quarta-feira, 5 de maio de 2021

CRIAÇÃO DE GALINHA CAIPIRA: UM NEGÓCIO BASTANTE RENTÁVEL

   A criação de galinha caipira é, atualmente, um dos negócios mais rentáveis  no campo. É uma criação de fácil manejo, lucro rápido e que pode ser criado, não só na zona rural, como também na zona urbana. Porém, é preciso ter bastante cuidado para evitar que o negócio não dê certo, como o local onde será instalado a criação, o tipo de raça que se pretende criar (se ela será para postura ou corte), e a ração que será consumida pelas aves. Nesta postagem, apresentaremos algumas dicas para o sucesso na criação, bem como as principais raças criadas, tanto para a produção de ovos quanto para a produção de carne.

O que é a galinha caipira?

  O termo "galinha caipira" é utilizado na culinária brasileira para se referir ao galináceo doméstico criado em quintais e fazendas, diferente da criação industrial, que recebe o nome de "granja". É chamada, em alguns estados brasileiros, de "galinha de capoeira", "galinha crioula" e também de "caneludo".

  Segundo estudos, a galinha caipira se popularizou no Brasil, ainda nos primeiros séculos da colonização europeia, quando os tropeiros, durante as suas viagens, só comiam carne de sol e farinha. Quando retornavam para suas casas, desejavam comer algo diferente. Nesse contexto, as famílias preparavam o frango caipira acompanhado de pirão, arroz branco e feijão tropeiro. A galinha caipira era também utilizada para alimentar os escravos, no qual era servido com quiabo e com uma iguaria indígena, o angu.

Galinhas caipiras

Galinha caipira X galinha de granja

  A diferença entre galinha caipira e galinha de granja, é que a galinha caipira é criada solta, sem muito controle no seu desenvolvimento. Geralmente, possui uma alimentação variada, que vai desde o milho até restos de comidas e insetos. A galinha caipira é abatida entre 80 e 90 dias de vida, é menor e possui menos carne que a galinha de granja, porém, o sabor é bem mais diferenciado.

  A galinha de granja é criada com mais controle e supervisão, em um ambiente com temperatura, umidade e espaço favoráveis para seu desenvolvimento. O alimento da galinha de granja é totalmente vegetal, baseada em milho e soja e enriquecida com vitaminas e minerais. A galinha de granja é abatida entre 25 e 40 dias de vida em média, é maior e possui uma carne mais macia.

Galinha de granja

Dicas de sucesso na criação

  A limpeza e a higienização de equipamentos e instalações é essencial para o sucesso na criação de galinha, pois isso evita a proliferação de doenças, além de garantir o bem-estar e o conforto das aves. A higienização do local onde as galinhas são criadas deve ser feita a cada três meses ou quando houver a troca de lotes de aves.

  Outro cuidado que se deve ter na criação é a troca da cama de frango e a desinfecção do ambiente, além de manter limpo os comedouros e bebedouros das aves. O controle de doenças fisiológicas, patogênicas e parasitárias através da vacinação é outra dica importante para manter o criatório saudável.

  Outro fator que deve levar em conta para o sucesso da criação é se o produtor quer montar um criatório para a produção de carne ou de ovos. O espaço é outro fator essencial e deve ser o mais natural possível, e quanto maior o espaço, mais confortável os animais ficarão.

O ambiente é essencial para o sucesso da criação de galinha caipira

Principais doenças que atacam as galinhas

  Assim como toda criação, várias doenças também atacam as galinhas, algumas podem levar a uma grande mortandade. O manejo sanitário, a limpeza e a desinfecção das instalações e dos equipamentos do local em que as galinhas são criadas. Sempre que for trocar o lote no aviário, deverá também ser trocado a cama e desinfetado todo o aviário, pois os riscos de contaminação das aves são enormes. O mesmo cuidado deve-se ter se alguém comprar uma galinha com um criador desconhecido (principalmente se a galinha for comprada na feira). Se você comprar uma galinha de um criador desconhecido, o essencial é deixar a galinha separada das outras por no mínimo uma semana.

  Outra dica importante para o criador é que o mesmo precisa ter um bom conhecimento dos problemas sanitários de sua região, pois isso pode evitar o desperdício de tempo e dinheiro com medicamentos desnecessários. Em regime semiconfinado ou semi-intensivo, o ambiente apresenta-se menos estressante que em uma granja convencional. Abaixo, apresentamos algumas doenças comuns nas galinhas.

  • Doença de Gumboro

  A Doença Infecciosa da Bolsa (IBD), também conhecida como doença de Gumboro, bursite infecciosa e nefrose aviária infecciosa, é uma doença altamente contagiosa de galinhas e perus jovens causada pelo Vírus da Doença Infecciosa da Bolsa (IBDV), caracterizada por imunossupressão e mortalidade entre  3 e 6 semanas de idade. É economicamente importante para a indústria avícola em todo o mundo devido ao aumento da suscetibilidade a outras doenças. A infecção é por via oro-fecal, com a ave afetada excretando altos níveis do vírus por aproximadamente 2 semanas após a infecção. A doença é facilmente transmitida de galinhas infectadas para galinhas saudáveis por meio da comida, água e do contato físico entre elas.

  O vírus atua destruindo o tecido linfoide, resultando em imunodepressão, sendo altamente resistente fora do organismo da galinha e é eliminado por meio das fezes, podendo, no caso das poedeiras, contaminar o ovo. As vias diretas de penetração do vírus no organismo são a aérea, a ocular e a digestiva, enquanto que as indiretas são pela ração, pela água, pelos equipamentos e por insetos. A doença tem um período curto de incubação, ocorrendo de dois a três dias, e apresenta mortalidade variável, em torno de 30%, e a morbidade (apatia, tristeza), pode atingir todos os frangos e galinhas.

