anna, que foi acusado de corrupção.
  Em 1855, Ignacio Comonfort, líder dos moderados, foi eleito presidente. Durante a sua presidência foi aprovada uma nova Constituição, em 1857, que manteve a maior parte dos rendimentos e privilégios que a Igreja Católica desfrutava no período colonial. Porém, essa constituição, não manteve o catolicismo como religião oficial. Isso provocou uma guerra civil, que durou de dezembro de 1857 a janeiro de 1861. Essa guerra foi entre os conservadores e os liberais.
San Luis Potosi - com uma população de 1.156.972 habitantes (estimativa 2020) é a 11ª cidade mais populosa do México
  Durante grande parte do século XIX, a situação política mexicana foi marcada pela constante instabilidade. Durante este período, o México perdeu muitos territórios do norte para os Estados Unidos, como o Texas, que se declarou independente do México em 1836. Entre 1846 e 1848, ocorreu a Guerra Mexicano-Americana. Nesse período, o México era governado por Antonio López de Santa Anna, que foi acusado de corrupção.
  Em 1855, Ignacio Comonfort, líder dos moderados, foi eleito presidente. Durante a sua presidência foi aprovada uma nova Constituição, em 1857, que manteve a maior parte dos rendimentos e privilégios que a Igreja Católica desfrutava no período colonial. Porém, essa constituição, não manteve o catolicismo como religião oficial. Isso provocou uma guerra civil, que durou de dezembro de 1857 a janeiro de 1861. Essa guerra foi entre os conservadores e os liberais.
Porfírio Díaz com sua esposa e membros do governo
  Quando os resultados oficiais da eleição foram anunciados, Díaz foi declarado vencedor com a unanimidade dos votos, sendo que Madero recebeu apenas algumas centenas de votos. Esta fraude cometida pelo Porfiriato, levou Madero a elaborar um documento em 20 de novembro de 2010, e incitar o povo mexicano a pegar em armas contra o governo de Porfírio Díaz. Esse episódio ficou conhecido como Revolução Mexicana.
  Madero foi detido em San Antonio, Texas, mas seu plano surtiu efeito, apesar de ele se encontrar preso. O exército federal foi derrotado pelas forças revolucionárias comandada por, entre outros, Emiliano Zapata no sul, Pancho Villa e Pascual Orozco no norte e Venustiano Carranza. Porífio Díaz renunciaria ao cargo de presidente em 1911 em prol da paz nacional, tendo-se exilado na França, onde morreria em 1915.
Francisco Madero e Emiliano Zapata durante a Revolução Mexicana
  Os líderes revolucionários tinham objetivos diferentes; as figuras revolucionárias iam de liberais como Madero, a radicais como Emiliano Zapata e Pancho Villa. Como consequência, não ouve um acordo sobre a organização de um governo emanado dos grupos revolucionários vitoriosos. O resultado foi uma luta pelo controle do governo mexicano, que se estendeu por mais de vinte anos. Durante esse período, seriam assassinados, entre muitos outros, os presidentes Francisco Madero (1911), Emiliano Zapata (1919), Venustiano Carranza (1920) e Pancho Villa (1923). Em 1917 foi elaborada uma nova Constituição, que ainda hoje rege o México.
  Em 1921, Álvaro Obregón torna-se presidente, com uma política que agradava todos os grupos da sociedade mexicana, com exceção do clero e dos grandes proprietários rurais, tendo sido bem sucedido na catalisação da liberalização social, em particular, reduzindo o papel da Igreja Católica, melhorando a educação e tomando medidas visando a instituição dos direitos civis das mulheres.
Mérida - com uma população de 1.082.027 habitantes (estimativa 2020) é a 12ª cidade mais populosa do México
  Em 1929 foi formado o Partido Nacional Mexicano, ou PMN, pelo então presidente Plutarco Elías Calles. Este partido tornar-se-ia mais tarde o Partido Revolucionário Institucional ou PRI, que governou o país durante o restante do século XX. O PMN foi bem sucedido na tentativa de convencer a maioria dos generais revolucionários que ainda restavam, a desmobilizar os seus exércitos pessoais que passaram a integrar o recém-criado Exército Mexicano.
