quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

MOLDÁVIA

  A República da Moldávia é um pequeno país da Europa Oriental, limitado a norte, leste e sul pela Ucrânia e a oeste pela Romênia.
HISTÓRIA
  O território da atual Moldávia foi habitado na antiguidade pelos dácios. Localizada sobre uma rota estratégica entre a Ásia e a Europa, a Moldávia tem sido vítima de numerosas invasões.
  No fim da Idade Média, a Moldávia compreendia todo o território povoado majoritariamente por romenos, localizados entre os montes Cárpatos, ao oeste, e o rio Dniester, ao leste. No século XIV, tendo por núcleo a Bucovina, constituiu-se o principado da Moldávia, que foi vassalo do Grande Ducado da Lituânia, na primeira parte do século XV, e invadido e ocupado pelos turcos em 1512.
Principado da Moldávia
  Nessa época, o Reino da Moldávia era um importante centro regional de poder. Ocupava a Bessarábia, a Moldávia Ocidental e a Bucovina. A partir do século XVI, teve sucessivos suseranos (senhores feudais) húngaros, lituanos, romenos e turcos. Em 1812 a região foi dividida pelo Tratado de Bucareste: a Bessarábia, localizada entre os rios Prut e Dniester, foi entregue pelo Império Turco-Otomano à Rússia. Em 1878, a Romênia proclamou a independência e uniu-se com a Moldávia Ocidental. Os russos controlaram a Bessarábia até a Primeira Guerra Mundial. Em 1818, a Bessarábia uniu-se à Romênia.
Moldávia dentro do contexto europeu
  Durante o domínio russo, uma forte política de russificação foi implementada, com a substituição do alfabeto latino pelo chirilico, com deportações de populações locais e a sua substituição por nacionais russos.
  Durante a Primeira Guerra Mundial cerca de 300 mil bessarábicos foram enviados ao recém formado exército russo em 1917. Acompanhando a Revolução Russa de 1917, um parlamento bessarábico, proclamou a República Democrática da Moldávia dentro do Estado Federal Russo, e formou seu governo no dia 21 de dezembro desse mesmo ano. A Bessarábia proclamou sua independência da Rússia em fevereiro de 1918, e sob proteção do exército romeno, que havia entrado na região em janeiro, o Parlamento Bessarábico (Staful Tarii) decidiu com 86 votos a favor, 3 contra e 36 abstenções, a união com o Reino da Romênia. Essa união foi logo reconhecida pelo Tratado de Paris (1920), sendo que a recém Rússia comunista não reconheceu o domínio romeno sobre a Bessarábia devido a antigas reivindicações dessa região.
Regiões da Moldávia
  No Tratado de Kellogg-Briand de 1928 e no Tratado de Londres de 1933, a União Soviética e a Romênia concordaram em relação ao princípio da não-violência para tratar de suas disputas territoriais. Numa tentativa de afastar a influência russa, as autoridades romenas permitiram que a língua de formação e educação fossem qualquer uma desejada, para que a longo prazo fossem substituindo a língua russa pela romena nas cidades.
  Em 1939, às vésperas do início da Segunda Guerra Mundial, a URSS e a Alemanha assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop no qual, secretamente, está inserida a intenção de anexação de diversos territórios, dentre os quais a Bessarábia, que já havia estado sob o domínio russo.
Divisão da Europa entre comunistas e nazistas pelo Pacto Molotov-Ribbentrop
  Com o encerramento do conflito, Moscou garantiu sua soberania sobre a Bessarábia, que, juntamente com um pedaço do território da Ucrânia, a Transnítria, deu origem à República Democrática da Moldávia.
  No fim da Segunda Guerra Mundial, a Moldávia, que foi incorporada à Romênia no passado, tornou-se parte da União Soviética. Em 1991, a Moldávia conquistou sua independência da União Soviética. Entretanto, forças russas ficaram no país para dar apoio ao povo eslavo, predominantemente russos e ucranianos, que anunciaram a criação da República da Transnítria. A Moldávia, um dos países mais pobres da Europa, elegeu um comunista como seu líder em 2001.
República da Transnítria - a parte em vermelho
GEOGRAFIA
  A maior parte do país encontra-se entre dois rios, o Prut e o Dniester. O solo rico e o clima continental temperado (com verões quentes e invernos relativamente leves) tornaram possível o desenvolvimento agrícola da região, fazendo do país um dos maiores produtores e fornecedores de produtos agrícolas da região.
