sábado, 26 de janeiro de 2013

AS LUTAS OPERÁRIAS E OS SINDICATOS

A ORGANIZAÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA
  No início do século XVIII, os tecelões ingleses organizaram as primeiras associações trabalhistas. Os antigos artesãos, convertidos em trabalhadores assalariados das manufaturas, fundaram pequenos clubes, com a inteção de obter aumentos de salário. No entanto, só com a grande indústria fabril surgiram associações fortes e organizadas, que passaram a representar uma ameaça aos capitalistas.
DESTRUINDO AS MÁQUINAS
  A vida dos operários nos primórdios da industrialização era extremamente dura. Eles trabalhavam de 14 a 16 horas por dia, em pé, parando apenas para um rápido almoço. Não havia férias, descanso semanal remunerado ou qualquer outro direito trabalhista.
  A mecanização do trabalho causava a dispensa de muitos trabalhadores. Os operários reagiram destruindo as máquinas, vistas como responsáveis pelo desemprego e pela miséria. O principal movimento de quebra-máquinas ficou conhecido como ludismo (movimento que ia contra a mecanização do trabalho proporcionado pela Revolução Industrial e seu nome deriva de Ned Ludd, personagem criada a fim de disseminar o ideal do movimento operário entre os trabalhadores) e atingiu várias regiões da Inglaterra, inclusive o campo, onde a mecanização também havia chegado.
Desenho de dois ludistas destruindo uma máquina de tear em 1912.
  O movimento foi violentamente reprimido pelas autoridades, que chegaram a aplicar a pena de morte aos envolvidos.
A FORMAÇÃO DOS SINDICATOS INGLESES
  A associação de trabalhadores remonta às corporações de ofício da Idade Média, quando mestres de uma mesma atividade profissional se reuniam para proteger a profissão da concorrência de outras cidades. Com as transformações produzidas pela Revolução Industrial, os operários também passaram a se reunir em associações, chamadas trade unions, ou sindicatos, como passaram a ser conhecidas.

  Com o advento da Revolução Industrial, os mestres artesãos e os profissionais das antigas oficinas foram incorporados ao trabalho nas indústrias. Como em geral a oferta de trabalhadores era maior que as vagas oferecidas nas fábricas, os proprietários podiam controlar livremente os salários dos operários. Diante dessa realidade criada pela indústria, o objetivo central da trade union era organizar as lutas dos operários por melhores condições de trabalho e maiores salários.
A DIFÍCIL LUTA PELA LIBERDADE SINDICAL
  As associações trabalhistas na Inglaterra foram proibidas nos anos 1799 e 1800. Os sindicatos tornaram-se ilegais, e seu funcionamento foi considerado crime. Muitos continuaram existindo clandestinamente ou com outros nomes, como o de associação mútua. Diversos operários foram presos.
  Apenas em 1824, o funcionamento dos sindicatos deixou de ser ilegal e, em 1871, essas associações foram efetivamente legalizadas. Esse processo fortaleceu o movimento operário inglês e abriu brachas para a conquista de novos direitos sociais. A luta dos operários ingleses inspiraria mais tarde o movimento operário de outros países.
O MOVIMENTO CARTISTA
  O cartismo foi o primeiro movimento da classe operária inglesa a reivindicar direitos políticos e a adquirir um caráter nacional. O nome deriva da carta escrita pelos radicais William Lovet e Feargus O'Connor. O movimento nasceu em Londres, em 1837, quando uma associação de trabalhadores enviou ao Parlamento a Carta do Povo, um documento em que requeriam, entre outras coisas, voto secreto, sufrágio universal masculino e parlamentos renovados anualmente.
Motim cartista em Londres no século XIX
  A petição foi levada para assembleias de trabalhadores em todo o país e recebeu mais de um milhão de assinaturas. A recusa do Parlamento em aprovar a carta desencadeou uma onda de greves, manifestações e prisões. O mais grave incidente ocorreu quando uma coluna de mineiros entrou em confronto com soldados, resultando em 10 mortos e dezenas de feridos.
  Por volta de 1840, o movimento cartista apresentou uma segunda petição, bem mais radical que a primeira. Além das reivindicações iniciais, o documento exigia aumento de salário para os operários e a redução da jornada de trabalho. A nova petição recebeu cerca de 3,3 milhões de assinaturas, mais da metade da população masculina inglesa da época.
Representantes do movimento cartista apresentando a Carta do Povo aos ingleses.
  Aos poucos, as lutas operárias surtiram efeito. As leis trabalhistas do século XIX e início do século XX melhoraram as condições de trabalho nas fábricas e minas inglesas, além de fortalecer as lutas dos trabalhadores de outros países.
  A tabela abaixo apresenta as principais mudanças na legislação trabalhista inglesa entre o século XIX e início do século XX.
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA BRITÂNICA
1802
Limitou a jornada de trabalho das crianças a 12 horas diárias.
1819
Proibiu o trabalho das crianças menores de 9 anos nas fábricas de algodão.
1824
A associação de trabalhadores deixou de ser ilegal.
1833
Limitou o trabalho das crianças entre 10 e 13 anos a 48 horas semanais; entre 13 e 18 anos, a 69 horas semanais.
Estabeleceu que as crianças deveriam usar 2 horas do seu tempo de trabalho para ir à escola.
1842
Proibiu os trabalhos infantil e feminino nas minas.
1871
O direito de formar sindicatos foi legalizado.
1878
Limitou o trabalho das mulheres a 56 horas e meia nas fábricas de algodão e 60 nas outras fábricas.
1908
Instituiu os primeiros sistemas de seguro social.
1919
Estabeleceu a jornada de 8 horas diárias.
FONTE: Projeto Araribá: história / organizadora Editora Moderna: obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna: editora responsável: Maria Raquel Apolinário. - 2. ed. - São Paulo: Moderna, 2007.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A GEOPOLÍTICA NO PÓS-GUERRA

A GUERRA FRIA
  "Guerra improvável, paz impossível." Assim o intelectual francês Raymond Aron (1905-1983) definiu a Guerra Fria. Dada a capacidade bélica dos dois países - Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS) -, uma guerra efetiva nunca aconteceria, mas o clima de tensão permanente, típico dos conflitos armados, continuaria enquanto as posições políticas não fossem alteradas. Foi o que ocorreu com a URSS nos anos 1980.
Mapa da antiga União Soviética
  O período da Guerra Fria é compreendido entre os anos de 1945 e 1991. Seus marcos são o término da Segunda Guerra Mundial e a dissolução da URSS. Com o término da Guerra Fria, estabeleceu-se a ideia de uma nova ordem mundial. A vigência da Guerra Fria seria, portanto, a velha ordem mundial.
A FORMAÇÃO DA BIPOLARIDADE
  As raízes do processo que culminou com a Guerra Fria são anteriores ao desfecho da Segunda Guerra Mundial. Com o vácuo de poder deixado por França e Inglaterra, fortemente afetadas pelo conflito mundial, consolidou-se a posição dos EUA e da URSS, as duas potências vencedoras da Segunda Guerra.
  Nas conferências de Yalta e Postdam, ao final da guerra, os limites da bipolarização (divisão do mundo em dois blocos antagônicos, o socialista e o capitalista) foram esboçados, pois ali já se cogitava a questão da divisão da Europa em áreas de influência soviética e estadunidense. Apontava-se uma situação de conflito nos campos ideológico, econômico e político, assim como nas dimensões militar e estratégica.
Winston Churchill (Grã-Bretanha), Harry S. Truman (EUA) e Josef Stalin (URSS) durante a Conferência de Postdam
  Após os julgamentos de Nuremberg (entre 1945 e 1946), em que a culpa pelos conflitos da Segunda Guerra Mundial foi atribuída aos alemães, o mundo assistia à formação de dois blocos de países com sistemas políticos e econômicos diferentes, que disputariam a supremacia em nível global.
  De um lado estavam os EUA, cujo território saíra praticamente ileso da Segunda Guerra Mundial, com uma economia em franca produção - graças ao esforço de guerra e à força política de quem entrou no conflito para apoiar os Aliados (franceses, ingleses e soviéticos). Do outro a URSS, também vencedora, mas com um saldo muito amargo. Os soviéticos enfrentaram e derrotaram o exército alemão em seu território, fazendo-o recuar às fronteiras germânicas. O preço da vitória militar  foi um rastro de destruição nas cidades e nas indústrias soviéticas. Os campos foram bombardeados, o que levou à queda das safras. As perdas humanas foram imensas: estima-se que mais de 20 milhões de soviéticos perderam a vida (a maioria civis), enquanto outros milhares ficaram feridos.
Tanques de guerra alemães passam por aldeia soviética em chamas, incendiada pelo povo antes da evacuação, durante a Segunda Guerra Mundial, em julho de 1941.
  Com esse histórico, EUA e URSS iniciaram um processo de consolidação e difusão dos seus regimes e ideologias para outras partes do globo. O restante dos países do mundo, sob influência de cada um deles, se alinharia em dois blocos.
A CORTINA DE FERRO
  Após a Segunda Guerra Mundial, o governo dos EUA criou o Plano Marshall, conjunto de medidas de ajuda econômica para que os países europeus pudessem reconstruir seus territórios. No âmbito político-militar, sob a liderança dos EUA, foi fundada, em 1949, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), cujo objetivo era proteger os países aliados capitalistas.
  A resposta soviética foi a constituição de organizações semelhantes, como o Conselho para Assistência Econômica Mútua (Comecom) e o Pacto de Varsóvia (1955), uma aliança militar de defesa e ajuda mútua em caso de ataque estadunidense a um dos países do bloco socialista.
Países membros da Otan (amarelo) e do Pacto de Varsóvia (laranja).
  A fronteira entre os países socialistas e capitalistas, tão bem definida pelas alianças militares, constituía o que veio a ser chamado de Cortina de Ferro: os países do Leste Europeu localizados na interface das áreas de influência de cada bloco.
Em vermelho a chamada "cortina de ferro" - linha que separava os países socialistas dos capitalistas na Europa.
OS CONFLITOS DA GUERRA FRIA
  Suponha-se inicialmente que, dadas as perdas soviéticas na guerra, a URSS não conseguiria enfrentar os EUA e suas bombas atômicas, como as lançadas sobre o território japonês (Hiroshima e Nagasaki, em 1945). Mas, ainda na década de 1950, os soviéticos já tinham toda a tecnologia e o know-how da bomba atômica e apresentaram seus artefatos nucleares. Depois, o primeiro satélite; o primeiro ser vivo mandado para o espaço (a cadelinha Laika); e o primeiro cosmonauta, Yuri Gagarin.
Yuri Gagarin - primeiro ser humano a sobrevoar o espaço terrestre
  Posteriormente, ocorreram as missões espaciais estadunidenses - a Apollo 8 sobrevoou o entorno da Lua e a Apollo 11 pousou em solo lunar. Os Estados Unidos ganhavam a dianteira na corrida espacial. Paralelamente aos avanços aeroespaciais, veio o crescimento dos arsenais militares, criando o chamado equilíbrio do terror: as duas potências poderiam destruir uma à outra e ao mundo.
Neil Armstrong - pisando e fincando a bandeira dos Estados Unidos no solo lunar, em 20 de julho de 1969.
  Ainda que não tenha havido guerras entre elas, houve momentos de grande tensão, como a crise dos mísseis, em 1962; mísseis nucleares soviéticos foram instalados em Cuba, sob o pretexto de auxiliar a ilha a defender seu território, que sofrera uma tentativa de invasão com apoio do governo estadunidense.
Mísseis soviéticos instalados em Cuba
  Houve também guerras, ainda que não nos territórios dos EUA e da URSS: da Coreia (1950-1953), do Vietnã (1962-1975) e do Afeganistão (1979-1989). Outros países se envolveram nas tensões da Guerra Fria, como Israel, apoiado pelos Estados Unidos. Todos esses conflitos tiveram participação direta ou indireta dos EUA e da URSS, que buscavam manter sua influência sobre o maior número possível de países.
Crianças fogem desesperadas após a explosão de uma bomba de napalm, em 1972, durante a Guerra do Vietnã.
A DESCOLONIZAÇÃO
  Na Segunda Guerra, os governos dos países colonizados pelas potências europeias perceberam que seus dominadores não tinham mais a força de outrora e não poderiam despender energia para confrontá-los. Isso fortaleceu os movimentos internos de libertação das colônias na África e no Sudeste Asiático.
  Esses movimentos assumiram características distintas, dependendo dos ideais que os norteavam e da reação das potências. O jogo político gerou em algumas colônias um processo gradual e pacífico às quais as potências concederam a independência. Em outras, o processo de descolonização deu-se por meio de sangrentas guerras.
Domínios coloniais na África, Ásia e Oceania
  A Inglaterra adotou uma postura mais pacifista, enquanto a França e a Holanda tiveram posturas mais duras, tentando conter as "insubordinações". Ambas, entretanto, acabaram cedendo à pressão dos movimentos populares de resistência e libertação.
A DESCOLONIZAÇÂO NA ÁSIA
  As Filipinas tornaram-se independentes em 1946. Antiga colônia estadunidense, o arquipélago foi o pioneiro no processo de independência. Em 1949, foi a vez da Indonésia. Apesar de perder uma guerra travada com os holandeses, as forças nacionalistas conseguiram formar um governo reconhecido pela antiga metrópole.
Domínios estrangeiros na Ásia e Oceania
  Denominada Indostão, a região que hoje abrange os territórios da Índia, de Bangladesh e do Paquistão tornou-se independente no fim dos anos 1940. Em 1942, no auge do conflito mundial, acentuou-se a luta dos indianos pela independência, sob a lideranaça de Mahatma Gandhi - que pregava a resistência pacífica contra o domínio inglês - e Jawaharlal Nehru, entre outros. Esses líderes haviam estudado em universidades britânicas e voltado ao seu país para fortalecer o movimento de libertação.
Indostão
  No final da Segunda Guerra Mundial, graves distúrbios sociais abalaram a Índia e, em 1947, a diplomacia britânica concedeu a liberdade ao país.  Nehru tornou-se o primeiro chefe de Estado indiano. Mas o governo sofreu forte oposição da Liga Muçulmana, que defendia a existência de um Estado muçulmano independente. No mesmo ano, o território foi dividido em dois Estados soberanos: a Índia (de população hindu) e o Paquistão (de população muçulmana). Em 1948, Gandhi foi assassinado por um radical hindu revoltado pela atitude de conciliação do líder para com os muçulmanos. Bangladesh só viria a se tornar independente em 1971, após conflito armado com o Paquistão.
