sexta-feira, 31 de maio de 2013

A NOVA GUERRA DO GOLFO

  Na história recente do Iraque, houve dois conflitos armados relacionados à posse do petróleo e ao controle geopolítico da região: a Primeira Guerra do Golfo e a invasão do Iraque, também chamada de Segunda Guerra do Golfo.
  Após o fim da Guerra Irã-Iraque (1980-1989), o Iraque estava arrasado e bastante endividado. Boa parte de suas dívidas tinham como credor o Kuwait, país localizado ao sul do seu território.
  No início dos anos 1990, o Iraque pressionava a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para diminuir a produção petrolífera e aumentar o preço desse produto como forma de adquirir mais recursos para sua reconstrução, fato este atendido pela organização. Mas o Kuwait aumentou sua produção, não seguindo as cotas da OPEP, e ainda resolveu retirar petróleo dos campos iraquianos. Além disso, o Kuwait tinha uma infraestrutura portuária muito melhor que a iraquiana, que tivera grande parte dela destruída na guerra dos anos 1980.

  Assim, com o intuito de aumentar seu poder regional e obter uma saída para o Golfo Pérsico, o presidente iraquiano, Saddam Hussein, invadiu o Kuwait e anexou-o ao seu território.
Saddam Hussein (1937-2006) - ex-presidente iraquiano
  A resposta dos países árabes e dos Estados Unidos foi rápida, exigindo sanções da ONU, entre elas um embargo comercial e a autorização para o envio de tropas. No início de 1991, forças militares norte-americanas e aliadas invadiram o Kuwait para retaliar dali as tropas iraquianas. A invasão por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos foi conhecida como Operação Tempestade no Deserto e pôs fim à ocupação do Iraque no Kuwait. Vários países da região abrigaram tropas estadunidenses em seu território, principalmente o Kuwait, que permaneceu controlado pelos Estados Unidos por um bom tempo.
Operação Tempestade no Deserto
  Em 1991, ao fim da primeira Guerra do Golfo, a economia iraquiana estava arrasada e o país, submetido a forte bloqueio econômico. A ONU criou o programa "Petróleo por alimentos" em 1996. Essa iniciativa visava permitir que o Iraque vendesse petróleo para o mercado mundial em troca de alimentos, medicamentos e outras necessidades básicas. A intenção declarada era garantir as necessidades dos cidadãos iraquianos comuns, prejudicados pelo bloqueio econômico, mas não permitir que o país reestruturasse suas forças militares.
Caças norte-americanos e artilharia antiaérea iraquiana combatem na madrugada de 18 de janeiro de 1991 em Bagdá, capital do Iraque
  As primeiras entregas chegaram em março de 1998. O programa usava um sistema de depósito pelo qual o dinheiro da venda do petróleo do Iraque era pago pelo comprador em uma conta  não acessível pelo governo iraquiano. Desse dinheiro, uma parte servia para pagar indenizações por danos causados ao Kuwait, e outra parte era para ajudar no pagamento dos gastos das forças vitoriosas e outros gastos das Nações Unidas com o Iraque. O dinheiro restante - se houvesse - permanecia na conta.
  A intenção dos Estados Unidos e de seus aliados era enfraquecer o ditador Saddam Hussein, mas quem sofria era a população iraquiana. Ao final da primeira Guerra do Golfo, o país foi dividido com a criação de Zonas de Exclusão aérea no norte e no sul. Segundo os Estados Unidos e seus aliados - França e Reino Unido, principalmente -, elas visavam proteger as minorias iraquianas que eram contra Saddam Hussein, como os curdos, no norte, e os xiitas, no sul.
Mapa da divisão do Iraque entre os Estados Unidos e seus aliados
  Logo após a primeira Guerra do Golfo, os Estados Unidos iniciaram uma campanha internacional que acusava Saddam Hussein, ditador iraquiano, de possuir armas químicas e nucleares de destruição em massa, que colocavam em risco a segurança mundial.
  A pressão cresceu após o ataque às Torres Gêmeas (World Trade Center), e Saddam Hussein foi acusado pelos Estados Unidos de ajudar os terroristas. Finalmente, vendo que eram inúteis seus esforços para convencer a ONU a invadir o Iraque, os Estados Unidos, com 30 países aliados (Itália, Reino Unido, Espanha, Austrália e outros 26, com poucos soldados), iniciaram o ataque em março de 2003. Em poucas semanas as tropas iraquianas foram derrotadas, e o país foi ocupado pelas forças estrangeiras.
Blindados norte-americanos em Bagdá, em 2003
  Diferentemente da primeira Guerra do Golfo, esse conflito não teve apoio da ONU, o que acarretou muitas críticas. A principal acusa os Estados Unidos de usarem argumentos falsos (não foram encontradas armas de destruição em massa) para invadir um país riquíssimo em petróleo, pois sua economia é muito dependente desse recurso.
FONTE: Tamdjian, James Onnig. Estudos de geografia: o espaço do mundo II, 9º ano / James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. - São Paulo: FTD, 2012.

Um comentário:

Anônimo disse...

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