Rio Dniéster
  A fronteira oeste da Moldávia é formado pelo rio Prut, que se conecta ao Danúbio antes de desembocar no mar Negro. Na parte nordeste do país, o Dniéster é o principal rio, atravessando-o de norte a sul. Apesar da proximidade com o mar Negro, o país não possui litoral. A parte norte da Moldávia é bem montanhosa, porém, o ponto mais elevado, o Dealul Balanesti, mede apenas 430 metros.
Dealul Balanesti - ponto mais elevado da Moldávia
POLÍTICA
  A Moldávia é uma república democrática representativa parlamentar, segundo o qual o Primeiro-Ministro é o chefe de Governo, e de um sistema multipartidário. O poder executivo é exercido pelo Governo. O poder legislativo é exercido tanto pelo Governo como pelo Parlamento. O poder judicário é independente do executivo e do legislativo. A posição da república da Transnítria, as relações com a Romênia e a adesão à União Europeia dominam a agenda política. O parlamento é composto por 101 membros, eleitos de quatro em quatro anos, bem como o Presidente da República.
Palácio do Governo da Moldávia
ECONOMIA
  A Moldávia é um dos países mais pobres da Europa, apesar de seu desenvolvimento econômico recente. A economia depende fortemente do tabaco, vinho, legumes, girassol e frutas. Esses cultivos dependem, em grande parte, das condições naturais. O seu subsolo possui poucos minérios, fazendo com que o país dependa basicamente dos produtos agrícolas. Todas as necessidades energéticas relativas ao petróleo, carvão mineral e gás natural são satisfeitas através da importação da Rússia, principalmente.
Rio Prut durante o inverno
  Com a entrada do país na União Europeia, iniciou-se um acelerado processo de industrialização, especialmente a alimentícia (vinho e açúcar refinado), a produção de refrigeradores, confecções, materiais de construção e maquinaria agrícola.
  O turismo é incipiente e a maior atração turística são as minas de Cricova, cujo complexo subterrâneo de túneis abriga a maior adega do mundo, com mais de 120 km de armazéns de vinho.
Cricova - mina de vinho da Moldávia
  Como tem sucedido no resto das antigas repúblicas que formaram a União Soviética, a economia moldava tem sofrido um forte retrocesso depois da independência. O conflito da República da Moldávia com a zona rebelde de Trans-Dniéster ou Transnítria tem agravado ainda mais a situação.
VEJA ALGUNS DADOS DA MOLDÁVIA
NOME OFICIAL: República da Moldávia
INDEPENDÊNCIA: 27 de agosto de 1991, da União Soviética
LOCALIZAÇÃO: Europa Oriental
CAPITAL: Chisinal
Portas de Chisinal
ÁREA: 33.851 km²  (136º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011): 4.324.450  habitantes (122º)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU): 127,75 hab./km² (59°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (2010):
Chisinal: 683 mil de habitantes
Chisinal - capital e maior cidade da Moldávia
Tiraspol: 203.337 habitantes
Tiraspol - segunda maior cidade da Moldávia
Balti: 156.754 habitantes
Balti - terceira maior cidade da Moldávia
LÍNGUA: língua moldávia (romeno)
IDH (ONU - 2010): 0,649 (111°)
PIB (FMI - 2010): U$ 5,810 bilhões (139°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010):68,9 anos (118º)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 15,8/ mil (78°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 42% (131°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99,2% (17°)
MOEDA: leo moldávio
RELIGIÃO (2010): cristãos ortodoxos (maioria).
DIVISÃO: a República da Moldávia é dividida administrativamente em 32 condados ou distritos, três municípios (Chisinau, Balti e Tighina) e duas regiões autônomas (Gagaúzia e Transnítria), esta última tendo declarado unilateralmente sua independência. Os distritos são: Anenii Noi, Barasabeasca, Briceni, Cahul, Cantemir, Calarasi, Causeni, Cimislia, Criuleni, Douduseni, Drochia, Dubarasi, Edinet, Falesti, Floresti, Goldeni, Hincesti, Ialoveni, Leova, Nisporeni, Ocnita, Orhei, Rezina, Riscani, Singerei, Soroca, Straseni, Soldanesti, Stefan Voda, Taraclia, Telenesti e Ungheni.
