O Japão é a terceira maior economia mundial, com um PIB de cerca de 5 trilhões de dólares, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. O país acumula saldos gigantescos no comércio exterior, graças à diversidade de seu parque industrial e ao fato de abrigar universidades e centros avançados de pesquisa e tecnologia. Além disso, a população japonesa usufrui de uma excelente qualidade de vida, com renda per capita média de 38 mil dólares anuais e uma alta expectativa de vida, de cerca de 82 anos, o que confere aos japoneses um elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,953.
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O Japão é o país com o maior número de centenários do mundo |
A conquista dessa prosperidade econômica e social foi devida aos recursos financeiros concedidos pelos Estados Unidos, na década de 1950, como forma de compensar o governo japonês pelos danos causados durante a Segunda Guerra Mundial, além de impedir a expansão do socialismo soviético no Extremo Oriente.
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Imagem de Hiroshima, no Japão, após o bombardeio norte-americano em 06/08/1945 |
Com os recursos obtidos, o governo japonês investiu na reconstrução do país, direcionando bilhões de dólares para a criação de infraestrutura (estradas, ferrovias, portos, usinas elétricas, etc.), além de novas indústrias do setor de base (siderúrgicas, metalúrgicas, químicas, entre outras), intermediárias (sobretudo as navais) e, mais tarde, de bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, etc.). O principal objetivo era colocar no mercado internacional produtos com tecnologia moderna, alta qualidade e preços baixos. Os esforços do governo japonês deram resultado: nas décadas seguintes, o mundo todo foi invadido pelos seus produtos manufaturados, o que levou o país à categoria de grande exportador mundial.
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Mapa econômico do Japão |
O ritmo de crescimento econômico do Japão disparou, atingindo, nas décadas de 1950 e 1960, uma taxa média de 10,5% ao ano, o dobro das taxas das outras nações desenvolvidas. Além da ajuda financeira dos Estados Unidos, outros fatores contribuíram de maneira significativa para a retomada do desenvolvimento no país. Entre esses fatores, destacam-se:
- Mão de obra barata e abundante para as indústrias: ao final da Segunda Guerra Mundial, houve no Japão um intenso êxodo rural. A maior parte do contingente de trabalhadores migrantes foi absorvida pelas indústrias que surgiam, sobretudo, nos grandes centros urbanos.
- Longas jornadas de trabalho: desde o início do período de recuperação econômica, os empregados japoneses têm trabalhado, em média, durante 43 horas semanais, ao passo que, na maioria das outras nações desenvolvidas, como a França e os Estados Unidos, a jornada de trabalho é de 38 horas semanais.
- Fidelidade dos trabalhadores à empresa: os trabalhadores japoneses são extremamente subordinados à hierarquia, às regras e à rotina de trabalho das empresas; muitas vezes eles veem a fábrica como uma extensão de sua casa. A obediência desses trabalhadores à classe patronal faz com que os sindicatos existentes no país atuem, na realidade, em consenso com os interesses econômicos das empresas.
- Aplicação maciça de verbas na área educacional: a partir do pós-guerra, parcelas significativas das verbas públicas foram destinadas à educação, principalmente ao ensino técnico voltado para a qualificação de mão de obra. Os resultados desses investimentos são visíveis na atualidade: 98% dos estudantes japoneses cursam o 2° grau, e 51% destes seguem para o nível superior.
- Criação e aprimoramento de novas tecnologias: governo e empresas realizaram grandes investimentos em pesquisas científicas, fazendo o país se destacar nos setores de tecnologia de ponta. A partir da década de 1970, o Japão tornou-se o maior fabricante e exportador mundial de microchips, de robôs de alta precisão e também de supercomputadores.
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Fábrica da Toyota no Japão - uso intenso de tecnologia |
Assim, foi fundamental a participação ativa e integrada da população, das empresas e do governo na reconstrução econômica do Japão, o que provocou um acelerado crescimento das cidades do país logo após a Segunda Guerra Mundial.
O TERRITÓRIO JAPONÊS E AS ATIVIDADES ECONÔMICAS
Com aproximadamente 373 mil km² de extensão (pouco maior que o estado de Goiás), o território do arquipélago japonês é constituído por 75% de montanhas, a maioria de origem vulcânica, e apenas 25% de planícies. Por isso, as regiões industriais japonesas encontram-se, de maneira geral, confinadas em estreitas faixas de terra, entre as montanhas e o oceano. São pequenas áreas de planícies, onde a declividade do terreno é pouco acentuada, permitindo a instalação de grandes indústrias.
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Mapa topográfico do Japão |
Além do interior montanhoso, outro fator que contribui histórica e economicamente para a concentração das indústrias no litoral é a proximidade dos portos, locais de desembarque de matérias-primas e embarque de produtos manufaturados para exportação. Os portos japoneses de Yokohama, Kobe e Chiba são alguns dos mais movimentados do mundo.
