Ao final da Segunda Guerra Mundial, os países do Leste Europeu que faziam fronteira com a URSS viveram um rápido processo de transformação econômica e política e passaram à esfera de influência soviética. Três países bálticos, Estônia, Letônia e Lituânia, foram anexados e tornaram-se repúblicas soviéticas em 1940.
Em 1955, os países da Cortina de Ferro assinaram o Pacto de Varsóvia, aliança militar cujo principal objetivo era o auxílio mútuo em caso de agressão armada de outros países (leia-se "países ocidentais aliados dos Estados Unidos"). Em plena Guerra Fria, a manutenção de países satelitizados na Europa representava um importante trunfo geopolítico tanto para a União Soviética quanto para os Estados Unidos.
A convivência entre os países do Leste Europeu e a União Soviética nem sempre foi pacífica. Ao contrário, a manutenção do regime e da hegemonia soviética foi realizada, em certas ocasiões, sob a força das armas.
Logo após a assinatura do Pacto de Varsóvia, a Hungria retirou-se, ao mesmo tempo que seu governo passou a abertura do país para o Ocidente. Em 1956, tropas russas invadiram o país, destituíram o governo e promoveram forte repressão, com a prisão em massa dos dissidentes.
Durante quatro décadas, os governos comunistas que assumiram o poder nos países do Leste Europeu estabeleceram Estados centralizadores e, de modo geral, pouco democráticos.
Após 1989, teve início uma nova onda de transformações políticas, sociais e econômicas na região. Foi o que se denominou período de transição para a economia de mercado. Também chegaram ao fim as constantes interferências externas que caracterizaram o período autoritário sob o comando da União Soviética.
Diferetemente do que ocorreu na Iugoslávia, onde as diferenças étnicas promoveram seu esfacelamento, os países do Leste Europeu mantiveram suas fronteiras originais, à exceção da antiga Tchecoslováquia, que se dividiu em dois Estados - a República Tcheca e a Eslováquia. Esse processo de separação ocorreu de forma pacífica.
O período de transição que se iniciou a partir da década de 1990 teve repercussões socioeconômicas imediatas em todos os países da Europa Oriental, embora os efeitos da transição tenham sido muito diferentes em cada um deles.
Segundo o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) foi nessa região que a proteção do Estado apresentou maior recuo, o que provocou o aumento da pobreza e da mortalidade. Estimativas do Banco Mundial revelaram que, entre 1988 e 1998, a proporção de pobres saltou de 2% para 21%, recuando a partir da década de 2000.
Também como consequência das crises sociais, ocorreu no Leste Europeu uma sensível queda nas taxas de natalidade, o que acarretará novos problemas no futuro desses países.
OS ERROS E OS ACERTOS DA TRANSIÇÃO
A transição política e econômica do Leste Europeu foi favorecida por elevadas somas de investimentos realizados pelos países da Europa Ocidental. Novas indústrias foram instaladas, inclusive aproveitando o menor custo de mão de obra qualificada da região.
As privatizações tornaram-se prática comum em todos os países do Leste. Inúmeras fábricas foram fechadas, tendo em vista a baixa produtividade e a obsolescência dos métodos produtivos. Ambas as situações promoveram crises sociais, manifestações e greves de trabalhadores.
Em 1955, os países da Cortina de Ferro assinaram o Pacto de Varsóvia, aliança militar cujo principal objetivo era o auxílio mútuo em caso de agressão armada de outros países (leia-se "países ocidentais aliados dos Estados Unidos"). Em plena Guerra Fria, a manutenção de países satelitizados na Europa representava um importante trunfo geopolítico tanto para a União Soviética quanto para os Estados Unidos.
Cortina de Ferro - linha divisória que separava a Europa Ocidental da Europa Oriental
SOB O DOMÍNIO DAS FORÇAS SOVIÉTICASA convivência entre os países do Leste Europeu e a União Soviética nem sempre foi pacífica. Ao contrário, a manutenção do regime e da hegemonia soviética foi realizada, em certas ocasiões, sob a força das armas.
Logo após a assinatura do Pacto de Varsóvia, a Hungria retirou-se, ao mesmo tempo que seu governo passou a abertura do país para o Ocidente. Em 1956, tropas russas invadiram o país, destituíram o governo e promoveram forte repressão, com a prisão em massa dos dissidentes.
Cenas da invasão da Hungria por tropas soviéticas, em 1956
Alguns anos mais tarde, em 1968, foi a vez da Tchecoslováquia promover a tentativa de abertura política e econômica para o Ocidente. O movimento chamado de Primavera de Praga, pretendia "humanizar" o socialismo. Também nesse país ocorreram a invasão de tropas soviéticas e a destituição do governo liberalizante.
