A inserção da mulher no mercado de trabalho de forma mais ativa e participativa está intrinsecamente associada a industrialização e urbanização. Esse processo promove novas atividades econômicas, principalmente no setor terciário (comércio e prestação de serviços), que absorve essa mão de obra significativa.
Essa temática envolve os acontecimentos recentes associados à Revolução Industrial, à Revolução Técnico-Científico-Informacional e à urbanização, que devem ser associadas às alterações no mundo de trabalho.
Nas fábricas a questão da mulher tem aparecido com mais força. No entanto, pelo caráter de controle muito mais potente da mão de obra, o peso do machismo, homofobia e inclusive racismo ainda é muito grande.
Mulheres trabalhando numa fábrica no início de século XX |
Com o passar dos anos e transformações das concepções sociais e de gênero, muitas prioridades mudaram para as mulheres. Se antes constituir uma família e ser mãe estava entre elas, hoje firmar-se profissionalmente é a principal preocupação. Entre os muitos motivos que determinaram a entrada da mulher no mercado de trabalho, destacou-se a necessidade de contribuir com os gastos financeiros da família. O primeiro momento na história em que houve considerável absorção da mão de obra feminina foi a Revolução Industrial, quando as fábricas contrataram mulheres com o objetivo de reduzir as despesas com salários e discipliná-las ao seu modo. No entanto, é apenas após as duas Guerras Mundiais que esse movimento ganha força e as mulheres passam a assumir funções antes executadas por homens.
Em virtude das guerras que ocorreram na primeira metade do século XX, muitas mulheres assumiram as empresas e negócios de suas famílias, além da posição dos homens na condução do lar. Isso aconteceu, em grande medida, não apenas durante os anos de conflito, mas também posteriormente, em razão do grande número de mortes e de acidentes que deixavam os homens inaptos para o trabalho.
Mulheres trabalham em uma fábrica de munição em Londres, Inglaterra, em 1916 |
Mesmo com a criação de leis que garantiam alguns direitos para as mulheres, como licença do trabalho nas últimas semanas de gestação e proibição do trabalho feminino das 22 horas às 5 horas, uma série de violações perduraram durante anos. Entre elas, estava a jornada de trabalho, que podiam chegar a 18 horas e elevadas diferenças salariais.
A luta por equidade de direitos passou por um momento importante nos anos 1960. A década é marcada pela libertação sexual das mulheres, possibilitada pela introdução dos métodos contraceptivos, e reivindicação de maior participação política e social. Alguns episódios, como o Maio de 68, na França, e o Movimento Hippie, impulsionaram mudanças e colaboraram com a expansão do movimento feminista. Ele, por sua vez, contribuiu com a emancipação feminina, permitindo que as mulheres decidissem sobre si próprias.
Franceses saem às ruas numa série de protestos que ficou conhecido como Maio de 68 |
No Brasil é crescente a participação da mulher no mercado de trabalho e notório o aumento de sua importância na economia. É progressiva também a responsabilidade feminina no sustento da família e destaque profissional em diversos setores.
A mulher brasileira obteve inúmeras conquistas em relação à saúde e à participação no mercado de trabalho e na política brasileira. Sua contribuição para a economia do país tornou-se cada vez mais significativa. Porém, ainda há muito que conseguir. Se compararmos quesitos como ganhos salariais, cargos políticos e empresariais, podemos perceber a discrepância entre homens e mulheres.
Gráfico mostrando a relação entre ocupação de homens e mulheres no Brasil em 2019 |
Abaixo nós temos alguns dados sobre a participação da mulher no mercado de trabalho, de acordo com pesquisas feitas em vários anos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
- em 2010, 41% das mulheres contribuíam com a renda familiar;
- em 2018, 45% das pessoas que trabalhavam no Brasil eram mulheres;
- 84% da mão de obra feminina em 2016 encontrava-se nos setores de comércio e serviços;
- em 2019 a população feminina representava 51,8%, enquanto que a de homens era de 48,2%;
- em 2018, as mulheres ganharam 33% a menos que os homens;
- em 2018, os homens ocupavam 61% de cargos de chefia, enquanto as mulheres ocupavam 39%.
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