  Em 1934 chega ao poder o presidente Lázaro Cárdenas, transformando o México: em 1 de abril de 1936 Cárdenas enviou Calles, o último general com ambições ditatoriais, para o exílio; conseguiu ainda unir as diferentes facções dentro do PRI, estabelecendo as regras que permitiriam ao seu partido governar sozinho durante décadas, sem perturbações internas. No dia 18 de março de 1938, procedeu à nacionalização das indústrias petrolíferas e elétricas, criou o Instituto Politécnico Nacional, concedeu asilo aos refugiados da Guerra Civil Espanhola, iniciou a reforma agrária, a distribuição gratuita de livros escolares e, em geral, prosseguiu políticas que marcaram o desenvolvimento do México até os dias de hoje.
Mexicali - com uma população de 1.041.750 habitantes (estimativa 2020) é a 13ª cidade mais populosa do México
  Manuel Ávila Camacho, o sucessor de Cárdenas, foi presidente durante um período de transição entre a era revolucionária e a era da política de aparelho sob domínio do PRI, que duraria até o ano 2000. Afastando-se da autarquia nacionalista, propôs-se criar um clima favorável ao investimento estrangeiro favorecido, havia duas gerações, por Madero. O regime de Camacho congelou os salários, reprimiu as greves e perseguiu os dissidentes com base numa lei que proibia o crime de dissolução social. Assim, o PRI traía a herança da reforma agrária. Miguel Alemán Valdés, sucessor de Camacho, propôs uma emenda do Artigo 27 da Constituição Mexicana de forma a proteger a elite dos proprietários.
  Apesar de os regimes do PRI terem conseguido crescimento econômico e uma prosperidade relativa durante quase três décadas, a economia mexicana sofreu vários colapsos, e a agitação política aumentou no final dos anos 1960, culminando no Massacre de Tlatelolco, em 1968.
Estudantes durante os protestos de 1968, que culminaram no Massacre de Tlatelolco
  Duas crises econômicas ocorreram em 1976 e 1982, após o que se procedeu à nacionalização da banca, considerada culpada dos problemas econômicos, num período que ficou conhecido como a Década Perdida. Nestas duas crises, o peso mexicano foi desvalorizado e, até o ano 2000, era normal ocorrer a desvalorização da moeda e um período de recessão no final de cada mandato presidencial, ou seja, de seis em seis anos. A crise de dezembro de 1994, iniciada por uma desvalorização do peso mexicano, levou o México ao caos econômico, provocando a mais grave recessão econômica do país em mais de meio século.
  Em 19 de setembro de 1985, um terremoto de aproximadamente 8 graus na escala Richter e com epicentro ao largo da costa de Michoacán, causou grandes danos na Cidade do México, levando à morte de milhares de pessoas.
Ruas da Cidade do México após o terremoto de 19 de setembro de 1985
  Em 1995, o presidente Ernesto Zedillo via-se confrontado com uma grave crise econômica. Aconteceram manifestações na Cidade do México e a presença militar constante em Chiapas, após o aparecimento do Exército Zapatista de Libertação Nacional, em 1994. Foi também Zedillo que dirigiu reformas políticas e eleitorais que reduziram a capacidade do PRI em manter o poder. Após as eleições de 1988, as quais foram extremamente disputadas e aparentemente perdidas pelo partido do governo, foi criado o Instituto Federal Eleitoral (IFE). Este instituto é dirigido por cidadãos e tem como missão certificar-se que as eleições são conduzidas de forma legal e justa.
  Como resultado do descontentamento popular, o candidato presidencial do Partido Acción Nacional (PAN), Vicente Fox Quesada, foi eleito presidente em 2 de julho de 2000, não tendo conseguido a maioria no Congresso. O resultado desta eleição pôs fim a 71 anos de hegemonia do PRI na presidência.
  Atualmente, as preocupações econômico-sociais incluem baixos salários reais, precariedade no emprego de grande parte da população, concentração de renda, baixos indicadores sociais, principalmente da população ameríndia dos estados do sul, entre outros.
Aguascalientes - com uma população de 1.036.794 habitantes (estimativa 2020) é a 14ª cidade mais populosa do México
GEOGRAFIA
  O México localiza-se na porção sul da América do Norte. O país possui uma área de 1.964.375 km², sendo o 13° mais extenso do mundo. No norte, o país divide uma área de fronteira de 3.141 quilômetros com os Estados Unidos, sendo que o rio Bravo del Norte (conhecido nos Estados Unidos como Rio Grande) é a fronteira natural em quase toda a área de divisa entre os dois países.
