segunda-feira, 17 de abril de 2023

O NEOPLATONISMO

  O neoplatonismo foi uma corrente de pensamento filosófico com várias doutrinas e pensamentos diferentes, mas com a centralidade de inspiração na filosofia platônica. Muito mais que uma corrente filosófica, o neoplatonismo também foi tido como uma seita místico-religiosa por perfazer, em vários grupos neoplatonistas, uma espécie de adoração divina com crenças populares.

  Entre os filósofos neoplatonistas mais influentes destacaram-se Porfírio e Plotino, e a sua importância pode ser medida, em especial, pelo alcance que eles tiveram em autores da chamada filosofia patrística, como Agostinho de Hipona e Santo Agostinho.

  Os neoplatonistas não se denominavam assim. Essa formulação é posterior e veio de historiadores e filósofos medievais que compararam a filosofia de Platão com as teorias dos neoplatonistas. O neoplatonismo surgiu na passagem do século II para o século III da era cristã e teria perdurado até o século VI.

  O radical "neo" associado à palavra "platonismo" indica um novo platonismo, ou seja, uma nova interpretação e leitura das ideias platônicas. No entanto, apesar da forte influência do filósofo idealista grego nas teorias neoplatonistas, esses pensadores não construíram apenas uma doutrina ou teoria que se limitasse a dar uma nova leitura de Platão. A inspiração platônica serviu de base para que os filósofos do período construíssem ideias completamente originais de um ponto de vista filosófico para a época.

Plotino, o homem de barba comprida e túnica vermelha de pé no fundo central, foi um importante filósofo neoplatonista

A formação do neoplatonismo

  Um fato decisivo para o destino da filosofia helenística foi a adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano. Esse foi o primeiro passo para que cristãos, judeus e muçulmanos revitalizassem a filosofia grega e tentassem incorporá-las às religiões que professavam.

  Nesse contexto, foi formada outra escola filosófica fundamental: a neoplatônica. O mais conhecido e influente filósofo dessa corrente foi o romano Plotino (c. 204-270 a.C.). Ele pretendia mostrar que o aristotelismo e o estoicismo eram compatíveis com a filosofia de Platão.

  De acordo com Plotino, qualquer coisa só existe por ser uma coisa: sou um animal porque sou um animal; o vaso é um vaso porque ele é um vaso. É a unidade que confere ser às coisas, uma vez que elas não seriam o que são se fossem múltiplas. A multiplicidade é responsável pelo não ser.

Busto de Plotino

  Essa teoria de Plotino não está, contudo, totalmente alinhada às ideias de Platão. Uma dessas ideias é a da criação do mundo por um demiurgo. De acordo com Platão, o demiurgo modelou o mundo com base em ideias exteriores a ele, ou seja, em algo separado dele. Isso seria impossível no pensamento de Plotino.

  Diante dessa contradição, Plotino adotou a teoria do filósofo judeu Fílon (c. 20 a.C.-50 d.C.) - nascido em Alexandria, no Egito - de que as ideias estavam contidas no intelecto do demiurgo para argumentar que esse criador foi o primeiro intelecto. Contudo, ele não podia afirmar que o intelecto é uma unidade, pois contém múltiplas ideias. Seria preciso haver um princípio anterior ao intelecto, que fosse unitário. Desse modo, o filósofo romano imaginou um princípio originário inefável (que não se pode descrever, pois está além da possibilidade de determinação pela linguagem), o Uno. De acordo com Plotino, o Uno está além de toda multiplicidade e, por isso, não pode ser descrito, pois qualquer descrição é múltipla.

  Segundo Plotino, o Uno é o princípio a partir do qual a realidade se constitui, em um processo denominado processão ou emanação. Nesse contexto, a unidade ou realidade perfeita do Uno "transborda", produzindo, por esse transbordamento, o intelecto, que, por sua vez, gera a alma do mundo, da qual deriva o mundo sensível e material, formado pelas almas individuais humanas e pela matéria. A ideia de alma do mundo, definida por Plotino, é semelhante à de providência como princípio da organização do mundo, de acordo com o estoicismo.

