terça-feira, 9 de julho de 2013

A CONFERÊNCIA SOBRE O MAR

  A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), frequentemente referida em inglês como UNCLOS (United Nations Convention on the Law of the Sea), é um tratado multilateral celebrado pelos participantes da ONU em Montego Bay, Jamaica, em 10 de dezembro de 1982, que define e codifica conceitos herdados do direito internacional costumeiro referentes a assuntos marítimos, como mar territorial, zona econômica exclusiva, plataforma continental entre outros, e estabelece princípios gerais da exploração dos recursos naturais do mar, como os recursos vivos, os do solo e os do subsolo. A Convenção também criou o Tribunal Internacional do Direito do Mar, cujo objetivo é julgar as controvérsias relativas à interpretação e aplicação daquele tratado.
  O texto do tratado foi aprovado durante a Terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que se reuniu pela primeira vez em Nova York em dezembro de 1973, convocada pela Resolução Nº 3067 da Assembleia Geral da ONU, de 16 de novembro do mesmo ano.
Países signatários da Convenção
  Ratificaram
  Assinaram, mas ainda não ratificaram
  O primeiro grande encontro internacional para discutir os oceanos ocorreu em 1930. Os participantes da reunião concordavam que o oceano é uma herança comum da humanidade, mas desejavam extrair alimentos e recursos minerais de suas águas territoriais. Até então, os países costeiros tinham direito três milhas marítimas (5,5 quilômetros) a partir da costa litorânea.
  O avanço tecnológico passou a permitir a exploração de águas cada vez mais distantes dos litorais, o que desencadeou uma série de conflitos de interesses entre os países. Para tratar desse assunto foram realizadas diversas conferências das Nações Unidas sobre o Direito ao Mar.
  A Conferência realizada em Montego Bay, na Jamaica, foi a principal dessas conferências, tendo começado em 1973 e só foi terminada em 1982. Nela foram delimitadas zonas diferenciadas pelo tipo de uso e de exploração econômica.
Conceitos estabelecidos pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
  A faixa definida como mar territorial é uma zona de 12 milhas (22,2 quilômetros) a partir da costa litorânea na qual o uso e a exploração dos recursos são exclusivos do país costeiro que a possui. Nessa zona, que é uma continuidade administrativa do território dos países, há limitações para a prática de navegação, pesca e extração de petróleo, as quais só podem ser efetuadas com autorização do governo que a controla.
  Também foi delimitada a zona econômica exclusiva, faixa oceânica de 188 milhas náuticas a partir do limite do mar territorial. Nela, o país detém a exclusividade na exploração da pesca e dos recursos energéticos, porém, não pode impedir a navegação internacional. As 200 milhas (370 quilômetros) do mar brasileiro, correspondem à soma das duas faixas.
Zona Econômica Exclusiva do Brasil
  Por fim, definiu-se o alto-mar, que são as águas que estão além de 200 milhas da costa. Nessas águas, a exploração dos recursos marinhos e a pesquisa científica podem ser realizadas sem a autorização dos governos.
  O fundo do mar encontrado além dos limites das jurisdições nacionais, apesar do interesse despertado por sua riqueza e potencialidades para a exploração mineral, foi considerado patrimônio comum da humanidade e, portanto, área de preservação permanente.
  A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, também é responsável por regular a pesca em alto-mar e outros tratados específicos, como os relativos aos atuns (Convenção Internacional para a Preservação do Atum Atlântico) ou às baleias (Convenção Internacional para a Regulamentação da Pesca da Baleia - CIRAB). A Convenção determina ainda que os Estados-membros cooperem para a conservação e a boa gestão dos recursos vivos em alto-mar.
Países signatários da CIRAB
FONTE: Araújo, Regina. Observatório de geografia / Regina Araújo, Ângela Corrêa da Silva, Raul Borges Guimarães. - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2009.