  O México é atravessado de norte a sul por duas cadeias de montanhas. O Planalto do México é cercado por formações de maior altitude, que são prolongamentos das Montanhas Rochosas e recebem as denominações de Serra Madre Ocidental, a oeste, e Serra Madre Oriental, a leste. De leste a oeste, no centro, o país é atravessado pelo Eixo Neovulcânico, também conhecido como Serra Nevada. O vulcão Pico de Orizaba, também conhecido como Citlaltépl, localizado na fronteira entre Puebla e Veracruz, é o ponto mais elevado do território mexicano, com uma altitude de 5.610 metros, sendo também a terceira montanha mais elevada da América do Norte e o terceiro vulcão mais elevado do Hemisfério Ocidental.
Pico Orizaba - ponto mais elevado do México
  O Trópico de Câncer efetivamente divide o país em zonas temperadas e tropicais. O norte tem temperaturas mais baixas durante o inverno, com forte queda de neve nas serras e nos planaltos. Nos trechos mais elevados, o clima frio inibe a ocupação humana, enquanto os desertos, no nordeste do país, contribuem para as baixas densidades demográficas da região. No sul as temperaturas são constantes durante o ano todo, com baixas amplitudes térmicas.
  Ambas as costas do México, com exceção do litoral sul da Baía de Campeche e do norte de Baja California, são vulneráveis aos furacões graves durante o verão e o outono.
Mapa climático do México
  Os rios do México se agrupam em três vertentes: a vertente do Pacífico, a do Golfo e a do Altiplano, que não possui saída para o mar. O mais extenso dos rios mexicanos é o rio Grande, da vertente do Golfo. Ele tem 3.034 quilômetros de extensão e serve como limite com os Estados Unidos. Outros rios desta vertente são o Usumacinta, que faz limite com Guatemala; o rio Grijalva; e o rio Pánuco, cuja bacia faz parte do Vale do México.
  No Pacífico desembocam os rios Lerma e Balsas, que têm vital importância para as cidades das terras altas do México; os rios Sonora, Fuerte, Mayo e Yaqui sustentam a próspera agricultura do noroeste do país; e o rio Colorado, que é compartilhado com os Estados Unidos. A maior parte dos rios mexicanos possuem pouco volume de água e são pouco navegáveis.
Rio Grande, na divisa Estados Unidos-México
  O México abriga numerosos lagos e lagoas em seu território, porém de pequena dimensão. O mais importante é o lago Chapala, no estado de Jalisco, que devido à superexploração, está em risco de desaparecer. Outros lagos importantes são o lago Pátzcuaro, o Zirahuén e o Cuitzeo, todos eles em Michoacán. A construção de represas permitiu a formação de lagos artificiais, como o de Mil Islas, em Oaxaca.
  Pelo menos 1.500 espécies de mamíferos podem ser encontrados no México. Alguns animais são vistos quase que exclusivamente no país, como o monstro-de-gila, o coelho-dos-vulcões (segundo menor leporídeo do mundo) e o ajolote, um anfíbio também conhecido como monstro aquático. Algumas espécies de iguanas, patos e borboletas, bem como mais de 50 espécies de colibris, também compõem a fauna mexicana, que conta com mais de mil espécies de pássaros, destacando-se a águia-pescadora, a garça-azul e a várias espécies de araras.
Monstro-de-gila
  O México possui uma das floras mais variadas entre os países do mundo, podendo ser encontradas várias paisagens naturais diversificadas. Há uma peculiaridade quanto aos cactos, com o país abrigando mais da metade das espécies de cacto existentes no mundo, entre as quais a pita. Cerca de 30.000 espécies de plantas e 600 espécies de orquídeas estão disseminadas em pastagens, desertos, bosques e selva tropical, distribuídos ao longo do território mexicano. Em torno de 14% do território mexicano é composto por selva tropical, enquanto que 19% é coberto de bosques de coníferas. Cerca de 37% da superfície território mexicano está coberta de plantas que sobrevivem com pouca água.
Deserto de Chihuahua
POPULAÇÃO
  Com uma população de 127.995.361 (estimativas 2020), a população mexicana é formada predominantemente pela miscigenação entre ameríndios e descendentes dos colonizadores espanhóis.
