A corrente do Golfo ou Gulf Stream, em inglês, é um corrente marítima quente do oceano Atlântico que tem sua origem no Golfo do México, nas Antilhas, passa pelo estreito da Flórida e segue pela costa leste dos Estados Unidos, até atingir a Europa, aumentando a temperatura nos países do oeste deste continente (pois se não fosse essa corrente, os países costeiros da Europa teriam temperaturas baixíssimas).
Na sua origem, a corrente do Golfo surge a partir da força dos ventos que sopram no golfo do México, mas no Atlântico Norte essa corrente é mantida graças a circulação termoalina (circulação oceânica global movida pelas diferenças de densidade das águas dos oceanos devido a variações de temperatura ou salinidade em alguma região oceânica superficial). Essa circulação oceânica não sofre influência direta da atmosfera devido a sua profundidade.
No Atlântico Norte, a corrente do Golfo, que vai do Equador em direção ao Polo Norte, transporta o calor da zona equatorial para toda a Europa Ocidental. Ao chegar ao Mar da Noruega, a água da corrente do Golfo, mais quente e mais salgada, encontra as águas frias e menos salgadas vindas do polo; sendo mais densa devido à sua maior salinidade, ela desce em direção às profundezas do oceano.
A corrente do Golfo é uma das mais fortes correntes marinhas conhecidas. Movimenta-se com fluxo de 30 milhões de metros cúbicos por segundo. Após passar pelo Cabo Hatteras (na costa da Carolina do Norte - EUA), esse fluxo aumenta para 80 milhões m³/s, ultrapassando facilmente o volume de todos os rios que desaguam no Atlântico.
O efeito da corrente do Golfo é suficiente para fazer com que certas regiões do oeste da Grã-Bretanha, do sudoeste da Noruega e de toda a Irlanda tenham uma temperatura média de vários graus Celsius mais elevada do que outras regiões desses países, fazendo com que plantas de clima tropical consigam sobreviver aos invernos rigorosos dessa parte da Europa.
Em 2005, depois de 50 anos de observação, pesquisadores do Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha concluíram que as correntes derivadas da corrente do Golfo estão enfraquecendo.
Quando se origina no Mar das Antilhas e, ao se dirigir para latitudes mais altas, a corrente do Golfo se divide. Um ramo chega ao nordeste da Europa, aquecendo a atmosfera e o continente. A outra parte da corrente retorna para o Atlântico.
Quando alcança a Islândia e a Groenlândia, a água já esfriou, tornando-se mais densa e indo para regiões mais profundas do oceano. Em profundidade, a água fria forma a corrente de retorno, que se dirige para o sul. A partir daí o ciclo se repete.
Os cientistas constataram mudanças na corrente nos últimos 50 anos. A corrente fria de profundidade está perdendo intensidade. Esse fenômeno pode estar ocorrendo em função de variações naturais ou por causas antropogênicas, ou seja, provocadas pelo homem. O fato é que isto causará mudanças na costa oeste da Europa nas próximas décadas.
O motor que impele a corrente do Golfo está enfraquecendo e desacelerando o movimento circular das águas. Esse fluxo é mantido e impulsionado por um redemoinho que se forma pela mistura de água gelada, proveniente do Ártico, com água quente trazida de áreas tropicais.
O aquecimento global está fazendo com que as geleiras do Ártico derretam, mas também faz aumentar a pluviometria do Atlântico Norte. Esses dois fenômenos reunidos constituem um fator no aumento da água doce nessa região. Se esse fenômeno for muito grande, a corrente do Golfo poderia parar, e uma grande quantidade de água doce aumentaria a diferença de salinidade da água entre o Equador e o Mar da Noruega. O local de mergulho das águas quentes e salgadas iria localizar-se sobre a região dos Açores, e a corrente do Golfo iria contrair-se sobre si mesma, não passando além dessa região.
Essa mudança seria bastante rápida, em menos de dez anos, e a temperatura de toda a Europa Ocidental (de Portugal à Finlândia) baixaria em torno de 5°C, fazendo com que os países que possuem o clima mediterrâneo (como é o caso da Espanha e de Portugal, cujos invernos não possuem temperaturas muito baixas e os verões são bastante quentes), poderiam ter temperaturas iguais as de Oslo, capital da Noruega, onde as temperaturas são baixíssimas durante o inverno e não muito elevadas no verão, modificando todo o ciclo natural da região.
Essas mudanças poderiam trazer consequências também para o Brasil, principalmente para a região Nordeste, onde o ciclo de chuvas do sertão depende de vários fatores, principalmente da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
A ZCIT atua na área que circunda a Terra próxima ao Equador, onde os ventos originários dos hemisférios norte e sul se encontram, entre as latitudes 10° N e 5°S. Ela se apresenta como uma faixa de nuvens com grande desenvolvimento vertical (cumulonimbus), de 3 a 5 graus de largura, frequentemente de tempestades.
As nuvens da chuva da zona de convergência intertropical são alimentadas em boa parte pelo sistema de baixa pressão atmosférica da região da Terra Nova, no Canadá, próximo ao Círculo Polar Ártico. Quando a baixa pressão é mais forte na Terra Nova, o ar úmido engrossa a ZCIT que se desloca em direção as águas mais quentes próximas ao Equador, acompanhando com um pequeno atraso o movimento do sol. Assim, quando o sol atravessa a linha do Equador no equinócio de outono do hemisfério sul (que ocorre entre os dias 20 e 21 de março), a ZCIT atinge sua posição mais ao sul, com o seu centro sobre o sertão nordestino, provocando chuvas.