domingo, 7 de julho de 2013

O FEUDALISMO

  O feudalismo tem início com as invasões germânicas (mais conhecidas como invasões bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente.
  Restrito ao continente europeu, o feudalismo assumiu diversas formas durante a Idade Média. Essa estrutura socioeconômica foi produto da relação entre elementos do Império Romano e das sociedades germânicas.
  Como características básicas dessa estrutura, estão: a economia agrária e de subsistência; poder político fragmentado, descentralizado, nas mãos dos senhores feudais; sociedade de ordens, fortemente hierarquizada; hegemonia ideológica e cultural da Igreja Católica.
Império Romano
AS ORIGENS ROMANAS E GERMÂNICAS DO FEUDALISMO
  No lento processo de gestação do feudalismo, iniciado no século III, com a desestruturação do Império Romano, para impedir a movimentação dos camponeses foi instituído legalmente o sistema de colonato, no qual o colono era obrigado  a se fixar na terra, sob a tutela do proprietário. Essa relação de trabalho permanecia durante o feudalismo, dando origem à servidão.
  As grandes propriedades rurais - chamadas de villas - também colaboraram para a formação dessa estrutura. Com a decadência das atividades urbanas e as penetrações bárbaras, as villas tornaram-se o centro da vida econômica e o refúgio dos camponeses, que tentavam se proteger dos bárbaros. Desse modo, o império adquiriu uma estrutura rural e as decisões políticas passaram a ser tomadas pelos poderes locais.
Desenho esquemático de um feudo
  Alguns costumes dos povos germânicos - o comitatus, a economia rural e o direito consuetudinário - encontram-se na base da formação do feudalismo.
  O comitatus definia as relações de lealdade entre os guerreiros e os chefes de tribos. Em troca dos serviços militares, os guerreiros recebiam terras dos seus chefes e tinham autonomia para administrá-las. Na sociedade romana também existia a relação de dependência pessoal dos clientes e a concessão precária de terras por meio do benefício. Assim, da convivência dessas instituições, germânicas e romanas, surgiu a relação de suserania e vassalagem.
Esquema de como funcionava a sociedade feudal
  Suserania era o termo empregado para distinguir um nobre que doava algum bem (normalmente terras, mas podia ser a concessão de impostos sobre uma ponte, o uso de equipamentos agrícolas, o uso de uma fonte d'água, etc.) a outro nobre. Nessa relação, suserano é quem doa o bem e quem o recebe é denominado de vassalo. Em troca do benefício doado pelo suserano, o vassalo lhe faz um juramento de fidelidade, devendo-lhe prestar diversos serviços, como lutar no exército do suserano quando for convocado, ajudar seu suserano economicamente quando este precisar etc. Também um suserano pode se tornar vassalo de outro nobre se dele receber algo; da mesma forma, um vassalo pode se tornar um suserano se doar algo a outro nobre.
Deveres do suserano e do vassalo
  Os povos germânicos praticavam a agricultura e o pastoreio, fato que acentuou o processo de ruralização da economia europeia.
  O sistema de leis do feudalismo baseou-se no direito consuetudinário, ou seja, as leis tradicionais herdadas de antepassados e transmitidas oralmente.
A ECONOMIA FEUDAL
  A partir do século IX, a Europa já estava ruralizada. Os novos deslocamentos bárbaros (vikings, magiares) e a expansão dos árabes na península Ibérica contribuíram para que a situação política e econômica se tornasse muito instável.
  O desdobramento dessa situação foi a redução das atividades comerciais e a organização de defesas locais mediante a formação de exércitos particulares e fortificação dos castelos. Nesses universos fechados e localizados, conviveriam senhores e camponeses, produzindo seus próprios meios de sobrevivência.
Esquema de trabalho no feudalismo
  A grande propriedade rural, tendia para a autossuficiência, uma vez que produzia quase tudo de que necessitava. O que faltava era obtido nas feiras, nas aldeias e em outros feudos por meio de trocas.
  Nos feudos, a terra era dividida da seguinte maneira:
  • manso senhorial (terras do senhor), onde se localizava o castelo; a produção dessas terras pertencia ao senhor;
  • manso servil, dividido em lotes (tenências) entre os camponeses, que daí retiravam seu sustento;
  • manso comunal, composto por pastagens, bosques, florestas; era utilizado pelo senhor e pelos seus servos.
Divisão de um feudo
  A produção baseava-se no sistema trienal, uma forma de explorar a terra por meio do revezamento de três campos divididos em faixas, para evitar seu esgotamento.
POLÍTICA E SOCIEDADE
