segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A AMPLIAÇÃO DOS PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS NAS GRANDES CIDADES DOS ESTADOS UNIDOS

  Embora sejam totalmente ricos e desenvolvidos, os Estados Unidos não estão isentos de problemas: o preconceito racial, a xenofobia, a falta de matérias-primas e a manutenção de sua balança comercial estão entre os de maior controvérsia social, política e econômica do país.
  Mesmo os programas de revitalização urbana, as grandes cidades estadunidenses têm apresentado problemas cada vez mais graves, relacionados, sobretudo, à condição socioeconômica da população.
  Algumas medidas tomadas pelo governo, como a excessiva elevação de impostos e o corte de verbas destinadas à realização de obras sociais (habitação, saúde e educação), causaram o empobrecimento de alguns segmentos da população do país nas últimas décadas. Essas medidas contribuíram para o aumento da concentração de renda e, como consequência, também do número de pobres, que hoje correspondem a mais de 15% do total da população (cerca de 47 milhões de habitantes). É justamente essa parcela da população que sofre com a falta de moradia e acaba residindo nas áreas mais deterioradas das cidades, bairros onde proliferam a violência, a criminalidade e o tráfico de drogas.
Bairro periférico de Nova York - EUA
  Esses problemas atingem principalmente a população afrodescendente e imigrante, bastante discriminada na sociedade estadunidense. Atualmente, a discriminação racial é proibida por lei em todo o país, mas nem por isso vem sendo possível eliminá-la. Os afrodescendentes, por exemplo, são marginalizados, e muitos dos crimes cometidos no país estão relacionados à prática do racismo.
  Até os anos 1970, a questão étnica era restrita, na prática, à população negra, habitante dos estados do sul, nos quais os negros e demais minorias étnicas tiveram seus direitos socialmente restritos. Esse problema foi se agravando cada vez mais devido ao crescente fluxo de estrangeiros que imigraram da América Latina e da Ásia nas últimas décadas. Geralmente, as taxas de natalidade dessas minorias são mais elevadas do que a do resto da população, favorecendo a pressão demográfica e os problemas urbanos nas grandes cidades norte-americanas.
Estimativa da população étnica dos EUA em 2020
  Apesar de serem iguais perante a lei, a população de origem africana é colocada em atraso social e economicamente em relação à população branca. Os afro-americanos são a maior minoria racial e o terceiro maior grupo racial dos Estados Unidos, perdendo apenas para os brancos e os hispânicos.
  Nova York, como todas as grande metrópoles mundiais, enfrenta enormes problemas de cunho socioeconômico. Cerca de um milhão de habitantes recebem algum tipo de ajuda social, e dezenas de milhares de famílias vivem em guetos espalhados pela cidade. Muitas pessoas sem teto são obrigadas a viver na rua, além de conviverem com a poluição, a desigualdade socioeconômica e o alto custo de vida. As altas taxas de criminalidade e os conflitos raciais são também problemas que a cidade enfrenta.
  A partir de 2013, o número de pessoas desabrigadas, que iam dormir em abrigos de Nova York era de 60 mil, dos quais, 22 mil eram crianças. O motivo da crise em Nova York (no quesito moradores de rua) era a falta de assistência de habitação local para indivíduos e famílias que não tem moradia. Apesar de todos esses problemas, Nova York, desde 2005, apresenta a menor taxa de criminalidade entre as 25 maiores cidades dos Estados Unidos.
Ruas de Bronx, em Nova York - EUA

  Cerca de 2,6 milhões de pessoas nos Estados Unidos passaram da classe média para abaixo da linha de pobreza. Cerca de 15,4 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza no país. Tudo isso é resultado da recessão que atingiu o país em 2008, e que vem se arrastando até os dias atuais, levando desemprego e empobrecimento da população.
  Muitas cidades norte-americanas têm escolhido punir criminalmente as pessoas que moram nas ruas por estarem fazendo o que qualquer ser humano faria para sobreviver, inclusive criando leis que penalizam as pessoas que realizam o simples ato de sentarem ou deitarem em lugares como parques e praias. A cidade de Los Angeles tem uma das maiores concentrações de pessoas sem-teto dos Estados Unidos, com mais de 60 mil pessoas desabrigadas, perdendo apenas para Nova York.
  O governo dos Estados Unidos reconhece quatro categorias de pessoas que se qualificam como legalmente desabrigados:
  • aqueles que estão atualmente sem abrigo;
  • aqueles que se tornaram sem-teto no futuro iminente;
  • certos jovens e famílias com crianças que sofrem de instabilidade causada por uma dificuldade;
  • aqueles que sofrem de instabilidade causado por violência doméstica.
Morador de rua de Los Angeles - EUA
  Por causa de sua condição econômica, os Estados Unidos são o país do mundo que mais recebe imigrantes, a maioria proveniente da América Latina e da Ásia. Atraídos pela possibilidade de melhores condições de vida, proporcionadas por maiores remunerações, muitos imigrantes entram ilegalmente nos Estados Unidos. Nessa condição, a maioria ingressa nas atividades informais e de baixa qualificação, cujos salários geralmente são menores (como as atividades desempenhadas por faxineiros, garçons, lavadores de carros, empregados domésticos, etc.).   Os imigrantes engrossam a parcela da população mais pobre, o que leva o governo estadunidense a adotar medidas que restringem a imigração, como o maior rigor na emissão de vistos de entrada no país e uma intensa fiscalização nas áreas de fronteira.
Contraste socioeconômico entre Tijuana, no México (direita) e San Diego, EUA (esquerda)
FONTE: Geografia espaço e vivência: a dinâmica dos espaços da globalização, 9° ano / Levon Boligian ... [et al.]. -- 4. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2012.

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