sexta-feira, 9 de novembro de 2012

MANEJO SUSTENTÁVEL E OCUPAÇÃO DO SOLO

  Para garantir o intercâmbio genético e reforçar o sistema de UCs (Unidades de Conservação), o Ibama pretende instalar corredores ecológicos, no interior dos quais seriam tomadas medidas tanto de preservação da fauna e da flora quanto de manejo sustentável dos ecossistemas. Sete desses corredores já estão em fase de implantação: cinco na Amazônia e dois na Mata Atlântica.
  A realidade das UCs brasileiras é bem precária. De acordo com o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), todas as Unidades de Proteção Integral devem estar instaladas em áreas de domínio público, e muitas delas não admitem sequer visitantes, menos ainda moradores. No caso de terras particulares, a lei prevê que os proprietários sejam indenizados e removidos. Na realidade, porém, poucas entre as Unidades de Conservação foram originalmente criadas em áreas de propriedade do Estado. A maioria delas se estendem sobre verdadeiros mosaicos patrimoniais, mesclando terras públicas, particulares e de posse. A regularização fundiária dessas áreas demandaria um enorme volume de recursos por parte do poder público.
  A questão não é só fundiária, mas também social. Em sua maioria, as UCs são habitadas. Além dos fazendeiros e turistas, existem centenas de comunidades indígenas que vivem nessas áreas muito antes de elas se tornarem UCs, ainda que frequentemente não possuam o título legal da terra. Alguns grupos ambientalistas defendem que a preservação desses ambientes implica a retirada de todos os seus habitantes. Outros, porém, alegam que simplesmente não faz sentido expulsar comunidades inteiras dos lugares onde moram e de onde extraem o seu sustento. Pelo menos por enquanto, a lei está a favor dos primeiros.
  Os parques nacionais estadunidenses, nos quais os legisladores brasileiros se inspiraram,  cumprem efetivamente uma função importante como alternativa de lazer para as populações urbanas. A maior parte dos parques brasileiros, porém, está fechada para visitantes devido à precariedade das instalações implantadas. Mesmo aqueles que funcionam  apresentam problemas crônicos de falta de estrutura, como trilhas mal sinalizadas e ausência de monitores adequadamente treinados.
FONTE: Terra, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil / Lygia Terra, Regina Araújo, Raul Borges Guimarães. 1 -- ed. São Paulo: Moderna, 2010.

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