Mahatma Gandhi - a "Grande Alma"
  Ainda hoje são percebidas marcas da colonização britânica, como o idioma inglês, falado por grande parte da população indiana, e o gosto pelo críquete, tradicional esporte britânico.
  Na Indochina, entre 1946 e 1954, a França entrou em violento conflito, que deixou como saldo a fragorosa derrota do exército francês. O resultado disso foi a independência da região que se dividiu em três países: Laos, Camboja e Vietnã. Este último dividiu-se em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul, cada qual sob a influência de uma das potências da Guerra Fria, tornando-se mais tarde palco de uma violenta guerra de mais de uma década (1962-1975), que impôs aos EUA uma grande derrota.
Península da Indochina
A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA
  O processo de descolonização da África iniciou-se nos anos 1950. Nesse continente, a questão da independência tem características específicas, pois os países estão presos às fronteiras projetadas pelos cartógrafos europeus que realizaram a divisão africana na Conferência de Berlim. São Estados forjados no processo de divisão colonial, cujos territórios abrigam grupos étnicos historicamente rivais, que passaram a disputar oficialmente o poder.
  Manter os traçados dos colonizadores é um paradoxo: ao mesmo tempo que isso desrespeita a história, é o caminho mais viável para a consolidação de um processo de paz no continente. Desfazer as fronteiras é muito mais difícil do que estabelecê-las.
Divisão da África de acordo com a Conferência de Berlim
Processos violentos e pacíficos
  Uma das principais marcas do processo de colonização africana foi o racismo dos colonizadores, expressado com mais clareza no apartheid, implantado na África do Sul.
  Houve movimentos de libertação na África, principalmente nas antigas colônias inglesas, como Gana e Nigéria, que mesmo sendo países pluriétnicos conquistaram a independência de modo rápido e relativamente pacífico. Também na Líbia o processo foi relativamente fácil, dada a inexpressiva resistência da Itália, em 1951.
Mapa da independência dos países da África
  Após nove anos de guerra, a França foi obrigada a reconhecer a independência da Indochina, derrota que estimulou a manutenção de uma postura firme na África. Assim, a região do Magreb, no norte da África, sofreu por anos com um dramático conflito. Durante quase uma década, até o armistício de 1962, o exército francês guerreou na Argélia. Aproveitando que o conflito acontecia com maior intensidade no país vizinho, Marrocos e Tunísia declararam-se independentes em 1956, sendo reconhecidos pelo governo da França.
Em destaque a região do Magreb
  Com a chegada de Charles de Gaulle ao poder na França, em 1958, o processo de descolonização foi facilitado. De Gaulle buscava restabelecer a imagem da França no continente europeu e recuperar o prestígio do país, que ficou muito abalado após as duas grandes guerras e o desgaste com as guerras coloniais. Todas as ex-colônias francesas foram libertadas.
Charles de Gaulle
  As colônias portuguesas (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe) foram as que mais demoraram a se libertar. Até 1974, Portugal manteve com mão de ferro seus domínios na África. Portugal nunca fora uma potência industrial e mantinha um vínculo com as colônias ao estilo antigo, como no tempo das Grandes Navegações (séculos XV e XVI). Apenas com a Revolução dos Cravos, em 1974, as colônias portuguesas alcançaram a independência.
Colônias portuguesas na África: 1 - Guiné-Bissau; 2 - Moçambique; 3 - São Tomé e Príncipe; 4 - Cabo Verde; 5 - Angola.
  A independência do Congo Belga (atual República Democrática do Congo - RDC) também foi sangrenta. Fruto de uma aquisição pessoal do rei Leopoldo II, da Bélgica, esse território ficou de herança para o país após a morte do soberano. Nos anos 1950, explodiram os movimentos de libertação nacional, e em 1960 a independência foi reconhecida. Os anos seguintes foram marcados por guerras e massacres levados a cabo por Mobutu Sese Seko, que tomou o poder, mudou o nome do país para Zaire e governou até sua ditadura ser derrubada, em 1997.
República Democrática do Congo
O MOVIMENTO DOS NÃO ALINHADOS
AS ORIGENS
  O movimento dos países africanos e asiáticos não alinhados teve suas origens na Conferência de Bandung, em 1955. Nela, os representantes desses países se posicionaram contra um alinhamento aos blocos capitaneados pelas grandes potências, EUA e URSS. Todavia, participaram desse evento países como a Turquia, o Paquistão, o Iraque, a China e o Vietnã do Norte, que mantinham relações políticas e laços muito estreitos com os blocos que compunham o sistema bipolar.
  Inicialmente, compunham o movimento alguns países que haviam acabado de ser libertados da dominação dos impérios coloniais, como a Índia, a Indonésia e o Egito.