  Como medidas de prevenção, recomenda-se evitar que o criatório seja infectado pela doença, pois, uma vez contaminado, a eliminação dos patógenos é praticamente impossível e o local terá que conviver com a presença do vírus.

Pintinhos acometidos com a doença de Gumboro

  • Varíola ou Bouba Aviária

  A varíola ou bouba aviária é conhecida como "caroço" ou "pipoca", em virtude dos nódulos que se formam na face, crista, barbelas e outras partes expostas das aves, assemelhando-se a crostas ou verrugas, além de falsas membranas no trato digestivo e respiratório. Essa doença é disseminada por mosquitos, e é altamente virótica, sendo bastante comum no período do verão.

  As principais características dessa doença são lesões, falta de apetite, sonolência e aumento da mortalidade de galinhas e frangos caipiras.

  Essa doença não possui tratamento eficaz e, uma vez instalada, resta ao criador tratar as lesões com tintura de iodo glicerinado e antibióticos.

Galinha acometida com a bouba aviária

  • Doença de Newcastle

  A doença de Newcastle (DNC), também conhecida como pseudo-peste aviária, pneumoencefalite aviária, desordem respiratória nervosa e, a nível internacional, Newcastle disease, é uma enfermidade viral causada por um vírus altamente contagioso, espalhando-se por meio do ar e capaz de dizimar todo o lote. Os sintomas nas aves infectadas levam em torno de cinco dias para se manifestar, sendo os principais sintomas a encefalite, falta de apetite, resfriado, inspiração ruidosa com o bico aberto, diarreia constante e esverdeada, tremor nas pernas e torcicolo no pescoço.

  Não existe tratamento curativo, devendo-se seguir o programa de vacinação recomendado, além de promover o isolamento viral. A posterior caracterização é o método mais seguro de diagnóstico dessa doença.

Galinhas acometidas com a doença de Newcastle

  • Doença de Marek

  A doença de Marek (MD) é uma doença linfoproliferativa comum de frangos, normalmente caracterizado por bactérias. Possui um caráter agudo, causando grande mortandade nas aves. É transmitida facilmente pelo contato direto ou indireto entre as aves por via aérea. Essa doença ocorre principalmente em aves jovens, com idade entre 1 e 16 semanas, porém, pode ocorrer em aves de todas as idades.

  As aves acometidas da doença apresentam sinais como depressão, anorexia, perda de peso, palidez e diarreia. A paralisia das pernas ou asas das galinhas e frangos é o sintoma mais comum.

  Como a transmissão ocorre de ave para ave, além das medidas de higiene, o criador deve eliminar as portadoras e iniciar o tratamento com antibióticos.

Ave acometida com a doença de Marek

  • Salmoneloses

  Entre as doenças causadas pelas bactérias do gênero Salmonella, o tifo aviário e a pulorose são as mais comuns. A pulorose ataca principalmente as aves jovens. as salmoneloses são identificadas por meio de exames laboratoriais.

  O tifo aviário ataca principalmente as aves adultas, e pode ser detectado facilmente, pois as aves apresentam diarreia constante, asas caídas, anorexia, palidez, produção reduzida e ovos deformados, além de apresentar também necrose no coração, baço e fígado.

  A pulorose provoca o aumento e o escurecimento do fígado e o inchamento de rins e baços. Nos casos subagudos, nota-se a presença de focos brancos no fígado, baço e coração, além de fígado inchado e pálido. Nas aves adultas, há a presença de diarreia e redução de ovos.

  A prevenção se dá por meio da aquisição de pintinhos advindos de matrizes sadias e de rações de formulação isenta de contaminantes. O tratamento, quando viável, é feito à base de antibióticos. Por via de regra, as aves atacadas por salmoneloses devem ser incineradas, pois pode ocorrer a contaminação de outras aves e até do próprio homem.

Aves com tifo aviária

  • Verminoses

  Os vermes são parasitas internos, quase sempre alojados no intestino. Os de forma achatada, compridos e segmentados, são chamados cestoides ou tênias. Os cilíndricos são chamados ascáridas, popularmente conhecida como lombriga de intestino. As pequenas infestações em aves adultas são pouco problemáticas. Já as aves em crescimento, ficam acometidas de anemia, tristeza, enfraquecidas, algumas com paralisia, além de elevada mortandade. As sobreviventes, terão o desenvolvimento retardado e diarreias constantes.

  Para controlar os verminoses deve-se manter, ao máximo, as normas de higiene das instalações e vermifugar de acordo com os programas específicos, levando-se em consideração os tipos de verme mais comumente presentes na propriedade.

A folha e o troco de bananeira são ótimos para evitar que galinhas contraiam verminoses

  • Coccidiose

  A coccidiose aviária é uma enfermidade causada por um grupo de protozoários, chamados Eimeria, que parasita as células intestinais das aves. É considerada uma das doenças mais importantes  na avicultura industrial, pois causa diarreia e enterite, resultando em uma diminuição da absorção de nutrientes.

  A infecção se dá por meio da ingestão de oocistos esporulados, que estão presentes no ambiente, na água, no alimento e até na cama. Quando chegam na moela da ave, estes oocistos se rompem, liberando os esporocistos que, após sofrerem a ação da enzima tripsina quinasse, liberam os esporozoitos. Primeiramente, vem a fase assexuada, iniciando-se com a invasão dos enterócitos pelos esporozoitos, gerando os esquizontes, onde estão presentes os merozoitos. As aves ficam tristes, sonolentas e com calafrios. Dependendo do tipo da eimeria, as fezes podem apresentar manchas de sangue.

