quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

TANZÂNIA: O PAÍS DOS GRANDES SAFARIS

  A Tanzânia é um país da África que está localizado na costa leste do continente, sendo banhado pelo oceano Índico e limitando-se ao norte com o Quênia, a noroeste com Ruanda, Uganda e Burundi, a oeste com a República Democrática do Congo (através do lago Tanganica), a sudoeste com a Zâmbia e ao sul com Malawi e Moçambique.
  É um país que apresenta paisagens naturais com características muito específicas. Localizada na parte oriental da África, é dominada pela savana, bioma que abriga os animais de grande porte do continente.
Paisagem da Tanzânia
GEOGRAFIA
  A maior reserva natural da Tanzânia é o Parque Nacional do Serengeti, com mais de 15 mil km². Nesse parque vivem as maiores populações de animais silvestres do planeta.
  O Parque Nacional de Serengeti está localizado no norte da Tanzânia e sudoeste do Quênia, sendo uma região famosa pelas migrações anuais de gnus, zebras e gazelas. No parque vivem mais de 35 espécies de grandes mamíferos como leões, hipopótamos, elefantes, leopardos, rinocerontes, girafas, antílopes e búfalos, além de hienas, chitas, macacos e mais de 500 espécies de aves.
  Na linguagem da tribo masai (grupo étnico africano de seminômades que habita o Quênia e o norte da Tanzânia), Serengeti significa "imensas planícies".
Manada de gnus no Parque Nacional de Serengeti
  O Ngorongoro é a enorme cratera de um vulcão adormecido e é uma das maiores atrações da Tanzânia. Em seu interior há uma infinidade de animais de espécies variadas. A diversidade da fauna é tanta que o Ngorongoro recebeu a denominação de "Arca de Noé". Na cratera também é possível observar uma vasta floresta tropical.
  A cratera está a 2.236 metros acima do nível do mar e é a maior caldeira intacta (vulcão desmoronado) do mundo. Mede mais de 19 quilômetros de diâmetro e tem uma superfície de 304 km².
Cratera de Ngorongoro
  Na cratera de Ngorongoro pode-se ver búfalos, elefantes, zebras, gnus, gazelas, rinocerontes-negros, cercopiteco-de-face-negra, predadores, como guepardos, hienas, chacais, leões e hipopótomos e numerosos outros animais. Na cratera há também um grande número de aves, como avestruzes, abetardas, garças, flamingos, entre outras.
  A cratera de Ngorongoro pode ser visitada durante o ano todo, mas durante os meses de abril e maio, período de chuvas, as estradas estão danificadas, prejudicando a visita.
Búfalos pastando na cratera do Ngorongoro
  A Tanzânia possui ainda paisagens de altitude. O monte Kilimanjaro, com cerca de 5.895 metros, é o ponto mais elevado do continente africano. O topo desse antigo vulcão é coberto de neve eterna, contrastando com as savanas situadas nas extensas planícies que margeiam o monte.
  O monte Kilimanjaro teve uma grande atividade vulcânica durante o Pleistoceno e está acompanhado por três outros cones vulcânicos, orientados num eixo leste-sudeste: Shira, o mais antigo, a oeste, com uma altitude de 4.500 metros; Mawenzi, a leste, com uma altitude de 5.149 metros; e o Kibo, que é o mais recente e ainda está em atividade, que é a parte mais elevada do Kilimanjaro. A última erupção do Kilimanjaro foi há aproximadamente 150.000 anos atrás, e Kibo apresenta fumarola em sua cratera.
Versão 3 D do Monte Kilimanjaro
  O Kilimanjaro é protegido pelo Parque Nacional do Kilimanjaro, classificado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. O topo do monte é coberto pelas geleiras eternas, que está diminuindo por causa do aquecimento global.
  Da base ao pico há uma enorme mudança na vegetação. A base é coberta por uma densa e úmida floresta tropical, com a presença de árvores de grande porte. À medida que se ganha altitude, as árvores vão diminuindo de porte e número, e a vegetação se tornando rasteira. Assim, como nas grandes altitudes, acima de 3.000 metros a pouca vegetação que ainda resta é substituída por liquens e pedras. Acima dos 4.000 metros, apenas rochas vulcânicas e gelo são encontrados.
  O monte Kilimanjaro é relativamente novo e não existia entre 1 e 2 milhões de anos atrás. Naquela época, onde hoje está o Kilimanjaro, havia apenas uma planície ondulada com algumas montanhas erodidas. O movimento das placas tectônicas fez com que as lavas expelidas pelas fraturas surgidas com o choque das placas dessem origem a um enorme pico, que atualmente forma o monte.
Monte Kilimanjaro - ponto culminante da Tanzânia e do continente africano
  O Rift Valley ou grande vale do Rift é um complexo de falhas tectônicas criado há cerca de 35 milhões de anos com a separação das placas tectônicas Africana e Arábica.
  No norte e oeste da Tanzânia, na região do Rift Valley,  estão os Grandes Lagos Africanos, com destaque para o Lago Niassa, o Lago Vitória (o maior lago africano) e o Lago Tanganica (o mais profundo da África, conhecido por suas espécies únicas de peixes).