  Depois da conferência, começou um movimento de rejeição à política dos dois blocos hegemônicos da Guerra Fria. As discussões avançaram com a realização da Convenção dos Países Não Alinhados, na cidade do Cairo, e da Cúpula dos Países Não Alinhados, em Belgrado, na então Iugoslávia, ambas em 1961.
Países que participaram do Movimento dos Países Não Alinhados.
A POSIÇÃO POLÍTICA
  Ser um país não alinhado tinha, inicialmente, muitos significados, uma vez que eles eram desmerecidos pelas duas potências. Os EUA os consideravam traidores da democracia e os soviéticos contrapunham-se a qualquer país que não pertencesse ao bloco socialista.
  Alguns desses significados eram extremamente importantes, como a manutenção de uma posição anti-imperialista. Outro ponto relevante era abster-se de configurar nas opções políticas e estratégicas dos países de ambos os blocos, ainda que suas fronteiras fossem próximas. Um terceiro ponto de relevância era a postura de não assumir posições militares de apoio. Ou seja, esses países não adeririam a nenhum tratado militar que fosse proposto, tampouco cederiam suas bases territoriais para quaisquer tipos de atividade ou ação militar de países pertencentes a um dos blocos.
A DESCOLONIZAÇÃO E O TERCEIRO MUNDO
  Com as guerras de independência e o constante movimento de descolonização e dissolução dos impérios coloniais, principalmente na Ásia e na África, uma série de novos países foi surgindo no globo. Por conta de suas economias destruídas pelas guerras e/ou pelos longos períodos de dominação colonial, eles foram engrossando as fileiras do movimento dos não alinhados. Dos 29 países que se encontraram em Bandung, em 1955, o grupo hoje conta com mais de cem países.
Movimento dos Países Não Alinhados em 2005: países membros (azul escuro) e observadores (azul claro)
O TERCEIRO MUNDO E O NÃO ALINHAMENTO
  Durante a Guerra Fria, era comum dividir o mundo em três blocos: Primeiro Mundo (países capitalistas desenvolvidos), Segundo Mundo (países socialistas) e Terceiro Mundo (países capitalistas não desenvolvidos). Foram fundamentalmente os países pertencentes a este último grupo que formaram o bloco dos não alinhados.
  É importante notar que esse é um bloco heterogêneo, que abriga desde países como Cuba (socialista) até países como a Índia e o Egito, que sempre se declararam capitalistas.
Divisão dos países durante a Guerra Fria em: Primeiro Mundo (azul), Segundo Mundo (vermelho) e Terceiro Mundo (verde).
A DINÂMICA INTERNA
  As bases do movimento, discutidas em três conferências - Bandung (1955), Cairo (1961) e Belgrado (1961) - foram levadas à Organização das Nações Unidas (ONU), de modo que dessem maior publicidade  a sua posição de neutralidade política. Esse foi um gesto eminentemente político, pois sendo os países membros das Nações Unidas, a neutralidade clássica foi quase impossível, devido a estrutura da própria organização, que mantém um Conselho de Segurança e possui algumas prerrogativas para formar forças de paz e de intervenção em conflitos armados em diferentes territórios.
  Também houve mudanças na atuação e na linha política do bloco. O ímpeto inicial anti-imperialista e anti-Guerra Fria foi se alterando com as mudanças ocorridas nas relações entre EUA e URSS ao longo do tempo. Ainda hoje o movimento existe formalmente, e sua última conferência foi realizada em Havana, capital de Cuba, em 2006. Mas no mundo atual é difícil verificar a posição de não alinhamento, dados o fim da Guerra Fria e o esgarçamento das bandeiras iniciais do movimento.
Representantes de vários países durante a XVI Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados, em Havana, Cuba, em setembro de 2006.
O FIM DA UNIÃO SOVIÉTICA E A NOVA ORDEM MUNDIAL
  A União Soviética constituiu, por mais de cinquenta anos, um sistema antagônico ao capitalismo; firmou-se como uma grande potência militar após vencer os alemães, fez frente aos Estados Unidos, da ideologia política aos processos industriais, desenvolvendo poderio atômico e forte  indústria aeroespacial.
  Durante as décadas de 1970 e 1980, o planejamento estatal dava sinais de fadiga. A excessiva burocracia político-administrativa soviética gerava corrupção, pouca motivação e acomodação. Os excessos burocráticos também causavam desperdícios de matéria-prima, levando a diminuição da produtividade e à falta de produtos.
Kremlin - era a sede oficial do Soviete Supremo da União Soviética
  Envolvido em conflitos externos, como a guerra com o Afeganistão, e em disputas políticas internas, o país assistiu ao fracasso de seus planos de melhoria em setores como habitação e transporte. Os recursos destinados a esses setores eram alocados em outros, especialmente no militar. Além disso, a população estava insatisfeita com a falta de liberdade e de participação política no país, que era subordinada ao partido único, o Partido Comunista.