  A população mexicana encontra-se distribuída de forma bastante irregular. Nos trechos mais elevados, o clima frio inibe a ocupação humana, enquanto os desertos, no nordeste do país, contribuem para as baixas densidades demográficas da região.
  A Cidade do México e sua região metropolitana abrigam quase um quinto da população nacional, com mais de 20 milhões de habitantes. Essa alta concentração populacional faz dela uma das maiores metrópoles do continente americano, com problemas típicos das grandes aglomerações urbanas em países pobres, como zonas de miséria, falta de infraestrutura, índices elevados de poluição atmosférica e tráfego caótico, entre outros. Ao mesmo tempo, há regiões com boa qualidade de vida e infraestrutura adequada.
Mapa da densidade populacional do México
  Os indicadores sociais do México revelam grandes contrastes. O país convive com altas taxas de analfabetismo e de mortalidade infantil e mostra lentos avanços sociais. Em 2019, cerca de 50% da população mexicana encontrava-se abaixo da linha de pobreza. A estrutura etária do país apresenta elevado percentual de jovens, apesar do declínio registrado nas taxas de fertilidade.
  A violência é crescente, com destaque para a relacionada ao narcotráfico e à violência sexual sofrida por mulheres.
Pirâmide etária do México
  A fronteira entre México e Estados Unidos estende-se por aproximadamente 3.100 quilômetros, dos quais 1.100 quilômetros são separados por muros construídos para conter a migração de milhares de mexicanos que desejam entrar nos Estados Unidos em busca de trabalho e melhores condições de vida.
  Muitos desses migrantes vivem no sul e na costa oeste dos Estados Unidos, onde são conhecidos por braceros (trabalhadores) e atuam na colheita de produtos agrícolas, principalmente na região do Sun Belt. Outros trabalham em indústrias, na construção civil, no setor de serviços, entre outras ocupações.
À direita cidade mexicana de Tijuana; à esquerda San Diego, nos Estados Unidos. No centro está parte do muro construído pelos Estados Unidos para impedir a entrada de imigrantes no território norte-americano
  Na tentativa de conter a migração maciça de mexicanos para o seu território, os Estados Unidos adotaram algumas medidas, como o amplo controle da fronteira com o uso de câmeras e sensores, vigilância 24 horas com patrulhamento e imagens de satélites.
  Atualmente, cerca de 30% do total da fronteira entre os dois países já têm muros e postos de controle. Em 2017, Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos e iniciou o projeto de extensão do muro para toda a faixa de fonteira, uma iniciativa muito criticada por políticos e pela sociedade civil em razão dos custos  envolvidos, de sua efetividade, além da questão da criação de uma barreira que impede a circulação de pessoas entre os dois países, esbarrando em questões humanas e também ambientais.
Imigrantes mexicanos tentando entrar nos Estados Unidos pelo Rio Grande
  As principais cidades do México estão situadas na porção central do território, próximo à capital do país. A urbanização mexicana ocorreu de forma muito similar à do Brasil, pois também foi impulsionada pelo processo de industrialização tardio, que se intensificou durante o período pós-guerra. A partir daquele momento, ocorreram muitos fluxos migratórios de população camponesa, que se dirigia às cidades com o objetivo de buscar novas oportunidades de trabalho e melhores condições de vida.
  Além do processo de industrialização, a modernização do campo, verificada nas décadas seguintes, também contribuiu para o aumento do êxodo rural no país. As contínuas transformações técnicas e a utilização intensiva de maquinários nos sistemas produtivos, cujo intuito era ampliar a produtividade do setor agropecuário, provocaram a liberação da mão de obra do campo e levaram a um novo ritmo de expansão urbana. Na década de 1960, por exemplo, a zona rural ocupava 92% da população. Atualmente, mais de 100 milhões de mexicanos vivem nas cidades, o que representa mais de 80% da população.
Ciudad Juárez - com uma população de 1.481.329 habitantes (estimativa 2020) é a oitava cidade mais populosa do México
  A expansão das áreas urbanas ocorreu rapidamente de forma desordenada no território. Apesar de as cidades mexicanas serem reconhecidas por preservar os centros históricos, datados do período colonial, as áreas periféricas cresceram obedecendo à lógica da dinâmica imobiliária, implantada ao longo dos grandes eixos viários.