  Durante o feudalismo, o poder do Estado era quase inexistente, e o rei mantinha um poder apenas nominal. Isso se deu principalmente em razão da lenta fragmentação do poder político centralizado, desde a decadência do Império Romano, o que reforçou os poderes locais e as relações pessoais de vassalagem, originadas nas tradições romanas e germânicas.
  As relações de suserania e vassalagem reproduziam-se sucessivamente entre os nobres, formando uma extensa rede, na qual a maioria dos nobres era ao mesmo tempo suserano de uns e vassalos de outros.
Sociedade feudal
  A posse da terra era o elemento que definia a divisão da sociedade. A partir dessa definição pode-se considerar a existência de duas classes fundamentais: os senhores feudais, proprietários, que poderiam ser leigos ou eclesiásticos; e os não-proprietários, isto é, os servos (a maioria da população). Por não haver mobilidade entre esses dois grupos sociais, pois a condição era dada por hereditariedade (filho de nobre era nobre, filho de servo era servo), cada segmento tinha uma situação jurídica e social própria e inalterável, tornando a sociedade fortemente estratificada.
  A relação entre essas classes baseava-se na exploração do trabalho do servo. Era assim que o senhor feudal se mantinha como elite. O servo era o trabalhador rural, que, sem a propriedade da terra e desamparado de qualquer defesa militar ou jurídica, buscava a proteção do nobre. Embora esse vínculo entre o servo e senhor ocorresse de forma obrigatória, o camponês não podia ser vendido como mão de obra nem ser expulso da terra, muito menos ser escravizado.
O trabalho dos servos sustentava os senhores feudais
  Em troca das terras concedidas pelos senhores (tenências) e da proteção militar, os servos deviam uma série de obrigações como:
  • Corveia - esta obrigação correspondia ao pagamento, através de serviços prestados nas terras ou instalações do senhor feudal. De três a quatro dias por semana, o servo era obrigado a cumprir com diversos trabalhos, como a manutenção do castelo, construir um muro, limpar o fosso do castelo, limpar o moinho, entre outros. Podia também realizar trabalhos de plantio e colheita no manso senhorial (parte das terras do feudo de uso exclusivo do senhor feudal).
  • Talha - era uma obrigação pela qual o servo deveria passar para o senhor feudal, metade de tudo que produzia nas terras que ocupava no feudo. Se produzisse 40 quilos de batata, 20 quilos deveria ser separados para o senhor feudal.
  • Banalidades - esta obrigação correspondia ao pagamento de taxas pela utilização das instalações do castelo, como o uso de moinho, forno, celeiros e outras instalações do feudo.
  Além da corveia, da talha e das banalidades, havia outras obrigações que os servos deveriam pagar, como:
  • Mão-morta - era uma espécie de taxa que o servo devia pagar ao senhor feudal para permanecer no feudo quando o pai morria.
  • O Tostão de Pedro - era 10% da produção que o servo devia pagar à Igreja de sua região.
Os servos eram verdadeiros escravos dos senhores feudais
  Mas não havia apenas servos trabalhando; havia ainda trabalhadores livres (vilões ou moradores da villa) e, em algumas partes da Europa Oriental, escravos. O fato, porém, é que a mão de obra predominante na Idade Média era a servil.
  Responsável pela construção do retrato que a sociedade medieval deveria ter de si mesma, a Igreja Católica defendia a ideia de que existia uma ordem das pessoas na sociedade, criada por Deus, natural e necessária. Na Idade Média havia ordens sociais determinadas pela vontade divina: os oratores, os bellatores e os laboratores. Os bellatores, ou aqueles que combatem, isto é, os guerreiros, eram os que mais se destacavam. Tratava-se dos cavaleiros, que se tornaram símbolo da cultura e da sociedade feudal. A participação nas guerras  e disputas constituía privilégio desse segmento social.
As três ordens sociais do feudalismo
  Os cavaleiros tinham basicamente duas origens sociais: a linhagem nobre e outra mais humilde; os indivíduos eram armados e sustentados por um senhor mais poderoso, que também lhes cedia um pedaço de terra. Com o tempo, os cavaleiros se apossavam da terra e exerciam o poder político e o domínio sobre os camponeses, aumentando ainda mais seu prestígio. Enfim, estabeleciam-se entre eles as relações de suserania e vassalagem.
  No século XII, com as Cruzadas, a imagem do cavaleiro e a ética da cavalaria foram exaltadas. O crescimento de seu prestígio durante esse século colaborou para a construção da imagem mística e romântica dos cavaleiros medievais.
Cavaleiros medievais - símbolo de poder e prestígio na Idade Média
FONTE: Moraes, Geraldo Vinci de, 1960 - História geral e do Brasil: volume único / José Geraldo Vinci de Moraes. - 2. ed. - São Paulo: Atual, 2005. - (Coleção Ensino Médio Atual)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