  Esse conjunto de fatores contribuiu para a dissolução da União Soviética.
  Diante desses desafios, Mikhail Gorbachev assumiu a liderança do país, em 1985.
  Ele conhecia as agruras do sistema, pois fizera carreira política no Comitê Central do Partido Comunista. Seu programa de mudanças acabou levando o regime comunista à dissolução.
  Em 1986, a URSS revogou, de maneira unilateral, os testes nucleares subterrâneos. No dia seguinte, assinou um tratado de eliminação de mísseis de médio alcance e logo depois retirou as tropas do Afeganistão (invadido em 1979). Seu plano era fortalecer a economia, diminuindo o peso dos gastos militares.
Retirada das tropas soviéticas do Afeganistão em 1988
  Paralelamente, Gorbachev colocou em prática uma reforma interna pautada na perestroika (reestruturação econômica) e na glasnost (abertura política). Reduziu ainda a estrutura estatal repressiva e as atribuições da KGB (a polícia secreta da URSS), liberou a formação de novos partidos políticos e arrefeceu o controle exercido sobre os países-satélites europeus.
Mikhail Gorbachev
  Prontamente houve reações. Os conservadores eram contra as mudanças; outros setores queriam que se estabelecesse o capitalismo. Quando as repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia) defenderam sua autonomia, a pressão interna aumentou. Em agosto de 1991, Gorbachev sofreu um golpe de Estado e foi restituído do poder; mas, enfraquecido, passou o cargo a Boris Yeltsin, presidente da Rússia, em dezembro. Era o fim da URSS, que se fragmentou em 15 Estados nacionais.
  Nascia assim a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), cuja república principal é a Federação Russa (Rússia). A máquina militar, debilitada abriu espaço também para o processo  de desmontagem da Cortina de Ferro: os antigos países sob a influência da URSS desvincularam-se dela e mudaram de lado. Redesenhou-se o mapa da Europa e da Ásia.
Países que faziam parte da antiga União Soviética: 1 - Armênia; 2 - Azerbaijão; 3 - Bielorrúsia (Belarus); 4 - Estônia; 5 - Geórgia; 6 - Cazaquistão; 7 - Quirguistão; 8 - Letônia; 9 - Lituânia; 10 - Moldávia; 11 - Federação Russa (Rússia); 12 - Tadjiquistão; 13 - Turcomenistão; 14 - Ucrânia; 15 - Uzbequistão.
UM NOVO MAPA PARA A EUROPA
  A derrocada da URSS formalizou o fim da Guerra Fria, mas os sinais de deterioração já eram claros. Em novembro de 1989, a queda do Muro de Berlim - que dividia Berlim Oriental (comunista) de Berlim Ocidental (capitalista) - foi o mais evidente símbolo do fim da hegemonia da União Soviética e anunciou a dissolução do bloco socialista.
  Outros países passaram por processos de desmonte das estruturas comunistas e adaptação ao capitalismo. Houve uma redefinição das fronteiras nacionais da Europa e a busca de um rearranjo étnico nos países.
Mapa da Europa durante a Guerra Fria
  Na Tchecoslováquia, a Revolução de Veludo (1989) derrubou o comunismo. Alguns anos depois, por uma série de razões de ordem econômica, cultural e social, o país foi dividido em dois: República Tcheca e Eslováquia. A Polônia, também em 1989, proclamou a chamada Terceira República e, em 1990, instituiu um programa de reformas internas para se adequar às estruturas capitalistas.
República Tcheca (azul) e Eslováquia (verde)
  Na Romênia, a derrubada do regime comunista ocorreu de maneira sangrenta. Nicolae Ceausescu, líder do país por mais de duas décadas, foi fuzilado pelo Exército romeno após ser acusado de genocídio e outros crimes e julgado culpado.
  A situação mais dramática aconteceu na Iugoslávia. Norman Stone escrevia, em 1992, no jornal inglês Sunday Times: "Na Iugoslávia havia seis repúblicas (Eslovênia, Croácia, Bósnia, Sérvia, Montenegro e Macedônia), cinco povos (eslovenos, croatas, sérvios, albaneses e montenegrinos), cinco idiomas (sérvio, macedônio, bósnio, croata e eslovênio) , três religiões (católica, muçulmana e ortodoxa), dois alfabetos (cirílico e latino) e um partido - o comunista". A frase sintetiza o caldeirão étnico-cultural que compunha o país. De 1945 a 1980, a Iugoslávia foi governada por Josip Broz Tito, que conseguiu manter a unidade do país. Com sua morte, porém, surgiram os primeiros problemas relacionados à xenofobia interna, embora o comunismo ainda fosse o sustentáculo do Estado.
Mapa da étnico-religioso da ex-Iugoslávia
  Com a queda do regime comunista, as repúblicas da Croácia e da Eslovênia declararam independência. O governo respondeu com violentos ataques do exército, mas os países foram reconhecidos internacionalmente.
