segunda-feira, 10 de julho de 2023

POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO

 

DADOS GERAIS DE SÃO PAULO
População: 44.420.459 habitantes
Área: 248.219,481 KM²
Densidade demográfica: 178,96 hab./km²
Capital: São Paulo
São Paulo

Posição

Município

Área (km²)

População (Censo 2022)

Densidade demográfica (hab./km²)

São Paulo

1.521,202

11.451.245

7.527,76

Guarulhos

318,675

1.291.784

4.053,61

Campinas

794,571

1.138.309

1.432,61

São Bernardo do Campo

409,532

810.729

1.979,65

Santo André

175,782

748.919

4.260,50

Osasco

64,954

743.432

11.445,51

Sorocaba

449,872

723.574

1.608,39

Ribeirão Preto

650,916

698.259

1.072,73

São José dos Campos

1.099,409

697.428

634,37

10º

São José do Rio Preto

431,944

480.439

1.112,27

11º

Mogi das Cruzes

712,541

449.955

631,48

12º

Jundiaí

431,204

443.116

1.027,62

13º

Piracicaba

1.378,069

423.323

307,19

14º

Santos

281,056

418.608

1.489,53

15º

Mauá

61,937

418.261

6.753,01

16º

Diadema

30,732

393.237

12.795,69

17º

Carapicuíba

34,546

387.121

11.205,96

18º

Bauru

667,684

379.146

567,86

19º

Itaquaquecetuba

82,622

369.275

4.469,45

20º

Franca

605,679

352.537

582,05

21º

Praia Grande

149,652

349.935

2.338,32

22º

São Vicente

148,151

329.844

2.226,40

23º

Barueri

65,701

316.473

4.816,87

24º

Taubaté

625,003

310.739

497,18

25º

Suzano

206,236

307.364

1.490,35

26º

Limeira

580,711

291.869

502,61

27º

Gurarujá

144,794

287.634

1.986,50

28º

Sumaré

153,465

279.546

1.821,56

29°

Cotia

323,994

273.640

844,58

30º

Taboão da Serra

20,388

273.542

13.416,81

31º

Indaiatuba

311,545

255.739

820,87

32º

São Carlos

1.136,907

254.822

224,14

33º

Embu das Artes

70,398

250.720

3.561,46

34º

Araraquara

1.003,625

242.228

241,35

35º

Jacareí

464,272

240.235

517,53

36º

Marília

1.170,515

237.629

203,01

37º

Americana

133,912

237.247

1.171,66

38º

Hortolândia

62,416

236.641

3.791,35

39º

Itapevi

82,658

232.513

2.812,95

40º

Presidente Prudente

560,637

225.668

402,52

41º

Rio Claro

498,422

201.418

404,11

42º

Araçatuba

1.167,126

200.124

171,47

43º

Santa Bárbara d’Oeste

271,030

183.347

676,48

44º

Ferraz de Vasconcelos

29,547

179.205

6.065,08

45º

Bragança Paulista

512,584

176.811

344,94

46º

Itu

640,719

168.240

262,58

47º

São Caetano do Sul

15,331

165.655

10.805,23

48º

Pindamonhangaba

731,355

165.428

226,19

49º

Francisco Morato

49,001

165.139

3.370,11

50º

Atibaia

478,521

158.640

331,52

51º

Itapecerica da Serra

150,742

158.522

1.051,61

52º

Itapetininga

1.789,350

157.790

88,18

53º

Santana de Parnaíba

179,49

154.105

856,38

54º

Mogi Guaçu

812,753

153.661

189,06

55º

Botucaru

1.482,642

145.155

97,90

56º

Franco da Rocha

132,775

144.849

1.090,94

57º

Caraguatatuba

484,947

134.875

278,12

58º

Salto

133,057

134.319

1.009,48

59º

Jaú

687,103

133.497

194,29

60º

Araras

644,831

130.866

202,95

61º

Votorantim

184,186

127.923

694,53

62º

Sertãozinho

403,089

126.887

314,79

63º

Valinhos

148,538

126.325

850,46

64º

Tatuí

523,749

123.942

236,64

65º

Barretos

1.566,161

122.485

78,21

66º

Itatiba

322,269

122.424

379,88

67º

Birigui

530,031

118.979

224,48

68º

Jandira

17,449

118.045

6.765,14

69º

Guaratinguetá

752,636

118.044

156,84

70º

Catanduva

290,596

115.785

398,44

71º

Várzea Paulista

35,120

115.771

3.296,44

72º

Ribeirão Pires

98,972

115.559

1,167,59

73º

Itanhaém

601,711

112.476

186,93

74º

Cubatão

142,879

112.471

787,18

75º

Paulínia

138,777

110.537

796,51

76º

Ourinhos

295,818

103.970

351,47

77º

Poá

17,264

103.765

6.010,48

78º

Assis

460,609

101.409

220,16

79º

Leme

402,871

98.145

243,61

80º

Votuporanga

420,703

96.634

229,70

81º

Caçapava

368,990

96.202

260,72

82º

Caieiras

97,642

95.030

973,25

83º

Mairiporã

320,697

93.617

291,92

84º

Ubatuba

708,105

92.980

131,31

85º

Avaré

1.213,055

92.805

76,51

86º

Cajamar

131,386

92.689

705,47

87º

Mogi Mirim

497,708

92.559

185,97

88º

São João da Boa Vista

516,399

92.535

179,19

89º

Itapeva

1.826,258

89.728

49,13

90º

Arujá

96,167

86.678

901,33

91º

Lorena

414,160

84.855

204,88

92º

São Sebastião

402,395

81.540

202,64

93º

São Roque

306.908

79.484

258,98

94º

Matão

524,899

79.033

150,57

95º

Campo Limpo Paulista

79,403

77.632

977,70

96º

Vinhedo

80,950

76.663

947,04

97º

Bebedouro

683,192

76.373

111,79

98º

Cruzeiro

305,699

74.961

248,21

99º

Ibiúna

1.058,82

74.957

70,84

100º

Lins

570,058

74.779

131,18

101º

Pirassununga

727,118

73.545

101,15

102º

Itapira

518,416

72.022

138,93

103º

Jaboticabal

706,602

71.821

101,64

104º

Fernandópolis

549,797

71.186

129,48

105º

Itupeva

200,876

70.616

351,54

106º

Peruíbe

326,216

68.344

209,51

107º

Amparo

445,323

68.008

152,72

108º

Mococa

855,156

67.681

79,14

109º

Embu-Guaçu

155,641

66.970

430,29

110º

Lençóis Paulista

809,541

66.505

82,15

111º

Monte Mor

240,566

64.662

268,79

112º

Bertioga

491,546

64.188

130,58

113º

Tupã

627,986

63.928

101,80

114º

Mirassol

243,228

63.337

260,40

115º

Nova Odessa

73,788

62.019

840,50

116º

Mongaguá

142,755

61.951

433,97

117º

Penápolis

711,315

61.679

86,71

118º

Boituva

248,954

61.081

245,35

119º

Ibitinga

689,391

60.037

87,09

120º

Registro

722,201

59.946

83,00

121º

Andradina

964,226

59.783

62,00

122º

Cosmópolis

154,655

59.773

386,47

123º

Jaguariúna

141,391

59.347

419,74

124º

Batatais

849,526

58.402

68,75

125º

Porto Feliz

556,706

56.497

101,48

126º

Olímpia

802,555

55.075

68,62

127º

Santa Isabel

363,332

53.174

146,35

128º

Piedade

746.868

52.970

70,92

129º

Porto Ferreira

244,906

52.649

214,98

130º

Taquaritinga

594,335

52.260

87,93

131º

São José do Rio Pardo

419,684

52.204

124,39

132º

Louveira

55,738

51.833

929,94

133º

Artur Nogueira

178,026

51.456

289,04

134º

Tremembé

191,094

51.173

267,79

135º

Vargem Grande Paulista

42,489

50.333

1.184,61

136º

Capivari

322,878

50.068

155,07

137º

Mairinque

210,149

49.972

237,79

138º

Jales

368,574

48.776

132,34

139º

São Joaquim da Barra

410,863

48.558

118,19

140º

Monte Alto

346,950

47.574

137,12

141º

Cabreúva

260,234

47.011

180,65

142º

Campos do Jordão

289,981

46.974

161,99

143º

Santa Cruz do Rio Pardo

1.114,747

46.422

41,66

144º

Capão Bonito

1.640,229

46.337

28,25

145º

Dracena

487,688

45.474

93,24

146º

Jardinópolis

501,870

45.282

90,23

147º

Pederneiras

727,482

44.827

61,62

148º

Cerquilho

127,803

44.695

349,72

149º

Itararé

1.003,860

44.438

44,27

150º

Rio Grande da Serra

36,341

44.170

1.215,43

151º

Serrana

126,046

43.909

348,36

152º

Salto de Pirapora

280,412

43.748

156,01

153º

Pedreira

108,817

43.112

396,19

154º

Garça

555,807

42.110

75,76

155º

Paraguaçu Paulista

1.001,492

40.989

40,93

156º

Vargem Grande do Sul

267,178

40.133

