terça-feira, 12 de julho de 2011

BIOCOMBUSTÍVEIS E A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

  A agricultura não produz somente alimentos, mas também várias matérias-primas para a indústria. Atualmente, encontram-se em expansão as áreas destinadas a gêneros para a produção de fontes renováveis de energia, os biocombustíveis.
  A produção de biocombustíveis tem gerado controvérsias entre ONGs, agricultores e governos. Seus defensores argumentam que a diminuição das reservas petrolíferas fará com que, a médio prazo, a oferta desse combustível deixe de acompanhar a procura, e que por isso é necessário buscar formas alternativas de geração de energia. Outro aspecto apontado na defesa dos biocombustíveis é que eles resultam em volume menor de emissão de poluentes, em comparação ao petróleo.
  Já o principal questionamento diz respeito à possibilidade de o aumento das áreas plantadas com matérias-primas para os biocombustíveis provocar a diminuição da produção de alimentos, elevando seu preço e, consequentemente, a fome no mundo. Outras críticas apoiando-se na tendência monocultora estimulada pela produção de biocombustíveis, que reduz a diversidade de gêneros agrícolas disponíveis.
  O biocombustível mais consumido no mundo é o etanol, e seus maiores produtores são os Estados Unidos e o Brasil. Nos Estados Unidos, o milho é a matéria-prima empregada na fabricação do etanol, ao passo que no Brasil emprega-se a cana-de-açúcar, que produz um rendimento energético maior. Em alguns países europeus o etanol tem como matéria-prima a beterraba. Em outros países, como a Rússia, o etanol é produzido por meio do eucalipto.
  O milho é utilizado para várias funções, e ao priorizar seu uso empregando-o em larga escala para a produção de biocombustível, seu preço no mercado internacional aumenta, o que prejudica quem o consome como alimento. O mesmo não ocorre com a cana-de-açúcar, pois ela não é tão consumida como alimento quanto o milho.
  A produção agrícola em larga escala baseada na monocultura tem relação histórica com muitos dos problemas sociais e econômicos dos países pobres agroexportadores e, consequentemente, com o aumento da pobreza global. Desse modo, é preciso que os países subdesenvolvidos se integrem com maior soberania no comércio mundial, buscando combinar o plantio de alimentos em grande quantidade com o estímulo a práticas racionais de produção de biocombustíveis.
  Na década de 2000 houve no Brasil um aumento significativo da área plantada com cana-de-açúcar e do número de usinas. Essa expansão desperta preocupações, uma vez que provoca grande pressão sobre as fronteiras agrícolas, que passam a se estender sobre áreas de vegetação.
FONTE: Geografia, 3° ano: ensino médio/organizadores Fernando dos Santos Sampaio, Ivone Silveira Sucena. - 1. ed. - São Paulo: Edições SM, 2010. - (Coleção ser protagonista).

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