segunda-feira, 26 de junho de 2023

OS POVOS INDÍGENAS DA AMÉRICA DO NORTE

   Antes da chegada dos europeus à América do Norte, a região era habitada por diferentes povos indígenas, como os Pequots, os Cheroquis, os Iroqueses, os Algonquinos, os Comanches, os Sioux, os Apaches, dentre outros. Esses povos, que falavam mais de trezentas línguas diferentes, viviam em suas aldeias, organizados de acordo com costumes variados.

  Com a chegada dos europeus, principalmente britânicos, muitos territórios indígenas foram violentamente invadidos e tomados para a fundação de núcleos de povoamento. Apoiados na ideia de que deviam cumprir uma missão civilizadora na América, os colonos trataram os indígenas como um obstáculo a ser removido a qualquer custo.

  Considerados selvagens e primitivos, muitos nativos americanos foram expulsos de suas terras e outros acabaram reduzidos à condição de escravos. Na Carolina do Sul, por exemplo, em 1708, havia aproximadamente  1.400 nativos escravizados. Os puritanos também adotaram medidas para cristianizar os indígenas, mas elas não foram tão comuns como na América Ibérica.

  As populações indígenas resistiram  muito às investidas dos colonizadores, um dos motivos que explicam o fracasso das primeiras tentativas da Coroa britânica de colonizar o território. A luta dos nativos para manter suas terras e seu modo de vida continuou por todo o período colonial.

  Além das guerras e dos deslocamentos forçados, as epidemias também colaboraram para a redução drástica da população nativa da América do Norte.

Índios Sioux (aproximadamente 1865). Foto: Everett Collection

  Podemos destacar algumas práticas de alguns destes povos, como os esquimós e os inuítes, povos árticos que habitavam o Norte da América do Norte, e os Chipwyans e Crees, na mesma região, referente ao Canadá e ao Alasca, que dependiam da caça de renas, alces e castores para a sua alimentação e para o seu vestuário. Já os Iorqueses, que viviam no Norte da América do Norte, já no território dos Estados Unidos, viviam de cascas e galhos  de árvores que usavam para a confecção de ferramentas e armamento e da caça para aquecimento e alimentação, além da pesca e da agricultura. Outros povos, como os Sioux, que viviam na região central, também viviam dos animais.

Índios Esquimós (Biblioteca do Congresso Americano)

  Os grupos indígenas norte-americanos eram, em sua maioria, caçadores e coletores, e desenvolveram agricultura para sua subsistência, além de utilizarem das caças como forma de alimentação, vestimenta e proteção. Tinham visões de mundo bastante diversas e, após a chegada dos europeus, passaram a sofrer com a colonização, com a violência e com as doenças trazidas pelos colonizadores do Velho Mundo. Assim como os indígenas da América do Sul, os da América do Norte também foram considerados incivilizados e sofreram com diversas formas de tentativas violentas de civilizá-los.

  Em seus navios os europeus espalharam pelo chamado Novo Mundo seus preconceitos profundos, sua ideia de vida e civilização de forma violenta, seu projeto escravizador sobre as populações indígenas e africanas, sua violência como forma de domínio e também suas doenças, principais responsáveis pela morte das populações nativas. Diversas eram as doenças para as quais os corpos das populações indígenas não estavam preparadas: gripe e sarampo foram as principais causas de morte entre os indígenas americanos.

Famílias linguísticas da América do Norte

  Por mais que se fale muito do projeto escravizador dos povos indígenas da América do Sul com as missões jesuíticas mais organizadas, houve escravização indígena também na América do Norte, que buscou dominar esses povos de todas as formas. Com a expansão agrícola sobre áreas até então pertencente aos indígenas, foram vivenciados diversos ataques, gerando conflito entre a população indígena e os colonos europeus. Foi nesse cenário que ocorreram os tratados de paz, que destinava aos indígenas as suas porções de terras em forma de reservas. Ainda assim, os europeus foram responsáveis pelo genocídio do povo indígena na América do Norte, seja por meio das doenças, seja por meio da escravização, ou mesmo das disputas violentas entre eles.

Uma cromolitografia, de autor desconhecido, de 1899 mostrando uma cavalaria do Exército americano perseguindo índios durante uma batalha

  Ainda que não houvesse uma presença católica na América do Norte como houve na América do Sul, os puritanos também se dedicaram a tentar converter os indígenas à sua religião. Para isso, até um colégio destinado aos indígenas na Universidade de Harvard, com a intenção evidente de formar elites indígenas que fossem cristianizadas e que auxiliassem a espalhar o cristianismo e, consequentemente, auxiliaram no projeto de civilização indígena. O projeto fracassou e acabou tendo apenas um formando, demonstrando os choques e diferenças culturais entre eles.

  O processo de Independência dos Estados Unidos, no final do século XVIII, gerou um movimento nacionalista com o objetivo de civilizar os nativos e inseri-los no projeto de nação através de uma política de assimilação cultural. Após muitas disputas durante séculos, os povos indígenas tiveram acesso à cidadania plena norte-americana em 1924, concedida pelo Congresso dos Estados Unidos da América.

Indígenas apaches em retrato do século XIX

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

KARNAL, L. et al. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI, 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

NARO, N. P. S. A formação dos Estados Unidos. São Paulo: Atual; Campinas: Editora da Unicamp, 1987.


Nenhum comentário:

ADSENSE

Pesquisar este blog