FONTE:Bigotto, José Francisco. Geografia sociedade e cotidiano: espaço mundial 2, 9º ano / José Francisco Bigotto, Márcio Abondanza Vitiello, Maria Adailza Martins de Albuquerque. -- 2. ed. -- São Paulo: Escala Educacional, 2009.
Wikipédia

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

AS DIVISÕES REGIONAIS DO CENTRO-SUL

  As diferenças nas paisagens naturais e nas formas de ocupação do espaço permitem subdividir a região Centro-Sul em quatro áreas distintas: o sul, o nordeste, o noroeste e a área das grandes metrópoles globais (São Paulo e Rio de Janeiro), também conhecida como megalópole brasileira. Além das diferenças que apresentam entre si, essas áreas possuem contrastes sociais e econômicos, criando regiões específicas dentro de cada uma delas.
O SUL DO CENTRO-SUL
  Essa área merece destaque em decorrência da grande presença de pessoas que descendem de imigrantes, trazendo para essa região o predomínio da população de origem europeia e uma cultura influenciada por hábitos e costumes dos imigrantes.
  A chegada de imigrantes para trabalhar nas lavouras deixou como legado uma tradição agrícola que hoje é representada pela agroindústria de fumo, óleo, álcool, vinho, café, laticínios etc.
  Italianos, alemães, poloneses, ucranianos e japoneses, estabeleciam-se em pequenas e médias propriedades, realizando a prática da policultura. Até hoje, algumas áreas mantêm as características do período em que a região foi colonizada. A policultura é prática comum na região, muitas vezes com caráter comercial, sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produtos mais cultivados.
Produção de uva no Vale dos Vinhedos - RS
  Destacam-se no norte dessa subrregião as áreas de solo fértil, as terras roxas, que foram ocupadas inicialmente pela lavoura cafeeira. A baixa resistência dos cafezais à ocorrência de geadas durante o inverno determinou a substituição desse cultivo pelo plantio de algodão e de cana-de-açúcar e, principalmente, de soja. O restante do estado do Paraná tem uma produção agropecuária ampla e variada, além da exploração madeireira, com destaque para a indústria de papel e papelão, que utiliza madeira de eucalipto das áreas reflorestadas.
Cultivo de eucalipto na região de Maringá - PR
  A criação de animais também é um dos destaques dessa subrregião. A existência de extensas áreas de pastagens naturais favoreceu o desenvolvimento da pecuária extensiva de corte. Os rebanhos de ovinos, bovinos e suínos representam as maiores criações do país. A pecuária recebeu nos últimos anos grandes investimentos, que propiciaram o aumento da produtividade. Além disso, a instalação de frigoríficos confirma uma tendência regional - a associação entre as atividades ligadas à terra e à indústria.
Produção de carnes - uma das atividades que mais cresceram nos últimos anos
  A partir da década de 1970, a mecanização marcou o espaço agropecuário dessa parte do país. Muitos pequenos proprietários, sem condições de modernizar suas lavouras, venderam suas terras e migraram para outras regiões do país ou para os grandes centros urbanos, modificando as paisagens agrárias do Sul. O norte do Paraná é caracterizado por uma intensa atividade agropecuária, bem como pela presença de várias indústrias. O setor industrial é bem desenvolvido na região, fortemente ligada à atividade agropecuária. Porto Alegre e Curitiba destacam-se por terem indústrias diversificadas, atividades também em crescimento em outras cidades da região.
A agropecuária é uma das principais atividades do Paraná
  No estado de Santa Catarina, na área do vale do Itajaí, encontramos as cidades de Blumenau e Brusque com grande parque industrial. No litoral norte, próximo ao vale do Itajaí, encontra-se Joinville, com indústrias alimentícias, têxteis e de materiais de construção, que empregam muitos trabalhadores e movimentam a economia regional.
Perini Business Park ou Parque Industrial de Joinville - SC
  Com relação aos recursos minerais, a atividade de destaque é a exploração de carvão mineral, usado em usinas termelétricas para gerar eletricidade e também nas indústrias siderúrgicas para aquecer os fornos na produção do aço. Santa Catarina detém a maior produção nacional, onde o carvão apresenta menos impureza e é mais facilmente explorado nos municípios catarinenses de Criciúma, Içara, Siderópolis e Lauro Müller. Sua exploração sempre esteve ligada a graves problemas ambientais, sendo que somente uma pequena porcentagem do material é aproveitada e a maior parte, considerada rejeito, é abandonada a céu aberto, comprometendo o solo para o plantio. Os rios da região, em especial os da bacia do rio Tubarão, também são ameaçados pelos poluentes lançados em suas águas. O ar fica poluído com a emissão de gases tóxicos, que trazem riscos à saúde da população.
