terça-feira, 26 de julho de 2011

SAIBA UM POUCO SOBRE A COREIA DO SUL E A COREIA DO NORTE

  A Coreia do Sul e a Coreia do Norte dividem a extensa península de Han, no extremo leste da Ásia.
  A história da Coreia é marcada por longas dinastias, que governaram o país durante séculos. No fim do século XIX e início do século XX o país foi invadido pelo Japão, que dominou violentamente toda a península, buscando recursos naturais e a expansão do seu poder econômico.
  Derrotados na Segunda Guerra Mundial, os japoneses abandonaram a Coreia. Mas com o acirramento das tensões da Guerra Fria, a Coreia passou por uma divisão interna. Os socialistas tomaram o poder no norte, apoiados pela União Soviética e pela China, e tentaram impor seu regime ao sul, apoiado pelos Estados Unidos.
Soldados da Coreia do Sul em marcha rumo ao combate durante a Guerra do Coreia
  Em julho de 1950, tropas norte-coreanas ultrapassaram o paralelo 38, que separava a área de influência soviética da área de influência americana desde o final da Segunda Guerra Mundial, dando início à Guerra da Coreia. Temendo perder toda a região, em 1953 os Estados Unidos aceitaram um acordo para dividir a Coreia. Surgiram dois estados: a República Popular Democrática da Coreia, mais conhecida como Coreia do Norte, socialista; e a República da Coreia, também chamada de Coreia do Sul, capitalista.
Mapa da Guerra da Coreia
  A Coreia do Norte manteve a aliança com chineses e russos. Assim, pôde contar com recursos desses aliados e, em parte, aplicá-los em saúde e educação. No início da década de 1970, o analfabetismo estava erradicado e o sistema de saúde estatal atendia a toda a população.
  Nas últimas décadas, porém, o desenvolvimento de uma política militarista e armamentista, inclusive de um programa nuclear, consumiu os recursos financeiros do país, levando à redução da produção agrícola e ao empobrecimento da população. Para agravar ainda mais a situação, a ajuda soviética acabou em meados da década de 1980 e a China passou a buscar novos parceiros comerciais, isolando ainda mais o país.
Desfile militar na Coreia do Norte
  A Coreia do Sul é muito diferente da Coreia do Norte. Como se manteve aliada aos Estados Unidos, recebeu ajuda financeira e técnica. A ajuda financeira norte-americana foi generosa e incessante - superou toda a ajuda à África Subsaariana e chegou a metade da assistência a toda a América Latina no mesmo período. Isso demonstra como era importante para os Estados Unidos manter um país aliado capitalista naquela região.
  Contando com dinheiro e tecnologia industrial dos Estados Unidos, a Coreia do Sul expandiu sua economia, parcialmente destruída durante os conflitos. Suas antigas indústrias foram reconstruídas e muitas outras surgiram, diversificando a produção de mercadorias.
Porto de Seul
  As grandes transnacionais sul-coreanas, compostas de capitais estatais e privados nacionais, são denominados de chaebols e fabricam bens de consumo, como automóveis e os mais variados produtos eletroeletrônicos. São exemplo dessas empresas a Hyundai, Kia Motors, Samsung, Daewoo, Lucky Gold Star (LG).
Hyundai - exemplo de chaebol
  Nessa fase de reorganização do país, os líderes sul-coreanos investiram em educação, primeiro alfabetizando e depois oferecendo ensino básico a toda a população. Desse modo, nas décadas de 1950 e 1960 toda a população coreana teve acesso ao ensino e passou a ter qualificação necessária para trabalhar nas fábricas, que começavam a se expandir.
  Na década de 1970, quando o ensino primário já havia se estendido a toda a população, o governo coreano investiu no nível educacional secundário, profissionalizando toda a mão de obra do país. Essa fase coincidiu com a chegada de grandes investimentos japoneses e com a geração de inúmeros empregos.
  Essas políticas educacionais de grande impacto promoveram, pouco a pouco, uma profunda transformação do espaço geográfico sul-coreano.
Seul - símbolo do desenvolvimento do país
  Mas grande parte desses avanços ocorreu durante a fase em que o país era controlado por governos autoritários, frequentes até 1987. A partir daquele ano a população promoveu manifestações até conseguir que começasse a democratização da Coreia do Sul. Na década de 1990 os governantes sul-coreanos aprofundaram as mudanças na economia e passaram a atrair mais e mais transnacionais - notadamente norte-americanas e japonesas -, oferecendo menores impostos.
  A Coreia do Sul transformou-se em uma plataforma de exportação. E para poder exportar tamanha quantidade de mercadorias desenvolveu uma moderna indústria naval, responsável atualmente por 45% do mercado mundial de embarcações.
Indústria naval - a Coreia do Sul é um dos líderes desse ramo
  Entre 1980 e 1993, o PIB sul-coreano cresceu em média 9,1% ao ano, uma das taxas mais altas do mundo.
  Desde a década de 1980, o governo e as empresas sul-coreanas têm realizado pesados investimentos em pesquisas. Os conhecimentos adquiridos com esses estudos são aplicados na melhoria dos produtos e na produção de novas e lucrativas mercadorias.
LG - empresa sul-coreana que investe pesado em tecnologia
  Na atual fase da Coreia do Sul, governantes e empresários têm incentivado bastante o ensino universitário. Entre as áreas do conhecimento que mais evoluíram, destacam-se os cursos de engenharia  e de ciências em geral: os investimentos em laboratórios cresceram dez vezes em menos de vinte anos. Em consequência, cresceu muito o número de cientistas sul-coreanos com trabalhos editados.
  Uma vez exportada, a tecnologia sul-coreana garante ao país grandes saldos comerciais. Parte desses recursos é reinvestida na educação, o que proporciona mais qualificação profissional, maior renda e melhor qualidade de vida para grande parte dos habitantes da Coreia do Sul.
O governo sul-coreano investe pesado em educação
  A Coreia do Norte tem uma economia industrializada, autárquica e altamente centralizada. Dos cinco países comunistas restantes no mundo, a Coreia do Norte é um dos apenas dois (junto com Cuba), com uma economia inteiramente planejada pelo governo, e própria do Estado.
  A política de isolação da Coreia do Norte faz com que o comércio internacional seja muito restrito, dificultando um potencial significativo do crescimento da economia.
Mulheres trabalham em fábrica de calçados na Coreia do Norte
  A economia da Coreia do Norte é completamente nacionalizada, o que significa que alimentos, habitação, saúde e educação são oferecidos pelo Estado gratuitamente. A cobrança de impostos foi abolida desde 1° de abril de 1974. A fim de aumentar a produtividade da agricultura e da indústria, desde 1960, o governo norte-coreano introduziu inúmeros sistemas de gestão tais como o sistema de trabalho Taean.
  O governo norte-coreano investe pesado no setor militar, e usa a técnica de enriquecimento de urânio, inclusive o país possui armas nucleares.
Teste de míssel pelo exército da Coreia do Norte
ALGUNS DADOS SOBRE OS DOIS PAÍSES
COREIA DO SUL
NOME OFICIAL: República da Coreia
INDEPENDÊNCIA: do Japão
Declarada: 1º de março de 1919
Governo provisório: 13 de abril de 1919
Liberação: 15 de agosto de 1945
Constituição: 17 de julho de 1948
LOCALIZAÇÃO: Ásia Oriental (sul da península da Coreia)
CAPITAL: Seul
Centro financeiro de Seul
ÁREA: 99.678 km² (107°)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 48.754.657 habitantes (25º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 487,54 hab./km² (12°)
CIDADES MAIS POPULOSAS:
Seul: 10.464.051 habitantes (2009)
Seul - capital e maior cidade da Coreia do Sul
Busan: 3.574.340 habitantes (2009)
Busan - segunda maior cidade da Coreia do Sul
Incheon: 2.710.579 habitantes (2009)
Incheon - terceira maior cidade da Coreia do Sul
LÍNGUA: coreano
IDH (ONU - 2010): 0,877 (12°)
PIB (FMI - 2010): U$ 1,007 trilhão (15°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 78,6 anos (34º)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 4,1 / mil (10°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 81% (33°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99% (19°)
MOEDA: Won
RELIGIÃO: sem religião (48,9%), budistas (23,3%), protestantes (19,8%), católicos (6,7%), outras religiões (0,9%), confucionismo (0,4%)
DIVISÃO: a Coreia do Sul é subdividida em nove províncias, seis cidades metropolitanas e uma cidade especial que é Seul (capital).
Cidade especial
1. Seul
Cidades metropolitanas
2. Busan 3. Daegu 4. Incheon 5. Gwangju 6. Daejeon 7. Ulsan
Provícias
8. Gyeonggi 9. Gangwon 10. Chungcheong do Norte 11. Chungcheong do Sul 12. Jeolla do Norte 13. Jeolla do Sul 14. Gyeongsang do Norte 15. Gyeongsang do Sul
Provícia autônoma especial
16. Jeju
COREIA DO NORTE
NOME OFICIAL: República Democrática Popular da Coreia
INDEPENDÊNCIA: do Japão
Declarada: 15 de agosto de 1945
Reconhecida: 9 de setembro de 1945
LOCALIZAÇÃO: Ásia Oriental (norte da Península da Coreia)
CAPITAL: Pyongyang
Arco da reunificação em Pyongyong
ÁREA: 120.538 km² (97°)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 24.457.492 habitantes (46º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 202,90 gab./km² (41°)
CIDADES MAIS POPULOSAS:
Pyongyong: 3.255.388 habitantes (2008)
Pyongyong - capital e maior cidade da Coreia do Norte
Hamhung: 768.551 habitantes (2008)
Hamhung - segunda maior cidade da Coreia do Norte
Nampo: 455.000 (2008)
Nampho - terceira maior cidade da Coreia do Norte
LÍNGUA: coreano
IDH (ONU - 2010): 0,766 (75°)
PIB (FMI - 2010): U$ 40 bilhões (95º)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 67,3 anos (125º)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 48,2 / mil (134°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 63% (78°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99% (19°)
MOEDA: Won norte-coreano
RELIGIÃO: irreligião (64,31%), xamanismo (16%), chondoismo (13,5%), budismo (4,5%), cristianismo (1,69%).
DIVISÃO: a Coreia do Norte é subdividida em nove províncias, duas cidades controladas diretamente pelo Governo Central e três regiões administrativas especiais com várias designações.
1. Pyongyong 2. Região Industrial de Kaesong 3. Região Turística de Kumgang-san 4. Região Administrativa Especial de Shinuiju 5. Pyongan Sul 6. Pyongan Norte 7. Changang 8. Hwanghae Sul 9. Hwanghae Norte 10. Kangwon 11. Hamgyong Sul 12.  Hamgyong Norte 13. Ryanggang
FONTE: Tamdjian, James Onnig. Estudos de geografia: o espaço do mundo II, 9° ano / James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. -- 1. ed. -- São Paulo: FTD, 2008. (Coleção estudos de geografia).

Um comentário:

Unknown disse...

15 de Agosto de 1945

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