  Atualmente, as necessidades do capital financeiro de criar novos espaços urbanos, que concentram os setores econômicos de ponta e se articulam com a escala internacional, vêm definindo novos conteúdos característicos da urbanização contemporânea também nas principais cidades mexicanas. Dessa forma, importantes centros urbanos abrigam espaços estritamente utilizados pelas sedes de grandes empresas transnacionais, bancos, edifícios inteligentes e uma ampla rede de comércio e serviços que dialogam com os principais centros financeiros globais.
Torréon - com uma população de 1.351.988 habitantes (estimativa 2020) é a nona cidade mais populosa do México
O narcotráfico
  O narcotráfico é um dos maiores problemas do México, que se tornou o principal acesso para a entrada de drogas nos Estados Unidos. A disputa por territórios entre os narcotraficantes e a ofensiva militar tem causado grande violência e muitas mortes. Apesar de avanços contra o narcotráfico, os cartéis mexicanos (grupos que controlam a produção e a venda de drogas) estão longe de ser desarticulados.
Principais cartéis e suas respectivas áreas de influência no território mexicano
CULTURA
  A riqueza da cultura mexicana é o resultado da mistura que ocorreu durante a colonização espanhola.
  Os aspectos culturais do país, como literatura, religiosidade, culinária, artes visuais, cinema, etc., exibem a forte influência das práticas e tradições dos povos indígenas e dos valores e hábitos europeus. Ao longo da história do país, a sociedade mexicana desenvolveu características culturais próprias de grande importância universal.
  A população mexicana ainda mantém fortes laços com seus antepassados, respeitando usos e costumes que eram praticados no período pré-colonial. Embora a língua espanhola seja a oficial, existem diversos idiomas nativos falados por minorias indígenas, reconhecidas nacionalmente. Um deles, o náhuatl, é comumente falado pela população que vive na região próxima à capital do país.
Puebla - com uma população de 3.034.414 habitantes (estimativa 2020) é a quarta cidade mais populosa do México
  O México também é frequentemente lembrado pela culinária. Os ingredientes típicos da região, como milho, cacau, abacate e pimenta chili, misturado a outros alimentos incorporados durante a época colonial, resultaram em uma rica combinação reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2010.
Produtos da culinária mexicana
  Do ponto de vista econômico e territorial, o México está atrelado à América do Norte. Porém, culturalmente, por sua tradição colonial hispânica, está ligado à América Latina. No entanto, pela maior proximidade, o México é um dos países da América Latina que mais recebem influência cultural dos Estados Unidos. Há um elevado consumo de produtos culturais, como filmes, músicas, além da incorporação de hábitos comportamentais e alimentares, como o consumo do fast-food (comida pronta).
Tequila - bebida feita da agave-azul, é típica do México
ECONOMIA
  O México é um país emergente e um dos três mais industrializados da América Latina, ao lado de Brasil e Argentina. Sua economia está fortemente ligada à dos Estados Unidos. Em virtude do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), que, desde 1994, integra comercialmente Canadá, Estados Unidos e México, praticamente, toda a exportação do país é destinada aos Estados unidos, de onde provêm cerca de 50% das importações.
  O Nafta (Acordo de Livre-Comércio da América do Norte) trouxe grandes investimentos econômicos e industriais para o território mexicano. Ao mesmo tempo, trouxe problemas, como a importação de milho norte-americano, que desestrutura a produção de um item básico da alimentação mexicana. A mão de obra barata, os incentivos fiscais e os recursos naturais, como o petróleo, atraem as empresas transnacionais, principalmente dos Estados Unidos e do Canadá.
  Nos últimos anos, o México tem atraído investimentos estrangeiros e encontrado formas de garantir o crescimento de sua economia. O país apresenta estrutura produtiva diversificada, com atividades agropecuárias, mineradoras e industriais. O petróleo é o principal produto de exportação.
Toluca - com uma população de 2.152.972 habitantes (estimativa 2020) é a quinta cidade mais populosa do México
  No México há extração de diversos recursos naturais. Os principais recursos naturais do território mexicano são: petróleo, gás natural, prata, cobre, chumbo, zinco, ferro e manganês.