Plotino e seus discípulos

Ensinamentos

  O neoplatonismo é geralmente uma filosofia metafísica e epistemológica. Uma forma de idealismo monista, que combina elementos do monismo com panteísmo e politeísmo.

  Embora o fundador do neoplatonismo seja supostamente Amônio Sacas, a Enéadas de seu pupilo Plotino é o documento básico e clássico do neoplatonismo. Como uma forma de misticismo, contém partes teóricas e práticas: a primeira se refere a elevada origem da alma humana e mostrando como ele se afastou de seu primeiro estado; a segunda parte mostra o caminho pelo qual a alma pode novamente voltar ao eterno Ser Supremo. O sistema pode ser dividido entre o mundo invisível e o mundo fenomenal. O primeiro contém o transcendente, o Único, que emana uma eterna e perfeita essência (nous), que, por sua vez, produz a alma do mundo.

  Plotino optou pelo monismo, um só Deus é a suprema (e inconcebível) realidade e o princípio de todas as realidades. Tudo no mundo visível e no mundo invisível é emanação de Deus. Deus é a felicidade, mas esta seria inalcançável, pois o ser humano jamais chega a ter conhecimento completo de Deus. Para chegar até Deus, o Homem precisa de auxílio, que só de Deus pode vir, através do êxtase, a mais alta forma de conhecimento.

Filósofos Porfírio e Plotino discutem a Astrologia (manuscrito medieval)

O neoplatonismo e a religião cristã

  No Ocidente, o neoplatonismo influenciou o filósofo Aurélio Agostinho (354-430 d.C.), nascido em Tagaste, território que hoje faz parte da Argélia. Sua obra mais conhecida é Confissões, na qual ele narra sua formação e sua conversão ao cristianismo. Agostinho ajudou a elaborar a doutrina cristã, que estava se consolidando no Império Romano. Suas ideias influenciaram o pensamento europeu ocidental durante grande parte da Idade Média.

  Em contato com as reflexões platônicas, sobretudo por meio de Plotino, Agostinho retomou a dicotomia (divisão de um conceito em duas partes, que podem ser contrárias ou complementares) entre mundo sensível e mundo das ideias para elaborar a teoria da iluminação.

  Em seu pensamento, contudo, as ideias são entendidas como realidades divinas: o ser humano tem acesso às verdades eternas porque as recebe de Deus, que ilumina a razão. Assim, a mente humana, essencialmente imperfeita, é capaz de intuir as verdades eternas, o que prova, segundo ele, a existência de Deus.

  No pensamento de Agostinho, a fé e a razão formam uma aliança no processo de conhecimento: o que não está disponível ao olhar da razão pode ser acessado pela fé, que impulsiona a razão a buscar o que está oculto ao intelecto. Assim, segundo o filósofo, por meio da fé, que impulsiona a razão a buscar o que está oculto ao intelecto. Assim, segundo o filósofo, por meio da fé, o ser humano toma conhecimento daquilo que não perceberia pela razão.

  O neoplatonismo foi importante para as primeiras teorizações do cristianismo, mas as reflexões de Aristóteles foram gradativamente perigosas para a nascente religião, sendo abandonadas no Ocidente por um longo período da Idade Média. A retomada do aristotelismo na Europa foi feita por meio do contato com filósofos islâmicos, que se apropriaram das heranças helenística, judaica e cristão para desenvolver um pensamento original.

Santo Agostinho, pintura de Philippe de Champaigne, século XVII. Nessa obra, é representada uma luz na qual está escrita a palavra veritas ("verdade", em latim). Trata-se de uma representação da iluminação da razão pela verdade divina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Vários autores. Lexicon - dicionário teológico enciclopédico. São Paulo: Editora Loyola, 2003.

HEGENBERG, Leonidas. Filosofia moral, V. 1: Ética. Rio de Janeiro: Editora E-papers, 2010.

BEZERRA, Cícero Cunha. Neoplatonismo - Tradição e Comntemporaneidade - Nova Ortografia. São Paulo: Editora Hedra, 2013.

