A civilização chinesa se desenvolveu numa região com rios volumosos e solos férteis, que proporcionaram boas colheitas.
Na Antiguidade, civilizações como essa que prosperou às margens dos rios Amarelo, Azul e Pérola também surgiram no Egito e na Mesopotâmia. Eles receberam o nome genérico de civilizações hidráulicas.
No século XX, a disponibilidade de alguns medicamentos importantes e o crescimento do comércio com o Ocidente incentivaram a natalidade e diminuíram a mortalidade. Muitos produtos rurais enxergaram no crescimento da família uma forma de gerar mais mão de obra e, consequentemente, mais renda. De acordo com estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas), a população chinesa em 2015 é de 1,373 bilhão de habitantes, concentrando cerca de 20% da população mundial.
Tradicionalmente ligados às atividades rurais, os chineses acreditavam que uma família só seria completa com um grande número de filhos, pois isso representava mais pessoas trabalhando e elevando a renda da família.
Para romper com esse pensamento, o governo chinês promoveu uma intensa campanha para conscientizar os chineses sobre a necessidade de deter o crescimento da população. A televisão e os jornais ressaltavam que a família feliz tem somente um filho, porque assim pode proporcionar a ele mais conforto. As regras são rígidas. O governo oferece auxílio aos casais que têm um único filho, mas cobra taxas elevadas daqueles que têm dois. Nesse caso, é comum a perda total dos benefícios.
Lançada em 1979, a chamada política do "filho único" permanecia em vigor até o final de outubro de 2015. O governo chinês entendeu que seria um desastre para o país se os casais tivessem quantos filhos desejassem. Além dos altos gastos nas áreas sociais, temia-se a possibilidade de não haver alimento para todos. Por esses motivos, o governo resolveu adotar o controle de natalidade compulsório, permitindo um único filho a cada casal. No entanto, a regra apresenta exceções: na zona rural, é permitido o segundo filho.
Na década de 1980, essa campanha usava frases grosseiras que em nada contribuíam para a conscientização da população. Frases como "um novo bebê significa um novo túmulo", ou "tenha menos crianças e mais porcos" não são mais utilizadas.
Hoje, a campanha usa frases mais delicadas, como "a mãe Terra está cansada de sustentar tantas crianças", que mostra a preocupação que o governo tem com o sustento dessa crescente população.
A campanha de filho único tem gerado inúmeros problemas. Muitas crianças, que são "segundo filho" são abandonadas e entregues a orfanatos que, muitas vezes, não oferecem bons cuidados. Além disso, surgiu na China uma verdadeira indústria clandestina de abortos. Essa situação é particularmente grave, pois os casais mais tradicionalistas preferem filhos homens e chegam a pagar por ultrassons clandestinos para saber o sexo do bebê. Eles acreditam que o filho homem trabalha e pode sustentar seus pais na velhice; já as meninas, ao se casarem deixam a casa dos pais, que ficam sem a sua ajuda.
Essas motivações deixaram marcas na sociedade chinesa. O número de homens já é bem maior que o de mulheres; calcula-se que são necessárias mais de 30 milhões de meninas para equilibrar a situação. Isso sem contar que muitas crianças chinesas que são "segundo filho"não têm registro porque suas mães deram à luz em regiões afastadas e não declararam seu nascimento para o governo. Desse modo, está nascendo e crescendo na China uma enorme massa de pessoas sem nome oficial.
Nos últimos anos, o governo chinês tem analisado casos de casais que dispõem de recursos financeiros e gostariam de ter o segundo filho. Em 2008, vários casais tiveram autorização para ter mais filhos nas zonas atingidas por tragédias como terremotos, que mataram milhares de crianças.
Desde o fim de 2013 a China adota medidas de relaxamento do controle de natalidade. No dia 29 de outubro de 2015, o governo chinês anunciou o fim da política do filho único, permitindo que agora cada casal tenha até dois filhos, uma reforma que põe fim a mais de 30 anos da política que limitava os nascimentos no país.
O envelhecimento rápido da população é um dos efeitos secundários mais prejudiciais da política do filho único para a China, pois diminui a mão de obra ativa do país e contribui para elevar o déficit previdenciário com o aumento do número de aposentados. Em 2012, pela primeira vez em décadas, a população em idade ativa caiu. O índice de fecundação no país, de 1,5 filho por mulher, é muito inferior ao nível que garante a renovação geracional.