  O controle se dá por meio de medidas preventivas, e consiste em administrar coccidiostáticos nas rações, caso ela seja produzida na propriedade. Casos agudos devem ser tratados com coccidicidas de ação mais imediata.

Ave com sintoma de coccidiose

  • Peito seco

  "Peito seco", "peito faca" ou "peito em quilha" são diferentes denominações populares que descrevem o quadro de Emaciação ou Caquexia, situação de debilidade relativamente comum entre os pássaros. Não é uma doença, e sim um quadro de queda da imunidade da ave e consequentemente instalação de uma infecção crônica. Há a diminuição do apetite e do aproveitamento dos alimentos, o que leva à queda das reservas de gordura. A ave passa a utilizar a reserva das proteínas musculares, com atrofia dos músculos peitorais e consequente pronunciamento do osso esterno ou "quilha".

  Várias são as possíveis causas para a ocorrência do peito seco, como infecções bacterianas, fúngicas ou parasitárias, além de causas nutricionais e físicas. Em geral, as causas são únicas, mas há um conjunto delas levando à instalação do quadro. Fatores como manejo inadequado ou estresse a que são submetidas as aves na troca de ambiente e transporte, também podem contribuir para o problema, bem como o período de reprodução e mudança de penas.

  Cuidados com a higiene, diminuição das chances de estresse e adequada alimentação, são práticas que ajudam a evitar o surgimento do problema.

Ave com peito seco

  • Coriza infecciosa

  Coriza infecciosa, mais conhecida como gogo, é uma doença bacteriana respiratória aguda, subaguda ou crônica, altamente contagiosa, que afeta principalmente o trato respiratório superior das aves. É causada pela bactéria Haemophilus paragallinarum, que tem nas galinhas suas hospedeiras primárias, podendo atacar, também, outras aves.

  É caracterizada por corrimento nasal, espirros e edema (inchaço) da face baixa dos olhos, conjuntivite catarral e barbelas inchadas, especialmente nos machos. Muitas vezes, o sintoma mais visível e, às vezes, único, é a secreção nasal, que em aves com infecção recente é de cor clara, ficando mais consistente e amarelado com a persistência da doença. Essa secreção causa obstrução das vias respiratórias e leva a uma característica de respiração pela boca.

  Sua transmissão ocorre principalmente por contato direto entre aves doentes, por moscas ou pela ração e água contaminadas, além de outras formas de transmissão. A transmissão ocorre normalmente de aves mais velhas para aves mais novas, quando há criação de múltiplas idades em um mesmo local. É muito comum seu surgimento em lugares úmidos, sujeitos a correntes de ventos frios, assim, como em abrigos e instalações mal construídas.

  O controle se dá através de medidas preventivas quanto ao manejo sanitário e aplicação de vacinas, assim como no tratamento das enfermidades.

Ave com sintomas de coriza

Raças galinhas caipiras

  Dentre as principais raças de galinhas caipiras estão:

  • Cornish

  A galinha Cornish tem origem inglesa. Esta raça possui características únicas, como pés pequenos e peito e coxas grandes e musculados. Relativamente ao peso, pode chegar a pesar 4 quilos. A tonalidade das suas penas pode ser diversa, existindo variedades de cor branca (mais comum), preta, branca com vermelho e cor azul. Chega a produzir 100 ovos por ano.

  Os galos tendem a ser temperamentais, atacando-se frequentemente, assim como os pintos desta raça. As fêmeas não costumam ser "boas chocadeiras", uma vez que apresentam falhas na sua penugem, ficando frequentemente a galinha com áreas a descoberto. A fertilidade também não é extraordinário, o que faz, em alguns casos, ter que ser inseminada de forma artificial. Dada a sua estatura grande e musculada, necessita de espaço para se movimentar livremente e evitar problemas futuros.

Galo e galinha da raça Cornish

  • Rhode Island Red

  A Rhode Island Red, também conhecida como galinha vermelha poedeira, é uma raça originada nos Estados Unidos, e possui dupla finalidade: tanto é ideal para a produção de ovos como de carne. São galinhas poedeiras rústicas, resistentes a doenças, dóceis e comem vários tipos de alimentos quando soltas. É uma das raças mais poedeiras do mundo, podendo superar os 250 ovos por ano. Outra característica é que a galinha dificilmente fica choca.

  Os galos desta raça podem ser bastante agressivos com pessoas intrusas ou desconhecidas que visitam seu habitat. Também não são receptivos a outras raças de galinhas, principalmente se existir diferentes raças de poedeiras no galinheiro.

  Essa raça possui uma cor retangular e um peito com forma arredondada, cristas avermelhadas e brincos de cor vermelha. Os olhos grandes também possuem cor avermelhada e a sua penugem pode ser de cor vermelha ou branca, esta menos usual.

Galo e galinha da raça Rhode Island

  • Brahma

  A Brahma é uma raça de galinha originária da Índia, mais precisamente da região de Brahmaputra. Essa raça se caracteriza por ser de maiores dimensões, quando comparada com outras raças, e por ser forte e rigorosa.

  Muitos criadores tratam essa raça como ornamental, visto que possuem penas nas pernas e nos pés, o que faz com que sejam bastante vistosas. Além disso, possuem crista de pequena dimensão em formato de ervilha, penas densas e uma cabeça grande e larga, sendo o crânio projetado sobre seus olhos.

  Caracterizam-se também por serem galinhas muito resistentes e com uma boa produção de ovos. Seus ovos também são de grande dimensão, apresentando cor castanha.