Mina de carvão mineral em Criciúma - SC
O NOROESTE E NORDESTE DO CENTRO-SUL
  As porções noroeste e nordeste do Centro-Sul brasileiro também são marcadas pela diversidade de paisagens naturais, culturais e econômicas. Entre as áreas específicas do Centro-Sul, destacam-se: o Pantanal Matogrossense, Goiás, Mato Grosso do sul e Minas Gerais.
O PANTANAL MATOGROSSENSE
  O Pantanal, cortado pelo rio Paraguai e seus afluentes, é a maior planície inundável do mundo. A pequena declividade do terreno faz com que as águas demorem a escoar, tornando o ambiente alagadiço em determinado período do ano. Duas estações destacam-se no Pantanal: a época das cheias (que começa em outubro e vai até março/abril), quando são inundadas imensas áreas, ficando a salvo somente as regiões mais altas, onde se localizam, geralmente, as sedes das fazendas; o período de seca, em que as áreas, antes inundadas e enriquecidas com sedimentos orgânicos, tornam-se excelentes para pastagem.
Pantanal Matogrossense
  Estendendo-se por parte das terras dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a paisagem pantaneira é marcada pela grande diversidade de espécies animais e vegetais, específicas desse local.
O Pantanal é rico em biodiversidade

  O Pantanal não é apenas uma paisagem natural, hábitat de inúmeras espécies animais e vegetais. As atividades econômicas estão presentes nessa região e representam uma grande ameaça à biodiversidade pantaneira.
  A história da ocupação da região está ligada às atividades mineradoras e à pecuária extensiva, praticada nos campos naturais da planícies e nos cerrados. A implantação de eixos rodoviários nas últimas décadas facilitou a vinda de migrantes e gerou grande impacto na economia, na cultura e no meio ambiente local.
Pecuária - atividade que contribuiu para o povoamento do Pantanal
  Áras de mata e de cerrado foram substituídas por campos para pastagens e espaços para a agricultura. O cultivo de soja para a exportação e de outros gêneros agrícolas, sem planejamento de impacto ambiental, acelerou o processo erosivo, gerando grande acúmulo de sedimentos nos cursos de água das áreas inundáveis. Os fertilizantes químicos e agrotóxicos, usados intensivamente, elevaram a contaminação dos rios pantaneiros.
Cultivo de soja em área do Pantanal Matogrossense - uma ameaça para a biodiversidade local
  Outros problemas também são responsáveis pela degradação ambiental da planície do Pantanal, como a busca de ouro, que contaminou rios da região com mercúrio, usado no garimpo. Aves e peixes que vivem na área pantaneira já foram contaminados por esse produto.
Rio Taquari - MS. Afluente do rio Paraguai, sofre com o assoreamento e com a contaminação por agrotóxicos e mercúrio
GOIÁS E MATO GROSSO DO SUL
  A partir da década de 1960, muitos gaúchos, paranaenses e catarinenses migraram para essa região, que se apresentava como pioneira, principalmente por apresentar terras mais baratas. Atraídos por incentivos oferecidos pelo governo, ocuparam áreas do sul do Mato Grosso do Sul e de Goiás, justificando o aumento populacional da região e o crescimento de algumas cidades no estado de Goiás, como Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Jataí e Itumbiara.
Itumbiara - GO
  Essa área corresponde a um importante espaço agrícola para o país. Os solos do Cerrado, inicialmente com maior acidez, foram corrigidos com o uso de calcário. Essa técnica conhecida como calagem, permitiu que as fazendas pudessem realizar a agricultura em áreas que até então eram consideradas inadequadas. A presença de extensas áreas planas favoreceu a mecanização agrícola. Destacam-se o cultivo do arroz e da soja.
  A pecuária de corte, realizada no sul de Goiás e também no sul de Mato Grosso, expandiu-se muito nos últimos anos. Destacam-se nessa região as imensas áreas de pastagens, concentrando o maior rebanho bovino brasileiro.
Cultivo de arroz em Santo Antônio de Goiás - GO
MINAS GERAIS
  Entre 1730 e 1750, o ouro teve seu período de maior extração em Minas Gerais, atraindo muitas pessoas para a região. Para alimentar toda essa população, desenvolveu-se nessa região uma agricultura variada, com o cultivo do milho, feijão, trigo, arroz, cana-de-açúcar etc. A pecuária também se desenvolveu, embora chegassem do Sul e do Nordeste grandes quantidades de gado para abastecer a população.
