As diferenças são fundamentais entre o milho e a cana-de-açúcar. Enquanto o milho corresponde a um produto alimentar fundamental para amplas massas populares, em especial de muitos países pobres - e para isso as alternativas de substituição são reduzidas -, da cana se produz açúcar que encontra substitutivo inclusive porque parcela relevante do açúcar consumido no mundo origina-se da beterraba açucareira e não da cana. Isso sem entrar no rigor dos rendimentos em termos de volume de etanol produzido, que na cana se mostra mais elevado por unidade de área que no milho. Na questão do impacto sobre o preço dos alimentos, a produção de etanol de milho como no programa norte-americano, implica a retirada de parcelas elevadas de produto do mercado com impactos direto em toda a cadeia de grãos, como a soja, o trigo e mesmo o arroz. No caso da cana não, pois em caso de menor produção de açúcar, não apenas não se trata de um produto alimentar e essencial, como os impactos colaterais não atingem outros alimentos.
Cultivo de milho na África |
Essa se constitui na grande vantagem do programa brasileiro de produção de etanol em relação ao seu rival mais direto, o etanol norte-americano. Assim, ao contrário de negar a obviedade de que a produção de etanol à base de milho tem uma relação direta com a explosão dos preços dos cereais, gerando enorme convulsão social em inúmeros países - que estão dentre os mais pobres - que dependem do milho para alimentação humana, as autoridades brasileiras deveriam incorporar-se às críticas pesadas contra esse efeito perverso da produção de biocombustíveis sobre a produção de alimentos [...]
Caminhão transportando cana no interior de São Paulo |
Isso porque nem mesmo o Brasil está imune aos impactos da política norte-americana de produção de etanol a partir do milho. E os efeitos não são todos benéficos, embora o impacto sobre o preço dos alimentos aqui estão longe de alcançar a dramaticidade vivida nos países cuja a alimentação se dá à base do milho e outros cereais.
O Brasil antes nunca tinha sido exportador relevante de milho, passou a ser como resultante do impacto da produção dos biocombustíveis sobre a produção e os preços dos alimentos, uma vez que maiores preços internacionais de milho desde logo tornam mais cara a comida de populações que têm dieta à base de milho, como na América Central e, também, impacta a produção brasileira, em especial de feijão, uma vez que não apenas o milho corresponde à segunda cultura da maioria dos produtores de feijão como também, nesses mesmos espaços, a soja é uma lavoura concorrente por terra. Em poucas palavras, no tocante aos biocombustíveis, se configura um exagero prognosticar a falta de alimentos em função da expansão canavieira, conforma-se como uma constatação que a política norte-americana de produção de etanol a partir do milho, num primeiro momento, já impactou negativamente a produção de alimentos e os tornou mais caros. A diferença de dramaticidade consistem em que a alimentação do brasileiro não tem a mesma dependência do feijão, tendo outras opções de proteína barata. [...]
Agricultura de subsistência de feijão |
FONTE: GONÇALVES, J. S.; SOUZA., S. A. M. Efeitos da política norte-americana de biocombustíveis sobre o preços de alimentos no Brasil. In: Informações Econômicas. São Paulo. v. 38, n. 7, jul. 2008, p. 62-63
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