DIFERENÇAS NO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ENTRE OS PAÍSES

  A ampliação de mercados, o maior contato entre as nações e o aumento dos fluxos comerciais no âmbito internacional fizeram parte do desenvolvimento do capitalismo desde sua origem. Com a anexação de novos territórios, o capitalismo se fortaleceu, e como consequência, foi se tornando cada vez mais clara a diferenciação dos países, uma vez que eles assumiam papéis diversos na produção, circulação e consumo de mercadorias.
  O capitalismo é um sistema político, econômico e social, baseado em vários princípios. Os principais deles, são:
  • predomínio da propriedade privada dos meios de produção, onde as pessoas, individualmente ou reunidas em sociedade, são donas dos meios de produção;
  • a  transformação da força de trabalho em mercadoria, onde quem não é dono dos meios de produção é obrigado a trabalhar em troca de um salário;
  • a acumulação de capital, onde o dono do capital objetiva produzir pelo menor custo e vender pelo maior preço possível. Quanto maior o lucro, melhor para a empresa. Para diminuir os custos, os donos dos meios de produção procuram pagar o mínimo possível pelas matérias-primas, salários e outras despesas;
  • a definição dos preços é feita pelo mercado, com base na lei da oferta e da procura. Quando um produto tem muito no mercado, a tendência é o preço cair; já quando esse produto no mercado é escasso, a tendência é o preço subir. Com base nisso, existe a livre concorrência, em que àqueles que não oferecerem um produto de qualidade ou com um preço acima do oferecido pelo mercado, tende a perder competitividade e, assim, ficar excluído desse processo.
Pôster da Industrial Workers of the World, de 1911, mostrando a pirâmide do sistema capitalista
  Com o término da Segunda Guerra Mundial, teve início o processo de independência das colônias europeias na África (Líbia, Sudão, Marrocos, Uganda, Somália, entre outras dezenas de países) e na Ásia (Índia, Paquistão, Filipinas, entre outros). A descolonização afro-asiática evidenciou o fracasso da "missão civilizadora" empreendida pelo colonizador europeu. Em 1951, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que, nos novos países, vivia 68% da população mundial, que controlava apenas 17% da renda global. Além disso, metade da população mundial se concentrava em países onde a renda anual por habitante era inferior a 100 dólares. Esses dados mostram as diferenças de desenvolvimento existentes entre os países do mundo. Com o processo de globalização, intensificado a partir dos anos 1980, essa desigualdade aumentou, onde os ricos ficaram mais ricos e os mais pobres.
Nível de Desenvolvimento dos países, segundo a ONU e o FMI
  Economias avançadas
  Economias emergentes
  Economias subdesenvolvidas

PAÍSES COM MENOR DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
  Geralmente, como herança do Período Colonial, muitos países que se encontram nessa situação apresentam atividades industriais e tecnológicas deficientes e defasadas, o que os torna, principalmente, fornecedores  de matérias-primas e consumidores de produtos industrializados. As matérias-primas são exportadas, transformadas na indústria dos países ricos e recompradas por eles por preços muito mais elevados. A desvantagem econômica leva ao endividamento internacional, por meio de empréstimos tomados em bancos e outras instituições de crédito ligadas aos países ricos ou desenvolvidos.
  Como devedores, costumam facilitar a instalação de empresas estrangeiras em seu território, de modo que a economia passa a ser cada vez mais controlada por empresas transnacionais. Apesar de beneficiar o país onde se instalam - gerando empregos e, às vezes, associando-se a empresas nacionais -, as transnacionais ficam com a maior parcela dos lucros.
Algumas das principais empresas transnacionais
  Em muitos países menos desenvolvidos, a agricultura apresenta baixa produtividade, utiliza técnicas pouco eficientes ou inadequadas e ocupa muita mão de obra; o investimento em ciência e tecnologia é reduzido. Como os rendimentos da população são pequenos, o mercado consumidor é restrito; a infraestrutura das cidades é deficiente; há subnutrição, altas taxas de mortalidade infantil e analfabetismo; a expectativa de vida é baixa; há grande porcentagem de população rural e as famílias geralmente são bastante numerosas.
A má distribuição de renda leva famílias a viverem em submoradias, como na imagem acima
  Há, porém, diferenças entre os países com menor desenvolvimento social e econômico. Alguns chegam a ter em determinadas regiões de seus territórios certas características de país desenvolvido, como agricultura intensiva e predomínio da população urbana sobre a rural. É o caso do Brasil, da Argentina e do México, chamados também de países emergentes, juntamente com a China, a Índia, o Chile e a África do Sul.
Área de fronteira agrícola no Cerrado brasileiro
PAÍSES COM MAIOR DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO
  A evolução do capitalismo possibilitou o enriquecimento dos países da Europa Ocidental, da América Anglo-Saxônica, do Japão, da Austrália e da Nova Zelândia, que hoje apresentam uma economia mais desenvolvida. Além disso, as diferenças sociais não são muito significativas, pois a maioria da população usufrui de benefícios sociais como saúde, educação e moradia. A mortalidade infantil e o analfabetismo são insignificantes, e as pessoas em geral vivem mais de 75 anos de idade.
Mapa do mundo que mostra os países por PIB (nominal) e PPC (Paridade do Poder de Compra)
  Em vários desses países, a agricultura é muito produtiva e possibilita a exportação de grande quantidade de alimentos, as atividades rurais ocupa pouca mão de obra e se utilizam de máquinas e técnicas modernas. Os investimentos em ciência e tecnologia são elevados, o que favorece a constituição de um parque industrial poderoso e diversificado, de onde saem produtos da indústria microeletrônica, satélites artificiais, armamentos sofisticados, tecnologias ambientais e biotecnologia.
Vale do Silício, nos Estados Unidos - considerado o maior tecnopolo do mundo
  Nesses mercados fortes constituíram-se grandes corporações internacionais, que instalam suas filiais em países latino-americanos, africanos e asiáticos, dos quais obtêm lucros  e alteram profundamente a estrutura econômica, social e espacial local. Os lucros são remetidos aos países de origem  e boa parte é investida no aprimoramento tecnológico para melhorar ainda mais  o desempenho produtivo.
Düsseldorf - importante cidade industrial da Alemanha
  Nos países com maior desenvolvimento social e econômico, parte dos lucros é destinada a impostos, revertidos em benefícios sociais - transporte coletivo, hospitais, escolas, creches - e melhorias voltadas para a própria atividade econômica, como rodovias, usinas geradoras de eletricidade, sistemas de telecomunicações etc.
  Apesar de a maioria de sua população ter boas condições de vida, eles também apresentam problemas econômicos e sociais, como elevadas taxas de desemprego e não raro altas dívidas externas em alguns países. Nos Estados Unidos, a desigualdade de oportunidades fez surgir um grupo de mais de 30 milhões de pessoas consideradas pobres.
A cada ano aumenta o número de pobres nos Estados Unidos
FONTE: Moreira Igor.  Mundo da geografia: 8º ano / Igor Moreira; ilustrações Antônio Éder, Divo. Curitiba: Positivo, 2012.