Galo e galinha da raça Brahma Light

  • Sussex

  A galinha Sussex é originária do condado de Sussex, na Inglaterra. É uma das raças de galinhas poedeiras mais antigas do mundo. Apresenta plumagem de cores distintas, como castanho, vermelho e branco manchado. Possui dupla aptidão, tanto para a produção de ovos quanto de carne. É uma ótima produtora de ovos, ultrapassando os 200 ovos por ano, sendo eles bastante grandes.

  Essa raça se adapta facilmente em ambientes distintos, principalmente em ambiente livre. Porém, apresenta alguns problemas na incubação dos ovos. Essa raça é resistente a baixas temperaturas, bem como a possíveis doenças.

Galo e galinha Sussex Light

  • Embrapa-051

  A Embrapa-051 é uma raça de galinha desenvolvida no Brasil pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e bem adaptada em todo o território nacional, sendo um grande produtora de ovos.

  Foi desenvolvida pela Embrapa após após anos de testes e pesquisas pela empresa e chegou a ser a poedeira mais indicada para produtores que escolheram o sistema caipira como forma de criação de galinhas. O objetivo da empresa era desenvolver uma ave extremamente adaptável aos diversos climas brasileiros, resistente a criação livre em piquetes, mas forte contra a incidência de doenças e com boa produção de ovos.

  A galinha apresenta penas marrom escuro, pescoço emplumado, com o pico de produção alcançado entre 27 e 29 semanas. Os ovos têm casca marrom escuro.

Galinhas da raça Embrapa-051

  • Poedeira Negra

  A galinha Poedeira Negra é uma galinha melhorada de pequeno porte e grande produtora de ovos. Seus ovos possuem casca bege. Essa galinha possui penas pretas e brilhosas, com leves traços avermelhado e esbranquiçados. Bem adaptada ao sistema caipira de criação, principalmente de alto desempenho, onde a ave tem a liberdade durante o dia e passa a noite confinada. A Poedeira Negra inicia sua produção com seis meses, e pode alcançar uma produção de 250 ovos durante o ciclo.

Galinhas da raça Poedeira Negra

  • Isa Brown

  A Isa Brown é uma das galinhas mais utilizadas na produção de ovos em sistema caipira. É um tipo de galinha híbrida poedeira de ovos marrons, e é resultado do cruzamento de galos Rhode Island Reds (vermelhos) e galinhas Rhode Island Whites (branca portadora do fator colúmbia ou prateado). Neste cruzamento é possível saber o sexo dos pintinhos logo depois de nascerem (eclosão) pelo fator colúmbia (prateado) ligado ao cromossomo Z da matriz fêmea. No primeiro ano de postura chega a produzir em torno de 300 ovos.

  ISA é a sigla do Institut de Sélection Animale, da França, a empresa que desenvolveu esta galinha, em 1978.

Galinhas da raça Isa Brown

  • Shamo

  Shamo ou Ko-Shamo é uma raça de galinha do Japão que se originou na Tailândia. O nome "Shamo" era uma corruptela de Sião, durante o período Edo, mas tem sido produzido seletivamente por várias centenas de anos.

  Existem tipos pernaltas, de pescoço comprido e crista grande e carnuda, mas há espécies com pernas mais curtas, crista pequena e asas banquivoides. Infelizmente, esta raça é muito usada em rinha de galos, principalmente no Japão, onde a prática ainda é legal. No Brasil também é muito usada nas rinhas, porém, essa prática é ilegal.

Galo e galinhas da raça Shamo

  • Orpington

  A Orpington é uma raça de galinha nomeada em referência a Orpington, Inglaterra, de onde essa galinha se originou. Pertencente à classe de frangos ingleses, foi criada para produzir excelente carne de qualidade. O seu grande tamanho e aparência macia, junto com suas cores ricas e contornos suaves, fazem dessa raça bastante atraentes. É muito utilizada em exposições, pois apresenta crista serra, pele branca e ovos de casca marrom.

Galinhas da raça Orpington

  • Plymouth Rock

  A Plymouth Rock é uma raça de galinha originária dos Estados Unidos e possui duplo propósito, tanto para a produção de carne quanto de ovos. É bastante resistente ao frio, sendo ideal para o pequeno proprietário de exploração avícola ou para o criador de quintal.

  Foi desenvolvida na Nova Inglaterra, em meados do século XIX e exibida como uma raça em 1869. As variedades de Plymouth Rock apresentam diferenças na coloração e padrão das penas, que podem ser: barrada, branca, dourada (buff), perdiz, pincelada, azul, columbian, preta e lavanda.

Galo e galinha da raça Plymouth Rock Barrada

  • Pescoço Pelado

  Pescoço Pelado ou Pescoço Nu é uma raça de galinha que é naturalmente desprovida de penas no pescoço. A raça, também chamada Pescoço Pelado da Transilvânia, Label Rouge, Turken e, em algumas regiões do Nordeste, de gogó-de-sola, é natural da Europa Central, se originou na Hungria e foi amplamente desenvolvida na Alemanha. O nome "Turken" surgiu da ideia equivocada  de que a ave era um híbrido de frango e peru doméstico. O traço de um pescoço pelado é um dominante controlado por um gene e é bastante fácil de introduzir em outras raças.

Galo e galinha Pescoço Pelado da Transilvânia

  O Pescoço Pelado francês, ou Label Rouge é muitas vezes confundido com o da Transilvânia. Esta espécie foi desenvolvida na França na década de 1980 para substituir o faisão com o objetivo de evitar sua caça. Logo foi introduzido no Brasil onde é também conhecida como Polaca, e rapidamente se popularizou no país devido suas características rústicas e versáteis.