  Em 1992 iniciou-se um violento conflito na Bósnia-Herzegóvina. A guerra, que durou até 1995, envolveu sérvios, croatas e muçulmanos. As forças de Paz da ONU intervieram, bem como a Otan, o que pôs fim ao conflito e confirmou a independência da Bósnia-Herzegóvina.
  Ainda em 1992, a Macedônia conseguiu autonomia por acordo político. Em 1999, a província de Kosovo declarou-se independente e teve seu território invadido pelas tropas sérvias. Os albaneses, maioria da população de Kosovo, acusou o presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, de praticar uma carnificina na província. A Iugoslávia foi invadida por tropas da Otan, pondo fim ao conflito. Em 2003, o território remanescente da Iugoslávia passou a chamar-se Sérvia e Montenegro. Depois de um plebiscito, Montenegro separou-se da Sérvia em 2006.
Atual divisão da ex-Iugoslávia
FONTE: Geografia, 3° ano: ensino médio / organizadores Fernando dos Santos Sampaio, Ivone Silveira Sucena. 1. ed. - São Paulo: Edições SM, 2010. (Coleção ser protagonista).

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

AS TERMELÉTRICAS CONVENCIONAIS

  A central termoelétrica ou usina termoelétrica, é uma instalação industrial usada para geração de eletricidade que gera energia a partir da energia proveniente da queima de combustíveis renováveis (biocombustíveis) ou não renováveis (carvão mineral, gás natural e petróleo).
  Assim como na energia hidrelétrica, em que um gerador, impulsionado pela água, gira,transformando a energia potencial em energia elétrica, nas termelétricas a fonte de calor aquece uma caldeira com água gerando vapor d'água em alta pressão, e o vapor move as pás da turbina do gerador.
Usina termelétrica em Victória - Austrália
  A primeira termelétrica no Brasil foi inaugurada em 1883, em Campos dos Goytacazes (RJ), com a potência de 52 KW.
  A partir do ano 2000, foram construídas diversas termelétricas no Brasil com o objetivo de diversificar a matriz energética do país. Os combustíveis mais utilizados para movimentá-las são gás natural, óleo diesel e carvão.
  Essas usinas podem ser construídas em lugares isolados, economizando o custo das linhas de transmissão. Entretanto, têm como desvantagens o alto preço do combustível e os impactos ambientais causados principalmente pela poluição do ar e a construção de estradas.
Mapa da termeletricidade no Brasil
  No Brasil, as usinas termelétricas movidas a diesel distribuem-se principalmente em áreas pouco servidas por redes hidrelétricas, como a Região Norte.
  As usinas termelétricas consomem 85% do carvão produzido no país. As maiores reservas de carvão mineral estão nos estados da Região Sul, notadamente no Rio Grande do Sul, que dispõe de mais de 90% das reservas. Além de gerar um volume insuficiente para o consumo, a produção carbonífera brasileira apresentam características que dificultam e encarecem a sua exploração, como o reduzido poder calorífico, em razão da  presença elevada de impurezas, e a existência de camadas finas e descontínuas nas jazidas.
Termelétricas a carvão no Brasil
  No Rio Grande do Sul, a ampliação da usina a carvão Candiota duplicará o consumo desse combustível no estado.
  As termelétricas movidas a carvão e gás concentram-se em lugares onde já existem gasodutos em operação ou estão perto das reservas - o que favorece o acesso ao suprimento.
  Em 2012, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) existiam no Brasil mais de 100 usinas termelétricas em operação abastecidas a gás natural, que geram em torno de 13.000 MW (megawatts).
Termelétricas a gás natural no Brasil
FONTE: Terra, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil / Terra Lygia, Regina Araújo, Raul Borges Guimarães. - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2010.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

HIDRELETRICIDADE E AMEAÇAS À SOCIOBIODIVERSIDADE

  Segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) 2011, as usinas hidrelétricas respondem por 81,7% da matriz de oferta de energia elétrica no Brasil, constituindo-se na maior fonte produtora de eletricidade no país.
  A partir da década de 1940, com o crescimento industrial, o Brasil orientou sua política energética para a hidreletricidade. O clima equatorial e os subtipos de climas tropicais que predominam no Brasil apresentam elevadas médias pluviométricas, fornecendo um grande volume de água para os rios. Além disso, os extensos planaltos são responsáveis pelos desníveis e cachoeiras, que propiciam força necessária para a geração de energia nas turbinas.
Matriz elétrica brasileira em 2011
  Em 1962, foi criada a Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) para controlar o sistema de geração e transmissão de energia elétrica no Brasil. Atualmente, essa companhia, a maior do setor de energia elétrica da América Latina, atua como holding, centralizando o controle de seis subsidiárias (Chesf, Furnas, Eletrosul, Eletronorte, CGTEE e Eletronuclear) e de grande parte dos sistemas de geração e transmissão de energia no país.