terça-feira, 25 de junho de 2013

A TERRA NO SISTEMA SOLAR

  A Terra é um ponto minúsculo na imensidão do Universo. Junto com outros sete planetas - Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Netuno e Urano - faz parte do Sistema Solar e, como eles, recebe luz e calor do Sol.
  No entanto, outras condições favoráveis, como a presença de água em estado líquido, oxigênio e temperaturas adequadas, fazem da Terra o único planeta, entre os conhecidos, que permite e existência de formas de vida tal qual conhecemos.
Planeta Terra visto do Universo
  O Sistema Solar é constituído pelo conjunto de corpos celestes que orbitam o Sol e que estão sob sua influência gravitacional. Dentre esses corpos, os maiores são os oito planetas, seguidos pelos cinco planetas anões (Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris), vários satélites naturais (Lua, satélite da Terra, Genímedes e Titã, satélites de Júpiter Saturno, respectivamente, entre outros), e inúmeros corpos menores (objeto astronômico que orbita diretamente o Sol), como asteroides e cometas.
Sistema Solar
  A Terra é o terceiro planeta em ordem de afastamento do Sol. É também o quinto maior planeta do Sistema Solar em tamanho, atrás e Júpiter (o maior deles), Saturno, Urano e Netuno.
  Além dos planetas, outros corpos celestes participam do Sistema Solar, a exemplo de cometas e satélites. Alguns planetas possuem satélites naturais - corpos que, pela ação da gravidade, orbitam ao redor deles.
A Lua parcialmente obscurecida e as camadas mais altas da atmosfera terrestre
OS SATÉLITES ARTIFICIAIS E NATURAL DA TERRA
  Existem os satélites naturais e os artificiais. Quando da origem e evolução do Universo, formaram-se os satélites naturais, como é o caso da Lua - satélite natural da Terra - e também de satélites (luas) em outros planetas. Júpiter até agora possui 61 satélites conhecidos; Urano, 21; Marte, 2.
Principais luas do Sistema Solar
  A Lua é a principal responsável pelos efeitos de maré que ocorrem sobre a Terra, em seguida vem o Sol, com uma participação menor. É por meio do efeito de maré na Terra que os oceanos acompanham o movimento orbital da Lua, sendo que esse efeito causa um atrito com o fundo  dos oceanos, atrasando o movimento de rotação da Terra cerca de 0,002 s por século e, como consequência, a Lua se afasta do nosso planeta em média 3 cm por ano.
  A Lua é, proporcionalmente, o maior satélite natural do Sistema Solar. Sua massa é tão significativa em relação à massa da Terra que o eixo de rotação do sistema Terra-Lua encontra-se muito longe do eixo central de rotação da Terra.
Lado visível da Lua
  As partes mais próximas de um objeto em órbita em volta de um planeta sofrem uma atração gravitacional maior deste (porque estão a uma menor distância dele) do que as mais distantes. Isso faz com que gere um binário que leva o objeto a acabar por ficar orientado no espaço de modo a parte com uma maior massa fique voltada para o planeta. É esse efeito que explica o porque da Lua assumir uma taxa de rotação estável que mantém sempre a mesma face voltada para a Terra.
Lado oculto da Lua
 Os satélites artificiais são construídos pelo ser humano. Lançados e colocados na órbita da Terra por meio de foguetes espaciais, são destinados a cumprir vários objetivos, entre eles o de facilitar as telecomunicações - as transmissões das Olimpíadas, da Copa do Mundo, as notícias jornalísticas do mundo, e outros eventos que estão ocorrendo  no mesmo momento, graças aos satélites de telecomunicações.
  Alguns satélites artificiais têm a finalidade de obter dados da atmosfera, como os deslocamentos das massas de ar. Os dados são enviados para centros meteorológicos onde são estudados e transformados em mapas do tempo, com o uso de programas de computador.

