Vegetação de altitude (ou vegetação de montanha) reflete o fato de que o clima e a vegetação das áreas montanhosas variam conforme a altitude. Não apenas as temperaturas diminuem com o aumento da altitude, como também o aspecto (alinhamento da montanha em relação ao Sol) afeta as condições locais, resultando em diferentes padrões de vegetação e ditando as escolhas de áreas para cultivo e povoamento.
A vegetação de altitude ocorre na América do Sul e na Europa, ou seja, na Zona Temperada (sul e norte). Na América do Sul, a vegetação de altitude aparece no Peru e na Bolívia, no Equador, no Chile e na Argentina. Já na Europa existe muito pouco, apenas no centro-oeste, na Alemanha. Pelo fato de estar situado em regiões de baixas latitudes, seu clima é subtropical.
Monte Aconcágua - localizado na Patagônia Andina (Argentina) é o ponto mais elevado da América |
Nas altas cadeias montanhosas, como os Alpes, os Andes e o Himalaia, a altitude tem papel fundamental no desenvolvimento das formações vegetais. Conforme a altitude aumenta, a temperatura diminui e o solo torna-se cada vez mais raso. A vegetação acompanha essas características. É por isso que nos Andes, mesmo em área equatorial, desenvolvem-se vegetações típicas das florestas temperadas e até, em altitudes muito elevadas, campos de tundra e gelo.
Mesmo assim, o clima não deixa de exercer um papel significativo na vegetação de montanha. Nas montanhas das regiões temperadas, ocorre a neve por volta de 2.500 metros de altitude, enquanto nas regiões tropicais, somente por volta de 5 mil metros.
Monte Rosa - fronteira entre Itália e Suíça |
A altitude preferencial da maioria das espécies se deslocou para altitudes maiores ao longo do século. O pasto é substituído pela floresta, e esta vai se tornando mais rala até desaparecerem as árvores. Até certa altura deixa de existir qualquer vegetação.
A mudança é conhecida dos ecologistas. Como o clima se altera à medida que subimos, diferentes espécies de vegetais ocupam cada nível da montanha. Espécies adaptadas ao frio ficam próximas ao pico, espécies adaptadas à temperaturas mais altas ficam próximas ao vale. A mesma distribuição ocorre horizontalmente quando viajamos pela região tropical em direção aos polos. Próximo aos trópicos predominam espécies adaptadas ao calor.
Nas montanhas europeias. esse fenômeno tem sido estudado há mais de cem anos. Cada espécie de árvore tem sua altitude preferencial. Para medi-la, o cientista sobe a montanha e mede a densidade (número de árvores por metro quadrado) de uma espécie de árvore a cada altitude. A densidade, que inicialmente é baixa, aumenta, chega ao máximo e finalmente diminui quando a temperatura fica muito baixa. A altitude preferencial é a altitude onde a densidade de árvores é máxima.
Recentemente, um grupo de ecologistas coletou mais de 28 mil levantamentos do tipo para 160 diferentes espécies de plantas. Eles observaram que a altitude preferencial da maioria das espécies se deslocou para altitudes maiores ao longo do século passado e início deste século. Todas as árvores "subiram" a montanha. Na média elas estão subindo 30 metros por década.
Os cientistas acreditam que isso ocorreu por causa do aquecimento global. À medida que a temperatura aumentou, as árvores da faixa mais baixa não conseguiram sobreviver, mas em compensação as sementes que germinaram, em alturas antes inóspitas, agora encontraram um ambiente propício. Essa é mais uma consequência do aquecimento global: as árvores são obrigadas a subir as montanhas para escapar do calor.
Outro fator que vem ameaçando a vegetação de montanhas é a urbanização. A construção de residências em áreas elevadas vem ocorrendo para fins de lazer, com o estabelecimento de moradias temporárias, condomínios de elevado padrão ou prédios, em geral ocupando também áreas de formação vegetal.
Perfil topográfico da vegetação de acordo com a altitude |
Recentemente, um grupo de ecologistas coletou mais de 28 mil levantamentos do tipo para 160 diferentes espécies de plantas. Eles observaram que a altitude preferencial da maioria das espécies se deslocou para altitudes maiores ao longo do século passado e início deste século. Todas as árvores "subiram" a montanha. Na média elas estão subindo 30 metros por década.
Montes Urais, na Rússia |
Outro fator que vem ameaçando a vegetação de montanhas é a urbanização. A construção de residências em áreas elevadas vem ocorrendo para fins de lazer, com o estabelecimento de moradias temporárias, condomínios de elevado padrão ou prédios, em geral ocupando também áreas de formação vegetal.
Construções em Banff - Canadá. Ao fundo as Montanhas Rochosas |
REFERÊNCIA: Baldraia, André
Ser protagonista: geografia, 2º ano: ensino médio / André Baldraia .. [et al.]: organizadora: Edições SM: obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM: editor responsável Flávio Manzatto de Souza. 3. ed. - São Paulo: Edições SM, 2016. - (Coleção ser protagonista).
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