  O México dispõe de grandes reservas de petróleo, principal produto de exportação, e está entre os maiores produtores mundiais. No entanto, seu petróleo bruto é muito pesado e exige refino especial para a obtenção de subprodutos como a gasolina e o óleo diesel, o que eleva os custos.
  Desde 2014, com alteração na legislação, a exploração de petróleo no país - monopolizada pela empresa estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) desde 1938, ano em que foi nacionalizada - passou a ser feita também por empresas privadas. As reformas implantadas visavam estimular a exploração de petróleo em águas profundas no Golfo do México e impulsionar a extração de gás de xisto, fonte de energia que vem ganhando importância e já transformou a realidade energética dos Estados Unidos, maior produtor mundial desse gás.
Léon - com uma população de 1.789.768 habitantes (estimativa 2020) é a sétima cidade mais populosa do México
  A agricultura se concentra no Planalto Mexicano, onde as temperaturas são mais amenas, as chuvas regulares e os solos férteis. Nessa região, predominam extensas propriedades, conhecidas como haciendas, que empregam grande quantidade de mão de obra e são pouco mecanizadas. Correspondem a cerca de 42% das terras cultivadas no país, com destaque para o plantio de algodão, sisal, café e cana-de-açúcar, destinados ao mercado externo. Para abastecer o mercado interno, são produzidos trigo, arroz, batata, soja e milho. O milho ocupa a maior parte das áreas de cultivo, principal alimento da população, herança das antigas civilizações que se desenvolveram no território mexicano. Os ejidos, são as propriedades não cultivadas e de uso político.
Éjido - propriedade rural localizada em Cuauhtémoc
  A pecuária, praticada no centro-oeste do país, ocupa 40% do território e tem como principal atividade a criação de gado bovino.
  Em virtude dos baixos salários no campo e da concentração de terras, muitos trabalhadores rurais mexicanos migram para os Estados unidos. alguns realizam a chamada migração de transumância, deslocando-se para o país vizinho durante a época da colheita e regressando após o término do trabalho. Esses trabalhadores são conhecidos como braceros.
Mapa agrícola do México
  O turismo é uma atividade de destaque, que atrai atualmente uma grande quantidade de visitantes de todo o mundo, gerando emprego e renda para o país. Os atrativos turísticos são os extensos litorais de praias com infraestrutura, como as cidades de Cancún e Acapulco, e o grande patrimônio histórico e cultural da Cidade do México e das etnias indígenas. No entanto, há receio de que o cenário de insegurança que tem sido observado no país impacte a economia nos próximos anos. Os turistas, com o aumento da violência, podem optar por se deslocar a outros destinos considerados  mais seguros.
Acapulco - com uma população de 960.135 habitantes (estimativa 2020) é a 16ª cidade mais populosa do México
  A industrialização mexicana se acelerou a partir da segunda metade do século XX, com a entrada de capital estrangeiro no país, atraído pela oferta de mão de obra e matérias-primas baratas. Empresas transnacionais, sobretudo dos Estados Unidos, passaram a dominar o parque industrial mexicano.
  As áreas mais industrializadas do país são a Região Metropolitana da Cidade do México e a fronteira com os Estados Unidos, em grandes centros urbanos como Guadalajara, Monterrey, Veracruz e Tampico. Destacam-se os setores têxtil, alimentício, automobilístico, petroquímico, siderúrgico e metalúrgico. A maioria dessas indústrias transnacionais, chamadas de maquiladoras, beneficia-se do baixo custo da mão de obra mexicana.
Tijuana - com uma população de 1.947.590 habitantes (estimativa 2020) é a sexta cidade mais populosa do México
As maquiladoras
  A partir da década de 1960, muitas empresas de montagem e acabamento de produtos destinados à exportação instalaram-se no México, próximo à fronteira com os Estados Unidos. Contando com capital estrangeiro, essas empresas, chamadas de maquiladoras, têm incentivos fiscais, recebem peças fabricadas nas matrizes estrangeiras e apenas montam o produto final. A maioria atua no ramo eletrônico, automotivo, têxtil e de calçados.
  A implantação das maquiladoras está associada à estratégia usada pelas empresas transnacionais de se instalar nos países periféricos, aproveitando a mão de obra farta e barata. Além disso, as maquiladoras absorvem parte da mão de obra que buscaria emprego nos Estados Unidos, reduzindo as imigrações para esse país.