Animação de uma órbita geoestacionária
  Existem também satélites artificiais que têm a missão de fotografar a Terra com a finalidade de fornecer dados  sobre recursos naturais (florestas, minerais etc.) ou sobre queimadas, localizar o deslocamento de tropas militares e navios, controlar o espaço aéreo contribuindo para a segurança das aeronaves, realizar espionagem e até reprimir o contrabando.
Sputnik I - lançado pela ex-União Soviética, em 4 de outubro de 1957, foi o primeiro satélite artificial lançado na órbita terrestre
FONTE: Adas, Melhem. Expedições geográficas / Melhem Adas, Sérgio Adas. - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2011.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

NATUREZA ASIÁTICA E POPULAÇÃO

  A posição geográfica da Ásia, com enorme extensão norte-sul, propicia o surgimento das mais variadas paisagens climatobotânicas.
  Essa situação é potencializada pelas grandes cadeias montanhosas, que se estendem na região central da Ásia e formam uma verdadeira barreira no sentido oeste-leste.
  Essa barreira impede que as massas de ar frio vindas do Ártico atinjam o sul do continente com muita força e que as massas de ar quente da região equatorial atravessem o continente no sentido norte.
Mapa do relevo da Ásia
  O Himalaia é a cadeia montanhosa que atinge as maiores altitudes em todo o mundo. É partilhada por seis países: Afeganistão, Paquistão, Índia, Nepal, Butão e China. Com mais de dois mil quilômetros de extensão, é uma verdadeira muralha cujos picos comumente ultrapassam os 6 mil metros. Nessa cordilheira fica o Monte Everest, o ponto culminante do planeta terra, com 8.848 metros de altitude. Por causa das altitudes elevadas, a região é muito fria e apresenta áreas totalmente congeladas. Durante o curto verão, o degelo intenso dá origem a gigantescos rios, que correm em direção ao sul.
Monte Everest - ponto culminante do planeta
  A presença do Himalaia e de outras cadeias montanhosas altera totalmente a dinâmica do clima da região.
  Durante o verão, no sul da Ásia, o ar quente sobre o continente fica mais leve e sobe, pois o ar é menos denso. O ar que está sobre o oceano também se aquece, e a evaporação forma nuvens que se dirige para o continente. No continente, há uma zona de baixa pressão atmosférica, onde as nuvens carregadas com a umidade do oceano avançam sobre ele, provocando chuvas torrenciais no sul e no sudeste da Ásia. Esse sistema é denominado de monções. As chuvas de monções é essencial para a agricultura, pois os rios trazem bastante matéria orgânica das montanhas, ajudando a fertilizar as várzeas dos rios e contribuindo para o cultivo agrícola, principalmente do arroz, o principal produto agrícola do continente.
  Em função dessa característica marcante, as regiões sul e sudeste do continente asiático também são conhecidas como Ásia das Monções.
Esquema de monções na Ásia
  Porém, em virtude das alterações que estão ocorrendo na atmosfera terrestre por causa da poluição e da destruição do meio ambiente, as monções podem sofrer com mudanças bruscas, prejudicando toda a cadeia produtiva existente na região.
  Quando as monções são mais fracas do que o normal, a irrigação fica comprometida. Isso afeta de forma aguda a população da Ásia, encarecendo os alimentos e ocasionando fome e desnutrição nas várias regiões do continente em que a renda é muito baixa.
Mapa climático da Ásia de acordo com a classificação de Köppen-Geiger
  Tanto as chuvas abundantes da região influenciada pelos climas equatorial e tropical quanto a grande quantidade de neve derretida das altas montanhas favorecem a existência de grandes rios, que correm em quase todas as direções do continente asiático. Esses rios possuem várias vertentes:
  • Vertente do Pacífico - alguns deles têm grande volume de água devido às monções de verão. Dentre esses rios, destacam-se os rios Huang-ho (ou rio Amarelo), o Si-kiang (ou rio das Pérolas) e o Yang-tsé-kiang (ou rio Azul), todos localizados na China, além do rio Mekong, localizado na península da Indochina;
  • Vertente do Índico - alguns deles também são monçônicos e tornam-se muito volumosos durante o verão. Dentre os rios dessa vertente, destacam-se os rios da Bramaputra, o Ganges e o Godovari, localizados entre a Índia e o Bangladesh, e o rio Indo, que corta grande parte do Paquistão;
  • Vertente do Oceano Glacial Ártico - esses rios congelam-se durante grande parte do ano. Como o degelo ocorre a partir dos seus altos cursos, as águas, ao chegarem ao médio curso, encontram barreiras de gelo, e espalham-se por vastas extensões de suas margens, provocando frequentes inundações. Dentre os rios dessa vertente, destacam-se o Obi, o Ienissei e o Lena, localizados na Rússia;
  • Vertente do Golfo Pérsico - dentre os rios dessa vertente, destacam-se o Tigres e o Eufrates, que cortam o território do Iraque e formam a planície da Mesopotâmia;
  • Rios da Ásia Centro-Oriental - são rios que deságuam em lagos. Dentre eles, destacam-se o Sir Daria e o Amu Daria, que deságuam no mar de Aral, além de outros que desaparecem dentro do deserto. O represamento das águas dos rios Sir Daria e Amu Daria, provocou um grande dano ambiental na região, pois está provocando a redução do mar e consequentemente uma expansão de área desértica na região.
O mar de Aral deu lugar a um Aralkum, um deserto de sal e poluentes sólidos
  A Ásia apresenta poucos lagos, embora de grande extensão, como o Baikal e o Balkhash, localizados na Rússia. Porém, o continente é formado por muitos mares, com destaque para o mar Vermelho, que limita as costas africanas e asiáticas, e os mares da Arábia, da China Meridional Oriental, o de Andamá, o Amarelo, o da Indonésia, de Java, de Timor, de Okotsk, do Japão, entre outros. No limite com a Europa, aparece o maior mar fechado do mundo, o mar Cáspio.
Mar Cáspio em Turkmenbachi, no Turcomenistão
  As formações vegetais do continente também são bastante variadas.
  No extremo norte, junto ao pólo norte, não há condições para a existência da vegetação, devido às baixas temperaturas durante praticamente o ano todo. Porém, mais ao sul, na planície Siberiana, começam a surgir formações de tundra. Em direção ao sul, à medida que o clima polar se torna menos intenso e o frio se estende por um número menor de meses, aparece a vasta região da taiga, quase totalmente no território russo.
  O maior destaque da vegetação no continente, são as estepes, que ocupam grandes extensões da Ásia Central, em áreas do clima semiárido.
  Os arquipélagos situados na Ásia Meridional apresentam-se recobertos por florestas equatoriais e tropicais. Essas formações ocorrem também no centro-sul, onde ocorrem também a presença de savanas.
  As florestas temperadas ocorrem em extensões consideráveis do Extremo Oriente, e nas áreas de clima desértico e semi-áridas, ocorrem a presença de plantas xerófilas.
Paisagem típica da Sibéria, com destaque para a taiga siberiana
  A distribuição da população resulta da evolução das diversas sociedades desse continente. Há milhares de anos, as populações asiáticas ocupavam as margens dos grandes rios, onde a disponibilidade desse recurso e dos solos irrigados facilitava a atividade agrícola.
  Durante séculos, a disponibilidade de água esteve relacionada a uma relativa fartura de alimentos, em sociedades cuja principal característica era a dedicação às atividades rurais.
  Historicamente, as sociedades agrárias tinham como traço distintivo as altas taxas de natalidade. Assim, mesmo com o aumento da mortalidade em determinados períodos (guerras, epidemias), mantinha-se o grande crescimento vegetativo da população.
Rio Bhagirathi, uma das nascentes do Ganges, na Índia
  Nas últimas décadas, a economia mundial criou diversas regiões industriais. Na Ásia esse fenômeno é bem recente, exceto no Japão, onde a industrialização é mais antiga. Alguns países industrializaram-se somente nas décadas de 1980 e 1990.
  Isso mudou o espaço geográfico da Ásia, que antes era marcado pelas atividades agrárias. Hoje as cidades crescem e se multiplicam, criando verdadeiros "formigueiros humanos". Anualmente, em toda a Ásia, milhões de pessoas deixam o campo e vão para as cidades.
Mapa da distribuição da população mundial. As maiores concentrações populacionais encontram-se no continente asiático
  As cidades da Ásia são as que mais crescem no mundo, e muitas delas são megacidades - centros urbanos que possuem mais de 10 milhões de habitantes. Essas cidades passaram, e ainda passam, por um grande crescimento populacional nas últimas décadas. A qualidade de vida nelas é extremamente baixa, existindo enormes dificuldades no transporte e no saneamento.
  Em oposição à situação de concentração de população, na Ásia existem também espaços poucos habitados, geralmente situados nas regiões mais frias do continente e nas áreas montanhosas.
Mapa das maiores cidades do mundo
FONTE: Tamdjian,  James Onnig. Estudos de geografia: o espaço do mundo II, 9º ano / James Onnig Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. - São Paulo: FTD, 2012.