  A área tornou-se, então, uma importante região de agropecuária. Destaque para o cultivo do café na Zona da Mata e no Triângulo Mineiro, além da grande criação de gado de corte e leiteiro, contando atualmente com um dos maiores rebanhos bovinos do Brasil.
Minas Gerais se destaca com a grande produção de leite do Brasil
  Na região do Triângulo Mineiro, no oeste do estado de Minas Gerais, delimitada pelos municípios de Uberlândia, Uberaba e Araguari, desenvolve-se a pecuária de corte com seleção de espécies e as pastagens cultivadas. Em algumas propriedades, o gado é criado solto, de forma extensiva, ocupando grandes extensões de terra, com boa rentabilidade. A agricultura também é praticada nessa região, e a falta de cuidado com o uso do solo, principalmente com a realização de queimadas, tem provocado graves problemas ambientais.
Uberlândia - maior cidade do Triângulo Mineiro
  Na Zona da Mata mineira, destaca-se a pecuária leiteira, que deu origem a uma importante atividade: a indústria de laticínios, que produz iogurtes, queijo, leite em pó, creme de leite, requeijão, doce de leite e manteiga.
Queijo de Minas - destaque na culinária nacional
  Em Minas Gerais, destaca-se a atividade extrativa mineral. O estado detém a liderança na produção brasileira de minérios. A região denominada Quadrilátero Ferrífero distingue-se por ter uma alta produção de minério de ferro. A área onde esse minério é explorado apresenta a forma de um quadrilátero, tendo como pontos principais as cidades de Belo Horizonte, Santa Bárbara, Mariana e Congonhas.
Produção de minério de ferro no Quadrilátero Ferrífero
  Nessa região, são encontradas também reservas de manganês e bauxita. Parte do minério de ferro e o de manganês são usados na produção de aço, importante para a construção civil, e também na de equipamentos e máquinas, abastecendo as indústrias siderúrgicas nacionais. A outra parte é destinada ao mercado externo.
  A produção mineral obtida em Minas Gerais é escoada pelo vale do Rio Doce e vale do Paraopeba, por estradas de ferro que chegam aos portos de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo, e de Sepetiba no município de Itaguaí, no Rio de Janeiro.
Estrada de Ferro Vitória-Minas - principal responsável pelo escoamento da produção de minérios do Quadrilátero Ferrífero
  A grande metrópole que polariza essa área é Belo Horizonte, junto com sua região metropolitana. Cidades como Contagem, Betim e Sabará formam um importante cinturão industrial ao redor da capital.
Belo Horizonte - capital de Minas Gerais e quarta cidade mais populosa do Brasil
A MEGALÓPOLE BRASILEIRA
  Centro de referência cultural, política e econômica, São Paulo e Rio de Janeiro exercem influência, não só nas cidades próximas a elas, mas em todo o país. São também consideradas metrópoles globais em razão de sua importância no cenário mundial. Essas duas cidades cresceram com a contribuição de imigrantes e migrantes e somam juntas 17.581.949 de habitantes (IBGE - 2010), sendo 11.253.503 de São Paulo e 6.320446 do Rio de Janeiro.
São Paulo - SP
  A Região Metropolitana de São Paulo (Grande São Paulo) é composta por 39 municípios, formando uma grande área urbana e a maior região metropolitana do Brasil. Com uma população de 19.683.975 (IBGE 2010), a capital e suas cidades vizinhas e interligadas - como Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, e também as cidades de Guarulhos, Mogi das Cruzes e Osasco - agregam quase todos os tipos de indústria, como as automobilísticas, as siderúrgicas, as petroquímicas, as eletrônicas, entre outras. Além das indústrias, a Grande São Paulo apresenta um comércio extremamente fortalecido e, ainda, grandes áreas agrícolas.
Região Metropolitana de São Paulo
  A Região Metropolitana do Rio de Janeiro (Grande Rio de Janeiro) possui uma população de 11.838.752 habitantes (IBGE 2010), e é a segunda maior região metropolitana do Brasil. É formada por 19 municípios, e engloba, além da cidade do Rio de Janeiro, importantes cidades como Niterói, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São Gonçalo, além de outras, que juntas, apresentam um diversificado parque industrial.