150,21

157º

Socorro

449,029

40.122

89,35

158º

Espírito Santo do Pinhal

389,235

39.816

102,29

159º

Presidente Epitácio

1.260,281

39.505

31,35

160º

Itápolis

996,747

39.493

39,62

161º

Guaíra

1.258,465

39.273

31,21

162º

Novo Horizonte

931,743

38.324

41,13

163º

Orlândia

291,765

38.319

131,34

164º

São Pedro

611,278

38.256

62,58

165º

Agudos

966,708

37.680

38,98

166º

Tietê

404,396

37.663

93,13

167º

Pontal

356,371

37.607

105,53

168º

Ituverava

704,659

37.571

53,32

169º

Jarinu

207,549

37.535

180,85

170º

Guariba

270,289

37.498

138,73

171º

São Manuel

650,734

37.289

57,30

172º

José Bonifácio

860,200

36.633

42,59

173º

Iperó

170,289

36.459

214,10

174º

Presidente Venceslau

755,203

35.201

46,61

175º

Promissão

779,200

35.131

45,09

176º

Ilhabela

346,389

34.934

100,85

177º

Santa Fé do Sul

206,537

34.794

168,46

178º

Adamantina

411,987

34.687

84,19

179º

Barra Bonita

150,121

34.346

228,79

180º

Pitangueiras

430,638

33.674

78,20

181º

Cravinhos

311,423

33.281

106,87

182º

Américo Brasiliense

122,958

33.019

268,54

183º

Aparecida

120,890

32.569

269,41

184º

Araçoiaba da Serra

255,305

32.443

127,08

185º

Ibaté

290,978

32.178

110,59

186º

Barrinha

146,025

32.092

219,77

187º

Aguaí

474,554

32.072

67,58

188º

São Miguel Arcanjo

930,339

32.039

34,44

189º

Descalvado

753,706

31.756

42,13

190º

Bariri

444,405

31.595

71,10

191º

Cachoeira Paulista

287,990

31.564

109,60

192º

Rio das Pedras

226,657

31.328

138,22

193º

Osvaldo Cruz

248,038

31.272

126,08

194º

Guararema

270,816

31.236

115,34

195º

Guararapes

955,637

31.036

32,48

196º

Serra Negra

203,734

29.894

146,73

197º

Biritiba Mirim

317,406

29.676

93,50

198º

Cândido Mota

595.811

29.449

49,43

199º

Piraju

504,591

29.436

58,34

200º

Iguape

1.978,795

29.115

14,71

201º

Santa Cruz das Palmeiras

295,337

28.864

97,73

202º

Rancharia

1.587,498

28.588

18,01

203º

Cajati

454,436

28.515

62,75

204º

Conchal

182,793

28.105

153,75

205º

Casa Branca

864,225

28.083

32,50

206º

Mirandópolis

917,694

27.983

30,49

207º

Morro Agudo

1.388,127

27.933

20,12

208º

Pilar do Sul

681,248

27.611

40,53

209º

Juquitiba

522,169

27.404

52,48

210º

Bady Bassitt

110,372

27.260

246,98

211º

Álvares Machado

347,647

27.245

78,37

212º

Laranjal Paulista

384,274

26.261

68,34

213º

Igarapava

468,355

26.212

55,97

214º

Piracaia

385,568

26.029

67,51

215º

Ilha Solteira

652,641

25.549

39,15

216º

Pirapozinho

477,673

25.348

53,07

217º

Tanabi

747,218

25.265

33,81

218º

Brodowski

278,458

25.201

90,50

219º

Itaí

1.092,884

25.180

23,04

220º

Martinópolis

1.253,564

24.881

19,85

221º

Santa Rita do Passa Quatro

754,141

24.833

32,93

222º

Apiaí

974,322

24.585

25,23

223º

Cordeirópolis

137,579

24.514

178,18

224º

Dois Córregos

632,972

24.510

38,72

225º

Taquarituba

448,515

24.350

54,29

226º

Valparaíso

857,661

24.241

28,26

227º

Pereira Barreto

974,247

24.095

24,73

228º

Angatuba

1.027,288

24.022

23,38

229º

Brotas

1.101,373

23.898

21,70

230º

Cajuru

660,088

23.830

36,10

231º

Santa Gertrudes

98,291

23.611

240,22

232º

Santa Rosa do Viterbo

288,576

23.411

81,13

233º

Santo Antônio de Posse

154,133

23.244

150,80

234º

Igaraçu do Tietê

97,747

23.106

236,39

235º

Capela do Alto

169,890

22.866

134,59

236º

Pirajuí

823,758

22.431

27,23

237º

Monte Aprazível

495,559

22.280

44,96

238º

Teodoro Sampaio

1.555,803

22.173

14,25

239º

Cunha

1.407,250

22.110

15,71

240º

Iracemápolis

115,118

21.967

190,82

241º

Bom Jesus dos Perdões

108,366

21.942

202,48

242º

Guapiaçu

325,126

21.711

66,78

243º

Araçariguama

145,204

21.522

148,22

244º

Bastos

170,912

21.503

125,81

245º

Cerqueira César

511,621

21.469

41,96

246º

Tambaú

561,788

21.435

38,15

247º

Junqueirópolis

582,565

20.448

35,10

248º

Potim

44,463

20.392

456,78

249º

Buri

1.196,463

20.250

16,92

250º

Pompeia

784,674

20.196

25,74

251º

Regente Feijó

314,810

20.145

63,72

252º

Lucélia

263,280

20.061

76,52

253º

Castilho

1.065,318

19.977

18,75

254º

Palmital

548,407

19.594

35,73

255º

Engenheiro Coelho

109,941

19.566

177,97

256º

Miguelópolis

820,849

19.441

23,68

257º

nova Granada

531,796

19.419

36,52

258º

Paranapanema

1.018,724

19.395

19,04

259º

Pariquera-Açu

359,414

19.233

53,51

260º

Itatinga

979,817

19.070

19,46

261º

Cesário Lange

190,392

19.048

100,05

262º

Ribeirão Branco

697,500

18.627

26,71

263º

Guará

362,183

18.606

51,37

264º

Miracatu

1.001,484

18.553

18,53

265º

Potirendaba

342,492

18.496

54,00

266º

Colina

422,303

18.487

43,78

267º

Pirapora do Bom Jesus

108,489

18.370

169,33

268º

Nazaré Paulista

326,254

18.217

55,84

269º

Monte Azul Paulista

263,462

18.151

68,89

270º

Itaberá

1.100,247

17.983

16,34

271º

Santo Anastácio

552,876

17.963

32,49

272º

Águas de Lindóia

60,126

17.829

296,53

273º

Elias Fausto

202,360

17.699

87,46

274º

Paraibuna

809,576

17.667

21,82

275º

Rosana

744,011

17.440

23,44

276º

Viradouro

217,726

17.414

79,98

277º

Alumínio

83,619

17.301

206,90

278º

Buritama

326,921

17.210

52,64

279º

Juquiá

812,799

17.154

21,10

280º

Caconde

468,214

17.101

36,52

281º

Pradópolis

167,378

17.078

102,03

282º

Guapiara

408,292

17.071

41,81

283º

Itajobi

502,066

16.989

33,84

284º

Macatuba

224,514

16.829

74,96

285º

Altinópolis

928,956

16.818

18,10

286º

Cafelândia

920,280

16.654

18,10

287º

Fartura

429,171

16.641

38,77

288º

Itirapina

564,603

16.148

28,60

289º

Jacupiranga

704,189

16.116

22,89

290º

São Lourenço da Serra

186,456

15.984

85,73

291º

Mirante do Paranapanema

1.238,931

15.917

12,85

292º

Tupi Paulista

244,770

15.854

64,77

293º

Charqueada

175,846

15.535

88,34

294º

Itariri

273,667

15.528

56,74

295º

Pedregulho

712,604

15.525

21,79

296º

Conchas

466,120

15.232

32,68

297º

Pinhalzinho

154,529

15.219

98,49

298º

Salesópolis

424,997

15.202

35,77

299º

Holambra

65,577

15.119

230,55

300º

Piratininga

402,409

15.107

37,54

301º

Guareí

567,884

15.013

26,44

302º

Panorama

356,050

14.964

42,03

303º

Tarumã

302,913

14.882

49,13

304º

Pacaembu

339,375

14.877

43,84

305º

Tabatinga

368,604

14.769

40,07

306º

Severínia

140,460

14.576

103,77

307º

Pindorama

184,825

14.542

78,68

308º

Presidente Bernardes

749,233

14.490

19,34

309º

Patrocínio Paulista

602,848

14.488

24,03

310º

Ipuã

466,461

14.454

30,99

311º

Borborema

552,256

14.226

25,76

312º

Valentim Gentil

149,741

14.098

94,015

313º

Itaporanga

507,997

14.085

27,73

314º

Santa Adélia

330,269

14.018

42,44

315º

Santa Branca

272,238

13.975

51,33

316º

Morungaba

146,752

13.788

93,95

317º

Urupês

323,916

13.744

42,43

318º

Ipaussu

209,554

13.712

65,43

319º

Auriflama

434,498

13.692

31,51

320º

Itapuí

140,23

13.659

97,55

321º

São Simão

617,252

13.442

21,78

322º

Ilha Comprida

196,567

13.419

68,27

323º

Quatá

651,641

13.163

20,21

324º

Eldorado

1.654, 256

13.069

7,90

325º

Boa Esperança do Sul

690,748

12.978

18,79

326º

Flórida Paulista

524,138

12.958

24,72

327º

Joanópolis

374,293

12.815

34,24

328º

Serra Azul

283,144

12.746

45,02

329º

Sete Barras

1.062,699

12.730

11,98

330º

Maracaí

533,498

12.673

23,75

331º

Taguaí

145,332

12.669

87,17

332º

Cedral

197,838

12.618

63,78

333º

Piquete

175,996

12.490

70,97

334º

Duartina

264,557

12.328

46,60

335º

Cananeia

1.237,354

12.289

9,93

336º

Luís Antônio

598,257

12.265

20,50

337º

Chavantes

188,727

12.211

64,70

338º

Tapiratiba

221,891

11.816

53,25

339º

Ibirá

271,912

11.690

42,99

340º

São Bento do Sapucaí

305,776

11.684

46,26

341º

Bernardino de Campos

244,158

11.607

47,54

342º

Palestina

697,701

11.476

16,45

343º

Sales Oliveira

305,776

11.411

37,32

344º

Cardoso

639,248

11.345

17,75

345º

Tabapuã

345,792

11.323

32,75

346º

Estiva Gerbi

74,144

11.295

152,34

347º

Pedro de Toledo

670,440

11.281

16,83

348º

Avanhandava

338,370

11.263

33,29

349º

Bocaína

363,926

11.259

30,94

350º

Guaiçara

277,154

11.239

40,55

351º

Mineiros do Tietê

213,242

11.230

52,66

352º

Divinolândia

223,749

11.158

49,87

353º

Ribeirão Bonito

471,553

10.989

23,30

354º

Pirangi

215,809

10.885

50,44

355º

Roseira

129,847

10.832

83,42

356º

Igaratá

292,953

10.605

36,20

357º

Parapuã

366,664

10.580

28,85

358º

Vargem

142,595

10.512

73,72

359º

Bofete

653,541

10.460

16,01

360º

Porangaba

265,689

10.451

39,34

361º

São Sebastião da Grama

525,410

10.441

41,37

362º

Iacanga

547,393

10.437

19,07

363º

Uchoa

252,434

10.394

41,18

364º

Sarapuí

352,592

10.369

29,41

365º

Guaraci

641,501

10.350

16,13

366º

São Luíz do Paraitinga

617,315

10.337

16,75

367º

General Salgado

494,376

10.312

20,86

368º

Riolândia

631,897

10.309

16,31

369º

Ouroeste

288,648

10.294

35,66

370º

Getulina

676,755

10.232

15,12

371º

Vera Cruz

247,716

10.176

41,08

372º

Areiópolis

85,907

10.130

117,92

373º

Bananal

616,429

9.969

16,17

374º

Manduri

229,046

9.871

43,10

375º

Nhandeara

436,159

9.852

22,59

376º

Neves Paulista

219,050

9.690

44,24

377º

Lavínia

537,675

9.689

18,02

378º

Palmares Paulista

82,125

9.650

117,50

379º

Bálsamo

149,881

9.596

64,02

380º

Dumont

111,376

9.471

85,04

381º

Estrela d’Oeste

296,281

9.417

31,78

382º

Torrinha

315,267

9.335

29,61

383º

Nova Europa

160,250

9.311

58,10

384º

Cristais Paulista

385,230

9.272

24,07

385º

Rinópolis

358,481

9.259

25,83

386º

Queluz

249,399

9.159

36,72

387º

Cajobi

176,929

9.133

51,62

388º

Herculândia

364,252

9.125

25,05

389º

Rincão

316,639

9.098

28,73

390º

Salto Grande

188,441

9.050

48,03

391º

Rafard

121,645

8.965

73,70

392º

Palmeira d’Oeste

318,740

8.903

27,93

393º

Urânia

209,262

8.833

42,21

394º

Dobrada

149,729

8.759

58,50

395º

Cosmorama

441,680

8.719

19,74

396º

Pereiras

223,136

8.659

38,81

397º

Monte Alegre do Sul

110,308

8.627

78,21

398º

Nova Campina

385,375

8.497

22,05

399º

Santo Antônio do Aracanguá

1.308,432

8.379

6,40

400º

Saltinho

99,378

8.161

81,82

401º

Arealva

506,226

8.130

16,06

402º

Vista Alegre do Alto

95,429

8.109

84,97

403º

Dourado

205,874

8.096

39,33

404º

Itobi

138,986

8.046

57,89

405º

Iaras

401,381

8.010

19,96

406º

Tapiraí

755,100

7.996

10,59

407º

Pauliceia

374,091

7.955

21,26

408º

Euclides da Cunha Paulista

573,894

7.924

13,81

409º

Terra Roxa

221,541

7.904

35,68

410º

Icém

362,355

7.819

21,58

411º

Ouro Verde

266,778

7.779

29,16

412º

Reginópolis

410,406

7.662

18,67

413º

São José da Bela Vista

276,952

7.626

27,54

414º

Iepê

594,794

7.619

12,81

415º

Jaci

145,133

7.613

52,46

416º

Ariranha

132,624

7.602

57,32

417º

Macaubal

248,087

7.421

30,15

418º

Ribeirão Grande

333,363

7.450

22,35

419º

Guaraçaí

569,197

7.441

13,07

420º

Paulo de Faria

737,986

7.400

10,03

421º

Nuporanga

348,265

7.391

21,22

422º

Águas da Prata

142,673

7.369

51,65

423º

Sud Mennucci

594,744

7.355

12,37

424º

Guatapará

413,567

7.320

17,70

425º

Bilac

158,025

7.319

46,32

426º

São Pedro do Turvo

731,221

7.214

9,87

427º

Águas de Santa Bárbara

404,463

7.177

17,74

428º

Lavrinhas

167,067

7.171

42,92

429º

Pardinho

209,894

7.153

34,08

430º

santa Lúcia

153,860

7.149

46,46

431º

Santo Antônio do Pinhal

133,008

7.133

53,63

432º

Quintana

318,937

7.038

22,07

433º

Lindóia

48,756

7.010

143,78

434º

Catiguá

148,393

7.003

47,19

435º

Natividade da Serra

833,372

6.999

8,40

436º

Clementina

168,590

6.982

41,41

437º

Arandu

285,908

6.885

24,08

438º

Taquarivaí

231,792

6.876

29,66

439º

Barra do Turvo

1.007,684

6.875

6,82

440º

Irapuã

257,612

6.867

26,66

441º

Ipeúna

190,010

6.831

35,95

442º

Três Fronteiras

151,594

6.804

44,88

443º

Tuiuti

126,731

6.778

53,48

444º

santo antônio da alegria

310,311

6.775

21,83

445º

Ipiguá

136,028

6.761

49,70

446º

Nova Aliança

217,515

6.693

30,77

447º

Colômbia

728,648

6.629

9,10

448º

Pedra Bela

158,587

6.557

41,35

449º

Taiúva

132,459

6.548

49,43

450º

Tarabai

201,385

6.536

32,46

451º

Sales

308,555

6.437

20,86

452º

Guarantã

461,746

6.427

13,92

453º

Restinga

245,746

6.404

26,06

454º

Jambeiro

184,413

6.397

34,69

455º

Santa Albertina

272,692

6.393

23,44

456º

Ibirarema

228,230

6.385

27,98

457º

Gália

355,914

6.380

17,93

458º

Canitar

57,459

6.283

109,35

459º

Taciba

607,267

6.260

10,31

460º

Jaborandi

273,438

6.221

22,75

461º

Echaporã

515,528

6.205

12,04

462º

Silveiras

414,782

6.186

14,91

463º

Mendonça

195,151

6.159

31,56

464º

Alambari

159,600

6.141

38,48

465º

Iacri

321,948

6.131

19,04

466º

Santo Antônio do Jardim

109,956

6.126

55,71

467º

Santa Ernestina

134,421

6.118

45,51

468º

Paraíso

155,186

6.099

39,30

469º

Oriente

218,668

6.085

27,83

470º

Orindiúva

247,378

6.024

24,35

471º

Campina do Monte Alegre

184,479

5.954

32,27

472º

Fernandes Prestes

169,990

5.942

34,95

473º

Irapuru

214,461

5.938

27,69

474º

Américo Campos

252,876

5.870

23,21

475º

Itirapuã

161,118

5.779

35,87

476º

Narandiba

357,325

5.713

15,99

477º

Taiaçu

107,059

5.677

53,03

478º

Anhembi

736,557

5.674

7,70

479º

Barbosa

205,212

5.640

27,48

480º

Riversul

385,878

5.599

14,51

481º

Poloni

135,120

5.592

41,39

482º

Piacatu

232,488

5.519

23,74

483º

Guaimbê

217,811

5.512

25,31

484º

Caiuá

551,159

5.466

9,92

485º

Aramina

202,829

5.420

26,72

486º

Coroados

246,825

5.400

21,88

487º

Ubarana

209,861

5.365

25,56

488º

Braúna

195,176

5.356

27,44

489º

Santa Maria da Serra

252,621

5.243

20,75

490º

Barra do Chapéu

405,681

5.162

12,72

491º

Ubirajara

282,179

5.132

18,19

492º

Pratânia

175,100

5.126

29,27

493º

Sabino

305,285

5.112

16,75

494º

Indiana

129,367

5.090

39,35

495º

Lagoinha

255,472

5.083

19,90

496º

Canas

53,261

4.931

92,58

497º

Campos Novos Paulista

484,199

4.888

10,10

498º

Álvaro de Carvalho

153,662

4.808

31,29

499º

Salmourão

172,934

4.808

27,80

500º

Onda Verde

242,946

4.771

19,64

501º

Nipoã

137,609

4.750

34,52

502º

Boracéia

122,110

4.715

38,61

503º

Gavião Peixoto

243,766

4.702

19,29

504º

Luiziânia

166,576

4.701

28,22

505º

Ribeirão do Sul

203,208

4.677

23,02

506º

Mirassolândia

166,125

4.669

28,11

507º

Nova Independência

265,029

4.609

17,39

508º

Ribeirão Corrente

148,332

4.608

31,07

509º

Analândia

325,953

4.589

14,08

510º

Marabá Paulista

919,519

4.573

4,97

511º

Meridiano

228,199

4.572

20,04

512º

Redenção da Serra

309,441

4.949

14,52

513º

Avaí

540,689

4.483

8,29

514º

Alfredo Marcondes

118,915

4.445

37,38

515º

Novais

117,772

4.412

37,46

516º

Planalto

289,825

4.389

15,14

517º

João Ramalho

415,452

4.371

10,52

518º

Buritizal

266,420

4.356

16,35

519º

Adolfo

211,055

4.351

20,62

520º

Ocauçu

301,036

4.331

14,39

521º

Itapirapuã Paulista

406,478

4.306

10,59

522º

Cabrália Paulista

239,974

4.299

17,91

523º

Coronel Macedo

303,830

4.280

14,09

524º

Santa Cruz da Conceição

150,130

4.277

28,49

525º

Júlio Mesquita

128,183

4.254

33,19

526º

Guzolândia

252,477

4.246

16,82

527º

Monte Castelo

233,547

4.222

18,08

528º

Corumbataí

278,622

4.195

15,06

529º

Espírito Santo do Turvo

193,666

4.157

21,46

530º

Glicério

272,800

4.138

15,17

531º

Monteiro Lobato

332,742

4.138

12,44

532º

Pontalinda

209,525

4.127

19,70

533º

Populina

315,938

4.127

13,06

534º

Tejupá

296,189

4.127

13,93

535º

Aparecida d’Oeste

179,004

4.086

22,83

536º

Rifaina

162,508

4.049

24,92

537º

Iporanga

1.152,059

4.046

3,51

538º

Indiaporã

279,606

4.035

14,43

539º

Motuca

228,700

4.034

17,64

540º

Paranapuã

140,354

4.031

28,72

541º

Anhumas

320,840

4.023

12,54

542º

Lupércio

155,171

3.981

25,66

543º

Itapura

301,653

3.979

13,19

544º

Macedônia

327,567

3.963

12,10

545º

Álvares Florence

362,411

3.915

10,80

546º

Santópolis do Aguapeí

128,026

3.899

30,45

547º

Balbinos

91,635

3.887

42,42

548º

Jeriquara

141,971

3.863

27,21

549º

São José do Barreiro

570,685

3.853

6,75

550º

Florínea

225,886

3.851

17,05

551º

Alto Alegre

318,574

3.841

12,06

552º

Rubinéia

242,877

3.833

15,78

553º

Presidente Alves

286,642

3.804

13,27

554º

Murutinga do Sul

250,873

3.737

14,90

555º

Mombuca

133,698

3.722

27,84

556º

Caiabu

253,352

3.712

14,65

557º

Sarutaiá

141,608

3.704

26,16

558º

Sandovalina

455,856

3.645

8,00

559º

Itaju

230,355

3.618

15,71

560º

Inúbia Paulista

87,119

3.615

41,49

561º

Areias

305,227

3.577

11,72

562º

Bom Sucesso de Itararé

133,578

3.555

26,61

563º

Barão de Antonina

153,142

3.531

23,06

564º

Mariápolis

186,544

3.513

18,83

565º

Altair

313,007

3.451

11,03

566º

Itaoca

183,015

3.421

18,69

567º

Quadra

205,672

3.405

16,56

568º

Pongaí

183,399

3.395

18,51

569º

Suzanápolis

330,587

3.365

10,18

570º

Marapoama

111,267

3.292

29,59

571º

Queiroz

234,914

3.265

13,90

572º

Piquerobi

482,769

3.264

6,76

573º

Gastão Vidigal

180,569

3.252

18,01

574º

Magda

312,282

3.165

10,14

575º

Elisiário

93,980

3.138

33,39

576º

Ribeira

335,759

3.132

9,33

577º

Sebastianópolis do Sul

167,848

3.130

18,65

578º

Mira Estrela

216,825

3.126

14,42

579º

Jumirim

56,685

3.059

53,96

580º

Platina

327,480

3.030

9,25

581º

Emilianópolis

225,167

3.014

13,39

582º

Santo Expedito

94,465

3.000

31,76

583º

Santa Mercedes

166,753

2.956

17,73

584º

Parisi

84,737

2.892

34,13

585º

Cândido Rodrigues

70,892

2.889

40,75

586º

Alvilãndia

84,879

2.885

33,99

587º

Nova Luzitânia

73,816

2.837

38,43

588º

Pedrinhas Paulista

152,309

2.804

18,41

589º

Cássia dos Coqueiros

191,683

2.799

14,60

590º

Pedranópolis

260,101

2.787

10,72

591º

Águas de São Pedro

3,612

2.780

769,66

592º

Gabriel Monteiro

138,681

2.763

19,92

593º

Floreal

204,236

2.733

13,38

594º

Santa Rita d’Oeste

209,800

2.733

13,03

595º

Borebi

347,989

2.713

7,80

596º

Estrela do Norte

264,987

2.703

10,20

597º

Rubiácea

236,484

2.700

11,42

598º

Zacarias

319,056

2.692

8,44

599º

Lutécia

475,226

2.666

5,61

600º

Nantes

286,647

2.660

9,28

601º

Taquaral

53,892

2.619

48,60

602º

Bento de Abreu

301,687

2.606

8,64

603º

São Francisco

75,579

2.602

34,43

604º

Santa Clara d’Oeste

183,458

2.598

14,16

605º

São João das Duas Pontes

129,462

2.580

19,93

606º

Pracinha

63,054

2.578

40,89

607º

Brejo Alegre

105,689

2.565

24,27

608º

Óleo

198,938

2.509

12,61

609º

Sagres

147,935

2.474

16,72

610º

Oscar Bressane

222,130

2.470

11,12

611º

Timburi

196,790

2.464

12,52

612º

Pontes Gestal

217,505

2.387

10,97

613º

Lucianópolis

189,536

2.372

12,51

614º

Arapeí

156,903

2.330

14,85

615º

Embaúba

83,129

2.323

27,94

616º

São João do Pau d’Alho

117,665

2.242

19,05

617º

Dolcinópolis

77,939

2.207

28,32

618º

Nova Guataporanga

34,158

2.156

63,12

619º

Santa Cruz da Esperança

148,062

2.116

14,29

620º

Cruzália

149,330

2.108

14,12

621º

Paulistânia

256,178

2.090

8,16

622º

Torre de Pedra

71,348

2.046

28,68

623º

Arco-Íris

264,904

2.044

7,72

624º

Nova Canaã Paulista

124,473

2.032

16,32

625º

Ribeirão dos Índios

196,446

2.025

10,31

626º

Guarani d’Oeste

85,700

1.968

22,96

627º

Mesópolis

148,636

1.952

13,13

628º

Lourdes

113,940

1.950

17,11

629º

Monções

104,352

1.937

18,56

630º

Marinópolis

77,827

1.860

23,90

631º

São João de Iracema

178,396

1.846

10,35

632º

Aspásia

69,373

1.842

26,55

633º

Turiúba

153,235

1.818

11,86

634º

Vitória Brasil

49,832

1.794

36,00

635º

Trabiju

63,421

1.682

26,52

636º

Santana da Ponte Pensa

129,888

1.670

12,86

637º

Turmalina

147,797

1.669

11,29

638º

Fernão

100,504

1.656

16,48

639º

Santa Salete

79,192

1.645

20,77

640º

Dirce Reis

88,133

1.620

18,38

641º

União Paulista

79,056

1.603

20,28

642º

Flora Rica

224,711

1.487

6,62

643º

Uru

146,901

1.387

9,44

644º

Nova Castilho

183,396

1.062

5,79

645º

Borá

118,951

907

7,62

Número de municípios: 645
FONTE: IBGE. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br. Acesso em 10/07/2023

segunda-feira, 26 de junho de 2023

OS POVOS INDÍGENAS DA AMÉRICA DO NORTE

   Antes da chegada dos europeus à América do Norte, a região era habitada por diferentes povos indígenas, como os Pequots, os Cheroquis, os Iroqueses, os Algonquinos, os Comanches, os Sioux, os Apaches, dentre outros. Esses povos, que falavam mais de trezentas línguas diferentes, viviam em suas aldeias, organizados de acordo com costumes variados.

  Com a chegada dos europeus, principalmente britânicos, muitos territórios indígenas foram violentamente invadidos e tomados para a fundação de núcleos de povoamento. Apoiados na ideia de que deviam cumprir uma missão civilizadora na América, os colonos trataram os indígenas como um obstáculo a ser removido a qualquer custo.

  Considerados selvagens e primitivos, muitos nativos americanos foram expulsos de suas terras e outros acabaram reduzidos à condição de escravos. Na Carolina do Sul, por exemplo, em 1708, havia aproximadamente  1.400 nativos escravizados. Os puritanos também adotaram medidas para cristianizar os indígenas, mas elas não foram tão comuns como na América Ibérica.

  As populações indígenas resistiram  muito às investidas dos colonizadores, um dos motivos que explicam o fracasso das primeiras tentativas da Coroa britânica de colonizar o território. A luta dos nativos para manter suas terras e seu modo de vida continuou por todo o período colonial.

  Além das guerras e dos deslocamentos forçados, as epidemias também colaboraram para a redução drástica da população nativa da América do Norte.

Índios Sioux (aproximadamente 1865). Foto: Everett Collection

  Podemos destacar algumas práticas de alguns destes povos, como os esquimós e os inuítes, povos árticos que habitavam o Norte da América do Norte, e os Chipwyans e Crees, na mesma região, referente ao Canadá e ao Alasca, que dependiam da caça de renas, alces e castores para a sua alimentação e para o seu vestuário. Já os Iorqueses, que viviam no Norte da América do Norte, já no território dos Estados Unidos, viviam de cascas e galhos  de árvores que usavam para a confecção de ferramentas e armamento e da caça para aquecimento e alimentação, além da pesca e da agricultura. Outros povos, como os Sioux, que viviam na região central, também viviam dos animais.

Índios Esquimós (Biblioteca do Congresso Americano)

  Os grupos indígenas norte-americanos eram, em sua maioria, caçadores e coletores, e desenvolveram agricultura para sua subsistência, além de utilizarem das caças como forma de alimentação, vestimenta e proteção. Tinham visões de mundo bastante diversas e, após a chegada dos europeus, passaram a sofrer com a colonização, com a violência e com as doenças trazidas pelos colonizadores do Velho Mundo. Assim como os indígenas da América do Sul, os da América do Norte também foram considerados incivilizados e sofreram com diversas formas de tentativas violentas de civilizá-los.

  Em seus navios os europeus espalharam pelo chamado Novo Mundo seus preconceitos profundos, sua ideia de vida e civilização de forma violenta, seu projeto escravizador sobre as populações indígenas e africanas, sua violência como forma de domínio e também suas doenças, principais responsáveis pela morte das populações nativas. Diversas eram as doenças para as quais os corpos das populações indígenas não estavam preparadas: gripe e sarampo foram as principais causas de morte entre os indígenas americanos.

Famílias linguísticas da América do Norte

  Por mais que se fale muito do projeto escravizador dos povos indígenas da América do Sul com as missões jesuíticas mais organizadas, houve escravização indígena também na América do Norte, que buscou dominar esses povos de todas as formas. Com a expansão agrícola sobre áreas até então pertencente aos indígenas, foram vivenciados diversos ataques, gerando conflito entre a população indígena e os colonos europeus. Foi nesse cenário que ocorreram os tratados de paz, que destinava aos indígenas as suas porções de terras em forma de reservas. Ainda assim, os europeus foram responsáveis pelo genocídio do povo indígena na América do Norte, seja por meio das doenças, seja por meio da escravização, ou mesmo das disputas violentas entre eles.

Uma cromolitografia, de autor desconhecido, de 1899 mostrando uma cavalaria do Exército americano perseguindo índios durante uma batalha

  Ainda que não houvesse uma presença católica na América do Norte como houve na América do Sul, os puritanos também se dedicaram a tentar converter os indígenas à sua religião. Para isso, até um colégio destinado aos indígenas na Universidade de Harvard, com a intenção evidente de formar elites indígenas que fossem cristianizadas e que auxiliassem a espalhar o cristianismo e, consequentemente, auxiliaram no projeto de civilização indígena. O projeto fracassou e acabou tendo apenas um formando, demonstrando os choques e diferenças culturais entre eles.

  O processo de Independência dos Estados Unidos, no final do século XVIII, gerou um movimento nacionalista com o objetivo de civilizar os nativos e inseri-los no projeto de nação através de uma política de assimilação cultural. Após muitas disputas durante séculos, os povos indígenas tiveram acesso à cidadania plena norte-americana em 1924, concedida pelo Congresso dos Estados Unidos da América.

Indígenas apaches em retrato do século XIX

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

KARNAL, L. et al. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI, 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

NARO, N. P. S. A formação dos Estados Unidos. São Paulo: Atual; Campinas: Editora da Unicamp, 1987.


sexta-feira, 23 de junho de 2023

MOVIMENTOS SOCIAIS NA HISTÓRIA DO BRASIL: MOVIMENTO DOS POVOS INDÍGENAS

   Partindo de uma compreensão mais ampla do conceito de movimentos sociais, pode-se reconhecer sua presença no Brasil desde o período colonial. Foram incontáveis eventos, que variaram em duração, intensidade, número de participantes e causas. Opuseram-se no início desse processo: indígenas e colonos, escravizados e senhores, colonos e governantes. As formas de resistência também variaram muito de acordo com o contexto.

  Os movimentos dos povos indígenas são os mais antigos no território onde se formou o Brasil. Resistem às mais distintas formas de exploração, aos ataques à sua forma de ser e viver e lutam pela manutenção da posse das terras onde vivem, sobretudo a partir do século XVI, com a chegada dos colonizadores europeus.

Mapa do Brasil com os principais grupos indígenas que habitavam o território brasileiro na época do descobrimento

Indígenas e bandeirantes

  A resistência à escravidão e à tomada das terras onde se viam foram as causas das primeiras lutas indígenas. As ações iniciais dos colonos depois foram potencializadas pelos paulistas - moradores da capitania de São Vicente que, em razão da falta de recursos da região, saíram em busca de riquezas pelo interior adentro. Conhecidos como bandeirantes, passaram a ser vistos como responsáveis pela expansão das fronteiras do Brasil. Em estados como São Paulo, este passado se inscreveu no nome de praças, ruas, avenidas e rodovias em diversos municípios (Anhanguera, Bandeirantes, Raposo Tavares), e em monumentos - como o Monumento das Bandeiras, de Victor Brecheret, de 1953, a Estátua de Borba Gato, de Júlio Guerra, de 1962 -, e na sede do governo: o Palácio dos Bandeirantes, todos na capital.

Estátua de Borba Gato, na Avenida Santo Amaro, em São Paulo

  Contudo, ao contrário da imagem que se construiu dos bandeirantes, eles eram em sua maioria mestiços de europeus com indígenas, sendo, assim, desprezados pelos europeus e também pelos indígenas, contra os quais atuaram muitas vezes de forma violenta. Andavam descalços e não falavam o português, mas sim a língua geral do Brasil, que misturava línguas da família tupi-guarani. Isso explica o fato de muitos lugares onde não viveram indígenas da família tupi-guarani terem nomes tupi.

  Os bandeirantes buscavam conquistar riquezas em três tipos de ação: o apresamento ou a preação de indígenas, a fim de comercializá-los com os colonos para explorarem o trabalho escravo; a busca por minerais preciosos como ouro e diamante; e o sertanismo de contrato, isto é, a contratação para realizarem algum "serviço sujo" para os colonos, como destruir uma aldeia ou um quilombo.

  Devido aos ataques contra aldeias indígenas a fim de obter prisioneiros, houve conflitos entre os bandeirantes e os jesuítas, que tentavam proteger os indígenas da escravidão, não obstante o esforço que faziam para retirar-lhes sua cultura.

Índios soldados da província de Curitiba escoltando prisioneiros nativos, de Jean-Baptiste Debret

Conflitos indígenas no período colonial

  Há dois conflitos envolvendo indígenas e colonos considerados mais significativos. Um ocorreu entre 1554 e 1567, entre os litorais de São Paulo e Rio de Janeiro e ficou conhecido como Confederação dos Tamoios, a qual reunia indígenas Tupinambá dos grupos Tupiniquim, Aimoré e Temiminó.

  Alguns portugueses se casavam com indígenas, o que lhes facilitava alianças militares e a exploração de outros grupos. Assim ocorreu com João Ramalho, que se casou com Bartira, membro da tribo dos guaianases. João Ramalho propôs escravizar os tupinambás e acabou matando o chefe da tribo, Caiçuru. Seu filho, Aimberê, reuniu os chefes das outras tribos e declarou guerra aos portugueses e aos guaianases - estava formada a Confederação dos Tamoios.

  Naquele período, os franceses estavam tentando dominar territórios na costa do Brasil. Eles se aliaram aos tamoios, oferecendo armas. Assim, uma disputa que envolvia colonos e indígenas em um primeiro momento, acabou ganhando uma proporção de conflito internacional. Aimberê tentou uma aliança com outro chefe indígena, Tibiriçá, que se mostrou leal aos portugueses. O conflito teve seu fim em 1567, com a expulsão dos franceses e a derrota da Confederação dos Tamoios.

Mapa do litoral do Sudeste destacando a Guerra dos Tamoios

  O outro conflito ficou conhecido como Confederação dos Cariris ou Guerra dos Bárbaros e ocorreu entre 1683 e 1713 na Região Nordeste do Brasil, reunindo indígenas dos grupos Inhamum, Cariú, Crateú e Tarairú. No primeiro contato com os europeus, os membros do  grupo Cariri viviam próximos aos rios Itapicuru e Paraguaçu, na Serra da Borborema, e estabeleceram contato amistoso. Contudo, com o passar do tempo, a penetração dos conquistadores portugueses no interior do país, buscando metais preciosos e expandindo fazendas, significou o massacre dos povos indígenas e a exploração deles.

  Os indígenas resistiram de várias formas: fugindo dos aldeamentos missionários e das fazendas onde eram mantidos cativos, defendendo suas aldeias dos ataques dos bandeirantes, atacando vilas e fazendas e, por vezes, se suicidando quando eram aprisionados. A Confederação foi a resistência mais significativa. Ela durou trinta anos e contou com indígenas dos atuais estados de Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Em 1713, os cariris foram derrotados. Homens, mulheres, idosos e crianças foram mortos na investida final, acabando com a Confederação dos Cariris.

Localização das línguas Kariri dentro do tronco Macro-Jê

Indígenas na atualidade

  Entre as várias estratégias de luta dos povos indígenas em defesa de seus direitos, merece destaque o protagonismo que eles têm assumido em diversas frentes. Muitos indígenas estão realizando cursos de formação para dar aulas nas escolas indígenas; outros estão realizando cursos superiores nas áreas de Direito, Pedagogia, Antropologia e Filosofia; outros, ainda, têm se destacado como palestrantes e autores de livros.

Cacique Raoni, da etnia caiapó, uma das figuras mais respeitadas do movimento indígena na atualidade

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MAGALHÃES, Domingos José Gonçalves de; MOREIRA, Maria Eunice; BUENO, Luís. A Confederação dos Tamoios. Col: Série Letras do Brasil. Curitiba: Editora UFPR, 2007.

PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros: Povos Indígenas e a colonização do Sertão Nordeste do Brasil. São Paulo: Hucitec, 2002.

SILVA, Daniel Neves. "Povos indígenas do Brasil"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/o-indigena-no-brasil.htm. Acesso em: 23 de junho de 2023.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

O OPERARIADO E O ANARQUISMO NA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

  Na virada do século XIX para o século XX, a economia brasileira se apoiava, primordialmente, na exportação do café. Com a riqueza acumulada, muitos fazendeiros utilizaram  parte de seus lucros em outras atividades, entre eles, a implantação de fábricas nos centros urbanos. Além desses fazendeiros, diversos imigrantes chegaram ao Brasil e abriram fábricas no país.

  Nos primeiros anos da República, a maioria dessas fábricas era de pequeno e médio porte e produzia principalmente tecidos, calçados, chapéus, massas alimentícias. Em 1907, o Brasil contava 3.120 estabelecimentos industriais. Nessa época, o Rio de Janeiro concentrava o maior número de indústrias. Em 1920, quando já havia mais de 13 mil indústrias instaladas no país, São Paulo era o principal polo industrial brasileiro. O setor têxtil era o mais dinâmico.

  O operariado era composto basicamente de imigrantes - italianos, espanhóis, portugueses -, que, em geral, havia abandonado a vida nas lavouras. Eles recebiam salários baixos e trabalhavam sem proteção legal. Os donos das fábricas estabeleciam as próprias regras. As jornadas diárias de trabalho duravam, em média, de 10 a 14 horas. Garantias conquistadas posteriormente, como descanso semanal remunerado, férias ou aposentadoria, eram então inexistentes, tampouco havia indenização aos operários quando sofriam acidentes, o que era constante. O ambiente de trabalho era quase sempre insalubre, mal ventilado e precariamente iluminado, o que facilitava a propagação de doenças.

Interior da Companhia Tijuca de Tecidos no início do século XX

  Em um primeiro momento, parte do operariado organizado entusiasmou-se com a Proclamação da República, acreditando que ela inauguraria uma nova era de direitos políticos e sociais. A expectativa  positiva com o regime republicano foi seguida de uma grande desilusão, na medida em que ele não atendeu aos anseios do operariado. A maioria dos trabalhadores estava submetida a longas jornadas de trabalho, com poucas possibilidades de descanso e lazer. Esses trabalhadores moravam em habitações precárias, padecendo de problemas de transporte e de infraestrutura, ou, ainda, em residências submetidas ao controle patronal, no caso das vilas operárias. No caso de doença, invalidez ou desemprego, o trabalhador que não contasse com um fundo beneficente da empresa ou que não contribuísse por sua própria iniciativa para alguma forma de sociedade que fornecesse auxílios, via-se inteiramente desassistido em virtude da ausência de políticas sociais.

  O sistema eleitoral da Primeira República, com o voto aberto e o controle das eleições pelos partidos da situação, dificultava enormemente a participação dos trabalhadores na vida política. Parte da força que o anarquismo adquiriu no Brasil da Primeira República foi consequência desse ambiente de exclusão proporcionado por um modelo político oligárquico que não oferecia canais institucionais de reivindicação social. Além dos trabalhadores nacionais, em que a proporção de ex-escravos era considerável, havia ainda um crescente número de imigrantes proletarizados com direitos civis, políticos e sociais muito reduzidos. Nessas circunstâncias, havia incentivos para a ação direta por parte dos trabalhadores organizados politicamente. Desse modo, o sindicalismo revolucionário propagado pelos anarquistas teve grande influência no movimento operário, em particular no campo das lutas sociais, da organização dos trabalhadores e da agitação militante.

Operários e anarquistas marcham portando bandeiras negras pelas ruas de São Paulo durante a greve de 1917. O anarquismo social ou de massas sustenta que os anarquistas devem participar dos movimentos sociais de massa para radicalizá-los e transformá-los em alavancas para a transformação revolucionária.

  De modo geral, a organização dos trabalhadores foi uma característica marcante do Brasil durante a Primeira República, para a qual os anarquistas contribuíram. O volume de associações criadas tendia a ser particularmente visível em momentos de ascenso do movimento operário, quando condições econômicas favoráveis conferiam um maior poder de barganha ao operariado e os movimentos grevistas tinham maiores chances de sucesso.

  Na Primeira República, a força de trabalho masculina foi determinante no trabalho manufatureiro e industrial. Entretanto, a mão de obra feminina foi muito significativa nos ramos têxtil e de vestuário, chegando a ser majoritária em alguns lugares. As anarquistas brasileiras tomaram algumas iniciativas no sentido de criar associações, ligas e sindicatos por ofícios ou "núcleos femininos". Um a dessas associações foi o Gripo pela Emancipação Feminina, no Rio de Janeiro. As uniões de costureiras, surgidas em 1919 no Rio de Janeiro e em São Paulo, estiveram entre as poucas exceções de organizações sindicais organizadas e dirigidas exclusivamente por mulheres. As greves organizadas pelas categorias, onde a presença feminina era determinante geralmente, envolviam, além das reivindicações por melhores salários e pela redução da jornada de trabalho, denúncias de abusos sexuais e maus-tratos de mestres e contramestres.

  Em 1901, greves pela redução da jornada de trabalho ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 1903, uma importante greve da indústria têxtil ocorreu no Distrito Federal, entre agosto e setembro, reunindo também trabalhadores de outras categorias. Essa paralisação foi descrita, à época,  como o mais impo

Delegados do 1º Congresso Operário Brasileiro, realizado em abril de 1906, reunidos no Centro Galego, no Rio de Janeiro

  Em março de 1908, no Rio de Janeiro, dois anos após a realização do 1º Congresso Operário Brasileiro, foi fundada a Confederação Operária Brasileira, que se propunha a representar cerca de 50 associações operárias. A partir de 1908, houve um declínio  na atividade grevista, no contexto de uma repressão crescente e da deterioração da economia com o fim do ciclo de crescimento. A última greve importante do período ocorreu em janeiro de 1909, envolvendo os ferroviários da Great Western em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas, reivindicando melhorias salariais.

  A eleição de Marechal Hermes da Fonseca, em 1910, trouxe algumas novidades ao quadro político tradicional e às relações entre Estado e movimento operário. Foi o primeiro candidato à presidência a mencionar em sua plataforma a existência de um problema operário a ser resolvido. Durante o seu governo, buscou diálogo com os reformistas, incorporando o líder reformista Sarandy Raposo, fundador da Confederação Sindicalista Cooperativista Brasileira (CSCB). Hermes também apoiou um endurecimento da Lei Adolfo Gordo (lei criada pelo Decreto nº 1641/1907, e que promovia a repressão aos movimentos operários de São Paulo no início do século XX. Essa lei, entre outras medidas, propunha a expulsão de estrangeiros envolvidos em greve). Em agosto de 1912, alguns sindicatos começaram uma nova onda de greves que perduraria até a recessão de 1914.

  Com a declaração da Primeira Guerra Mundial, os anarquistas passaram a se envolver na luta antimilitarista. Em março de 1915, a FORJ (Federação Operária do Rio de Janeiro) criou uma Comissão Popular de Agitação contra a Guerra.

Selo da Confederação Operária Brasileira (COB)

  O prolongamento da guerra contribuiu para propiciar, em 1916, uma recuperação da produção industrial. Na medida em que os produtos importados deixavam  de chegar aos portos brasileiros, as indústrias nacionais voltaram a empregar trabalhadores para atender ao crescimento da demanda. Porém, houve um considerável aumento do custo de vida, tendo em vista que diversos produtos eram exportados para os países em conflito. Os salários  permaneceram nos mesmos patamares dos anos anteriores à guerra. Os preços dos gêneros alimentícios  continuaram a subir durante os seis primeiros meses de 1917. A conjuntura favorável à  satisfação de reivindicações em virtude da retomada da atividade industrial conduziu o movimento operário  a um acelerado processo de reorganização nas sociedades de resistência desarticuladas durante a crise, resultando em uma onda grevista a partir de 1917. As principais agitações operárias de 1917 ocorreram na cidade de São Paulo.

  Em 1918 houve um certo arrefecimento dos movimentos grevistas, mas prosseguiu greves localizadas e, sobretudo, o esforço de ampliação e consolidação das organizações operárias iniciadas no ano precedente. A repressão e o impacto da Revolução Russa trouxeram aos militantes novas questões acerca das ações a serem empregadas para fazer avançar a intensidade que as mobilizações do ano anterior atingiram.

  Em 1919 houve uma retomada do movimento grevista, dessa vez enfrentando um patronato organizado em entidades de classe e melhor articulado com a repressão.

Fábrica guardada por milícia do governo durante a greve de 1917 em Porto Alegre

  Novos elementos passaram a influenciar a conjuntura política brasileira. Em 5 de julho de 1922, houve a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, dando início ao movimento tenentista, protagonizado pelos soldados das camadas médias da hierarquia militar descontentes com o regime.

  Em julho de 1924, o general reformado Isidoro Dias Lopes liderou uma revolta em São Paulo, em um movimento que contou com o apoio da força pública estadual, comandada pelo major Miguel Costa. No dia 8 de julho os revoltosos forçaram o governador Carlos de Campos e as tropas legalistas a fugirem da capital.

  A atitude dos anarquistas frente a Revolução de 1930 apresentou-se inicialmente como uma reação de indiferença. Devido ao caráter político-partidário do movimento, os anarquistas, que se afirmavam como apolíticos, viam nele uma simples troca de governantes que não afetaria a condição operária. Havia, porém, certa ambiguidade quando, acompanhando parcelas da população, apoiavam com entusiasmo a mudança social, ao mesmo tempo em que rejeitavam um apoio militante.

  Os anarquistas tiveram certa participação no movimento revolucionário de 1930, realizando reuniões e lançando manifestos aos revolucionários e à população. Após a revolução da Aliança Liberal, o movimento operário declarou uma série de greves  em São Paulo, iniciada pelos tecelões, que foram seguidos de várias outras categorias, reivindicando a reposição de descontos salariais impostos por causa da crise econômica.

Getúlio Vargas e outros líderes da Revolução de 1930, em Itararé, São Paulo, logo após a derrubada do governo de Washington Luís

  O governo de Getúlio Vargas lançou uma legislação trabalhista, procurando atrair o apoio do operariado, e criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, responsável por fazer cumprir a legislação trabalhista e por arregimentar a sindicalização oficial. Em março de 1931, foi lançada uma lei de sindicalização, que estabelecia o reconhecimento oficial de apenas um sindicato por categoria e proibiu a propaganda política e religiosa no interior dos sindicatos. Ao mesmo tempo, a repressão à imprensa e às manifestações operárias ainda eram correntes. Alegou-se, no Rio de Janeiro, a explosão de uma bomba no edifício da Polícia Central e, em São Paulo, um levante de jovens oficiais da Força Pública para impedir os comícios do 1º de maio em 1931. Também foram constantes perseguições aos periódicos anarquistas A Lanterna e A Plebe. Assim, paralelamente à recém-lançada legislação trabalhista, o Estado mantinha sua prática de controle e repressão para enfraquecer os grupos dissidentes, essencialmente anarquistas e comunistas.

  Além da atuação dos sindicatos, os anarquistas continuaram a empreender iniciativas culturais e no campo da educação. Em 1933, foi fundado o Centro de Cultura Social de São Paulo (CSS), localizado na capital paulista, na pretensão de constituir um espaço para a promoção de debates e discussões. Também em São Paulo, em 1934, foi refundada a Escola Moderna e foram promovidas, pelos anarquistas, aulas noturnas nos sindicatos.

Conferência anti-integralista realizada em 14 de novembro de 1933, no salão da União das Classes Laboriosas

  Durante a década de 1930, uma das principais preocupações dos anarquistas foi a ascensão do fascismo - no Brasil representado pela Ação Integralista Brasileira (AIB), fundada em 1932 -, e consequentemente, a tentativa de criar meios para promover a resistência antifascista.

  A partir de 1933, período marcado pela primeira marcha integralista realizada em São Paulo e pelo surgimento da Frente Única Antifascista (FUA) e do Comitê Antiguerreiro, os anarquistas intensificaram suas atividades em torno do antifascismo. Uma das primeiras iniciativas de alguns libertários foi a criação de um Comitê Antifascista, que passou a publicar uma série de manifestos na imprensa anarquista.

  Em 1934, os conflitos entre integralistas e antifascistas se intensificaram, culminando, no dia 7 de outubro, na Batalha da Praça da Sé. Durante o confronto, os anarquistas bateram-se violentamente contra os integralistas e a polícia. O conflito terminou com a debandada geral dos integralistas, que abandonaram suas camisas verdes pelas ruas do centro de São Paulo, para evitar mais agressões.

  Em decorrência da violenta luta entre antifascistas e integralistas, os anarquistas e os outros grupos de esquerda que tomaram parte no combate foram alvos de intensa perseguição.

Integralista ferido durante a Batalha da Praça da Sé, carregado por companheiros

  Em março de 1935, alguns setores tenentistas de esquerda e grupos políticos ligados aos comunistas e socialistas fundaram a Aliança Nacional Libertadora (ANL). O programa político da ANL, voltado a combater o latifúndio, o imperialismo e em defesa das liberdades, somado à luta que as suas seções em todo o país estavam desenvolvendo contra os integralistas, recebeu a admiração dos anarquistas.

  Em julho de 1935, a ANL convidou as diversas organizações antifascistas e operárias a participarem de um comício anti-integralista que iria ocorrer em São Paulo. Os anarquistas de A Plebe recusaram o convite e explicaram que, embora vissem de forma positiva a luta da ANL, não podiam compactuar com essa organização devido à sua coerência com os princípios libertários, e nunca assumiriam compromissos com uma organização política. A mesma posição foi apresentada pela Federação Operária de São Paulo (FOSP), que relatou que os seus princípios antipolíticos a impediam de firmar qualquer espécie de compromisso com a ANL ou qualquer outra organização política.

  De modo geral, os anarquistas deram apoio à ANL, mas não adesões, pois havia a desconfiança com relação à presença de Luís Carlos Prestes, aclamado como presidente de honra da ANL. Mesmo não ocorrendo a adesão, os anarquistas demonstraram solidariedade para com a ANL, quando esta foi posta na ilegalidade pelo governo Vargas, em julho de 1935, e as suas seções e os militantes foram amplamente reprimidos.

Cartaz da ANL convidando a população para um comício

  Com o fim do Estado Novo em 1945 e a posterior democratização do país, os anarquistas acreditavam que aquele seria o momento para uma articulação mais orgânica, formando organizações políticas específicas e fundando novos periódicos, numa tentativa de imprimir uma maior participação na vida política brasileira.

  Entre 1945 e 1964, os anarquistas brasileiros realizaram quatro congressos: 1948, 1953, 1959 e 1963, respectivamente.

  O Congresso Anarquista de 1948 salientou a necessidade dos militantes libertários ingressarem nos sindicatos de suas respectivas profissões, procurando intervir na vida orgânica dos mesmos e formando grupos de defesa ou resistência sindical, com base no sindicalismo revolucionário.

  Além das práticas no campo sindical e cultural, entre 1945 e 1964 os anarquistas prestaram apoio ativo aos exilados políticos da Espanha e Portugal.

  Esse período ficou caracterizado também como movimento sindical populista, devido principalmente a aliança entre aliados de Getúlio Vargas e partidos de esquerda.

Inauguração da fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) pelo presidente Juscelino Kubitschek, em 1959

  Logo após o golpe de 1964, os anarquistas trataram de livrar-se do material comprometedor que poderia estar nas atas de reuniões e no espaço físico do CEPJO. A atuação anarquista, pelo menos até 1968, foi marcada pela discrição das atividades dos centros culturais e da sua modesta imprensa, que serviam como ponto de contato para que os militantes pudessem continuar se articulando.

  A maior parte da base militante e de apoio das esquerdas durante a década de 1960 era constituída por jovens do meio estudantil. Os estudantes fundaram o Movimento Estudantil Libertário (MEL) em 1967.

  Com o decreto do AI-5, vários militantes foram presos e a sede do CEPJO foi invadida por agentes da Aeronáutica.

  Em janeiro de 1971, o delegado da polícia e o chefe do DOPS emitiu um mandato de busca e apreensão de livros, jornais e escritos considerados subversivos. Os agentes também buscavam informações sobre uma suposta "organização anarquista".

Estudante sendo preso durante uma manifestação estudantil no início da década de 1970

  Os últimos anos da década de 1970 viram o surgimento de um novo movimento sindical dos operários brasileiros, influindo na abertura democrática e na história do Brasil nas décadas subsequentes. O Novo Sindicalismo aflorado nos anos de 1978 e 1980, resultou na criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983, e da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), em 1986, além de constituir as bases para a formação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980.

  O movimento grevista, que foi o ápice do Novo Sindicalismo, iniciou-se em 12 de maio de 1978 nas fábricas de caminhões da Saab-Scania, em São Bernardo do Campo (SP), quando cerca de 2 mil metalúrgicos cruzaram os braços pela reivindicação de 20% de aumento salarial. No contexto de arrocho dos salários e de fim do crescimento verificado durante o Milagre Econômico no Brasil, o movimento se alastrou para outras empresas, como a Ford, Mercedes-Benz e Volkswagen.

  Em 1979, uma nova onda grevista surgiu nas cidades paulistas de Osasco e Guarulhos, além de outras localidades, mas contando desta vez com outras categorias profissionais além dos metalúrgicos, como professores, bancários, funcionários públicos, jornalistas, operários da construção civil, médicos, lixeiros e outras categorias.

Luís Inácio Lula da Silva, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, discursando em uma greve de metalúrgicos do ABC Paulista, em maio de 1979

  Em 1980, uma nova greve ocorreu em São Bernardo do Campo, durando 41 dias e mobilizando 300 mil metalúrgicos. No Brasil não havia greves desta dimensão desde 1968 e tampouco haviam sido organizadas contra a vontade das antigas direções sindicais.

  Na greve de 1980, a população se solidarizou com os grevistas, arrecadando recursos para os fundos de greve e alimentos. Mesmo com o governo enfraquecido, a repressão aos manifestantes foi dura, com mortes e intervenções nos sindicatos mais ativos, como o dos bancários de Belo Horizonte e Porto Alegre, e o dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Foi neste ano também que Lula foi preso, enquadrado pelo regime militar na Lei de Segurança Nacional.

  As consequências das greves foram o enfraquecimento ainda maior do regime militar e o surgimento de um polo aglutinador das forças de esquerda, fragmentadas durante a ditadura, em torno da CUT e do PT, que se tornariam elementos de organização extremamente influentes nas três décadas posteriores.

Metalúrgicos do ABC Paulista em greve em março de 1979

  O fim do regime militar e a abertura política propiciou no meio anarquista uma série de discussões novas e reformuladas sobre o neoliberalismo, o sindicalismo e pautas identitárias, como as questões de gênero, sexualidade e étnico-raciais. Com o fim da ditadura militar, os anarquistas do Rio de Janeiro fundaram o Círculo de Estudos Libertários (CEL - posteriormente CELIP - Círculo de Estudos Libertários Ideal Peres), no ano de 1985. Dentro desse espaço desenvolveram-se diversos coletivos e grupos anarquistas ainda na década de 1980 e início da década de 1990.

  No meio sindical, tentou-se uma rearticulação da antiga COB, iniciativa levada a cabo pelos militantes organizados nesses espaços e pelo periódico O Inimigo do Rei, com uma proposta anarcossindicalista.

  Na década de 1990, o anarquismo tentava se expandir e adentrar mais sistematicamente nos movimentos sociais. Nesse sentido, o grupo Mutirão, que editava um periódico de mesmo nome, defendia a articulação do anarquismo com os movimentos de luta sindical e pela terra.

  Durante os protestos de 2013 no Brasil, muitos manifestantes se identificaram, de alguma forma, com o anarquismo. Os protestos tiveram como ponto inicial uma manifestação articulada no dia 6 de junho pelo Movimento Passe Livre (MPL) e por organizações estudantis contra o aumento de vinte centavos nas tarifas de ônibus, de metrô e de trens na cidade de São Paulo.

Protesto contra o aumento das passagens em 2013

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ANTUNES, Ricardo. A rebeldia do trabalho. O confronto operário no ABC Paulista: as greves de 1978/1980. São Paulo: Editora da UNICAMP, 1992.

BATALHA, Cláudio. O movimento operário na Primeira República. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

DULLES, John W. F. Anarquistas e Comunistas no Brasil, 1900-1935. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

PINHEIRO, Paulo Sérgio; HALL, Michel M. A Classe Operária no Brasil. Vol. I - O Movimento Operário. São Paulo: Alfa Ômega, 1979.

RODRIGUES, Edgar. Alvorada Operária: Os Congressos Operários no Brasil. Rio de Janeiro: Mundo Livre, 1979.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

O ILUMINISMO DE ROUSSEAU

   Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), suíço que viveu na França no século XVIII, de certo modo seguiu a tendência iniciada no século anterior, criticando o absolutismo real e fundamentando sua teoria com base no pacto social que legitima o governo. No entanto, a novidade do conceito de vontade geral constituiu uma diferença significativa.

  O século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes, em razão do desenvolvimento do Iluminismo, Ilustração ou Aufklärung (em alemão, "Esclarecimento"). Como as designações sugerem, havia um otimismo em reorganizar o mundo humano por meio das luzes da razão.

  Desde o Renascimento desenrolava-se a luta contra o princípio da autoridade, cujo objetivo era o reconhecimento da capacidade do ser humano de orientar-se por si mesmo sem a tutela religiosa. Livre de qualquer controle externo, sabendo-se capaz de procurar soluções para seus problemas com base em princípios racionais, o ser humano estendeu o uso da razão a todos os domínios: político, econômico, moral e até religioso.

  A filosofia do Iluminismo também sofreu a influência da Revolução Científica levada a efeito por Galileu Galilei (1564-1642) no século XVII. O método experimental recém-descoberto aliou-se à técnica, o que fez surgirem as chamadas ciências modernas. Posteriormente, a ciência foi responsável pelo aperfeiçoamento da tecnologia, provocando no ser humano o desejo de conhecer melhor a natureza a fim de dominá-la.

Galileu Galilei - astrônomo, físico e engenheiro florentino

  Na França, a Enciclopédia, extensa obra que pretendia  reunir todo o conhecimento produzido pela humanidade até então, foi um marco do movimento iluminista. Seu subtítulo - "Dicionário analítico de ciência, artes e ofícios" - revela o crescente interesse pelas artes e pelos ofícios naquela época, o que representou a valorização do artesão e do trabalho. Organizada por Denis Diderot (1713-1784) e Jean le Rond D'Alembert (1717-1783), contou com mais de cem colaboradores, entre eles figuras importantes como Montesquieu (1689-1755), Voltaire (1694-1778), Rousseau, Condorcet (1743-1794) e D'Holbach (1723-1789). Nesse grande projeto enciclopédico, destaca-se a esperança depositada nos benefícios do progresso da técnica e no poder da razão de combater o fanatismo, a intolerância (incluindo a religiosa), a escravidão, a tortura e a guerra.

Enciclopédia, ou dicionário racional das ciências, artes e profissões. Uma grande obra que compreendeu 35 volumes, 71.818 artigos e 2.885 ilustrações

  Rousseau, de certo modo contrariando o espírito iluminista, fez uma crítica severa ao modo como eram desenvolvidas as ciências e as artes nas sociedades de seu tempo, que, segundo ele, contribuíram para corromper os costumes. Foi esse o tema de sua obra Discurso sobre as ciências e as artes, vencedora de um concurso realizado pela Academia de Dijon, sendo que Rousseau respondeu negativamente ao desafio proposto pela instituição: o restabelecimento das ciências e das artes contribuiu para purificar os costumes?

Edição original sobre a obra de Rousseau Discurso sobre as ciências e as artes

O bom selvagem e o contrato social

  Rousseau, examinou o estado da natureza, e concluiu que os indivíduos teriam vivido sadios, cuidando de sua própria sobrevivência, até o momento em que surgiu a concepção de propriedade privada e uns passaram a se beneficiar da exploração de outros, gerando desigualdade e miséria.

  Inicialmente, Rousseau criou a hipótese de um homem que teria vivido tranquilamente antes de socializar-se, até ser introduzida a desigualdade, que corrompeu o indivíduo, esmagado pela violência das relações sociais. Esse homem hipotético foi designado pelo filósofo como "bom selvagem". Tratava-se, portanto, de um enganoso pacto social que colocava as pessoas sob grilhões. Há que se considerar a possibilidade de outro contrato verdadeiro e legítimo, pelo qual o povo estaria reunido sob uma só vontade. Para ser legítimo, o contrato social deveria se originar do consentimento necessariamente unânime: cada associado se alienaria totalmente ao abdicar, sem reservas, de todos os seus direitos em favor da comunidade. Como todos abdicariam igualmente, nenhuma parte perderia nada.

Capa original da obra O contrato social, de Jean-Jacques Rousseau

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FORTES, Luiz Roberto Salinas. Rousseau: o bom selvagem. São Paulo: Humanitas; Discurso, 2007.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes, tradução de Hugo Barros. Lisboa: Edições 70, 2019.

ROUSSEAU, J.-J. O contrato social e outros escritos. São Paulo: Cultrix, 1971.

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