ULLMANN, Reinholdo Aloysio. Plotino: um estudo das Enéadas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.

quinta-feira, 13 de abril de 2023

SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE SENEGAL

   Senegal é um país localizado na África Ocidental. Faz fronteira com o Oceano Atlântico a oeste, com a Mauritânia ao norte e a leste, com Mali a leste, e com Guiné-Bissau e Guiné ao sul. Gâmbia forma quase um enclave no Senegal, penetrando mais de 300 quilômetros para o interior. As ilhas de Cabo Verde estão localizados cerca de 560 quilômetros da costa senegalesa. Há indícios de que o atual território do Senegal seja ocupado desde a Pré-História. Sua capital é Dakar.

Mapa do Senegal

História

  A história de Senegal se estende desde as origens primitivas até os dias atuais. Estudos pré-históricos comprovam que a ocupação humana do atual território de Senegal remonta há mais de 350 mil anos. O historiador árabe al-Bekri já se referia, no ano de 1608, ao Reino de Tekrou, situado no atual território de Senegal e cuja fundação data do início da era cristã. Após o estabelecimento de relações com o norte da África, no século X, a população do reino se converteu ao islamismo. A costa senegalesa foi um dos territórios da África Subsaariana colonizados pelos europeus. A ilha de Gorée, que fica em frente à Dakar, foi durante séculos um dos mais importantes centros de tráfico de escravos da África. Ali, se estabeleceram primeiro os portugueses, que haviam conquistado a ilha de Cabo Verde, em 1444, depois os holandeses, seguido pelos franceses, em 1638, que fundaram um entreposto comercial na foz do rio Senegal. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, os colonizadores europeus  exportaram escravos, goma arábica, ouro e marfim de Senegal. Uma feitoria francesa estabelecida na foz do rio transformou-se  na cidade de São Luís (Saint-Louis, em francês). Entre 1693 e 1814, França e Reino Unido alternaram no controle do litoral senegalês.

São Luís (Saint-Louis) - Senegal

  Depois de sofrer uma ocupação britânica, em 1816, São Luís e a ilha de Gorée, que haviam sido atribuídas à França pelo Tratado de Paris, de 1814, voltaram efetivamente ao domínio francês no ano seguinte. Durante o reinado de Napoleão III, os franceses adentraram no interior do território, sob o comando de Louis-Léon Faidherbe, que o ocupou efetivamente e o transformou em ponta-de-lança da colonização francesa na África Subsaariana.

  No final do século XIX, Senegal passou a integrar a África Ocidental Francesa, e parte dos habitantes obteve a cidadania francesa. Em 1946, a medida foi estendida para todos os senegaleses e o país tornou-se território ultramarino da França.

Kaolack - com uma população de 245.206 habitantes (estimativa 2023) é a quarta cidade mais populosa de Senegal

  Em 1958, Senegal tornou-se uma república e, no ano seguinte, se uniu ao Sudão Francês (atual Mali) para formar a Federação do Mali, que se tornou independente em junho de 1960. Em agosto desse mesmo ano, Senegal rompeu o vínculo com a federação e declarou-se independente, tendo como presidente Léopold Sédar Senghor.

  Político moderado e intelectual de grande prestígio, tido internacionalmente como um dos maiores poetas da África, Senghor governou o país até 1981, quando renunciou por causa da idade. Seu primeiro-ministro, Abdou Diouf, assumiu o governo. Nesse mesmo ano, um golpe de Estado em Gâmbia motivou a intervenção de tropas senegalesas e, em 1º de fevereiro de 1982, foi constituída a Confederação da Senegâmbia, acordo entre os dois países sobre questões militares, econômicas e de política exterior, sem prejuízo de suas próprias soberanias e respectivas instituições internas. Vitorioso nas eleições presidenciais de 1983, Diouf aumentou seu poder, abolindo o cargo de primeiro-ministro.

Léopold Sédar Senghor (1906-2001) - primeiro presidente de Senegal

  No final da década de 1980, manifestações separatistas de Casamansa, tumultuaram a situação do país. Diouf foi reeleito em 1988 e 1993, em meio a acusações de fraude, mas o resultado do pleito foi confirmado pela justiça. Desde 1982, o Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC), luta pela independência da região de Casamansa, ao sul de Gâmbia. Apesar de acordos de cessar-fogo em 2000 e 2001, os combates prosseguiram.