Às vezes, porém, a chuva não chega, porque o movimento da ZCIT depende da temperatura das águas do oceano, que na região equatorial varia entre 26° e 29°C. Com as águas do Atlântico Norte mais frias, a ZCIT desloca-se para o sul, trazendo suas nuvens carregadas. Se as águas do Atlântico Sul estiverem mais frias, as nuvens carregadas vão em direção à Amazônia e à Ilha do Marajó, provocando seca no sertão nordestino. A mudança na corrente do Golfo pode quebrar o ciclo da ZCIT e, consequentemente, provocar mudanças no regime de chuvas do sertão do Nordeste. Até agora não se sabe se essa mudança trará mais chuvas ou mais secas para o Nordeste.
Na sua origem, a corrente do Golfo surge a partir da força dos ventos que sopram no golfo do México, mas no Atlântico Norte essa corrente é mantida graças a circulação termoalina (circulação oceânica global movida pelas diferenças de densidade das águas dos oceanos devido a variações de temperatura ou salinidade em alguma região oceânica superficial). Essa circulação oceânica não sofre influência direta da atmosfera devido a sua profundidade.
Circulação termoalina |
A corrente do Golfo é uma das mais fortes correntes marinhas conhecidas. Movimenta-se com fluxo de 30 milhões de metros cúbicos por segundo. Após passar pelo Cabo Hatteras (na costa da Carolina do Norte - EUA), esse fluxo aumenta para 80 milhões m³/s, ultrapassando facilmente o volume de todos os rios que desaguam no Atlântico.
O efeito da corrente do Golfo é suficiente para fazer com que certas regiões do oeste da Grã-Bretanha, do sudoeste da Noruega e de toda a Irlanda tenham uma temperatura média de vários graus Celsius mais elevada do que outras regiões desses países, fazendo com que plantas de clima tropical consigam sobreviver aos invernos rigorosos dessa parte da Europa.
Em amarelo e laranja está a corrente do Golfo |
Quando se origina no Mar das Antilhas e, ao se dirigir para latitudes mais altas, a corrente do Golfo se divide. Um ramo chega ao nordeste da Europa, aquecendo a atmosfera e o continente. A outra parte da corrente retorna para o Atlântico.
Quando alcança a Islândia e a Groenlândia, a água já esfriou, tornando-se mais densa e indo para regiões mais profundas do oceano. Em profundidade, a água fria forma a corrente de retorno, que se dirige para o sul. A partir daí o ciclo se repete.
Os cientistas constataram mudanças na corrente nos últimos 50 anos. A corrente fria de profundidade está perdendo intensidade. Esse fenômeno pode estar ocorrendo em função de variações naturais ou por causas antropogênicas, ou seja, provocadas pelo homem. O fato é que isto causará mudanças na costa oeste da Europa nas próximas décadas.
Movimentos das correntes marinhas |
O aquecimento global está fazendo com que as geleiras do Ártico derretam, mas também faz aumentar a pluviometria do Atlântico Norte. Esses dois fenômenos reunidos constituem um fator no aumento da água doce nessa região. Se esse fenômeno for muito grande, a corrente do Golfo poderia parar, e uma grande quantidade de água doce aumentaria a diferença de salinidade da água entre o Equador e o Mar da Noruega. O local de mergulho das águas quentes e salgadas iria localizar-se sobre a região dos Açores, e a corrente do Golfo iria contrair-se sobre si mesma, não passando além dessa região.
Essa mudança seria bastante rápida, em menos de dez anos, e a temperatura de toda a Europa Ocidental (de Portugal à Finlândia) baixaria em torno de 5°C, fazendo com que os países que possuem o clima mediterrâneo (como é o caso da Espanha e de Portugal, cujos invernos não possuem temperaturas muito baixas e os verões são bastante quentes), poderiam ter temperaturas iguais as de Oslo, capital da Noruega, onde as temperaturas são baixíssimas durante o inverno e não muito elevadas no verão, modificando todo o ciclo natural da região.
Oslo, Noruega, durante o inverno |
A ZCIT atua na área que circunda a Terra próxima ao Equador, onde os ventos originários dos hemisférios norte e sul se encontram, entre as latitudes 10° N e 5°S. Ela se apresenta como uma faixa de nuvens com grande desenvolvimento vertical (cumulonimbus), de 3 a 5 graus de largura, frequentemente de tempestades.
As nuvens da chuva da zona de convergência intertropical são alimentadas em boa parte pelo sistema de baixa pressão atmosférica da região da Terra Nova, no Canadá, próximo ao Círculo Polar Ártico. Quando a baixa pressão é mais forte na Terra Nova, o ar úmido engrossa a ZCIT que se desloca em direção as águas mais quentes próximas ao Equador, acompanhando com um pequeno atraso o movimento do sol. Assim, quando o sol atravessa a linha do Equador no equinócio de outono do hemisfério sul (que ocorre entre os dias 20 e 21 de março), a ZCIT atinge sua posição mais ao sul, com o seu centro sobre o sertão nordestino, provocando chuvas.
Área de atuação da ZCIT | . |
A mudança na corrente do Golfo pode afetar também o regime de chuvas no Brasil |
FONTE: Terra, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil / Lygia Terra, Regina Araújo, Raul Borges Guimarães. - 2. ed. - São Paulo: Moderna, 2013.
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