Tanques soviéticos nas ruas de Praga, capital da Tchecoslováquia, em 1968
No início da década de 1980, graves problemas econômicos na Polônia levaram o sindicato Solidariedade a promover uma série de manifestações e greves. Os soviéticos ocuparam a fronteira do país, decretaram a lei marcial e colocaram o Solidariedade na ilegalidade. Anos mais tarde, com o apoio do Papa João Paulo II, que era polonês, o Solidariedade foi novamente reconhecido. Em 1989, em plena abertura política e econômica, Lech Walesa, antigo dirigente do sindicato, foi eleito presidente da Polônia, após quase cinquenta anos sem eleições livres no país.
Lech Walesa, antigo líder do Solidariedade e ex-presidente da Polônia
FIM DA GUERRA FRIA, INÍCIO DAS TRANSFORMAÇÕESDurante quatro décadas, os governos comunistas que assumiram o poder nos países do Leste Europeu estabeleceram Estados centralizadores e, de modo geral, pouco democráticos.
Após 1989, teve início uma nova onda de transformações políticas, sociais e econômicas na região. Foi o que se denominou período de transição para a economia de mercado. Também chegaram ao fim as constantes interferências externas que caracterizaram o período autoritário sob o comando da União Soviética.
Diferetemente do que ocorreu na Iugoslávia, onde as diferenças étnicas promoveram seu esfacelamento, os países do Leste Europeu mantiveram suas fronteiras originais, à exceção da antiga Tchecoslováquia, que se dividiu em dois Estados - a República Tcheca e a Eslováquia. Esse processo de separação ocorreu de forma pacífica.
Em destaque a República Tcheca e a Eslováquia que faziam parte da Tchecoslováquia
A TRANSIÇÃO PARA A ECONOMIA DE MERCADOO período de transição que se iniciou a partir da década de 1990 teve repercussões socioeconômicas imediatas em todos os países da Europa Oriental, embora os efeitos da transição tenham sido muito diferentes em cada um deles.
Segundo o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) foi nessa região que a proteção do Estado apresentou maior recuo, o que provocou o aumento da pobreza e da mortalidade. Estimativas do Banco Mundial revelaram que, entre 1988 e 1998, a proporção de pobres saltou de 2% para 21%, recuando a partir da década de 2000.
Com a transição econômica, aumentou a pobreza no Leste Europeu
Os anos de má gestão econômica tornaram a transição muito penosa para a população. O fim da proteção do Estado e a adoção de políticas neoliberais reduziram os benefícios sociais na educação e na saúde, entre outros. Esse foi um dos principais fatores responsáveis pela forte emigração de trabalhadores do Leste Europeu, sobretudo jovens, rumo aos países da Europa Ocidental.Também como consequência das crises sociais, ocorreu no Leste Europeu uma sensível queda nas taxas de natalidade, o que acarretará novos problemas no futuro desses países.
Envelhecimento da população - ocorre não só no Leste Europeu como também em todo o mundo
A transição também teve repercussões sobre a economia. O acesso à propriedade e aos bens de consumo ampliou os mercados e permitiu a rápida entrada dessas nações no processo de globalização. Por outro lado, a antiga prática do pleno emprego do período socialista deu lugar ao desemprego em massa.OS ERROS E OS ACERTOS DA TRANSIÇÃO
A transição política e econômica do Leste Europeu foi favorecida por elevadas somas de investimentos realizados pelos países da Europa Ocidental. Novas indústrias foram instaladas, inclusive aproveitando o menor custo de mão de obra qualificada da região.
As privatizações tornaram-se prática comum em todos os países do Leste. Inúmeras fábricas foram fechadas, tendo em vista a baixa produtividade e a obsolescência dos métodos produtivos. Ambas as situações promoveram crises sociais, manifestações e greves de trabalhadores.
Manifestação contra a crise econômica em Bruxelas - Bélgica
Políticas relacionadas à estabilização econômica e monetária foram adotadas pelos países que, desde meados da década de 1990, passaram a pleitear o ingresso na União Europeia. Oito deles - Lituânia, Letônia, Estônia, Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Eslovênia - conseguiram ingressar na UE em 2004. Em 2007, foi a vez da Bulgária e da Romênia. Sob o aspecto político, o partido único e as eleições de pequena representatividade popular cederam lugar ao pluralismo político-partidário. Como nos setores econômico e social, também em termos políticos a Europa Oriental ainda não encerrou o processo de transição, apesar de se observar no conjunto de países do Leste Europeu a expansão dos processos democráticos que estiveram ausentes da região por várias décadas.
FONTE: Geografia, 3° ano: ensino médio / organizadores: Fernando dos Santos
Sampaio, Ivone Silveira Sucena - 1. ed. - São Paulo: Edições SM, 2010. - (Coleção ser protagonista).
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