  As redes elétricas brasileiras figuram entre as mais potentes e extensas do mundo. Suas linhas de transmissão percorrem grandes distâncias, permitindo, assim, o aproveitamento do potencial hidrelétrico de rios distantes dos grandes centros consumidores.
  Na década de 1990, o Estado realizou intervenções no setor elétrico que alteraram seu funcionamento. Depois de mais de 50 anos de controle estatal, a Lei de Concessões Públicas, de 1995, permitiu à iniciativa privada distribuir e comercializar energia elétrica. Em 1996, foi criada a Aneel para regular e fiscalizar a produção, a transmissão, a distribuição e a comercialização de energia elétrica. A exploração dos potenciais hidráulicos, passou a ser concedida por meio de concorrência ou leilão. Nessa década, diversas empresas estatais de energia foram privatizadas, como Light, Coelba, CEEE-Centro-Oeste, CEEE-Norte-Nordeste, Eletropaulo, Celpa, Elektro, Gerasul, Celpe, Cemar, Saelpa etc.
  A geração de hidreletricidade utiliza uma fonte de energia renovável que não emite gases causadores do efeito estufa. No entanto, a construção de uma hidrelétrica envolve grandes obras de engenharia, desvio ou aumento do nível dos rios e formação de barragem para o aproveitamento do fluxo das águas. A inundação de extensas áreas prejudica a fauna e a flora locais. Cidades inteiras e áreas de produção agrícola também podem ser inundadas, exigindo o deslocamento da população ribeirinha, o que acarreta, assim, prejuízos à sua subsistência.
Usina Hidrelétrica de Balbina - recebeu muitas críticas por causa do elevado custo de construção e por ter provocado o maior desastre ambiental do Brasil.
  Com mais de 80 grandes usinas hidrelétricas e pequenas centrais hidráulicas, o Brasil é o país com o maior potencial hidrelétrico do mundo.
USINAS HIDRELÉTRICAS E AS BACIAS HIDROGRÁFICAS
  As maiores usinas hidrelétricas do Brasil se concentrarem nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste, por onde o parque elétrico do país começou a ser desenvolvido. Isso se deve à maior concentração nessas regiões de áreas urbanas e atividades econômicas.
Principais usinas hidrelétricas do Brasil
  No rio Paraná encontram-se importantes usinas: Itaipu, que é a maior hidrelétrica do Brasil, Ilha Solteira, Jupiá e Porto Primavera. A Usina Binacional de Itaipu possui capacidade de 18.200 MW e é uma das maiores do mundo, sendo suplantada apenas pela Usina de Três Gargantas (China), quando operada em sua capacidade máxima. O início de seu funcionamento data de 1984, após um tratado com o Paraguai, o que lhe confere uma gestão compartilhada entre os dois países. Além de suprir 30% da demanda nacional de eletricidade e 38% da demanda das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, essa usina proporciona ao Paraguai autossuficiência na produção de eletricidade, sendo seu excedente vendido ao Brasil.
Usina Hidrelétrica de Itaipu
  Apesar da importância de Itaipu para os dois países, a geração concentrada acarreta o risco de desabastecimento energético em grandes áreas no caso de falha no sistema de transmissão.
  A bacia do rio Parnaíba abriga as usinas de Itumbiara e de São Simão.
  Na Bacia do Rio São Francisco localizam-se as usinas de Xingó, Paulo Afonso, Itaparica, Sobradinho e Três Marias.
Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso na Bahia
  A Bacia Amazônica, que possui o maior potencial hidráulico do país, é a que apresenta o menor aproveitamento. Com extenso percurso navegável, seu imenso potencial hidrelétrico concentra-se nos afluentes do Rio Amazonas, que percorrem áreas de relevo planáltico. Somente 0,4% do potencial é aproveitado por apenas três usinas hidrelétricas: Balbina, no Rio Uatumã (AM), Curuá-Una, no Rio Curuá-Una (PA) e Samuel, no Rio Jamari (RO).
Usina Hidrelétrica de Samuel, em Rondônia
  Ainda na bacia do Amazonas, no Rio Madeira, estão sendo planejadas as usinas de Santo Antônio, com capacidade instalada de 3.150 MW e de Jirau, com 3.300 MW de potência. Essas usinas deverão conectar Rondônia ao sistema elétrico, expandindo a oferta de energia na região. No Rio Xingu, está sendo construída a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, próximo à Altamira (PA), que vem recebendo vários protestos dos povos da floresta e ambientalistas.
  Na Bacia do Tocantins-Araguaia localizam-se as usinas de Serra da Mesa e Tucuruí. No entanto, 90% do grande potencial disponível nessa bacia tem alguma restrição ambiental.
Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará
FONTE: Terra, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil / Terra Lygia, Regina Araújo, Raul Borges Guimarães. - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2010.

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