  Nas eleições presidenciais de 2000, Abdoulaye Wade, do Partido Democrático Senegalês (PDS), derrota Diouf e se elege presidente do país.

Em vermelho a região de Casamansa

  Em 2001, uma nova Constituição é aprovada. Em 2004, o governo chega a um acordo com os separatistas de Casamansa. Em 2005, a Espanha aceita receber imigrantes legais de Senegal, objetivando conter o fluxo migratório ilegal às Ilhas Canárias, arquipélago espanhol localizado na costa africana.

  Nas eleições presidenciais de 2007, Wade é reeleito com 55,9% dos votos. No mesmo ano, a coalizão  liderada pelo PDS conquista 131 das 150 cadeiras da Assembleia Nacional, sob boicote da oposição. Cheiki Hadjibou Soumaré torna-se primeiro-ministro. Em outubro de 2008, a Organização das Nações Unidas (ONU) destina 15 milhões de dólares para 36 mil produtores de amendoim.

  Nas eleições locais de 2009, o partido governista sofre uma grande derrota, levando o primeiro-ministro Soumaré a renunciar no mês de abril. No mês seguinte, Souleymane Ndéné Ndiaye assume o cargo. Em setembro, a violência em Casamansa recomeça, onde separatistas matam seis soldados e um civil, enquanto militares bombardeiam uma base rebelde, levando centenas de pessoas a fugirem da área de conflito.

M'bour - com uma população de 244.229 habitantes (estimativa 2023) é a quinta cidade mais populosa de Senegal

Geografia

  Senegal é um país africano localizado na África Ocidental e cuja capital é Dakar. Faz fronteira com a Mauritânia ao norte e nordeste, com Mali a leste, com Guiné e Guiné-Bissau ao sul e com Gâmbia a oeste e sudoeste. A distância do litoral de Senegal é de cerca de 500 quilômetros de extensão.

  O relevo de Senegal é predominantemente plano, formado por planícies, pequenos planaltos e algumas depressões. Colinas e morros mais elevados, que superam os 100 metros de altitude, são encontrados em sua maioria no sudeste do país. A altitude média dos terrenos senegaleses é de 69 metros, enquanto seu ponto mais elevado fica próximo a Nepen Diakha, na divisa com Guiné, no Maciço de Futa Jalom, e não possui um nome definido, com uma altitude de 648 metros acima do nível do mar.

Maciço de Futa Jalom, na divisa entre Senegal e Guiné

  O rio Senegal é o principal curso d'água do país e o segundo maior da África Ocidental depois do rio Níger. Possui uma extensão de 1.790 quilômetros. Nasce com o nome de Bafing, na Guiné, na planície de Fouta Jalom e corre para noroeste, penetrando no Mali. Depois de se unir ao rio Baoulé, recebe o nome de Senegal, e forma a fronteira entre Mauritânia e Senegal, em direção nordeste. Desemboca no oceano Atlântico, na cidade de Saint-Louis, formando um delta irregular com numerosos pântanos e ilhas. Só é navegável no seu baixo curso. Outros rios importantes em Senegal são: Falemé, Salum, Siné, Gâmbia e Casamansa.

  O rio Falemé delimita o Senegal e o Mali na maioria do caminho que percorre. Os rios Siné e Salum são rios temporários ou intermitentes. Os rios Gâmbia e Casamansa têm grande extensão e são navegáveis nas imediações de suas foz.

Rio Senegal, em Saint-Louis

  As temperaturas no país são dotadas de elevação. Há escassez de precipitação na quase totalidade do território. É registrada anualmente uma estação úmida e curta.

  Os climas de Senegal são o tropical e o semiárido, bastante influenciados pela localização da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e pelos ventos quentes e secos que sopram do nordeste, chamados de harmatão, e são provenientes do deserto do Saara. O verão é quente e úmido, com temperaturas variando entre 25ºC e 33ºC, enquanto o inverno é mais ameno, com temperaturas que giram em torno de 22ºC. A pluviosidade anual varia entre 250 mm e 500 mm. Porém, ao sul a pluviosidade pode chegar a atingir 1.500 mm. Durante a estação chuvosa, pode ocorrer tornados.