Rift Valley, na Tanzânia
  O Lago Vitória está localizado num planalto elevado na parte ocidental do Grande Rift Valley, compreendendo áreas da Tanzânia, de Uganda e do Quênia. Com 68.870 km², é o maior lago africano, maior lago tropical do mundo e o segundo maior lago de água doce do planeta, e contém 2.760 km³ de água. Nele se encontra uma das nascentes do rio Nilo, o Nilo Branco.
  No interior do Lago Vitória existem mais de três mil ilhas, muitas das quais habitadas, entre elas a ilha Ukerewe, na Tanzânia, que é a maior ilha lacustre da África. O lago possui baixa profundidade, com média de 40 metros e máxima de 83 metros. Em forma aproximada de retângulo com 320 km de comprimento (de norte a sul), 275 km de largura (de leste para oeste) e situado a 1.133 metros de altitude, o lago Vitória tem as bordas recortadas, formando numerosas penínsulas, baías, cabos e ilhas.
Localização do lago Vitória
  O lago Tanganica é o segundo maior lago da África e é partilhado pela Tanzânia, República Democrática do Congo, Burundi e Zâmbia. Está localizado no braço ocidental do Rift Valley, a uma altitude de 872 metros, estendendo-se por 673 km no sentido norte-sul. É o lago mais longo do mundo, com uma largura média de 50 quilômetros e uma profundidade média de 570 metros e máxima de 1.470 metros. Estima-se que este seja o segundo mais antigo e mais profundo do mundo, depois do Lago Baikal, na Sibéria. Cobre uma área de 32.900 km² e uma linha de fundo de costa de 1.828 km.
  O lago Tanganica tem como afluentes principais o rio Ruzizi, que entra pelo seu extremo norte, trazendo-lhe  água do lago Kivu, e o Malagarasi, que é o segundo maior rio da Tanzânia e que entra no lago pela sua margem oriental.
  Devido à sua enorme profundidade e localização tropical, as águas do lago não sofrem a viragem sazonal própria dos lagos das regiões frias e, como consequência, as suas águas profundas são consideradas "água fóssil" e são anóxicas (sem oxigênio).
Mapa do lago Tanganica
  Outro lago da Tanzânia é o lago Niassa (também chamado de Malawi). Está localizado entre o Malawi, a Tanzânia e o Moçambique. Com uma orientação norte-sul, o lago tem 560 km de comprimento, 80 km de largura máxima e uma profundidade máxima de 700 metros.
  O lago Niassa é único no mundo por formar uma província biogeográfica específica, com cerca de 400 espécies de peixes ciclídeos endêmicos. Estima-se que esse lago tenha uma idade entre um e dois milhões de anos.
Mapa da localização do lago Niassa ou Malawi
  O Arquipélago de Zanzibar é um arquipélago da Tanzânia que está localizado no oceano Índico e é separado do continente pelo Canal de Zanzibar. É formado por três ilhas principais (Unguja, Pemba e Mafia) e outra ilhas menores. As ilhas de Unguja e Pemba formam há séculos uma entidade independente ou quase independente (Sultanato de Zanzibar e Estado de Zanzibar), colonizada pelo Reino Unido (Protetorado de Zanzibar), ou incorporado na Tanzânia (Governo Revolucionário de Zanzibar). A ilha de Mafia esteve sempre integrada na entidade que governa a Tanzânia continental.
Arquipélago de Zanzibar
HISTÓRIA
  A Tanzânia é o lar de alguns dos mais antigos assentamentos humanos, com fósseis dos primeiros seres humanos, encontrados próximos da Garganta de Olduvai, no norte da Tanzânia, uma área muitas vezes referida como "o berço da Humanidade". Nessa localidade foram encontradas as mais antigas pegadas humanas. Os restos encontrados em Olduvai indicam que por aqui passaram os antepassados do Homem, como o Australopitecus, com mais de 3 milhões de anos.
Garganta de Olduvai
  No século VII, comerciantes persas e árabes começaram a chegar à costa da Tanzânia em busca de marfim e de especiarias, além de pessoas para escravizá-las. No século XII, imigrantes persas e indianos começaram a construir cidades, principalmente após a fundação do sultanato de Kilwa, por volta de 965, onde várias dinastias shirazi estabeleceram-se na área. Em 1405, o sultão Hassan bin Suleiman refugiou-se em Zanzibar após ser expulso de Kilwa. Neste período, a população nativa adotou a fé islâmica. Traços das ruínas shirazi são encontradas em todas as ilhas.
Ruínas shirazi, em Kaole - Tanzânia
  No final do século XV, Zanzibar tornou-se um sultanato independente. A ilha de Zanzibar e o litoral de Tanganica, que tinham se tornado centros de comércio árabe entre os séculos VII e XVI, passaram ao controle dos portugueses, em 1498, após a exploração da costa por Vasco da Gama. Em 1652, os portugueses são expulsos de Zanzibar pelo sultão de Omã. A dominação portuguesa foi marcada pelo duro tratamento à população local, com pesadas taxas e coleta de impostos.
