Melilla, é uma cidade autônoma espanhola, situada no norte da África, na parte oriental da cadeia montanhosa de Rif, na parte norte do cabo das Três Forcas e na margem do mar de Alborão. Marrocos reclama-a como parte integrante do seu território, mas o governo espanhol nunca manteve nenhuma negociação com o país a esse respeito nem nunca expressou intenção de o fazer.
A população de Melilla é de origem espanhola. Os muçulmanos são a única minoria importante. A atividade do porto está vinculada à exportação de produtos marroquinos. Tem uma indústria tradicional de peles curtidas, sapatos e conservas de pesca. Melilla é um exclave da Espanha, limítrofe com o Marrocos e já próximo da Argélia.
Mapa de Melilla |
A cidade e seu território dependente se estendem por 12,3 km² de superfície na parte oriental do cabo de Três Forcas, possuindo uma população de cerca de 69.980 habitantes e apresenta diversas particularidades devido à sua posição geográfica e à sua história, tanto na composição da sua população, suas atividades econômicas, como na sua cultura, onde destaca a influência das minorias muçulmanas, judia e hindu, o uso do berbere, assim como de seu patrimônio arquitetônico que é considerado junto com o de Barcelona, um dos símbolos do estilo modernista espanhol do século XX.
Rua na cidade antiga de Melilla |
Ceuta é uma cidade autônoma da Espanha, situada na margem africana da desembocadura oriental do estreito de Gibraltar, na pequena península de Almina, em frente a Algeciras e à colônia britânica de Gibraltar, situadas no lado oposto do estreito. O território constitui um enclave espanhol no território do Marrocos, com o qual faz fronteira a oeste e a sudoeste, e é rodeado a leste, norte e sul pelo Mediterrâneo.
Do lado do Marrocos, as zonas fronteiriças pertencem à prefeitura de Fahs-Anjra a oeste e a província de M'diq-Fnideq, a sudoeste, ambas na região de Tânger-Tetuão. A cidade marroquina mais próxima, situada junto ao único posto fronteiriço, é Fnideq.
O território tem 18,5 km² de área abrigando uma população de 83.579 habitantes. A população é composta sobretudo de cristãos e muçulmanos, havendo também uma comunidade judaica e uma pequena comunidade hindu. As zonas urbanizadas situam-se no istmo e em parte no chamado Campo Exterior, na parte mais continental, a oeste do istmo. O centro urbano e os bairros mais antigos situam-se perto do porto e na encosta do Monte Hacho, que domina a cidade.
Mapa de Ceuta |
Graças à sua situação estratégica, o porto de Ceuta tem um importante papel na passagem do Estreito, assim como nas comunicações entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Devido ao relevo acidentado e à escassez de água, energia e matérias-primas, tanto o setor primário (à exceção da pesca) como o secundário, têm pouco peso na economia local. O estatuto de zona franca e uma série de vantagens fiscais favorecem um intenso comércio.
O território foi constituído cidade autônoma em 1995, apesar da Constituição espanhola de 1978 reconhecer o direito a constituir-se como comunidade autônoma. Desde 2004 que está em preparação um novo estatuto de autonomia que converteria Ceuta numa comunidade autônoma. Não obstante a isso, a nível de ensino superior ainda depende da Universidade de Granada e judicialmente está adstrita ao Tribunal Superior de Justiça Andaluzia, Ceuta e Melilla, com sede em Granada.
Vista do Monte Hacho com o porto de Ceuta em primeiro plano |
Os especialistas em segurança sabem que toda cerca tem um ponto
vulnerável. No caso da Europa, ele está localizado em Ceuta e Melilla,
dois enclaves espanhóis na África, bem diante do estreito de Gibraltar. Para separar a União Europeia do continente africano foi construída uma dupla cerca metálica de mais de 6 metros de altura, com arame farpado e um sistema de vigilância eletrônico. Entre as duas cercas, há uma estrada constantemente patrulhada por guardas espanhóis.
Em toda a extensão das cercas - são 8 quilômetros em Ceuta e 11 em Melilla - africanos tentam, incansavelmente, ultrapassar a barreira que os separa das oportunidades de trabalho e de uma sobrevivência mais digna no continente europeu. Determinação é o que não falta a esses imigrantes clandestinos. Eles constroem escadas com troncos da floresta à beira da cerca e realizam em média cinco tentativas até conseguirem não ser capturados e trazidos de volta ao ponto de partida.
Muro de Ceuta |
Ao chegar à costa, a cerca adentra o mar sobre uma barreira de pedras construída artificialmente. A construção do muro custou 180 milhões de euros, dos quais metade foi financiada pela União Europeia, que tem todo interesse em ajudar a Espanha a conter a onda de imigrantes africanos.
FONTE: COMPARATO, Bruno Konder. Discutindo Geografia, ano 3, n. 15. São Paulo: escala, 2007.
Um comentário:
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