A nova política, anunciada pelo Partido Comunista, representa um relaxamento na longa controversa "política do filho único". Com essa medida, espera-se que se regule a idade da população.
Na Antiguidade, civilizações como essa que prosperou às margens dos rios Amarelo, Azul e Pérola também surgiram no Egito e na Mesopotâmia. Eles receberam o nome genérico de civilizações hidráulicas.
No século XX, a disponibilidade de alguns medicamentos importantes e o crescimento do comércio com o Ocidente incentivaram a natalidade e diminuíram a mortalidade. Muitos produtos rurais enxergaram no crescimento da família uma forma de gerar mais mão de obra e, consequentemente, mais renda. De acordo com estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas), a população chinesa em 2015 é de 1,373 bilhão de habitantes, concentrando cerca de 20% da população mundial.
A fertilidade dos solos na China pode ser a causa da enorme população do país |
Para romper com esse pensamento, o governo chinês promoveu uma intensa campanha para conscientizar os chineses sobre a necessidade de deter o crescimento da população. A televisão e os jornais ressaltavam que a família feliz tem somente um filho, porque assim pode proporcionar a ele mais conforto. As regras são rígidas. O governo oferece auxílio aos casais que têm um único filho, mas cobra taxas elevadas daqueles que têm dois. Nesse caso, é comum a perda total dos benefícios.
Lançada em 1979, a chamada política do "filho único" permanecia em vigor até o final de outubro de 2015. O governo chinês entendeu que seria um desastre para o país se os casais tivessem quantos filhos desejassem. Além dos altos gastos nas áreas sociais, temia-se a possibilidade de não haver alimento para todos. Por esses motivos, o governo resolveu adotar o controle de natalidade compulsório, permitindo um único filho a cada casal. No entanto, a regra apresenta exceções: na zona rural, é permitido o segundo filho.
Na década de 1980, essa campanha usava frases grosseiras que em nada contribuíam para a conscientização da população. Frases como "um novo bebê significa um novo túmulo", ou "tenha menos crianças e mais porcos" não são mais utilizadas.
Cartaz da década de 1980 que incentivava os casais chineses a terem apenas um filho |
A campanha de filho único tem gerado inúmeros problemas. Muitas crianças, que são "segundo filho" são abandonadas e entregues a orfanatos que, muitas vezes, não oferecem bons cuidados. Além disso, surgiu na China uma verdadeira indústria clandestina de abortos. Essa situação é particularmente grave, pois os casais mais tradicionalistas preferem filhos homens e chegam a pagar por ultrassons clandestinos para saber o sexo do bebê. Eles acreditam que o filho homem trabalha e pode sustentar seus pais na velhice; já as meninas, ao se casarem deixam a casa dos pais, que ficam sem a sua ajuda.
Essas motivações deixaram marcas na sociedade chinesa. O número de homens já é bem maior que o de mulheres; calcula-se que são necessárias mais de 30 milhões de meninas para equilibrar a situação. Isso sem contar que muitas crianças chinesas que são "segundo filho"não têm registro porque suas mães deram à luz em regiões afastadas e não declararam seu nascimento para o governo. Desse modo, está nascendo e crescendo na China uma enorme massa de pessoas sem nome oficial.
Devido a política do filho único, muitas crianças são abandonadas em orfanatos na China |
Desde o fim de 2013 a China adota medidas de relaxamento do controle de natalidade. No dia 29 de outubro de 2015, o governo chinês anunciou o fim da política do filho único, permitindo que agora cada casal tenha até dois filhos, uma reforma que põe fim a mais de 30 anos da política que limitava os nascimentos no país.
O envelhecimento rápido da população é um dos efeitos secundários mais prejudiciais da política do filho único para a China, pois diminui a mão de obra ativa do país e contribui para elevar o déficit previdenciário com o aumento do número de aposentados. Em 2012, pela primeira vez em décadas, a população em idade ativa caiu. O índice de fecundação no país, de 1,5 filho por mulher, é muito inferior ao nível que garante a renovação geracional.
A nova política, anunciada pelo Partido Comunista, representa um relaxamento na longa controversa "política do filho único". Com essa medida, espera-se que se regule a idade da população.
O envelhecimento da população chinesa é um dos motivos para o fim da política do filho único |
FONTE: G1 (Portal de Notícias da Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário