Localizada na porção sudoeste do continente africano, na costa do Atlântico, Angola tem uma antiga relação com o Brasil. Durante mais de trezentos anos, cerca de 3 milhões de homens e mulheres angolanos foram escravizados e trazidos para trabalhar no Brasil. Assim, grande parte da população brasileira tem raízes angolanas.
A língua oficial do país é o português, pois Angola foi colônia de Portugal desde o século XVI até 1975, quando proclamou sua independência, depois de quase quinze anos de luta. O povo angolano teve de enfrentar ainda mais de 25 anos de guerra civil até conquistar a paz em 2002 e iniciar um período de reconstrução e considerável crescimento econômico.
Angola chama a atenção pelo tamanho do seu território, pelo extenso litoral atlântico, pela riqueza do solo e diversidade de vegetação - o país tem floresta tropical, matas de transição, vastas savanas e estepes. Mesmo com essas vantagens naturais, Angola vive um drama de enormes dimensões.
Com o tempo, estas populações constituíram o povo bakongo, de língua kikongo. Outras populações fixaram-se inicialmente na região dos Grandes Lagos Africanos e, no século XVII, deslocaram-se para oeste, atravessando o Alto Zambeze até o Cunene (província no sul de Angola): esses grupos são designados atualmente de ngangela, ovambo e xindonga.
No ano de 1568, entrava um novo grupo pelo norte, os jagas, que combateram os bakongo, empurrando-os para o sul, para a região de Kassanje. Por volta do século XVI, os nhanecas entraram pelo sul de Angola, atravessaram o Cunene e instalaram-se no planalto da Huíla. Nesse mesmo século, os hereros abandonaram suas terras, nos Grandes Lagos, e fixaram-se entre o deserto da Namíbia e a serra da Chela, no sudoeste angolano.
A chegada dos primeiros europeus data de fins do século XV, mais precisamente em 1482, quando o navegador português Diogo Cão aportou na foz do rio Congo, onde no início do século XVI fundam a cidade de São Paulo da Assunção de Luanda, atual Luanda, capital do país.
No século XVIII, entraram os ovambos, grandes técnicos na arte de trabalhar o ferro, que deixaram a sua região de origem no baixo Cubango e vieram estabelecer-se entre o alto Cubango e o Cunene. No mesmo século, os quiocos abandonaram o Catanga e atravessaram o rio Cassai. Instalaram-se inicialmente na Luanda, no nordeste de Angola, migrando depois para o sul.
No século XIX, apareceu o último povo que veio instalar-se em Angola: os cuangares, que vieram do Orange, na África do Sul, em 1840, instalando-se no Alto Zambeze, sendo chamados de macocolos.
As guerras entre estes povos eram frequentes. Os migrantes mais tardios eram obrigados a combater os que já estavam estabelecidos para lhes conquistar terras. Para se defenderem, os povos construíram muralhas em volta das sanzalas (povoações). Atualmente, há muitas ruínas de antigas muralhas de pedra. Essas muralhas são mais abundantes no planalto do Bié e no planalto do Huíla, onde se encontram, também, túmulos de pedra e galerias de exploração de minério, testemunho de civilizações mais avançadas do que geralmente se supõe. Em Angola existe a cidade de Mbanza Congo, localizada no norte do país, onde o rei angolano da época recebeu os portugueses como amigos e deixou-se converter ao cristianismo, recebendo o nome de Afonso I.
Por volta de 1700, os portugueses dominavam uma área de cerca de 65 mil quilômetros quadrados, a partir do litoral de Luanda e Benguela até cerca de 200 quilômetro para o interior, objetivando manter aberta as rotas dos escravos a partir do planalto.
Durante os séculos XVIII e XIX, a situação não se altera de maneira significativa, aumentando apenas a área de captura de escravos, que estendeu-se para o planalto central.
No final do século XVIII, sob o comando do Marquês de Pombal, o todo-poderoso ministro do Rei de Portugal, ocorreu uma tímida tentativa de exploração de algumas riquezas do país. Essa tentativa fracassou por falta de apoio local e da própria metrópole, que estava mais interessada no desenvolvimento do Brasil com base nos escravos angolanos, obrigando Angola a continuar a manter o seu título de "mina da escravaria" e o seu papel de fornecedora de escravos para as plantações brasileiras.
No início do século XIX, começa a colonização efetiva do interior de Angola, motivada principalmente pela independência do Brasil e o fim do tráfico de escravos. A ocupação do interior tinha como objetivo inibir às pretensões de outras potências europeias que tinham interesse no continente africano, como Inglaterra, França e Alemanha.
Devido à ausência de vias de comunicação terrestres, as campanhas de ocupação do interior são feitas através dos cursos fluviais, por meio das bacias dos rios Cuango, Cuanza, Cubango, Cunene, Alto Zambeze, entre outros.
Em 1823, em Benguela, surgiu a Conferência Brasílica, um movimento com a finalidade de juntar Angola ao recém-independente Brasil. Esse movimento foi formado por colonos e soldados de Benguela, que em boa parte provinham do território brasileiro. O governo colonial, trouxe soldados de Portugal e esmagou essa revolta. No final do século XIX ocorre a definição das fronteiras do território de Angola.
Em 1910, após a implantação de um regime republicano em Portugal, começa uma nova fase da colonização de Angola. Os republicanos haviam reclamado do abandono das colônias por parte de Portugal e, após chegarem ao poder, incentivaram o desenvolvimento das suas colônias, principalmente criando escolas.
No final da década de 1930, Portugal inicia o cultivo de novos produtos em Angola, como café, sisal, cana-de-açúcar, milho, entre outros. O cultivo desses produtos tem como objetivo atender ao mercado externo. As fazendas produtoras e as indústrias transformadoras desses produtos se concentravam entre as cidades de Luena e Benguela.
A partir da década de 1940, inicia-se com maior intensidade a exploração de minério de ferro. Em 1957, funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas de Jamba, Cassinga e Txamutete.
A partir da década de1950, começa o movimento de descolonização afro-asiática. Nesse contexto, em 1956, é publicado o primeiro manifesto do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
A partir de 1972, começa um novo ciclo econômico em Angola, após a descoberta e o início da exploração petrolífera na colônia.
Em 1954, o governo português cria o Estatuto do Indigenato, que dividia a população entre dois grupos: os "civilizados", vulgo cidadãos, e os "indígenas". Desta forma, os africanos das províncias ultramarinas não possuíam direitos políticos, não podiam formar partidos nem sindicatos, podiam estabelecer associações de caráter cultural, porém, sempre sob supervisão da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado). Por outro lado, o estatuto permitia que os jovens africanos viajassem para Portugal para estudar nas universidades. Essa dupla situação forçou muitos cidadãos angolanos e moçambicanos a se organizarem na clandestinidade, definindo a luta armada como meio de atingir a independência.
Em Portugal, o Governo criou a Associação Casa dos Estudantes do Império, com o objetivo de formar elites a partir de naturais das províncias ultramarinas. Nesta associação, passaram vários estudantes, que mais tarde seriam líderes das guerrilhas de libertação, escritores e políticos, como Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Eduardo Mondlane, Luandino Vieira, Marcelino dos Santos, Mário Pinto de Andrade, dentre tantos outros. Em 1961, cerca de cem estudantes africanos fogem de Lisboa para a França, onde uns foram estudar e outros se juntar aos movimentos independentistas.
Dos três movimentos nacionalistas - UPA/FNLA, UPNA e MPLA - o MPLA era o de natureza mais elitista, pois nas suas fileiras a maioria eram membros dos estudantes que tinham ido para Portugal e que faziam parte de famílias afro-portuguesas de elite, não tendo origem étnica.
Em 1961, o Estatuto do Indigenato chega ao fim, e os angolanos "indígenas" passam a ter cidadania portuguesa, sem qualquer tipo de discriminação. Um ano depois, Adriano Moreira, ministro do Ultramar (responsável pela administração civil dos territórios ultramarinos sob domínio colonial português), revogou o Código do Trabalho dos Indígenas, criado em 1956. Este código estabelecia que o sistema de exploração econômica iria ser sustentado pela mão de obra indígena, em geral com baixos salários. Com a revogação, os indígenas passaram a trabalhar espontaneamente e a escolher para quem trabalhar, bem como ter acesso à função pública. Teve também o fim da obrigatoriedade das culturas específicas e foi criado os mercados rurais dos produtores angolanos.
Nessa época, várias colônias europeias do Reino Unido, França, Alemanha e Bélgica se tornaram independente, porém, Portugal não permitiu que esse episódio acontecesse com suas colônias, contribuindo para o surgimento de vários movimentos independentistas em Angola, como o UPA/FNLA, MPLA, Unita, entre outros menores. Essas três organizações que combatiam a presença portuguesa em Angola, nunca chegaram a trabalhar juntas, o que poderia fortalecer o movimento, pelo contrário, combateram entre si, enfraquecendo a hipótese de saírem vitoriosos do conflito.
Em abril de 1974, aconteceu em Portugal a Revolução dos Cravos, um golpe militar que pôs fim à ditadura em Portugal. Os novos detentores do poder proclamaram de imediato a sua intenção de permitir a independência das colônias portuguesas.
A perspectiva de independência provocada pela Revolução dos Cravos e a cessação imediata dos combates por parte das forças militares portuguesas em Angola, levou a uma acirrada luta armada pelo poder entre os três movimentos e seus aliados: a FNLA entrou em Angola com um exército regular, treinado e equipado pelas forças armadas do Zaire, com o apoio dos Estados Unidos; o MPLA conseguiu mobilizar rapidamente a intervenção de milhares de soldados cubanos, com o apoio logístico da União Soviética; a Unita obteve o apoio das forças armadas do regime do apartheid, que dominava a África do Sul. Os esforços do novo regime português para que se constituísse um governo de unidade nacional não tiveram êxito por causa das disputas entre os grupos guerrilheiros angolanos.
O conflito armado provocou a saída de milhares de portugueses radicados em Angola, além de provocar o colapso na economia angolana. Os Ovimbundu (um dos maiores grupos étnicos de Angola) tinham sido recrutados pela administração colonial para trabalhar nas plantações de café e tabaco e nas minas de diamantes do Norte, decidiu voltar às suas terras de origem no planalto central.
No dia 11 de novembro de 1975 foi proclamada a independência de Angola, pelo MPLA em Luanda, e pela FNLA e Unita, em conjunto no Huambo. Com isso, as forças armadas de Portugal que ainda permaneciam no território angolano, regressaram para seu país.
Guerra Civil Angolana
Com a independência de Angola começaram dois processos que se condicionaram mutuamente. Por um lado, o MPLA - que em 1977 adotou o marxismo-leninismo como doutrina - estabeleceu um regime político e econômico inspirado pelo modelo então em vigor nos países do "bloco socialista", ou seja, monopartidário e baseado numa economia estatal, de planificação central.
Por outro lado, iniciou-se logo após a declaração de independência a Guerra Civil Angolana entre os três movimentos, uma vez que a FNLA e, sobretudo, a Unita não se conformaram nem com a sua derrota militar nem com a sua exclusão do sistema político. Esta guerra durou até 2002 e terminou com a morte, em combate, do líder histórico da Unita, Jonas Savimbi.
Essa guerra provocou a morte de milhares de mortes e feridos e destruições em aldeias, cidades, infraestruturas (estradas de ferro, rodovias, pontes). Uma parte da população rural, especialmente a do Planalto Central e algumas regiões do Leste, fugiu para as cidades ou para países vizinhos. Com a decadência do socialismo, o MPLA decidiu abandonar a doutrina marxista-leninista e mudar o regime para um sistema de democracia multipartidária e uma economia de mercado. A Unita e a FNLA aceitaram participar do novo regime, concorrendo às primeiras eleições no país, em 1992, do qual o MPLA saiu vencedor. Essa vitória foi contestada pela Unita, alegando fraudes, retomando de imediato a guerra, apesar de ao mesmo tempo, participar do sistema político.
Com a morte de seu líder, Jonas Savimbi, a Unita abandonou as armas, e seus militares foram desmobilizados ou integrados nas Forças Armadas Angolanas, passando a concentrar-se na participação política, como partido, no parlamento e outras instâncias políticas.
Com o acordo de paz, Angola, depois de quatro décadas de conflito armado, começou a reconstrução e, graças a um notável crescimento da economia, o país teve um crescimento econômico bastante acentuado, porém, ainda existe fortes disparidades regionais e desigualdades sociais.
A língua oficial do país é o português, pois Angola foi colônia de Portugal desde o século XVI até 1975, quando proclamou sua independência, depois de quase quinze anos de luta. O povo angolano teve de enfrentar ainda mais de 25 anos de guerra civil até conquistar a paz em 2002 e iniciar um período de reconstrução e considerável crescimento econômico.
Angola chama a atenção pelo tamanho do seu território, pelo extenso litoral atlântico, pela riqueza do solo e diversidade de vegetação - o país tem floresta tropical, matas de transição, vastas savanas e estepes. Mesmo com essas vantagens naturais, Angola vive um drama de enormes dimensões.
Imagem de satélite de Angola |
HISTÓRIA DE ANGOLA
O atual território de Angola, que pesquisas recentes de investigadores franceses comprovam ter sido habitado desde o Paleolítico Inferior, foi alvo ao longo de sua história de muita movimentação populacional, com sucessivas levas de povos bantos que migraram para o sul e para leste do território. Essas migrações mantiveram-se mais ou menos regulares até o fim do século XIX.Com o tempo, estas populações constituíram o povo bakongo, de língua kikongo. Outras populações fixaram-se inicialmente na região dos Grandes Lagos Africanos e, no século XVII, deslocaram-se para oeste, atravessando o Alto Zambeze até o Cunene (província no sul de Angola): esses grupos são designados atualmente de ngangela, ovambo e xindonga.
No ano de 1568, entrava um novo grupo pelo norte, os jagas, que combateram os bakongo, empurrando-os para o sul, para a região de Kassanje. Por volta do século XVI, os nhanecas entraram pelo sul de Angola, atravessaram o Cunene e instalaram-se no planalto da Huíla. Nesse mesmo século, os hereros abandonaram suas terras, nos Grandes Lagos, e fixaram-se entre o deserto da Namíbia e a serra da Chela, no sudoeste angolano.
Migração do povo bantu |
No século XVIII, entraram os ovambos, grandes técnicos na arte de trabalhar o ferro, que deixaram a sua região de origem no baixo Cubango e vieram estabelecer-se entre o alto Cubango e o Cunene. No mesmo século, os quiocos abandonaram o Catanga e atravessaram o rio Cassai. Instalaram-se inicialmente na Luanda, no nordeste de Angola, migrando depois para o sul.
No século XIX, apareceu o último povo que veio instalar-se em Angola: os cuangares, que vieram do Orange, na África do Sul, em 1840, instalando-se no Alto Zambeze, sendo chamados de macocolos.
Rio Zambeze, em Angola |
Encontro dos portugueses com a família real do Reino do Kongo |
Durante os séculos XVIII e XIX, a situação não se altera de maneira significativa, aumentando apenas a área de captura de escravos, que estendeu-se para o planalto central.
No final do século XVIII, sob o comando do Marquês de Pombal, o todo-poderoso ministro do Rei de Portugal, ocorreu uma tímida tentativa de exploração de algumas riquezas do país. Essa tentativa fracassou por falta de apoio local e da própria metrópole, que estava mais interessada no desenvolvimento do Brasil com base nos escravos angolanos, obrigando Angola a continuar a manter o seu título de "mina da escravaria" e o seu papel de fornecedora de escravos para as plantações brasileiras.
Principais rotas de escravos para o Brasil |
Devido à ausência de vias de comunicação terrestres, as campanhas de ocupação do interior são feitas através dos cursos fluviais, por meio das bacias dos rios Cuango, Cuanza, Cubango, Cunene, Alto Zambeze, entre outros.
Em 1823, em Benguela, surgiu a Conferência Brasílica, um movimento com a finalidade de juntar Angola ao recém-independente Brasil. Esse movimento foi formado por colonos e soldados de Benguela, que em boa parte provinham do território brasileiro. O governo colonial, trouxe soldados de Portugal e esmagou essa revolta. No final do século XIX ocorre a definição das fronteiras do território de Angola.
Figura de Luanda por volta de meados do século XIX |
No final da década de 1930, Portugal inicia o cultivo de novos produtos em Angola, como café, sisal, cana-de-açúcar, milho, entre outros. O cultivo desses produtos tem como objetivo atender ao mercado externo. As fazendas produtoras e as indústrias transformadoras desses produtos se concentravam entre as cidades de Luena e Benguela.
A partir da década de 1940, inicia-se com maior intensidade a exploração de minério de ferro. Em 1957, funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas de Jamba, Cassinga e Txamutete.
Exploração de minério de ferro na mina de Cassinga - Angola |
A partir de 1972, começa um novo ciclo econômico em Angola, após a descoberta e o início da exploração petrolífera na colônia.
Guerra de Independência de Angola
A Guerra de Independência de Angola, também conhecida como Luta Armada de Libertação Nacional, foi um conflito armado entre as forças independentistas de Angola (UPA/FNLA - União das Populações de Angola e Frente Nacional de Libertação de Angola, respectivamente -, UPNA - União das Populações do Norte de Angola-, MPLA - Movimento Popular de Libertação de Angola - e, posteriormente, a UNITA - União Nacional para a Independência Total de Angola) e as Forças Armadas de Portugal. Essa guerra teve início em fevereiro de 1961, quando um grupo de cerca de 200 angolanos, ligados ao MPLA atacou a Casa de Reclusão Militar, em Luanda, a Cadeia da 7ª Esquadra da Polícia, a sede dos CTT (Correios de Portugal) e a Emissora Nacional de Angola.Membros da Unita |
Soldados portugueses nas matas de Angola |
Dos três movimentos nacionalistas - UPA/FNLA, UPNA e MPLA - o MPLA era o de natureza mais elitista, pois nas suas fileiras a maioria eram membros dos estudantes que tinham ido para Portugal e que faziam parte de famílias afro-portuguesas de elite, não tendo origem étnica.
Soldados da MPLA |
Nessa época, várias colônias europeias do Reino Unido, França, Alemanha e Bélgica se tornaram independente, porém, Portugal não permitiu que esse episódio acontecesse com suas colônias, contribuindo para o surgimento de vários movimentos independentistas em Angola, como o UPA/FNLA, MPLA, Unita, entre outros menores. Essas três organizações que combatiam a presença portuguesa em Angola, nunca chegaram a trabalhar juntas, o que poderia fortalecer o movimento, pelo contrário, combateram entre si, enfraquecendo a hipótese de saírem vitoriosos do conflito.
Embarque das tropas portuguesas rumo à Angola |
A perspectiva de independência provocada pela Revolução dos Cravos e a cessação imediata dos combates por parte das forças militares portuguesas em Angola, levou a uma acirrada luta armada pelo poder entre os três movimentos e seus aliados: a FNLA entrou em Angola com um exército regular, treinado e equipado pelas forças armadas do Zaire, com o apoio dos Estados Unidos; o MPLA conseguiu mobilizar rapidamente a intervenção de milhares de soldados cubanos, com o apoio logístico da União Soviética; a Unita obteve o apoio das forças armadas do regime do apartheid, que dominava a África do Sul. Os esforços do novo regime português para que se constituísse um governo de unidade nacional não tiveram êxito por causa das disputas entre os grupos guerrilheiros angolanos.
Mulher angolana guerrilheira do MPLA |
No dia 11 de novembro de 1975 foi proclamada a independência de Angola, pelo MPLA em Luanda, e pela FNLA e Unita, em conjunto no Huambo. Com isso, as forças armadas de Portugal que ainda permaneciam no território angolano, regressaram para seu país.
O presidente do MPLA, Antônio Agostinho Neto, proclama a independência de Angola |
Com a independência de Angola começaram dois processos que se condicionaram mutuamente. Por um lado, o MPLA - que em 1977 adotou o marxismo-leninismo como doutrina - estabeleceu um regime político e econômico inspirado pelo modelo então em vigor nos países do "bloco socialista", ou seja, monopartidário e baseado numa economia estatal, de planificação central.
Por outro lado, iniciou-se logo após a declaração de independência a Guerra Civil Angolana entre os três movimentos, uma vez que a FNLA e, sobretudo, a Unita não se conformaram nem com a sua derrota militar nem com a sua exclusão do sistema político. Esta guerra durou até 2002 e terminou com a morte, em combate, do líder histórico da Unita, Jonas Savimbi.
Jonas Savimbi após ter sido morto em 2002 |
Com a morte de seu líder, Jonas Savimbi, a Unita abandonou as armas, e seus militares foram desmobilizados ou integrados nas Forças Armadas Angolanas, passando a concentrar-se na participação política, como partido, no parlamento e outras instâncias políticas.
Parlamento de Angola |
Como resultado da guerra civil que assolou o país desde que se tornou independente de Portugal, em 1975, as condições de vida são bastante precárias. Com uma população de mais de 20 milhões de habitantes, a sua grande maioria vive em péssimas condições. A fome e a miséria são os problemas mais sérios, seguidos de elevado número de crianças e jovens que diariamente são mutilados pela explosão de minas espalhadas pelo território. Angola detém um dos altos índices de mortalidade infantil do planeta: a cada mil nascimentos morrem 130 crianças antes de completar um ano de idade.
A faixa costeira é temperada, influenciada pela corrente de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação de chuvas curta, que vai de fevereiro a abril. Os verões são quentes e secos e os invernos são temperados. As terras altas do interior têm um clima suave, com uma estação chuvosa que vai de novembro a abril, seguida por uma estação seca, mais fria, que vai de maio a outono.
Ao sul de Luanda, no município de Samba, existe um conjunto de falésias denominado de Miradouro da Lua. Ao longo do tempo, a erosão provocada pelo vento e pela chuva foi criando a paisagem de tipo lunar, sendo bastante visitada por turistas do mundo inteiro.
Na hidrografia, Angola é atravessada por importantes rios que descem do interior em vales profundos, alargando-se depois nas proximidades do oceano, formando baías e portos naturais, como os de Luanda, Lobito e Namibe.
Até a década de 1970, a economia de Angola era dependente basicamente da atividade agrícola, que foi bastante afetada pela guerra civil, colocando o país, juntamente com Guiné-Bissau entre os mais pobres do planeta. Com o fim da guerra, o país vem apresentando boas taxas de crescimento, apoiadas principalmente pelas exportações de petróleo.
Agropecuária
O café foi o principal produto de exportação de Angola. Apesar de perder importância por causa do petróleo, no setor agrícola ainda é o principal produto do país. Outros cultivos comerciais são cana-de-açúcar, algodão, fumo, cacau e borracha. No sistema de subsistência são cultivados sisal, milho, óleo de coco, arroz, batata, banana e amendoim. Na pecuária, os maiores rebanhos são de bovinos, caprinos e suínos.
Mineração
Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro. Possui também jazidas de cobre, manganês, fosfato, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamantes estão localizadas perto de Dundo, na província de Luanda Norte. O petróleo começou a ser explorado em 1966 e hoje é o principal produto de exportação do país. A produção petrolífera encontra-se quase toda na costa litorânea. Atualmente, Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África Subsaariana, perdendo apenas para a Nigéria.
Em 1975, foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.
Indústria
As principais indústrias do território angolano são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e fumo. Destaca-se também a produção de açúcar, cerveja, cimento e madeira, além do refino de petróleo. Outras indústrias importantes são as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. O parque fabril angolano é alimentado por cinco usinas hidrelétricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo.
Setor terciário
O sistema ferroviário de Angola compõe-se de cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é o Caminho de Ferro de Benguela, que faz a conexão com as linhas de Catanga, na fronteira com a República Democrática do Congo. A rede rodoviária, em sua maioria constituída de estradas de segunda classe, liga as principais cidades do país. Os portos mais movimentados são os de Luanda, Benguela, Lobito, Namibe e Cabinda. O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contato com outras cidades africanas, europeias e o resto do mundo.
Construção civil
Após décadas de guerra, Angola teve sua infraestrutura bastante danificada. Após a chegada da paz e as divisas provenientes da exploração petrolífera, o setor da construção civil obteve um grande crescimento nas últimas décadas, sendo responsável por cerca de 29% dos investimentos externos do país. O crescimento do setor se deu graças à reconstrução da infraestrutura nacional e ao setor imobiliário. Dentre as empresas desse setor, destacam-se as portuguesas Mota-Engil, Teixeira Duarte, Soares da Costa, Somague ou Edifer, e as brasileiras Odebrecht, Camargo Corrêa, Genea Angola, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez.
A reconstrução de Angola, contudo, ainda tem muito que avançar. Apesar do alto crescimento econômico, existem problemas muitos graves, como a pobreza da maioria de sua população e os serviços públicos, como saúde e educação, que ainda são muito precários.
Lobito: 872.137 habitantes
PIB (Banco Mundial 2013): US$ 114,833 bilhões (60°). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
Edifício na cidade de Huambo - marcas da guerra civil angolana |
GEOGRAFIA DE ANGOLA
Angola situa-se na costa atlântica sul da África, entre a Namíbia e a República do Congo, fazendo fronteira também com a República Democrática do Congo e com Zâmbia. O país encontra-se dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia chegando até aproximadamente à Luanda, um planalto interior úmido, uma savana seca no interior sul e sudeste, e a floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola.A faixa costeira é temperada, influenciada pela corrente de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação de chuvas curta, que vai de fevereiro a abril. Os verões são quentes e secos e os invernos são temperados. As terras altas do interior têm um clima suave, com uma estação chuvosa que vai de novembro a abril, seguida por uma estação seca, mais fria, que vai de maio a outono.
Mapa climático de Angola |
Miradouro da Lua |
As principais bacias hidrográficas são as dos rios Zaire, Mbridge, Cuanza (a maior do país), Queve, Cunene e Cuanza. O principal lago existente no território angolano é o lago Dilolo.
As altitudes variam bastante, variando entre 1.000 e 2.000 metros. O ponto culminante do país é o Morro de Moco, com 2.620 metros de altitude.
A densidade demográfica de Angola é baixa (18,07 hab./km²) e extremamente desigual: as áreas urbanas, em constante expansão, contrapõem-se a grandes extensões pouco habitadas. A expectativa de vida também é baixa (49,62 anos) e há um elevado índice de mortalidade infantil (104,30/mil nascidos vivos). O crescimento vegetativo também é elevado (2,78% ao ano). Esses números refletem diretamente na pirâmide etária do país, que possui uma base larga e um topo estreito, significando que há um elevado número de crianças e adolescentes e poucos idosos.
Apesar da taxa de alfabetização ser baixa (67,4%), é um dos melhores do continente africano neste quesito, fruto do regime marxista-leninista.
Morro de Moco - ponto culminante de Angola |
DEMOGRAFIA DE ANGOLA
A população angolana possui uma composição bastante complexa. Cerca de 95% dos angolanos são africanos bantu, pertencentes a uma diversidade de etnias. Entre essas etnias, a mais importante é a dos ovimbundu, que representa 37% da população, seguidos dos ambundu com 25%, os bakongo 13%, e os 25% restantes pertencem a outros grupos, como côkwes, ovambos, mbundas. Os 5% da população pertencem a europeus, chineses, mestiços, e várias outras minorias.Mapa étnico de Angola |
Pirâmide etária de Angola |
ECONOMIA DE ANGOLA
A economia angolana baseia-se na exploração de petróleo e na extração de diamantes. O país tem atraído muitos investimentos de diversos países, incluindo o Brasil.Até a década de 1970, a economia de Angola era dependente basicamente da atividade agrícola, que foi bastante afetada pela guerra civil, colocando o país, juntamente com Guiné-Bissau entre os mais pobres do planeta. Com o fim da guerra, o país vem apresentando boas taxas de crescimento, apoiadas principalmente pelas exportações de petróleo.
Agropecuária
O café foi o principal produto de exportação de Angola. Apesar de perder importância por causa do petróleo, no setor agrícola ainda é o principal produto do país. Outros cultivos comerciais são cana-de-açúcar, algodão, fumo, cacau e borracha. No sistema de subsistência são cultivados sisal, milho, óleo de coco, arroz, batata, banana e amendoim. Na pecuária, os maiores rebanhos são de bovinos, caprinos e suínos.
Cultivo de batatas em Angola |
Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro. Possui também jazidas de cobre, manganês, fosfato, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamantes estão localizadas perto de Dundo, na província de Luanda Norte. O petróleo começou a ser explorado em 1966 e hoje é o principal produto de exportação do país. A produção petrolífera encontra-se quase toda na costa litorânea. Atualmente, Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África Subsaariana, perdendo apenas para a Nigéria.
Em 1975, foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.
Plataforma de petróleo em Angola |
As principais indústrias do território angolano são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e fumo. Destaca-se também a produção de açúcar, cerveja, cimento e madeira, além do refino de petróleo. Outras indústrias importantes são as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. O parque fabril angolano é alimentado por cinco usinas hidrelétricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo.
Sede da Sonangol - estatal angolana do ramo petrolífero |
O sistema ferroviário de Angola compõe-se de cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é o Caminho de Ferro de Benguela, que faz a conexão com as linhas de Catanga, na fronteira com a República Democrática do Congo. A rede rodoviária, em sua maioria constituída de estradas de segunda classe, liga as principais cidades do país. Os portos mais movimentados são os de Luanda, Benguela, Lobito, Namibe e Cabinda. O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contato com outras cidades africanas, europeias e o resto do mundo.
Estrada de ferro em Huambo - Angola |
Após décadas de guerra, Angola teve sua infraestrutura bastante danificada. Após a chegada da paz e as divisas provenientes da exploração petrolífera, o setor da construção civil obteve um grande crescimento nas últimas décadas, sendo responsável por cerca de 29% dos investimentos externos do país. O crescimento do setor se deu graças à reconstrução da infraestrutura nacional e ao setor imobiliário. Dentre as empresas desse setor, destacam-se as portuguesas Mota-Engil, Teixeira Duarte, Soares da Costa, Somague ou Edifer, e as brasileiras Odebrecht, Camargo Corrêa, Genea Angola, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez.
Novos condomínios residenciais no sul de Luanda |
ALGUNS DADOS DE ANGOLA
NOME OFICIAL: República de Angola
LÍNGUA OFICIAL: português
GOVERNO: República Presidencialista
INDEPENDÊNCIA: de Portugal, em 11 de novembro de 1975
LOCALIZAÇÃO: África Meridional
INDEPENDÊNCIA: de Portugal, em 11 de novembro de 1975
LOCALIZAÇÃO: África Meridional
ÁREA: 1.246.700 km² (22°)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2015): 13.228.357 habitantes (68°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 10,61 habitantes/km² (185°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativas 2015):
Huambo - segunda maior cidade de Angola |
Lobito - terceira maior cidade de Angola |
IDH (ONU 2014): 0,526 (149°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
Mapa do IDH dos países |
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU 2012): 52,4 anos (184°). Obs: a expectativa de vida ou esperança de vida, expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU 2005-2010): 2,78% (20°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma determinada população.
TAXA DE NATALIDADE (ONU 2005-2010): 44,51/mil (8°). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2007): 24,2/mil (4°). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook 2013): 104,3/mil (188°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (Nações Unidas 2015): 5,79 filhos/mulher (5°). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook 2014): 70,4% (167°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook 2013): 57,6% (100°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
PIB PER CAPITA (FMI 2013): US$ 5.845 (90°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população.
MOEDA: Kwanza
RELIGIÃO: em Angola existem cerca de mil religiões, que estão organizadas em igrejas ou formas análogas. Cerca de metade da população seguem a religião católica, uma quarta parte seguem o protestantismo. Os praticantes de religiões tradicionais africanas são minorias. Há em torno de 1 a 2% de islâmicos. Em 2013, Angola se tornou o primeiro país do mundo a proibir o islamismo. Cerca de 94,3% dos angolanos são cristãos, 4,7% seguem seitas tradicionais, e 1% são ateus ou sem religião.
DIVISÃO: Angola tem a sua divisão administrativa composta por 18 províncias. A divisão administrativa do território mais pequena é o bairro na cidade, enquanto que nos meios rurais é a povoação. Os números correspondem as províncias no mapa: 1. Bengo 2. Benguela 3. Bié 4. Cabinda 5. Kuando Kubango 6. Kwanza Norte 7. Kwanza Sul 8. Cunene 9. Huambo 10. Huíla 11. Luanda 12. Lunda Norte 13. Lunda Sul 14. Malanje 15. Moxico 16. Namibe 17. Uíge 18. Zaire.
Igreja católica em Benguela |
FONTE: Sampaio, Fernando dos Santos. Para viver juntos: geografia, 7° ano: ensino fundamental / Fernando dos Santos Sampaio, Marlon Clóvis de Medeiros. - 3. ed. - São Paulo: Edições SM, 2012. - (Para viver juntos)