As áreas industriais e portuárias localizadas nas grande aglomerações urbanas de Tóquio, Nagoya e Osaka respondem por cerca de 70% da produção industrial japonesa. Nessas áreas destacam-se as indústrias automobilística, petroquímica, mecânica, de materiais elétricos e de aparelhos eletrônicos. Outro setor industrial de destaque no país é o naval: cerca de um terço dos navios construídos no mundo é de origem japonesa. Essa produção ocorre em imensos estaleiros localizados nas regiões de Kobe e Nagasaki.
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Porto de Kobe no Japão |
DESAFIOS PARA O SÉCULO XXI
Embora haja tanta prosperidade, o Japão enfrenta problemas financeiros. Como vem ocorrendo em vários países desenvolvidos, grandes desafios econômicos e sociais colocam-se à frente da nação japonesa no início do século XXI. O maior desses desafios é a crise econômica que o país atravessa, relacionada à estagnação do ritmo de crescimento econômico, que até o início da década de 1990 se mantinha bastante elevado. Essa desaceleração da economia tem gerado a falência de empresas e o aumento do desemprego no país.
Entre as principais causas da estagnação econômica está o enorme déficit público, gerado, em grande parte, pelos altos gastos do governo com aposentadorias e outros benefícios sociais destinados ao crescente contingente de idosos. No Japão, cerca de 20% da população tem idade igual ou superior a 65 anos, o que representa cerca de 25 milhões de pessoas. A previsão é de que, em 2015, um em cada quatro japoneses seja idoso.
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A cada ano aumenta o número de idosos no Japão, modificando a sua pirâmide etária |
Esse acelerado crescimento da população idosa, somado a outros fatores, contribui para a estagnação do consumo, outro dado relevante para entendermos a atual crise japonesa. Diferentemente dos países ocidentais desenvolvidos, onde os idosos consomem cada vez mais, no Japão há um hábito de poupar o máximo possível, como forma de garantir proventos para o futuro. Esse fato tem se acentuado nos últimos anos em razão da crise econômica que atinge o país.
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O hábito de consumo do japonês é bem menor que o de muitos países desenvolvidos |
É importante saber que, apesar de ser um grande exportador de manufaturados, cerca de 85% dos produtos industrializados fabricados no Japão são consumidos no próprio país. Isso significa que a economia japonesa é extremamente dependente do consumo interno. Portanto, se os habitantes poupam mais do que consomem, a economia entra em recessão, ou seja, as fábricas, o comércio e os serviços passam a produzir menos e a demitir funcionários em massa. Essa é a principal causa da atual taxa de desemprego de aproximadamente 4%, a maior da história do país desde a Segunda Guerra Mundial.
O desemprego dos últimos anos vem gerando uma nova realidade para os japoneses: a pobreza. Segundo fontes do governo, o número de pessoas vivendo como indigentes nas ruas das grandes metrópoles do país saltou de algumas centenas, na década de 1990, para uma legião de quase 20 mil. Talvez esse seja o maior desafio para a sociedade tecnologicamente mais avançada do planeta: saber lidar com problemas socioeconômicos típicos do mundo subdesenvolvido.
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Com a crise econômica, aumenta o número de mendigos nas ruas japonesas |
FONTE: Boligian, Levon. Geografia espaço e vivência, volume único / Levon
Boligian, Andressa Turcatel Alves Boligian. -- 3. ed. -- São Paulo:
Atual, 2011.
2 comentários:
É preciso mudar esse quadro. O Japão (Tóquio), não merece uma cena assim tão triste. E mais: é preciso que muitos japoneses adquiram mais filhos e filhas, para que a pirâmide etária não se altere como prevê em 2050. E mais: é hora do país desestagnar sua economia e voltar a ser um GIGANTE ECONÔMICO. Afinal, é um país desenvolvido, rico, um dos mais importantes do mundo, assim como os Estados Unidos (Washington-DC) e a gananciosa Europa (Estrasburgo). Espero que volte a ser a segunda maior economia do mundo e desbanque a China(Pequim), que é comunista e socialista, e não gosto nem um pouco desse país por causa disso. É hora de dar a volta por cima, sair dessa crise e voltar à ativa. Que o desemprego caia, e os japoneses voltem a trabalhar, assim como atuar nas suas culturas e tradições, e claro, investir pesado em todas as áreas comerciais, incluindo engenharia antissísmica mais reforçada contra terremotos e tsunamis, robótica, ciência e tecnologia tudo de ponta, e na ponta do dedo, e tudo que seja sofisticado. O MUNDO INTEIRO se orgulharia. Nós brasileiros também.
Bem feito . O Povo japones e' o mais racista , mal educado , autoritario e peverso do mundo.Quando querem fazer uma maldate cuidadodamente o planejam , o que torna os perigosos .Nem os filhos de japoneses os toleram quando migram ao Japao .
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