terça-feira, 23 de abril de 2013

A AMÉRICA LATINA NO INÍCIO DO SÉCULO XXI

  A América Latina neste início do século conhece uma consolidação dos regimes democráticos de governo, apesar de, nos últimos 25 anos, pelo menos  14 presidentes da República não terem concluído seu mandato. Tal quadro reflete uma situação de instabilidade política que é resultado de diversos fatores. Entre eles podem ser citados a corrupção, a concentração de riquezas nas mãos de poucas pessoas, os baixos índices de crescimento econômico e as elevadas taxas de desemprego em muitos países. Aproximadamente 40% da população latino-americana vive na pobreza, e os índices de crescimento econômico do conjunto dos países desse bloco são bem inferiores, por exemplo, aos das economias asiáticas e da Europa Oriental.
Mapa do crescimento econômico em 2010
  No contexto econômico mundial, o conjunto dos países latino-americanos vem perdendo participação no comércio internacional. Na década de 1950, a América Latina detinha uma fatia de aproximadamente 12% do comércio mundial; na década de 1970, esse percentual caiu para 6% e, neste início de século, está em cerca de 3%.
  Isso aconteceu em razão de diversos fatores. Os países mais industrializados da América Latina - México, Brasil e Argentina, não conheceram a ampliação e a diversificação de sua capacidade de produção industrial no mesmo ritmo de diversos países do Norte (Espanha, Alemanha e Japão, por exemplo) e do Sul (Coreia do Sul, Cingapura, Taiwan e China, por exemplo), que tiveram expressivo crescimento econômico na segunda metade do século XX.
Crescimento médio do PIB
  Bens industrializados desses referidos países - os do Norte com maior aporte tecnológico - passaram a ser exportados em grande quantidade. Todos esses países são, atualmente, grandes potências do comércio internacional. Entretanto é possível ressaltar que todos eles seguem o modelo de desenvolvimento fortemente insustentável do ponto de vista ambiental, particularmente a China.
  Além disso, os setores industriais do México, do Brasil e da Argentina não chegaram a dar um salto em termos de produção de bens de maior nível tecnológico, em razão, principalmente, da falta de incentivos por parte do Estado. Nesses países, bem como em toda a América Latina, são baixos os gastos em inovação, pesquisa e desenvolvimento. E são justamente os produtos de elevado nível tecnológico os de maior valor no mercado internacional.
Indústria automobilística
  Por outro lado, é grande a dependência que muitos países latino-americanos têm das exportações de mercadorias de baixo valor, como são os produtos primários (produtos agrícolas, da pecuária, minérios). Essa dependência também acontece com os países mais industrializados.
  No atual contexto mundial, escasseiam os recursos naturais, e a interferência humana na natureza acarreta sérios problemas ambientais e sociais. Esses fatores exigem novos padrões de desenvolvimento. Também as particularidades da geografia da América Latina e a necessidade urgente de melhorias nas condições de vida de milhões de pessoas, que vivem em situação de pobreza ou miséria no continente, trazem novos desafios à política, à sociedade e à economia de seus países.
Acabar com a miséria é um dos principais desafios dos governantes
  Entre as particularidades do espaço geográfico latino-americano, podemos destacar: a possibilidade de produzir fontes energéticas renováveis (biocombustíveis, por exemplo), a disponibilidade de recursos hídricos (águas superficiais e subterrâneas), as reservas de petróleo e gás natural em alguns países, as extensas áreas que podem ser destinadas à agropecuária, a enorme biodiversidade presente nos ecossistemas, a grande diversidade étnico-cultural.
A grande biodiversidade é um dos fatores positivos da América Latina
  Criar condições para que se promova o fim da exclusão social, a conservação da natureza e a preservação das identidades culturais locais (povos indígenas, por exemplo) deveriam ser aspectos presentes nos projetos governamentais.
FONTE: Lucci, Elian Alabi. Geografia: homem & espaço, 8° ano / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro Branco. - 23. ed. - São Paulo: Saraiva, 2010.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom me ajudou muito👏👏👏👌

ADSENSE

Pesquisar este blog