Região Metropolitana do Rio de Janeiro
  Distantes cerca de pouco mais de 400 quilômetros, essas duas metrópoles estão unidas pela Via Dutra (BR-116), uma das mais importante e mais movimentadas rodovias do país.
Via Dutra - principal elo de ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro
  Embora essas duas metrópoles sejam símbolo do desenvolvimento industrial e econômico do Centro-Sul, elas também apresentam vários problemas devido ao crescimento desordenado e ao inchaço populacional. Dentre os problemas mais graves destacam-se: as ocupações irregulares de terrenos urbanos para moradia, representadas principalmente pelas favelas; o alto índice de violência e criminalidade; o desemprego, além de outros, como a poluição, lixo, falta de infraestrutura etc. Essa realidade revela o grande contraste social que essas e outras metrópoles brasileiras apresentam.
A falta de moradia é um dos principais problemas das grandes cidades
FONTE: Geografia / Cláudia Magalhães ... [et al.]. - São Paulo: Editora do Brasil, 2009. (Coleção perspectiva)

domingo, 4 de dezembro de 2011

PAISAGENS DO CENTRO-SUL

  Os fatores naturais são responsáveis pelas paisagens distintas que compõem o Centro-Sul. Ocupando quase dois terços do território brasileiro, predominam no Centro-Sul os planaltos. Nessa região também há planícies e depressões.
  As maiores altitudes são registradas nas serras e chapadas, em destaque: Chapada do Espigão Mestre, Serra do Espinhaço, Serra da Canastra, Serra da Mantiqueira, Serra do Mar, Serra do Paranapiacaba e Serra Geral.
  As planícies se concentram principalmente no litoral, porém a de maior extensão, a Planície do Pantanal, está localizada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Serra do Mar
  Devido à presença de climas úmidos e relevo planáltico, os rios dessa região são, na sua maioria caudalosos e com grande potencial hidráulico. Também são aproveitados para o fornecimento de água e de alimentos para irrigar plantações, como áreas de lazer e vias de transporte.
  Entre as bacias hidrográficas brasileiras que se localizam nessa região, duas delas estão inteiramente no Centro-Sul, são elas:
  • Bacia Platina - formada pelas bacias dos rios Parná, Paraguai e Uruguai. Por estar localizada, predominantemente, numa região de planalto, os rios dessa bacia apresentam muitas cachoeiras e são utilizadas para a construção e obtenção de energia elétrica. Para viabilizar a navegação em alguns rios, foram construídos eclusas. A bacia do rio Paraná apresenta o maior potencial hidráulico do país. No rio Paraná está a Usina Binacional de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do Brasil. Além dessa usina, dezenas de outras fornecem energia para a região Centro-Sul, em que estão os maiores centros urbanos e econômicos do país. O rio Paraguai, que atravessa a Planície do Pantanal, deságua no rio Paraná, e este, pouco antes de chegar ao oceano Atlântico, recebe as águas do rio Uruguai, originando o rio da Prata. Por essa bacia escoa grande parte dos produtos comercializados pelo Mercosul.
Hidrovia Tietê-Paraná. Importante via de escoamento fluvial do Centro-Sul
  • Bacias do Sul-Sudeste - formadas por várias bacias hidrográficas menores localizadas a partir de São Paulo em direção ao sul do Brasil. A bacia do rio Itajaí, em Santa Catarina, é a mais importante dessas bacias hidrográficas.
Rio Itajaí, em Blumenau - SC
  Infelizmente, muitos rios que atravessam as médias e grandes cidades dessa região estão poluídos por esgotos domésticos e dejetos industriais lançados em suas águas, como é o caso do rio Tietê, em São Paulo, do rio Guaíba, em Porto Alegre, e do rio Doce, que atravessa os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além de vários outros que encontram-se na mesma situação.
Poluição do rio Tietê em Pirapora do Bom Jesus - SP
O clima e a vegetação do Centro-Sul
  Os efeitos da latitude, combinados com o relevo e a continentalidade, são responsáveis pela diversidade climática do Centro-Sul, que apresenta cinco tipos climáticos: o equatorial, o tropical úmido, o tropical semiúmido, o tropical de altitude e o subtropical.
  A diversidade climática permitiu a formação de diferentes formações vegetais na região.
  O clima equatorial ocorre em pequena área do norte do Centro-Sul. Caracteriza-se pelas altas temperaturas, com médias térmicas em torno de 26°C, e pela alta pluviosidade durante o ano todo.