Mapa do México com a localização das maquiladoras
  Essas empresas são responsáveis por um grande deslocamento de mexicanos para o norte do país. Apesar de gerar empregos, as maquiladoras pagam baixos salários, escapam da forte pressão dos sindicatos de trabalhadores estadunidenses e evitam as exigências da legislação de defesa do meio ambiente dos Estados Unidos relacionadas ao tratamento de lixo e rejeitos industriais. Além disso, aumentam a dependência do México em relação aos Estados Unidos e contribuem para menor desenvolvimento da indústria e da tecnologia do país.
Indústria maquiladora mexicana
ALGUNS DADOS SOBRE O MÉXICO
NOME: Estados Unidos Mexicanos
INDEPENDÊNCIA: da Espanha
Declarada: 16 de setembro de 1810
Reconhecida: 27 de setembro de 1821
CAPITAL: Cidade do México
Santuário de Guadalupe, na Cidade do México
GENTÍLICO: mexicano (a)
LÍNGUA OFICIAL: o espanhol e mais 67 línguas indígenas são línguas nacionais, mas não existe um idioma oficialmente reconhecido.
GOVERNO: República Presidencialista
LOCALIZAÇÃO: América do Norte
ÁREA: 1.964.375 km² (13º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa para 2020): 127.995.361 habitantes (10°)
DENSIDADE  65,15 hab./km² (121º). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa, é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU - Estimativa 2019): 1,12% (120°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma determinada população e é contada da maior para a menor.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa para 2020):
Cidade do México: 9.945.823 habitantes
Cidade do México - capital e maior cidade do México
Guadalajara: 4.975.933 habitantes
Guadalajara - segunda maior cidade do México
Monterrey: 4.606.992 habitantes
Monterrey - terceira maior cidade do México
PIB (FMI - 2019): US$ 1,222 trilhão (15º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2019): U$ 9.547 (67°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população. 
IDH (ONU - 2019): 0,767 (76º) Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
  ≥ 0,900
  0,850–0,899
  0,800–0,849
  0,750–0,799
  0,700–0,749
  0,650–0,699
  0,600–0,649
  0,550–0,599
  0,500–0,549
  0,450–0,499
  0,400–0,449
  ≤ 0,399
  Sem dados
EXPECTATIVA DE VIDA (OMS - 2019): 77,2 anos (49°). Obs: a expectativa de vida refere-se ao número médio de anos para ser vivido por um grupo de pessoas nascidas no mesmo ano, se a mortalidade em cada idade se mantém constante no futuro, e é contada da maior para a menor.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2019): 20,36/mil (96º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é classificada do maior para o menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook - 2019): 4,74/mil (178º). Obs: o índice de mortalidade reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região em um período de tempo, e é contada da maior para a menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2019):  16,77/mil (121°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é classificada do menor para o maior.
Mapa com um gráfico que apresenta a taxa de mortalidade infantil dos países
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2020): 2,19 filhos/mulher (94°). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é classificada do maior para o menor.
Mapa com a taxa de fertilidade dos países
  7-8 crianças
  6-7 crianças
  5-6 crianças
  4-5 crianças
  3-4 crianças
  2-3 crianças
  1-2 criança(s)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2019):  93,4% (114º). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
Mapa com o índice de alfabetização
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2020): 80,7% (44°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
Mapa com o índice de urbanização entre os países
MOEDA: Peso Mexicano
RELIGIÃO: católicos (82,7%), protestantes (6,6%), Testemunhas de Jeová (1,4%), outras religiões (1,9%), sem religião (4,7%), não especificado (2,7%).
DIVISÃO: o México é dividido em 31 estados autônomos mais a Cidade do México, formando a União Federal. A área metropolitana da Cidade do México, e partes adjacentes do estado do México, é uma das áreas mais populosas do mundo. Cada estado tem sua própria Constituição, Congresso, e um Judiciário, e seus cidadãos são eleitos por votação direta para governador por um período de seis anos, e representantes para os respectivos congressos estaduais unicamerais por três anos. A Cidade do México é uma divisão política especial que pertence à federação como um todo e não a um estado particular, e, como tal, tem um governo local mais limitado do que os estados da nação.
Mapa da divisão política do México

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