sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A EXPANSÃO DAS FRONTEIRAS ECONÔMICAS E A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

  Um importante aspecto da urbanização brasileira, concomitante ao processo de crescimento demográfico das grandes cidades, foi o aumento considerável na quantidade de centros urbanos locais. Na década de 1950, havia no país, aproximadamente, 1.890 cidades. No começo da década de 2000, já havia cerca de 5.500 núcleos urbanos.
  Muitos desses centros urbanos surgiram à medida que as fronteiras econômicas ou agrícolas se expandiram em direção à porção ocidental do país. A primeira frente pioneira (como são chamadas historicamente as fronteiras agrícolas) do século XX foi a que se expandiu para o interior paulista e paranaense nas décadas de 1940 e 1950. Entre as décadas de 1950 e 1960, as frentes desbravaram o interior dos estados do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso). Durante a década de 1970 e o início da década de 1980, elas chegaram à região Norte do país.
Extrema de Rondônia - RO. Desmembrado de Porto Velho, é um dos mais novos municípios do Brasil
  As fronteiras agrícolas do Norte e do Centro-Oeste atraíram milhões de pessoas, principalmente migrantes oriundos do interior das regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Esses migrantes eram, em sua maioria, lavradores à procura de trabalho nas novas áreas de cultivo e de criação que se abriam, já que, em muitos casos, haviam sido expropriados de suas terras nas regiões de origem. Os chamados posseiros se apropriaram de terras devolutas, ainda encobertas de florestas e cerrados, formaram pequenas e médias propriedades e desenvolveram o cultivo de produtos alimentares por meio da mão de obra familiar.
Assentamento Curuquetê, em Sul de Lábrea - AM
  Na maioria das vezes, após o assentamento dos lavradores migrantes, as fronteiras agrícolas passaram  a assisitir também à chegada de grandes fazendeiros e de empresários, que adquiriram extensas áreas de terras, desencadeando um intenso processo de concentração fundiária nessas regiões. Os maiores índices de concentração fundiária se referem às fronteiras agrícolas do Norte e do Centro-Oeste, em razão da instalação de grandes estabelecimentos rurais dedicados à extração madeireira, à mineração, à produção pecuária bovina ou à monocultura de produtos de exportação, como a soja.
Cultivo de soja em área que antes era coberta pela Floresta Amazônica
  Essa realidade tem afetado os pequenos lavradores, muitos dos quais têm sido expulsos de suas terras por grileiros. Em consequência, o êxodo rural aumenta, o que explica, em grande parte, a elevação das taxas de urbanização dessas regiões nas últimas décadas, sobretudo com o incremento populacional das áreas urbanas das capitais estaduais e das cidades-polo.
Área desmatada na Amazônia
FONTE: Boligian, Levon. Geografia espaço e vivência, volume único / Levon Boligian, Andressa Turcatel Alves Boligian. -- 3. ed. -- São Paulo: Atual, 2011.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito interessante esse asunto

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