sexta-feira, 4 de maio de 2012

INFLAÇÃO E ALGUNS CONCEITOS RELACIONADOS

  A inflação é definida como um argumento generalizado e contínuo dos preços. Quando, ao contrário, ocorre uma baixa generalizada e contínua dos preços, tem-se o conceito inverso de inflação: a deflação.
  É importante notar que o aumento do preço de algum bem ou serviço em particular não constitui inflação, que ocorre apenas quando há um aumento generalizado dos preços. Se a maioria dos bens e serviços se torna mais cara, tem-se inflação. Essa inflação será tanto maior quanto maiores os aumentos nos preços nas mercadorias. Normalmente, esses aumentos de preços não ocorrem de forma sincronizada, ou seja, não há um aumento igual do preço de todas as mercadorias e serviços; desse modo há um problema para calcular o tamanho da inflação. A forma como isso é resolvido é fazer uma média ponderada da elevação dos preços [...].
  A contrapartida desse aumento dos preços é a perda de poder aquisitivo da moeda, ou seja, uma mesma unidade monetária pode adquirir menos bens e serviços, pois estes estão mais caros.
  É importante diferenciar inflação da aceleração inflacionária. Quando ocorre um aumento dos preços temos a inflação. Quando se diz que a inflação foi de 10% em determinado mês (ou ano) está-se dizendo que naquele período os preços em média aumentaram 10%. Se essa taxa se mantém constante nos meses (ou anos) seguintes, isso significa que os preços continua a subir em média 10% por mês (ou ano). A inflação está estabilizada em 10%, mas não os preços. Se a inflação passa para 15% no mês seguinte, 20% no subsequente, existe uma aceleração inflacionária, em que os preços estão em média subindo e subindo cada vez mais - a inflação é cada vez mais alta.
  Dependendo do tamanho da inflação, pode-se dizer que é moderada (ou rastejante) ou que ocorre uma hiperinflação. Quando os aumentos de preços são pequenos, a inflação é dita rastejante ou moderada; se são muito grandes, utiliza-se o conceito de hiperinflação.
  Não há um ponto certo para se dizer quando deixamos uma situação com inflação moderada e passamos para uma de hiperinflação. Algumas pessoas consideram, por exemplo, que uma inflação de 50% ao mês pode ser considerada hiperinflacionária, outras colocam esse patamar mais abaixo ou mais acima. De forma geral, pode-se dizer que a hiperinflação é uma situação em que a inflação é tão alta que a perda do poder aquisitivo da moeda faz com que as pessoas abandonem aquela moeda. Passam a utilizar outra moeda como unidade de conta, isto é, como forma de definir os preços das mercadorias; e também como meio de pagamento, isto é, como instrumento para realizar os pagamentos. Por exemplo, em momentos de hiperinflação, as pessoas abandonam a moeda local e passam a usar a moeda de um outro país, como o dólar, para fazer suas transações dentro de seu país.
Tipos de inflação
  Se se tomar as causas da inflação, encontrar-se-ão dois tipos básicos: inflação de demanda e inflação de custos.
  A inflação de demanda deve-se à existência de excesso de demanda em relação à produção disponível. Nesse sentido, essa inflação aparece quando ocorre aumento da demanda não acompanhado pela oferta; portanto, é mais provável que ela apareça quanto maior for o grau de utilização da capacidade produtiva da economia, isto é, quanto mais próximo estiver do pleno emprego.
  Esse excesso de demanda pode ser ocasionado por expansão monetária decorrente de déficit público não financiado por poupança privada (colocação de títulos do governo junto ao público). Nesse caso, os indivíduos veem seus saldos monetários aumentar e, com isso, vão ampliar a demanda; como a oferta é relativamente rígida a curto prazo, os preços tendem a subir. É importante destacar que o aumento do estoque de moeda gera um aumento no nível geral dos preços, que só se tornará um processo inflacionário caso o processo de emissão montária continue, isto é, persista o déficit público. Sendo assim, o combate a inflação de demanda implica eliminar o déficit público, de modo a estancar a emissão monetária.
  Tanto a chamada corrente monetarista, como a corrente fiscalista, partem de um diagnóstico de inflação de demanda, diferindo na forma de combatê-la: os monetaristas enfatizam a política monetária e os fiscalistas priorizam políticas fiscais e de rendas (exemplo: congelamento de preços e salários).
  A inflação de custos pode ser considerada uma inflação de oferta, que decorre do aumento de custos das empresas repassadas para preços. Várias podem ser as pressões de custos:
  1. aumento no preço das matérias-primas e de insumos básicos decorrentes de quebra de safra agrícola, por exemplo, ou desvalorização cambial que aumenta o preço da matéria-prima importada;
  2. aumentos salariais, via negociações ou política governamental, sem estarem ancorados em aumentos de produtividade do trabalhador;
  3. elevações nas taxas de juros etc.
FONTE: GREMAUD, Amaury P.; VASCONCELOS, Marcos A. S.; TONETO JR., Rudinei. Economia brasileira contemporânea. São Paulo: Atlas, 2009. p. 95-89.

Um comentário:

Anônimo disse...

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