Cuiabá - MT.
  O clima tropical úmido é o que ocorre na faixa litorânea do Espírito Santo, em parte de São Paulo e no Rio de Janeiro. Apresenta temperaturas em torno de 20°C e 24°C e chuvas superiores a 2000 mm ao ano. Esse tipo climático é influenciado pela massa de ar tropical atlântica, que traz umidade durante o ano todo para as faixas litorâneas do Sul e Sudeste. No litoral nordestino, durante o outono e principalmente no inverno, o avanço da massa polar atlântica forma frentes frias, aumentando o índice de chuvas nesse período.
Paranapiacaba - SP. Localizado em área de clima tropical úmido, é um dos municípios que mais chove no Brasil
  O clima tropical semiúmido é típico da porção norte do Centro-Sul, ocorrendo em áreas do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e centro-norte de São Paulo. Esse tipo climático apresenta inverno seco e verão chuvoso, com médias de temperaturas entre 20°C e 28°C e índices pluviométricos próximos de 1500 mm. Recebe, durante o período do verão, as massas de ar tropical atlântica e equatorial continental, trazendo umidade para a porção central do país. No período do inverno, o recuo dessas massas faz com que o índice pluviométrico seja menor.
Goiânia - GO. Localizado em área de clima tropical semiúmido
  O clima tropical de altitude ocorre em áreas onde o relevo é mais elevado, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Caracteriza-se por apresentar temperaturas mais suaves, com média em torno de 18°C.
Campos do Jordão - SP. Com 1628 metros de altitude, é o município mais alto do Brasil
  O clima subtropical é predominante na porção sul da região, isto é, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná e em uma pequena área de São Paulo. Nessa área de clima subtropical, as quatro estações do ano são mais bem definidas. As chuvas são distribuídas regularmente e as temperaturas médias estão entre 18°C e 24°C. O inverno é frio na maior parte dessa área, podendo até nevar em algumas delas.
São Joaquim - SC. Município localizado em área de clima subtropical
  Essa região sofre a influência das massas de ar vindas da Antártica. Como não existem barreiras naturais que possam impedir que elas avancem sobre a região, acabam influenciando o clima da porção sul, tornando-o, frequentemente, muito frio durante o inverno. Em algumas cidades da região, os termômetros chegam a registrar temperaturas baixas, até mesmo abaixo de 0°C. Ocorrem mudanças bruscas de temperatura, mesmo no período do verão, quando chegam as chamadas "frentes frias".
Neve em Gramado - RS
  Diferentes domínios climáticos possibilitaram a presença de variasdas formações vegetais no Centro-Sul, principalmente a floresta tropical e atlântica, a mata de araucárias, o cerrado, os campos, além da vegetação litorânea e do complexo do Pantanal. Todas as transformações que ocorreram nesse espaço geográfico, comprometeram a cobertura vegetal original, que foi intensamente substituída pelas atividades agropecuárias e pelo intenso processo de ocupação humana pelo qual a região passou, especialmente nos dois últimos séculos.
Queimada em área que era coberta pela mata de araucárias no Paraná
FONTE: Geografia / Cláudia Magalhães ... [et al.]. - São Paulo: Editora do Brasil, 2009. (Coleção perspectiva)

sábado, 3 de dezembro de 2011

O CENTRO-SUL DO BRASIL

  A região Centro-Sul do Brasil é formada pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Goiás, além da maior parte do estado de Minas Geraise parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins, e pequena parte dos estados da Bahia, Piauí e Maranhão.
  Até meados do século XVII, a porção hoje conhecida como Nordeste era a área mais desenvolvida do país. O declínio da produção açucareira, aliado à descoberta de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais, provocou intensa migração rumo ao interior do Brasil. Ao longo dos caminhos da mineração, foram surgindo povoados que se transformaram em cidades.
Ouro Preto - antiga Vila Rica. Cidade que surgiu a partir do ciclo do ouro
  A região mineradora de Minas Gerais tornou-se o centro econômico do Brasil, em razão da riqueza gerada pelo ouro e pela grande quantidade de pessoas que se dirigiam à região atraídas pelo desejo de enriquecimento.
  Nessa época, o dinamismo econômico de Minas Gerais era tanto que impulsionava até mesmo a economia do sul do país, que também conheceu um importante desenvolvimento econômico, em razão da atividade pecuária e do tropeirismo.