  Apesar de sua aparência altamente incomum, a raça não é particularmente conhecida como ave de exposição. É utilizada tanto para a produção de carne quanto de ovos. São forrageiras e imunes a muitas doenças. A raça também é resistente ao frio, e possui metade da quantidade de penas de outras aves. Chega a produzir cerca de 180 ovos no ciclo, mas essa quantidade não atende a uma produção profissional de ovos comerciais.

Galinhas de pescoço pelado francês

  • Pesadão Vermelho

  A raça Pesadão Vermelho é uma excelente raça para corte devido a quantidade de carne e peso que se obtém em pouco tempo. Possui ótimo ganho de peso em relação ao consumo de ração. Pode ser criado em confinamento total ou em semi-confinamento.

  Atinge 2,6 kg em menos de dois meses, tem plumagem de cor vermelha, viva e brilhante. É uma ave ideal para quem deseja trabalhar com a produção de carne. É uma linhagem extremamente adaptável ao sistema caipira.

Galo da raça Pesadão Vermelho

  • Carijó/Pedrês

  A galinha Carijó possui a característica comum que é a plumagem preta e branca. Também conhecida como pedrês, essa plumagem pode variar com a tonalidade do preto, às vezes mais forte (principalmente nas híbridas adquiridas direto dos fornecedores credenciados) ou com uma predominância maior do branco, deixando a ave um pouco cinza.

  É uma ave bem adaptada ao sistema caipira de criação, tendo uma boa vantagem quando vendidas vivas, pois são muito bonitas e facilmente mesclada entre as de capoeira. Possui dupla aptidão, porém, sua maior finalidade é o abate.

Galinhas da raça Carijó

  • Índio Gigante

  A raça Índio Gigante é uma raça de galinha brasileira desenvolvida a partir da década de 1970, por meio do cruzamento de galos de rinha com galinhas caipiras e outras raças de galinhas. Com o tempo, os criadores foram selecionando os maiores exemplares até chegar nos animais atuais. O Índio Gigante não é uma raça de padrão definido, e sim uma associação nacional de criadores para melhor organizar a criação da raça no território nacional e trabalhar no seu melhoramento genético.

  Para ser considerado um Índio Gigante o galo deve ter no mínimo 105 centímetros (1,05 metro) e a galinha 90 centímetros, com peso mínimo de 3 quilos quando adulta. Atualmente, o tamanho médio dos machos está por volta de 1,20 metro.

  Outra característica marcante e visível que essa raça deve ter é a plumagem, o bico, entre outras, que devem ser observadas de acordo com o padrão oficial, como a preferência da barbela (pele do pescoço) e corpo ereto.

  A medição do tamanho do animal é feita da ponta da unha do dedo médio da pata até a ponta do bico, segurando a ave de modo que fique totalmente esticado, normalmente na horizontal, pois nesta posição ele costuma ficar calmo.

  O Índio Gigante tem sido usado para cruzar com galinhas sem raça ou de outras raças para produzir mestiços de maior peso, sendo abatidos para consumo próprio ou para serem vendidos por maior valor. O comércio dessa raça é bastante aquecido e bastante significativo.

Galo e galinhas da raça Índio Gigante

  • Gigante Negro de Jersey

  O Gigante Negro de Jersey foi desenvolvido em Nova Jersey, nos Estados Unidos, por volta de 1870 como uma ave de dupla finalidade (produção de carne e ovos). Essa raça possui peito longo e profundo, pernas sem penas, pretas com um brilho verde, olhos castanho escuro e um único pente vermelho brilhante, comprido e lóbulos auriculares. São bastante indicadas para melhoramento genético e cruzamento com galinhas caipiras comuns.

  Os machos podem atingir 65 centímetros e as fêmeas 50 centímetros. As galinhas chegam a produzir entre 250 e 290 ovos por ano, com o início da postura a partir da 20ª semana. O galo chega a pesar 5,5 kg e a galinha 4,5 kg.

Galinhas da raça Gigante Negro de Jersey
FONTE: EMBRAPA

sexta-feira, 16 de abril de 2021

PLANETA NETUNO

   Netuno é o último grande planeta gasoso do Sistema Solar e o oitavo em termos de distância do Sol. O planeta, que leva o nome do deus do mar romano, é o último planeta do Sistema Solar desde que Plutão foi rebaixado a planeta anão. Mesmo se localizando tão longe do Sol, ele conserva uma temperatura semelhante à de Urano, com uma média de -116°C, mas a mínima pode chegar à -193ºC. Netuno leva 164 anos para fazer seu movimento de translação em torno do Sol e completar sua órbita. O movimento de rotação (giro em torno do seu próprio eixo) é de cerca de 16 horas e 11 minutos.

Comparação entre o tamanho de Netuno e a Terra

  Da mesma forma que seu vizinho mais próximo, Urano, Netuno tem o seu eixo de rotação inclinado e que não coincide com o centro do planeta. A teoria mais aceita diz que tal fenômeno ocorre porque, ao contrário da Terra, por exemplo, que tem sua magnetosfera derivada dos movimentos dos componentes ferrosos fluidos que existem no interior do seu núcleo, Netuno e Urano têm um núcleo composto majoritariamente por gelo, o que pode significar que seus núcleos sejam parcialmente isolantes.

  Porém, como há a existência da magnetosfera, acredita-se que o dínamo elétrico que opera no interior desses dois planetas esteja localizado ao redor do núcleo e não no interior deste, o que explicaria o fato de seu campo magnético estar deslocado do interior do planeta.

Mercúrio em máxima conjunção com Netuno, em 4 de abril de 2020

  Visto da Terra, Netuno apresenta uma alta magnitude (quanto mais brilhante o astro, menor sua magnitude), sendo impossível observá-lo a olho nu. Suspeitou-se de sua existência somente após a observação cuidadosa da órbita de Urano, que apresentava ligeiras irregularidades por conta da perturbação gravitacional de Netuno.

  Embora Netuno seja muito frio, sua atmosfera é bastante dinâmica. Composta por hidrogênio, hélio e metano, ela é pouco densa e apresenta uma tempestade muito grande, chamada de "Grande Mancha Negra", parecida com a Grande Mancha Vermelha, de Júpiter, e que gira em sentido anti-horário, sendo o único local da atmosfera que permite uma visão mais profunda do planeta por se constituir em um enorme buraco na atmosfera de Netuno.

Grande Mancha Negra de Netuno, com nuvens de metano ao seu redor

  Assim como todos os outros planetas gasosos, Netuno também possui anéis, porém, eles são muito tênues e apresentam grande distância entre si, além de uma grande variabilidade de densidade em toda sua composição. Os oito principais satélites naturais de Netuno são: Naiad, Thalassa, Despina, Galatea, Larissa, Proteus, Tritão e Nereida. Segundo pesquisas, estima-se que Netuno tenha entre 13 e 15 satélites. O mais peculiar de todos é Tritão. Pouco menor que a Lua, Tritão tem uma intensa atividade vulcânica, só que o material que ele expele em suas constantes erupções é nitrogênio líquido. Um líquido extremamente frio que cobre quase toda a sua superfície e corre como um verdadeiro rio nos locais onde o solo consegue ser aquecido a ponto de derreter o gelo. Outra peculiaridade de Tritão, é que sua órbita é em sentido contrário a dos outros satélites e ele, assim como Netuno, também apresenta um eixo de rotação inclinado.

Urano e Netuno fotografados durante o projeto The Two Micron All Sky Survey

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segunda-feira, 12 de abril de 2021

PLANETA URANO

   Urano é o sétimo planeta a partir do Sol, o terceiro maior e o quarto mais massivo dos oito planetas do Sistema Solar. Foi o primeiro planeta a ser encontrado por meio de um telescópio, pelo astrônomo William Herschel, em 1781. Foi nomeado em homenagem ao deus grego do céu, Urano, o pai de Cronos (Saturno) e o avô de Zeus (Júpiter). Embora seja visível a olho nu em boas condições de visualização, não foi reconhecido pelos astrônomos antigos como um planeta devido ao seu pequeno brilho e sua órbita lenta. Urano demora 84 anos terrestres para completar uma rotação ao redor do Sol.

Translação de Urano ao redor do Sol a cada 84 anos teerrestres.

  Assim como Vênus, Urano gira de leste a oeste. Observações mais detalhadas do planeta foram realizadas pela sonda Voyager, em 1986 e pelo telescópio Hubble. Juntamente com Netuno, é um dos dois gigantes de gelo do céu. É formado, principalmente, por hidrogênio e hélio, sendo classificado também como planeta gasoso, e contém mais gelo, tais como água, amônia e metano, assim como traços de hidrocarbonetos. É a mais fria atmosfera planetária do Sistema Solar, com uma temperatura mínima de -224 ºC. Tem uma complexa estrutura de nuvens em camadas, e acredita-se que a água forma as nuvens mais baixas, e o metano, as mais externas. Em contraste, seu interior é formado principalmente por gelo e rochas. A distância média em relação ao Sol é de aproximadamente 3 bilhões de quilômetros. A velocidade da órbita de Urano é de 27,4 mil km/hora e a massa é 14,5 vezes maior que a da Terra. A cor azulada resulta da absorção de luz vermelha do metano nas camadas superiores da atmosfera.

Comparação de tamanho entre a Terra e Urano

  O planeta Urano exibe 13 anéis. As observações mais evidentes dos anéis de Urano ocorreram em 1977, por equipes do Airborne Observatory Kuiper e do Observatório de Perth, da Austrália. Na ocasião, foram descobertos cinco anéis, denominados Alpha, Beta, Gamma, Delta e Epsilon, considerando a ordem crescente de distância do planeta pelos pesquisadores da Airborne Observatory Kuiper.

  Já a equipe de Perth identificou seis mergulhos distintos na luz das estrelas, que eles chamaram anéis de 1 a 6. Após as observações da Voyager 2, em 1986, foram descobertos mais dois anéis.

  Os anéis estão localizados na parte interna das órbitas dos satélites, têm muitas divisões, são opacos e estreitos. A composição dos conjuntos de anéis de Urano não é conhecida, mas assim com os de Saturno, seriam formados por gelo e partículas escuras que não refletem luz. A formação teria ocorrido por choques de satélites, mas não há dados conclusos.

Sistema de anéis de Urano

  Urano possui 27 luas conhecidas que são nomeadas com personagens das obras de William Shakespeare ou Alexander Pope. As primeiras quatro luas, Titânia, Oberon, Ariel e Umbriel, foram descobertas entre 1787-1851. A mais complexa de todas, Miranda, foi descoberta em 1948. As cinco principais luas de Urano são: Miranda, Ariel, Umbriel, Titânia e Oberon. A massa total dos satélites uranianos é a menor entre os gigantes gasosos. Titânia é o maior dos satélites uranianos, possuindo um raio de 788,9 quilômetros, menos da metade do raio da Lua. As luas de Urano são conglomerados compostos por aproximadamente de 50% de gelo e 50% de rocha, do qual pode incluir amônia e dióxido de carbono.

