quinta-feira, 8 de novembro de 2012

PAÍSES ÁRABES DO ORIENTE MÉDIO

  Líbano, Síria, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita, Omã, Iêmen, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Catar, Kuwait, Irã, Palestina (no Oriente Médio), mais Egito, Djibouti, Somália, Sudão, Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos e Mauritânia (África), são considerados países árabes. Esses países possuem tradições comuns, principalmente a religião. A principal diferença entre eles é que alguns exportam petróleo e outros não. Os grandes exportadores de petróleo em geral possuem uma renda per capita muito alta. Já os países árabes cuja economia é baseada na agropecuária possuem renda per capita baixa.
Mapa do Mundo Árabe
  No Oriente Médio destacam-se pela produção e exportação de petróleo os seguintes países: Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Iraque, Omã, Catar, Bahrein, Síria, Emirados Árabes Unidos e Iêmen. Os demais países - Líbano e Jordânia - não exportam petróleo. Possuem uma economia pobre, baseada na agropecuária, destacando-se o cultivo de trigo, legumes, frutas cítricas, algodão, sorgo, gergelim e a criação de gado ovino.
Economia do Oriente Médio
  O regime político dos países árabes é muito variado. Aí encontramos:
  • monarquias absolutistas semifeudais - Arábia Saudita, Omã, Bahrein e Catar;
  • monarquias constitucionais - Kuwait e Jordânia;
  • repúblicas presidencialistas - Síria, Líbano, Iêmen e Iraque;
  • regimes políticos originais - Irã, um país teocrático; Emirados Árabes Unidos, uma federação de emirados.
  Contudo, essas diferenças entre os regimes políticos são apenas formais. Na realidade, em praticamente todos esses países a regra geral é a concentração do poder nas mãos de duas ou três famílias. Geralmente o sogro ou o irmão do presidente ou do emir é o ministro do Exército; o cunhado, o ministro da Economia; um primo cuida do Banco Central ou da política secreta; e assim por diante. Ou seja, apesar das diferenças formais (emirados, monarquias, repúblicas), o poder político está sempre monopolizado por uma minoria da população, que dispõe também da maior parte das propriedades e da renda.
Rei Abdullah bin Abdul Aziz al-Saud da Arábia Saudita
LÍBANO: A DIFÍCIL RECONQUISTA DA SOBERANIA
  O Líbano já foi um dos países mais prósperos da região - possui solos férteis e excelente posição geográfica para o comércio mundial -, mas hoje é um dos mais pobres e enfrenta enormes problemas internos. O país apresenta uma grande diversidade cultural e religiosa. Os muçulmanos - divididos em sunitas e xiitas - abrangem cerca de 60% da população. No entanto, é grande a presença de católicos, cristãos ortodoxos, armênios, protestantes, entre outros.
Beirute - capital do Líbano
  As lutas entre essas comunidades, agravadas ainda mais pela presença de refugiados palestinos, têm sido frequentes e violentas, e quase constituem um reflexo das lutas entre Israel e os vizinhos. Em 1975, iniciou-se uma verdadeira guerra civil no país, principalmente entre cristãos - apoiados por Israel - e muçulmanos - apoiados pelos árabes. Além disso, o sul do país foi frequentemente bombardeado por forças israelenses, que respondiam aos ataques dos palestinos, instalados nessa parte do Líbano. Essa terrível guerra civil, que conheceu alguns períodos de trégua, terminou em 1991. Mas com frequência Israel invade e/ou bombardeia o sul do Líbano, com o pretexto de revidar as ações terroristas do Hezbollah, grupo xiita radical apoiado pelo Irã e que possui milícias no sul do Líbano.
Miliciano cristão lutando contra os palestinos na guerra civil libanesa próximo ao Porto de Beirute em 1976
  Se a paz se confirmar internamente no Líbano; se a paz entre Israel e a Autoridade Palestina se consolidar na região; se Israel parar de bombardear esse território, o Líbano poderá, enfim, começar a se reconstruir  como um Estado soberano. E, por conseguinte, recuperar o antigo prestígio de centro turístico e financeiro do Oriente Médio.
IRÃ: EM BUSCA DE REFORMAS POLÍTICAS
  O Irã, com uma área de 1.628.750 km² e uma população de 78.785.548 habitantes, tem a maior população e o segundo maior território do Oriente Médio (perdendo apenas para a Arábia Saudita, que possui 2.149.690 km²). A revolução islâmica de 1979 instalou um regime político profundamente religioso e antiliberal.
  Com base no Alcorão, o governo baixou, entre outros, os seguintes atos:
  • Proibiu a música e a dança ocidentais;
  • Proibiu homens e mulheres de frequentarem juntos praias ou piscinas;
  • Determinou que, nas universidades, as mulheres devem sentar-se atrás dos homens durante as aulas, e nunca olhar diretamente nos olhos do professor nem dirigir-lhe a palavra.
Mulheres usam véu em Teerã, capital do Irã, onde ainda prevalece um regime islâmico fundamentalista que restringe a liberdade da mulher
  Esses atos e muitos outros, fundamentados no islamismo mais radical - o xiismo -, são estranhos para os ocidentais, embora não sejam para esse povo que há séculos convive com eles.
  A partir da revolução islâmica, esse Estado contestou radicalmente a hegemonia dos Estados Unidos, a quem qualificou como o "grande Satã" e com o qual suas relações permanecem tensas até hoje.