  No tropeirismo, o gado bovino era transportado para a região das minas para alimentar o grande contingente de pessoas que trabalhavam na garimpagem, além de mulas para serem utilizadas no transporte de cargas.
Tropeirismo - importante atividade no período do ciclo do ouro
  Com o esgotamento das jazidas, em meados do século XVIII, e a falta de estímulos causada pelos altos impostos cobrados pelo governo português, a população mineira aos poucos foi se dedicando às lavouras de café, principalmente no sul de Minas Gerais, à criação de gado nas fazendas da região e à atividade têxtil. Uma parcela da população migrou para o estado de São Paulo, que já vinha se destacando com a cultura cafeeira, recebendo também trabalhadores de outros estados brasileiros. É com o desenvolvimento no estado de São paulo que o café passa a ser o principal produto de exportação do Brasil. A primeira mão de obra nas lavouras de café foi de africanos escravizados e seus descendentes, que mais tarde foi substituída pela dos imigrantes.
Café - principal produto de exportação do Brasil do século XIX até a metade do século XX
  A cafeicultura provocou a ocupação de terras no estado do Rio de Janeiro, Espírito Santo, parte de Minas Gerais, São Paulo e norte do Paraná. Para esses estados, dirigiram-se pessoas de várias partes do país, além de um grande número de europeus, principalmente italianos, que vieram trabalhar nas lavouras de café. A cafeicultura criou uma classe de aristocracia rural e foi responsável pela construção de ferrovias destinadas ao transporte do produto até o porto de Santos, de onde era embarcado para a Europa.
Porto de Santos
  O cultivo do café também propiciou o crescimento de várias cidades e transformou a cidade de São Paulo no centro econômico do Brasil. O café também foi responsável pelo desmatamento da Mata Atlântica, onde grandes áreas de florestas foram derrubadas para ceder espaço à plantação das mudas desse produto.
  A partir da segunda metade do século XIX, o governo brasileiro, interessado em povoar o sul do país, resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, principalmente alemães, italianos e eslavos (poloneses, russos e ucranianos), oferecendo-lhes oportunidades para se tornarem proprietários de terras, principalmente nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
  Para os imigrantes que se estabeleceram no estado de São Paulo, não havia a oferta da posse da terra. Eles vieram para trabalhar como assalariados nas lavouras de café. Enquanto nos outros estados desenvolvia-se a agricultura em pequenas propriedades e surgiam colônias de imigrantes, em São Paulo, boa parte do dinheiro obtido com o café propiciou o aparecimento de indústrias e a consequente urbanização da região. No início do século XX, chegaram os primeiros japoneses nas lavouras cafeeiras, principalmente no estado de São Paulo.
Imigrantes japoneses na colheita do café na primeira metade do século XX
  A efetiva ocupação e o povoamento das terras dos atuais estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ocorreram principalmente após 1949, com as áreas de colonização criadas pelo governo, que visava expandir as fronteiras agrícolas e impulsionar o povoamento rumo ao interior do Brasil.
  Por determinação do presidente Juscelino Kubitschek, que governou o Brasil de 1956 a 1961, foi construída a cidade de Brasília, para sediar a nova capital do país, transferida do Rio de Janeiro. A construção da nova capital atraiu um grande número de trabalhadores, principalmente nordestinos, para a região central do Brasil. Com a inauguração da cidade, milhares de funcionários públicos foram transferidos do Rio de Janeiro para lá. Outras pessoas, atraídas pelo surgimento de uma nova cidade, também mudaram-se para a região. A transferência da capital para o interior do país, foi um fator de destaque no estímulo ao povoamento e à integração dessa região com outras áreas do território brasileiro.
Brasília - sua construção permitiu uma maior interiorização do Brasil
  Atualmente, alguns fatores se destacam em relação à região Centro-Sul: a grande concentração populacional, um alto grau de urbanização, um grande número de indústrias, uma atividade agropecuária moderna. Essa é a área que mais se desenvolveu e se industrializou no país, responsável pelo escoamento de boa parte da produção interna. Também é a região que abriga mais da metade da população brasileira. Contudo, as desigualdades também estão presentes nessa região, que concentra o maior número de favelas, elevados índices de desemprego e violência urbana, além de problemas de poluição ambiental.
Poluição no céu de São Paulo
FONTE: Geografia / Cláudia Magalhães ... [et al.]. - São Paulo: Editora do Brasil, 2009. (Coleção perspectiva)

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