Rufisque - com uma população de 231.942 habitantes (estimativa 2023) é a sexta cidade mais populosa de Senegal

  A vegetação de Senegal varia conforme a ocorrência climática. No norte predominam as estepes, formadas por vegetação rasteira e arbustos, enquanto que do centro em direção ao sul a paisagem é composta por savanas. No sudoeste são encontradas florestas e mangues.

  A fauna de Senegal é composta por mamíferos de grande porte, como elefantes, antílopes, leões, girafas, panteras, hipopótamos, rinocerontes, búfalos, entre outros. Esses animais estão distribuídos principalmente no interior do país. Nos vales dos rios Gâmbia e Casamansa, há uma grande quantidade de espécies de macacos e répteis.

Rio Gâmbia atravessando o Parque Nacional Niokolo-Koba, em Senegal

Demografia

  Senegal possui uma grande variedade de grupos étnicos e, como na maioria dos países africanos, vários idiomas são amplamente falados. Os uolofes são o maior grupo étnico, com 43%, os fulas e os toucouleurs (também conhecidos como Halpulaar'en, literalmente falantes de pulaar) são o segundo maior grupo, com cerca de 24% da população, seguido pelos serers (14,7%), jolas (4%), mandingas (3%) e o restante é composto por outras pequenas comunidades. Habitam também o Senegal europeus (principalmente franceses), libaneses, mauritanos e marroquinos.

  Apesar de Senegal ser um Estado laico, a grande maioria dos senegaleses praticam o islamismo, há uma minoria de cristãos (principalmente católicos romanos) e outros credos. A maioria dos muçulmanos do Senegal seguem o islamismo sunita com influências sufistas. Há um pequeno número de adeptos do judaísmo e do budismo.

  O francês é a língua oficial do Senegal, mas só é utilizada de forma corrente por uma minoria de senegaleses educados nas escolas da era colonial de origem francesa.

Ziguinchour - com uma população de 215.394 habitantes (estimativa 2023) é a sétima cidade mais populosa de Senegal

Economia

  A economia de Senegal, apesar de ser considerada pequena e subdesenvolvida, apresentou índices consistentes de crescimento ao longo dos últimos anos. O setor primário domina a economia do país, com destaque para o cultivo de arroz, a produção de amendoim e a pesca. Em nível mundial, Senegal é um importante produtor de fosfato. A pesca se destaca nas exportações do país.

  O setor secundário senegalês é considerado bastante desenvolvido para os padrões africanos, com destaque para as indústrias de fertilizantes, materiais da construção civil, derivados de petróleo, entre outros. No setor terciário, se destaca o comércio e o setor de serviços, principalmente nas áreas urbanas do país.

Diourbel - com uma população de 140.283 habitantes (estimativa 2023) é a oitava cidade mais populosa de Senegal

  Em janeiro de 1994, Senegal adotou um profundo programa de reforma econômica com o apoio da comunidade de doadores internacionais. Esta reforma começou com uma desvalorização de 50% da moeda senegalesa, o Franco CFA, que era mantido a uma taxa de câmbio fixa em relação ao franco francês. Os controles de preços do governo e os subsídios foram desmantelados. Isso resultou em uma grande mudança, com o PIB real crescendo a médias superiores a 5% ao ano. A inflação anual foi reduzida para um dígito.

  Como Membro da União Econômica e Monetária do Oeste da África (WAEMU), o Senegal tem trabalhado pela integração econômica regional, com uma tarifa externa única e uma política externa mais estável.

Tambacunda - com uma população de 112.571 habitantes (estimativa 2023) é a nona cidade mais populosa de Senegal

Cultura

  A cultura de Senegal tem forte tradição oral., ou seja, as práticas culturais do país são repassadas para as novas gerações por meio de histórias contadas, músicas diversas e lendas tradicionais. A literatura é um importante aspecto da cultura senegalesa. O país possui grandes escritores de língua francesa.