  O Irã ainda não se refez das consequências provocadas pela longa guerra contra o Iraque, que se estendeu de 1980 a 1988 e só terminou pelo esgotamento da capacidade de continuação dos combates, por parte do Irã. Na verdade, encerraram-se os combates, mas os dois Estados ainda não assinaram um tratado de paz. A economia, arruinada pela destruição de inúmeras instalações industriais (especialmente petroquímicas), ainda não se recuperou, apesar da renda obtida com a exportação de petróleo. O país depende da importação de bens de consumo, de produtos industrializados e também de alimentos.
Guerra Irã X Iraque - deixou um grande número de mortos e os dois países arrasados
  O precário desempenho da economia é uma das fontes da insatisfação do povo iraniano, que reivindica melhores condições de vida. Talvez isso tenha contribuído para o retorno de políticos da linha radical ao governo nas eleições de 2005.
GUERRA DO GOLFO
  Após a guerra contra o Irã, o Iraque encontrava-se em precárias condições econômicas. Para tentar conseguir recursos financeiros, o governo do Iraque, em 1989 e 1990, procurou empréstimos nos países vizinhos e acordos com os demais países exportadores de petróleo para elevar os preços desse combustível. Como não conseguiu nenhum desses objetivos - os países árabes vizinhos já lhe haviam emprestado grandes somas durante a guerra contra o Irã -, o Iraque invadiu o Kuwait, em agosto de 1990, procurando anexá-lo ao seu território.O Kuwait é um país pequeno e vizinho do Iraque, com grandes reservas de petróleo e com saída para o mar, algo que os iraquianos sempre almejaram.
Caças norte-americanos e artilharia antiaérea iraquiana se enfrentam em 18 de janeiro de 1990 na cidade de Bagdá, capital do Iraque
  Mas a reação a essa invasão, em especial dos Estados Unidos, pegou o Iraque de surpresa. A ONU decretou um boicote comercial: nenhum país comprava nem vendia nada a ele. Além disso, foi dado ao governo iraquiano um prazo, até o início de 1991, para a retirada de suas tropas do Kuwait sob pena de as tropas das forças aliadas - lideradas pelos Estados Unidos e com a participação do Reino Unido, Itália, França, Egito e Arábia Saudita - iniciarem uma guerra contra o Iraque pela libertação do Kuwait. A antiga União Soviética, que até o fim dos anos 1980 sempre ajudou os países adversários dos Estados Unidos, nada fez pelo Iraque.
Aviões F-15 e F-16 dos Estados Unidos sobrevoam poços de petróleo incendiados pelo governo iraquiano em 1991
  Após intensos bombardeios, as tropas iraquianas foram desalojadas do Kuwait em março de 1991 e o saldo dessa breve mas intensa guerra foi catastrófico para esses dois países árabes:
  • cidades e instalações industriais, principalmente petroquímicas, em ruínas;
  • derramamento de petróleo no mar, o que causou grande poluição;
  • poços de petróleo em chamas, o que provocou enorme concentração de gases venenosos na atmosfera e nas poucas fontes de água potável.
Poços de petróleo em chamas no deserto iraquiano em 1991
GUERRA DO IRAQUE
  Em 2003, a ameaça norte-americana de invadir o Iraque mobilizou centenas de milhares de manifestantes em todo o mundo. Essas manifestações foram convocadas, basicamente, pela internet e se singularizaram pelo fato de que, rompendo as esferas de mobilização social, acompanharam os avanços da conjuntura internacional.
 Apesar da rejeição por parte da opinião pública internacional e da ausência de aval do Conselho de Segurança da ONU, em 19 de março de 2003, os Estados Unidos invadiram o Iraque, como um desdobramento do combate ao "Eixo do Mal" (países que representam uma ameaça aos seus interesses, ou pretendem desenvolver um arsenal atômico fora do controle de inspeções feitas por órgãos da ONU, ou, ainda, fomentam o terrorismo). Paralelamente, os governos da França e da Alemanha protestaram veemente contra essa intervenção militar.
Prédio do governo iraquiano em chamas após ser bombardeado pelas tropas norte-americanas em 21/03/2003
  A uma ocupação, aparentemente fácil, do território iraquiano, seguiu-se um período de grande instabilidade política: os árabes xiitas, que constituem 60% da população, após a queda do ditador Saddam Hussein, coordenaram uma série de atentados contra os cerca de 150 mil soldados estadunidenses e seus tradicionais aliados britânicos que se encontravam no país. Em um desses atentados, o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Melo, representante da ONU no esforço de reconstrução do país, perdeu a vida, juntamente com outros funcionários dessa instituição.
Sérgio Vieira de Melo - diplomata brasileiro que foi morto após um atentado terrorista no Iraque em 19 de agosto de 2003
  Em dezembro de 2006, Saddam Hussein, que havia sido capturado pelos soldados norte-americanos após inúmeras tentativas, foi julgado e condenado à morte por enforcamento. À revelia das inúmeras manifestações contrárias, tanto nos Estados Unidos, quanto no exterior, a guerra no Iraque prossegue com um saldo de mais de 40 mil mortos nos anos de ocupação norte-americana.
Saddam Hussein se preparando para ser enforcado em 30 de dezembro de 2006
FONTE: Vesentini, José William. Geografia crítica / José William Vesentini, Vânia Vlach. -- 4. ed. -- São Paulo: Ática, 2009.

6 comentários:

Evandro Begati disse...

Ótimo material, parabéns.

Marciano Dantas de Medeiros disse...

Obrigado Evandro.

Unknown disse...

Gostei! Informações objetivas e em uma linguagem acessivel ao pùblico. Parabéns.

osni disse...

Um belo relato da História da humanidade excelente material.
os fatos, sim são lastima para a raça humana!

osni disse...

Pois é os fatos são uma lastima, uma vergonha para a raça humana, parabéns pelo material.

Marilda Oliveira disse...

Grata,

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