sábado, 22 de junho de 2013

A EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA E O DESMATAMENTO

  A fronteira agrícola é o avanço da unidade de produção capitalista sobre o meio ambiente, terras cultiváveis e/ou terras de agricultura familiar. A fronteira agrícola está ligada à necessidade de maior produção de alimentos e a criação de animais sob a demanda internacional de importação destes produtos. Além disso, seu crescimento acelerado também está ligado pela ausência de políticas públicas eficazes onde a terra acaba sendo comprada barata e o controle fiscal é inoperante.
  O Brasil possui 850 milhões de hectares em seu território. Estima-se que 350 milhões são de terras agricultáveis. A cana-de-açúcar, com 22 milhões, e a soja, com 8 milhões, são os produtos agrícolas com maior área plantada no país. Já para a criação de gado, cerca de 211 milhões de hectares são destinados para a pastagem extensiva. Apesar do grande espaço utilizado para a produção de soja, cana-de-açúcar e criação de animais, a produtividade por cabeças de boi por hectare é baixa. Para aumentar a produção de cereais e carne, agricultores e pecuaristas estendem a fronteira de suas fazendas, adquirindo cada vez mais terras, a chamada fronteira agrícola. Esse processo contribui para o aumento da concentração fundiária no país.
Plantação de soja em Goioerê - PR
  As áreas que correspondem aos domínios naturais do Cerrado e da Amazônia, estavam relativamente pouco alteradas até meados da década de 1970, uma vez que as atividades econômicas praticadas pelas populações locais eram desenvolvidas em pequena escala e de modo tradicional. Até então, as técnicas empregadas eram transmitidas ao longo dos tempos pelas gerações, como o caso dos povos indígenas, das populações ribeirinhas e dos grupos que habitavam o Sertão. Atividades como o extrativismo vegetal, a caça, a pesca e a agricultura em pequenas áreas já eram praticadas secularmente na região sem, no entanto, afetar intensamente o equilíbrio ambiental.
Mapa do desmatamento na Amazônia
  A expansão agrícola no território brasileiro em áreas das regiões Norte e Centro-Oeste foi incentivada por planos governamentais a partir da década de 1970. Tal expansão foi facilitada pela construção de extensas rodovias - tais como a Transamazônica, Belém-Brasília, Cuiabá-Santarém e Cuiabá-Porto Velho - contribuindo, assim, para que migrantes de outras partes do país ocupassem terras nessas duas regiões. Por meio dos projetos de colonização, a migração avançou floresta adentro, efetivando a ocupação da terra com o cultivo de arroz, milho, feijão e cacau, diferentemente da prática agrícola tradicionalmente organizada pelos povos indígenas e pela população local.
Mapa da produção agropecuária no Brasil
  A partir da década de 1970, o Governo Federal, por meio do Incra (Instituo Nacional de Reforma Agrária), criou alguns programas de colonização e desenvolvimento regional, incentivando a ocupação territorial das regiões Centro-Oeste e Norte. Dentre eles, destaca-se o Programa de Integração Nacional (PIN), que se caracterizou pela abertura de grandes rodovias e pela instalação de agrovilas em meio à Floresta Amazônica. O fracasso do modelo veio à tona, pois as famílias não foram assentadas em áreas que dispusessem de infraestrutura de energia, transportes e serviços públicos de educação e saúde. Além disso, os locais não ofereciam condições de comercialização viável da produção.
Tratores fazem terraplenagem em trechos da Transamazônica na década de 1970
  Ao longo do tempo, os projetos de colonização e, mais tarde, os grandes latifúndios agropecuários, ligados a empresas que cultivam soja e introduzem pastagens, desmataram extensas áreas do Domínio Amazônico e do Cerrado. O resultado foi um grande impacto ambiental, com a perda de recursos vegetais e animais originalmente presentes nesses domínios naturais.
Mapa dos animais ameaçados de extinção no Brasil
  Nas áreas de floresta, a ocupação agropecuária tem provocado a deterioração do solo, em virtude das constantes queimadas para a retirada da vegetação. Com as frequentes chuvas, características do clima equatorial, ocorre a perda de nutrientes no solo. Assim, as terras ficam inférteis e inadequadas para a prática de atividades agropecuárias após uma década de uso.
  A degradação ambiental provocada por práticas agropecuárias inadequadas  em áreas do Domínio Amazônico tem agravado as condições de vida da população residente na região.
  Contribuem para agravar os problemas sociais e ambientais na região a dificuldade de obter meios de transporte e comunicação e a precária condição de vida nas cidades por causa da má qualidade dos serviços urbanos, como educação, tratamento de esgoto e moradia.
Imagem de satélite mostrando queimadas e desmatamento em Rondônia
  No Domínio do Cerrado, as monoculturas extensivas, intensamente mecanizadas, empregam a técnica de nivelamento do solo. O nivelamento facilita o trabalho de semear a terra com as máquinas.
  Essa prática agrícola de preparo do solo com o nivelamento faz com que as chuvas no verão atinjam a superfície com mais intensidade, provocando perda maior de nutrientes e sedimentos. Assim, o solo fica mais sujeito à erosão, além de aumentar o assoreamento dos rios, uma vez que grande quantidade de sedimentos é transportada pela água das chuvas para os leitos dos rios.
Mapa do desmatamento no Cerrado
FONTE: Giardino, Cláudio. Geografia nos dias de hoje, 7° ano / Cláudio Giardino, Lígia Ortega, Rosaly Braga Chianca. - 1. ed. - São Paulo: Leya, 2012.- (Coleção nos dias de hoje)

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