  As danças e músicas de tribos locais, além da confecção de adereços e máscaras africanas, também são práticas tradicionais da cultura local. A culinária senegalesa envolve alimentos como arroz, amendoim e diversos pescados.

Louga - com uma população de 109.482 habitantes (estimativa 21023) é a décima cidade mais populosa de Senegal

  O esporte mais praticado no Senegal é o futebol. Em 2002, a seleção de Senegal, em sua primeira participação na Copa do Mundo FIFA, conseguiu chegar às quartas de finais. Em 2021, a seleção nacional conquistou pela primeira vez a Copa Africana de Nações (CAN) e, em 2022, conquistou também pela primeira vez o Campeonato das Nações Africanas (CHAN).

Seleção Masculina de Futebol do Senegal na final da Copa Africana de Nações, em 2021

ALGUNS DADOS SOBRE O SENEGAL

NOME: República do Senegal

INDEPENDÊNCIA: da França, em 04 de abril de 1960

CAPITAL: Dakar

Praia em Dakar, capital do Senegal

GENTÍLICO: senegalês, senegalesa

LÍNGUA OFICIAL: francês

GOVERNO: Republica Semipresidencialista Unitária

LOCALIZAÇÃO: África Ocidental

ÁREA: 196.722 km² (86º)

POPULAÇÃO (ONU - Estimativa para 2023): 17.567.728 habitantes (69°)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 89,30 hab./km² (85°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.

CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU - Estimativa 2023): 2,46% (32°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma  determinada população.

CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa para 2023):

Dakar: 2.776.710 habitantes

Dakar - capital e cidade mais populosa de Senegal

Touba: 790.378 habitantes

Touba - segunda cidade mais populosa de Senegal

Thiês: 333.417 habitantes

Thiês - terceira maior cidade de Senegal

PIB (FMI - 2022): US$ 27,542 bilhões (111º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).

PIB PER CAPITA (FMI 2022): US$ 1.567 (149°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população.

Mapa-múndi mostrando a renda per capita dos países em 2019

IDH (ONU - 2022): 0,511 (170°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).

Mapa-múndi representando as quatro categorias do Índice de Desenvolvimento Humano, baseado no relatório publicado em 15 de dezembro de 2020, com dados referentes a 2019

EXPECTATIVA DE VIDA (OMS - 2022): 69,96 anos (161º). Obs: a expectativa de vida refere-se ao número médio de anos para ser vivido por um grupo de pessoas nascidas no mesmo ano, se a mortalidade em cada idade se mantém constante no futuro, e é contada da maior para a menor.

Planisfério com a expectativa de vida dos países

TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2022): 32,1/mil (30º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é classificada do maior para o menor.

Mapa com a taxa de natalidade dos países

TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2022): 9,42/mil (80º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é classificada do maior para o menor.

TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2022): 48,45/mil (180°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é classificada do menor para o maior.

Mapa da taxa de mortalidade infantil no mundo

TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook 2022): 3,97 filhos/mulher (29º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é classificada do maior para o menor.

Mapa da taxa de fecundidade de acordo com o CIA World Factbook de 2020

TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2022): 51,9% (189º). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.

Mapa da taxa de alfabetização no mundo em 2020

TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2022): 48,1% (132°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.

Mapa da taxa de urbanização no mundo em 2020

MOEDA: Franco CFA

RELIGIÃO: o Senegal é um Estado laico, porém, a maioria da população (cerca de 97%) pratica o islamismo; 2,5% pratica o cristianismo, sendo a maioria o catolicismo romano, e o restante pratica outras religiões e/ou não possui uma religião definida.

Grande Mesquita de Ouakam, em Dakar - Senegal

DIVISÃO: o Senegal está dividido em 14 regiões, cada uma administrada por um Conselho Regional eleito pelo peso da população. O país é ainda subdividido por 45 departamentos, 113 bairros (nenhum dos quais têm função administrativa) e pelas Coletividades Locais, que elegem oficiais administrativos.

Mapa com as regiões administrativas de Senegal

FONTES:

Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Senegal. Acesso em: 05/04/20236.

GUITARRARA, Paloma. "Senegal"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/seneal.htm. Acesso em: 07 de abril de 2023.

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