A ampliação de mercados, o maior contato entre as nações e o aumento dos fluxos comerciais no âmbito internacional fizeram parte do desenvolvimento do capitalismo desde sua origem. Com a anexação de novos territórios, o capitalismo se fortaleceu, e como consequência, foi se tornando cada vez mais clara a diferenciação dos países, uma vez que eles assumiam papéis diversos na produção, circulação e consumo de mercadorias.
O capitalismo é um sistema político, econômico e social, baseado em vários princípios. Os principais deles, são:
- predomínio da propriedade privada dos meios de produção, onde as pessoas, individualmente ou reunidas em sociedade, são donas dos meios de produção;
- a transformação da força de trabalho em mercadoria, onde quem não é dono dos meios de produção é obrigado a trabalhar em troca de um salário;
- a acumulação de capital, onde o dono do capital objetiva produzir pelo menor custo e vender pelo maior preço possível. Quanto maior o lucro, melhor para a empresa. Para diminuir os custos, os donos dos meios de produção procuram pagar o mínimo possível pelas matérias-primas, salários e outras despesas;
- a definição dos preços é feita pelo mercado, com base na lei da oferta e da procura. Quando um produto tem muito no mercado, a tendência é o preço cair; já quando esse produto no mercado é escasso, a tendência é o preço subir. Com base nisso, existe a livre concorrência, em que àqueles que não oferecerem um produto de qualidade ou com um preço acima do oferecido pelo mercado, tende a perder competitividade e, assim, ficar excluído desse processo.
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Pôster da Industrial Workers of the World, de 1911, mostrando a pirâmide do sistema capitalista |
Com o término da Segunda Guerra Mundial, teve início o processo de independência das colônias europeias na África (Líbia, Sudão, Marrocos, Uganda, Somália, entre outras dezenas de países) e na Ásia (Índia, Paquistão, Filipinas, entre outros). A descolonização afro-asiática evidenciou o fracasso da "missão civilizadora" empreendida pelo colonizador europeu. Em 1951, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que, nos novos países, vivia 68% da população mundial, que controlava apenas 17% da renda global. Além disso, metade da população mundial se concentrava em países onde a renda anual por habitante era inferior a 100 dólares. Esses dados mostram as diferenças de desenvolvimento existentes entre os países do mundo. Com o processo de globalização, intensificado a partir dos anos 1980, essa desigualdade aumentou, onde os ricos ficaram mais ricos e os mais pobres.
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Nível de Desenvolvimento dos países, segundo a ONU e o FMI
Economias avançadas
Economias emergentes
Economias subdesenvolvidas
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PAÍSES COM MENOR DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
Geralmente, como herança do Período Colonial, muitos países que se encontram nessa situação apresentam atividades industriais e tecnológicas deficientes e defasadas, o que os torna, principalmente, fornecedores de matérias-primas e consumidores de produtos industrializados. As matérias-primas são exportadas, transformadas na indústria dos países ricos e recompradas por eles por preços muito mais elevados. A desvantagem econômica leva ao endividamento internacional, por meio de empréstimos tomados em bancos e outras instituições de crédito ligadas aos países ricos ou desenvolvidos.
Como devedores, costumam facilitar a instalação de empresas estrangeiras em seu território, de modo que a economia passa a ser cada vez mais controlada por empresas transnacionais. Apesar de beneficiar o país onde se instalam - gerando empregos e, às vezes, associando-se a empresas nacionais -, as transnacionais ficam com a maior parcela dos lucros.
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Algumas das principais empresas transnacionais |
Em muitos países menos desenvolvidos, a agricultura apresenta baixa produtividade, utiliza técnicas pouco eficientes ou inadequadas e ocupa muita mão de obra; o investimento em ciência e tecnologia é reduzido. Como os rendimentos da população são pequenos, o mercado consumidor é restrito; a infraestrutura das cidades é deficiente; há subnutrição, altas taxas de mortalidade infantil e analfabetismo; a expectativa de vida é baixa; há grande porcentagem de população rural e as famílias geralmente são bastante numerosas.
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A má distribuição de renda leva famílias a viverem em submoradias, como na imagem acima |
Há, porém, diferenças entre os países com menor desenvolvimento social e econômico. Alguns chegam a ter em determinadas regiões de seus territórios certas características de país desenvolvido, como agricultura intensiva e predomínio da população urbana sobre a rural. É o caso do Brasil, da Argentina e do México, chamados também de países emergentes, juntamente com a China, a Índia, o Chile e a África do Sul.
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Área de fronteira agrícola no Cerrado brasileiro |
PAÍSES COM MAIOR DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO
A evolução do capitalismo possibilitou o enriquecimento dos países da Europa Ocidental, da América Anglo-Saxônica, do Japão, da Austrália e da Nova Zelândia, que hoje apresentam uma economia mais desenvolvida. Além disso, as diferenças sociais não são muito significativas, pois a maioria da população usufrui de benefícios sociais como saúde, educação e moradia. A mortalidade infantil e o analfabetismo são insignificantes, e as pessoas em geral vivem mais de 75 anos de idade.
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Mapa do mundo que mostra os países por PIB (nominal) e PPC (Paridade do Poder de Compra) |
Em vários desses países, a agricultura é muito produtiva e possibilita a exportação de grande quantidade de alimentos, as atividades rurais ocupa pouca mão de obra e se utilizam de máquinas e técnicas modernas. Os investimentos em ciência e tecnologia são elevados, o que favorece a constituição de um parque industrial poderoso e diversificado, de onde saem produtos da indústria microeletrônica, satélites artificiais, armamentos sofisticados, tecnologias ambientais e biotecnologia.
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Vale do Silício, nos Estados Unidos - considerado o maior tecnopolo do mundo |
Nesses mercados fortes constituíram-se grandes corporações internacionais, que instalam suas filiais em países latino-americanos, africanos e asiáticos, dos quais obtêm lucros e alteram profundamente a estrutura econômica, social e espacial local. Os lucros são remetidos aos países de origem e boa parte é investida no aprimoramento tecnológico para melhorar ainda mais o desempenho produtivo.
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Düsseldorf - importante cidade industrial da Alemanha |
Nos países com maior desenvolvimento social e econômico, parte dos lucros é destinada a impostos, revertidos em benefícios sociais - transporte coletivo, hospitais, escolas, creches - e melhorias voltadas para a própria atividade econômica, como rodovias, usinas geradoras de eletricidade, sistemas de telecomunicações etc.
Apesar de a maioria de sua população ter boas condições de vida, eles também apresentam problemas econômicos e sociais, como elevadas taxas de desemprego e não raro altas dívidas externas em alguns países. Nos Estados Unidos, a desigualdade de oportunidades fez surgir um grupo de mais de 30 milhões de pessoas consideradas pobres.
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A cada ano aumenta o número de pobres nos Estados Unidos |
FONTE: Moreira Igor. Mundo da geografia: 8º ano / Igor Moreira; ilustrações Antônio Éder, Divo. Curitiba: Positivo, 2012.
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