As cinco maiores luas de Urano

domingo, 28 de março de 2021

SATURNO: O PLANETA DOS ANÉIS

  Saturno é o sexto planeta a partir do Sol e o segundo maior do Sistema Solar, sendo superado apenas por Júpiter. É conhecido pelo complexo sistema de anéis, formados principalmente por gelo e poeira cósmica, possuindo 53 luas e outras nove em pesquisa. Pertence ao grupo dos gigantes gasosos (além de Saturno, fazem parte desse grupo de planetas Júpiter, Urano e Netuno), possuindo cerca de 95 massas terrestres e orbita a uma distância média de 9,5 unidades astronômicas. O diâmetro de Saturno é de 119,3 mil quilômetros e o seu volume é 755 vezes maior que a Terra. Possui uma das mais rápidas rotações do Sistema Solar de oeste para leste, demorando 10 horas e 39 minutos para dar a volta sobre si mesmo.

  O movimento de translação de Saturno (giro que o planeta dá em torno do Sol) é feito em 29 anos, 167 dias e 6 horas terrestres, girando em torno de 34,7 km/hora. A temperatura na superfície de Saturno é de 125°C negativos.

  O planeta Saturno foi descoberto em 1610 pelo astrônomo italiano Galileu Galilei e recebeu o nome do deus romano da agricultura. É o planeta mais distante que pode ser observado da Terra a olho nu.

Comparação de tamanho entre Saturno e a Terra

  Saturno possui um pequeno núcleo rochoso, circundado por uma espessa camada de hidrogênio metálico e hélio. A sua atmosfera também é composta de hidrogênio, apresentando faixas com fortes ventos, cuja energia provém tanto do calor recebido do Sol quanto da energia irradiada de seu centro. O centro de Saturno é composto por um núcleo denso de rocha, gelo e água.

  As observações realizadas em Saturno indicam que os anéis do planeta são formados por pedaços de cometas, asteroides e luas despedaçadas. Os anéis mais conhecidos são denominados A, B e C, mas há sete no total, todos representam letras do alfabeto à medida em que foram descobertos. Cada um tem milhares de quilômetros de extensão, chegando a 282 mil quilômetros, mas são, em geral, de espessura média a 1 quilômetro.

O céu de Lisboa, Portugal, em 27 de julho de 2018, às 21:35

  Embora permaneçam em torno de Saturno, os anéis orbitam em velocidades diferentes.

  A primeira lua de Saturno a ser descoberta a ser descoberta foi Titã, por Christiaan Huygens, em 1655. Em seguida, Giovanni Domenico Cassini descobriu Iapetus (1671), Rhea (1672), Dione (1684) e Tétis (1684). As luas Mimas e Enceladus foram descobertas por William Herschel em 1789 e, 50 anos mais tarde, foram observadas Hyperion (1848) e Phoebe (1898).

  Com a melhoria no sistema de observação, no século XIX foram descobertas outras luas a orbitar Saturno, totalizando 18. Em decorrência dos trabalhos da missão Cassini já foram identificados 53 satélites.

Mapa do sistema das luas e do anel de Saturno
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domingo, 21 de fevereiro de 2021

PLANETA TERRA

  A Terra é um ponto minúsculo na imensidão do Universo. Com outros sete planetas - Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno -, faz parte do nosso Sistema Solar e, como eles, recebe luz e calor do Sol.

  No entanto outras condições favoráveis, como a presença de água em estado líquido, oxigênio e temperaturas adequadas, fazem da Terra o único planeta entre os identificados pelo ser humano, que permite a existência de formas de vida tal como as conhecemos.

  A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol. É também o quinto maior planeta do Sistema Solar, atrás de Júpiter (o maior dos oito), Saturno, Urano e Netuno.

  Além dos planetas, outros corpos celestes fazem parte do Sistema Solar, a exemplo de cometas e satélites. Alguns planetas possuem satélites naturais - corpos que, pela ação da gravidade, orbitam ao redor deles.  Marte, por exemplo, tem dois satélites, e a Terra, apenas um, a Lua.

  A Terra não é uma esfera perfeita. Além de apresentar elevações (montanhas, cordilheiras etc.) e depressões em sua superfície, é levemente achatada nos polos e abaulada (que tem forma convexa ou curva, arqueado) na altura da linha equatorial. A circunferência equatorial da Terra é de 40.076 quilômetros, ao passo que a circunferência polar é de 40.009 quilômetros. Por isso, diz-se que a Terra é um esferoide, ou seja, tem forma semelhante à de uma esfera. Daí a denominação geoide (do grego geo: terra; oide: forma), comumente adotada para identificar a forma específica do planeta Terra.

A Terra e a Lua vista de Marte pelo Mars Reconnaissance Orbiter

  A forma da Terra influencia diretamente a distribuição da luz solar.  Os raios solares incidem de forma diferente quanto à intensidade em distintos lugares do planeta, sendo que nas áreas próximas à linha do Equador, ou zona intertropical, a luz atinge a superfície terrestre de forma perpendicular, desse modo, automaticamente, maior a intensidade e o calor.

  A partir da zona intertropical em direção aos polos, os raios, devido à forma arredondada do planeta, incidem na superfície dessas regiões com menor intensidade, pois atingem o planeta de maneira inclinada e, consequentemente, as temperaturas são menores.

  A partir dessa ideia, fica claro que entre dois polos existe uma grande oscilação de temperaturas, decorrente principalmente do modo e da intensidade com que os raios solares incidem na superfície, que determinam a existência de elevadas, baixas e médias temperaturas, dispersas em toda extensão do planeta.

Figurinha mostrando como ocorre a iluminação do nosso planeta pelos raios solares

  Em virtude da forma esférica e geoide do planeta Terra, os raios solares incidem de forma diferente em distintos lugares do planeta, alterando também a temperatura sazonal desses lugares e criando zonas térmicas diferentes. As zonas térmicas são as diferentes zonas de intensidade de luz e calor que a Terra recebe do Sol. As zonas térmicas ou zonas de iluminação estão divididas em: Zona Polar Ártica, Zona Temperada Norte, Zona Tropical ou Intertropical, Zona Temperada do Sul e Zona Polar Antártica.

