No século XX, a ideia de planificação da economia estava associada à crítica que os comunistas faziam ao capitalismo. Tal crítica se fundamentava no fato de o mercado não ter condições de regulamentar e alocar os recursos econômicos de forma sempre satisfatória, determinando, por exemplo, a ocorrência de desequilíbrios entre o volume de produção e a capacidade de consumo da população. Isso foi verificado nos momentos de crise de superprodução, comuns ao capitalismo industrial.
A motivação do planejamento estatal estava ligada às necessidades sociais, e não ao lucro. Nessa concepção, o Estado deveria analisar as necessidades da população e planejar como alcançar as metas necessárias para atender tais necessidades.
Uma das características mais marcantes dos países socialistas foi a estatização da propriedade privada dos meios de produção. Entendia-se que essa seria a maneira de o Estado assegurar um gerenciamento mais eficaz da economia, garantindo o emprego e a produção. Foi atribuída, de modo geral, maior ênfase a indústria de base, pois era o meio de alavancar o restante da produção, que depende dos seus insumos.
Indústria de base - prioridade na economia socialista |
Com o planejamento era possível estabelecer maior distribuição industrial no território, evitando-se as grandes concentrações industriais que as economias de mercado acabam gerando. Assim, as indústrias eram instaladas de acordo com um planejamento estratégico que levava em conta vários aspectos sociais, políticos e de organização territorial, e não apenas o lucro, como nos países capitalistas.
Disputa Capitalismo X Socialismo |
Foram poucos os países que se industrializaram por meio do planejamento centralizado do Estado. O primeiro foi a URSS, na primeira metade do século XX; depois vieram os países do Leste Europeu que ficaram sob influência soviética após a Segunda Guerra Mundial, como a Polônia, a Hungria, a Romênia, a antiga Iugoslávia e a Bulgária. Com a descolonização da África e da Ásia, alguns países desses continentes também adotaram medidas de planificação; foi o caso de Moçambique, Angola, Vietnã e China.
Em vermelho, a linha divisória que separava os países socialistas dos capitalistas na Europa |
Alguns problemas oriundos da planificação, como o excesso de burocratização, contribuíram para a falta de mobilidade na industrialização, prejudicando o dinamismo tecnológico desses países. Apenas a China, a partir de 1978, devido a uma série de mudanças feitas nas cidades e no campo, conseguiu unir os aspectos mais eficazes da planificação e da economia de mercado para o desenvolvimento econômico. Como resultado, a China passou a apresentar elevadas taxas de crescimento econômico e desenvolvimento tecnológico, participando no mercado internacional com produtos que, na atualidade, estão entre os mais competitivos do mundo.
FONTE:
Lucci, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado:
geografia: ensino médio, volume 3 / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro
Branco, Cláudio Mendonça. - 1. ed. - São Paulo: Saraiva, 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário