sexta-feira, 30 de novembro de 2012

TRABALHO: TRANSFORMAÇÕES E DESEMPREGO

  A partir da Revolução Industrial, ocorreu uma maior diferenciação entre as categorias profissionais: operários, comerciantes, pequenos artesãos, camponeses, maquinistas, bancários e muitos outros que compunham o diversificado perfil dos trabalhadores que inicialmente movimentaram a sociedade industrial. Isso se deveu às mudanças nos modos de produção, com a introdução de fábricas e do maquinário no meio urbano, o que alterou também a relação desses profissionais com suas atividades originais. Naquele período (séculos XVIII e XIX), as profissões ligadas aos serviços tiveram um grande crescimento, embora inferior àquelas ligadas diretamente à indústria.
Revolução Industrial - modificou o modo de trabalho e de relações entre as pessoas
  Atualmente, existem milhares de atividades profissionais com os mais diversos graus de especialização e qualificação. Assim como novas profissões surgiram, outras desapareceram ou estão desaparecendo, como soldador em indústria automobilística, telefonista, torneiro mecânico, entre outros.
Torneiro mecânico - uma das profissões que estão desaparecendo
  As novas tecnologias, substituíram por máquinas, computadores e robôs não só trabalhadores, mas também várias categorias profissionais, contribuindo para aumentar o desemprego. No entanto, é importante lembrar que o desemprego em larga escala, associado a determinados processos de mudança na atividade produtiva ou a crises econômicas, não é um fenômeno exclusivo do mundo globalizado. Já ocorreu em outros momentos da história, como por exemplo, na Europa do século XIX, com a Segunda Revolução Industrial, e no mundo todo, com a crise de 1929.
Crise de 1929 - afetou economicamente o modelo de produção capitalista
  Há circunstâncias em que ocorre o desemprego conjuntural, ou seja, temporário. Ele é provocado por crises econômicas, motivadas por fatores internos ou externos, que atingem mais acentuadamente alguns setores econômicos, havendo a possibilidade de os trabalhadores migrarem para outras atividades, no mercado formal ou informal.
  Na fase atual, verifica-se em vários países o desemprego estrutural, também denominado tecnológico. Ele ocorre porque as inovações tecnológicas se processam muito rapidamente, com novas técnicas e equipamentos inseridos nos processos de produção, realização de serviços e venda de mercadorias. A falta de planejamento ou intervenção do Estado (infraestruturas e novas legislações trabalhistas, como, por exemplo, a diminuição da jornada) acentua a diminuição dos postos de trabalho. Além disso, a concorrência tornou-se mundial, motivando maiores cortes de custos por parte das empresas. Esse tipo de desemprego agrava-se pelo fato de ser ao mesmo tempo quantitativo, pois há uma redução numérica dos postos de trabalho, e qualitativo, pois exclui sobretudo a mão de obra menos qualificada.
Desemprego estrutural - motivado pelo avanço da tecnologia
  A supressão de algumas funções em virtude da informatização e do avanço nas telecomunicações ocorre em todos os setores da economia, inclusive nos serviços e comércio. As consultas de saldos e transferências de valores bancários, por exemplo, podem ser realizadas por telefone ou por um computador pessoal, via internet ou, ainda, num caixa eletrônico/terminal de atendimento. No e-commerce (comércio eletrônico), apresentam-se, na tela do monitor do computador, inúmeros produtos, com detalhes do funcionamento e modo de usar, além da possibilidade de realizar financiamentos e transações comerciais apenas com o fornecimento do cartão de crédito.
Comércio eletrônico - possibilita o consumidor fazer suas compras sem precisar se deslocar ao estabelecimento comercial
  A própria Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconhece que, desde a sua criação, nunca o desemprego no mundo chegou a índices tão elevados, atingindo, embora em proporções diferentes, tanto os países subdesenvolvidos quanto os desenvolvidos. Na atual fase do capitalismo mundial, as novas tecnologias, de modo geral, promoveram um crescimento econômico desigual e ampliaram a desigualdade entre os países.
Gráfico do desemprego entre os jovens do mundo
  De outro lado, há algumas exceções: a China, por exemplo, tem apresentado grande ritmo de crescimento econômico com a aplicação de novas tecnologias na produção. Já no Japão, que tinha apresentado crescimento nas décadas anteriores, tem sofrido redução em sua expansão econômica diante da concorrência com outros mercados e especialmente em função da crise financeira que abalou o mundo no fim de 2008.
Gráfico do crescimento econômico entre os países
  Estudos da ONU e da OIT, neste início de século, propõe uma série de medidas para melhorar a situação internacional:
  • O comércio mundial deve reduzir as barreiras que impedem o acesso de produtos competitivos oriundos de países em desenvolvimento.
  • Os Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) precisam de nova regulamentação, para se destinar ao setor produtivo.
  • O sistema financeiro internacional deveria prestar um apoio mais decisivo ao crescimento global sustentado.
  • A adoção de incentivos à mão de obra, em vez de estímulos ao capital.
  • Políticas nacionais de estímulo à melhoria da qualificação profissional e de aumento no ritmo de crescimento econômico.
FONTE: Lucci, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado: geografia: ensino médio, volume 3 / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro Branco, Cláudio Mendonça. - 1. ed. - São Paulo: Saraiva, 2010.

2 comentários:

vitoria disse...

gostei muito do blog, matéria muito bem explicada

Marciano Dantas de Medeiros disse...

Obrigado

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