  O poder árabe em Zanzibar tornou-se absoluto por cerca de 150 anos, e foi marcado pela construção de feudos de vários árabes, e chefes nativos mantiveram o seu poder em alguns lugares isolados.
  De 1880 até 1919, a Tanzânia passou a ser colônia alemã e, de 1919 até 1961, colônia britânica, quando se tornou independente.
Parque Nacional de Arusha - Tanzânia
  Pouco depois da independência, Tanganica e Zanzibar fundiram-se para criar a nação da Tanzânia, em 26 de abril de 1964, com a adoção do regime socialista. O regime de partido único chegou ao fim em 1995, ano em que se realizaram as primeiras eleições democráticas do país desde a década de 1970.
  Formada por 26 áreas e considerada como um Estado único, a República Unida da Tanzânia elegeu em 2005 o seu presidente, Jakaya Kikwete, que também já presidiu a União Africana, continuando no cargo até os dias atuais. As instituições governamentais estão localizadas em Dodoma, capital da Tanzânia desde 1996.
Jakaya Kikwete - presidente da Tanzânia
ECONOMIA
  A Tanzânia é um dos países mais pobres do mundo. Após adotar a economia planificada depois que se tornou independente e promover mudanças econômicas na década de 1990, o país praticamente concluiu a sua transição para a economia de mercado, embora o governo ainda controle alguns setores, como telecomunicações, bancário, energia e mineração.
  A economia da Tanzânia depende consideravelmente da agricultura, que é responsável por 1/4 do PIB do país, pelo emprego de 80% de sua mão de obra e por 85% das exportações. Nos últimos anos, o turismo de natureza, principalmente a realização de safáris, ganhou bastante espaço na economia, contribuindo para a geração de emprego e renda para a população. O turismo e a exploração de ouro fizeram com que o país tivesse um grande crescimento econômico nas últimas décadas.
O turismo tem sido uma importante fonte de renda para a Tanzânia
  A indústria ainda é incipiente, predominando algumas indústrias de processamento de produtos agrícolas, minerais e de bens de consumo. A extração de minério é outra importante fonte de renda. As minas de Rulawaka e as reservas de gás natural de Rufigi, estão contribuindo para a elevação do PIB do país.
ALGUNS DADOS DA TANZÂNIA
NOME OFICIAL: República Unida da Tanzânia
CAPITAL: Dodoma (382.421 habitantes)
Dodoma - capital da Tanzânia
GENTÍLICO: tanzaniano (a)
LÍNGUA OFICIAL: suali
GOVERNO: República Federal
INDEPENDÊNCIA: do Reino Unido
Tanganica: 9 de dezembro de 1961
Zanzibar: 10 de dezembro de 1963
Unificação: 26 de abril de 1964
LOCALIZAÇÃO: África Oriental
ÁREA: 945.087 km² (30°)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2014): 43.802.461 habitantes (27°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 46,34 hab./km² (131°)
MAIORES CIDADES (Estimativa 2014):
Dar es Salaam: 2.765.308 habitantes
Dar es Salaam - maior cidade da Tanzânia
Mwanza: 447.589 habitantes
Mwanza - segunda maior cidade da Tanzânia
Zanzibar: 413.628 habitantes
Zanzibar - terceira maior cidade da Tanzânia
PIB (Banco Mundial - 2013): US$ 27,978 bilhões (91°)
IDH (ONU - 2014): 0,488  (159°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2012): 59 anos (167°)
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU - 2005-2010):  2,47% (30°)
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2013): 64,45/mil (162°). Obs: essa mortalidade é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2014): 4,95 filhos/mulher (17°). Obs: essa taxa refere-se ao número médio de filhos que uma mulher teria até o fim do seu período reprodutivo (de 15 a 49 anos) e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2014):  69,4%% (173°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que podem ler ou escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (Pnud - 2010/2011):  25% (172°)
PIB PER CAPITA (CIA World Factbook - 2013): US$ 703 (163°)
MOEDA: Xelim Tanzaniano
RELIGIÃO: católicos (28%), protestantes (18,6%), outras religiões cristãs (6,7%), islamismo (30,1%), crenças tradicionais (14,8%), outras religiões, sem religião e ateísmo (1,8%).
DIVISÃO: a Tanzânia divide-se em 26 regiões: Arusha, Dar es Salaam, Dodoma, Iringa, Kagera, Kigoma, Kilimanjaro, Lindi, Manyara, Mara, Mbeya, Morogoro, Mtwara, Mwanza, Pemba North, Pemba South, Pwani, Rukwa, Ruvuma, Shinyanga, Singida, Tabora, Tanga, Zanzibar South, Zanzibar North e Zanzibar West.
Mapa da divisão regional da Tanzânia
FONTE: Sampaio, Fernando dos Santos. Para viver juntos: geografia, 6° ano: ensino fundamental / Fernando dos Santos Sampaio. - 3. ed. - São Paulo: Edições SM, 2012. - (Para viver juntos)

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