Mapa mostrando as zonas térmicas da Terra

  As zonas polares se localizam entre os polos (Norte e Sul) e círculos polares (Norte e Sul). As regiões polares recebem radiação solar menos intensa do que as outras partes da Terra porque a energia do Sol chega em um ângulo oblíquo, espalhando-se por uma área maior, e também percorre uma distância maior pela atmosfera da Terra, na qual pode ser absorvida, espalhada ou refletida, que é a mesma coisa que faz com que os invernos sejam mais frios do que o resto do ano em zonas temperadas.

Iglu na Zona Polar Ártica

  É chamado de zona temperada cada um dos dois tipos de zonas latitudinais da Terra que se estendem dos trópicos aos círculos polares. Do Círculo Polar Ártico ao Trópico de Câncer nós temos a Zona Temperada Norte. A Zona Temperada Sul se localiza entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico. São zonas térmicas que apresentam estações bem definidas, com verões quentes e invernos frios e com maior variação à medida que a latitude aumenta. Portanto, uma zona temperada também pode se referir a um tipo de zona térmica da Terra.

Floresta temperada na Europa

  A Zona Intertropical se estabelece entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. É determinada pela transição terrestre e pela inclinação do eixo terrestre em relação ao plano da eclíptica. É a zona geoastronômica mais extensa do planeta. As zonas intertropicais também são chamadas de regiões tórridas ou tropicais. Geralmente, é uma referência ao clima quente.

Floresta Amazônica - localizada na zona intertropical, é a maior floresta equatorial do mundo

  O planeta Terra, assim como os demais corpos celestes, não está parado no Universo. Ele executa diversos movimentos, principalmente os de rotação e de translação. Esses movimento influenciam as dinâmicas do planeta e, consequentemente, impactam a vida de todos os seres vivos, incluindo os humanos.

O movimento de rotação

  O movimento de rotação da Terra é o giro que o planeta faz ao redor de si mesmo, ou seja, ao redor do próprio eixo. Logo, os dias, as noites e os diferentes horários na superfície terrestre são consequências do movimento de rotação.

  A duração de uma volta da Terra ao redor do próprio eixo é de aproximadamente 23 horas e 56 minutos. Esse tempo é chamado de dia sideral ou astronômico. Existe ainda o dia solar, com 4 minutos a mais, que é o tempo que o Sol leva, depois que passa por um meridiano, para passar sobre ele novamente. Essas 24 horas correspondem à duração de um dia terrestre.

  O eixo terrestre é inclinado em relação ao plano da órbita da Terra, que é o caminho que ela descreve ao redor do Sol. Essa inclinação mede aproximadamente 23°30' (lê-se 23 graus e 30 minutos, ou 23 graus e meio). Os diferentes níveis de inclinação do eixo terrestre de acordo com o movimento do planeta ao redor do Sol resultam nas estações do ano.

Animação mostrando o movimento de rotação da Terra

O movimento aparente do Sol

  Movimento aparente é a impressão que temos do movimento de um objeto qualquer, em virtude de nossa posição na superfície terrestre. Esse mesmo fenômeno acontece com relação ao Sol, que parece se movimentar no céu: ele "nasce" pela manhã, está a pino por volta do meio-dia e se põe ao fim da tarde. É por isso que durante muito tempo, acreditou-se que o Sol girava ao redor da Terra, até que se compreendeu que isso é só impressão e que, na realidade, é o nosso planeta que está girando constantemente ao redor de si próprio e do Sol.

  A impressão que um observador situado na superfície terrestre tem é a de que o sol "nasce" na direção leste. Isso se deve ao sentido do movimento de rotação da Terra - de oeste para leste -, que é oposto ao movimento que o Sol aparenta fazer durante o dia. É a mesma impressão que temos ao olhar objetos pela janela de um trem em movimento: parece que os objetos estão se movendo para trás; no entanto, quem se movimenta é o trem, e para a frente. Assim, ao longo do dia, conforme o Sol aparentemente se movimenta de leste para oeste no céu, a sombra das pessoas e dos objetos se desloca na direção oposta, de oeste para leste, acompanhando o movimento de rotação do planeta.

  Nos locais situados entre os trópicos, aproximadamente ao meio-dia, o Sol está a pino, ou seja, situado acima do local de referência, de modo que, nesse instante, uma pessoa em pé estaria exatamente sobre a própria sombra.

Figurinha mostrando o movimento aparente do Sol

O movimento de translação

  Além de girar em torno do eixo imaginário que une o Polo Norte ao Polo Sul, realizando o movimento de rotação, a Terra se desloca ao redor do Sol. Quando um astro faz um trajeto ao redor do outro, dá-se a esse "caminho" o nome de órbita. A Terra descreve ao redor do Sol uma órbita elíptica, ou seja, em forma de elipse, e não de circunferência. Esse é o movimento de translação da Terra.

  Para dar uma volta completa em torno do Sol, a Terra leva 365 dias e 6 horas - mais precisamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Esse intervalo de tempo é chamado de ano solar, adotado como medida de tempo na elaboração do nosso calendário. Para facilitar, os astrônomos arredondaram o ano para 365 dias; as seis horas restantes são chamadas e incorporadas ao mês de fevereiro a cada quatro anos. Quando isso acontece, o mês de fevereiro passa a ter 29 dias, e o ano, chamado de bissexto, 366 dias.

Animação mostrando o movimento de translação da Terra

A inclinação do eixo da Terra

  Em relação ao plano da órbita, chamado também de plano eclíptica, o eixo de rotação da Terra não é perpendicular, e sim inclinado.

  A inclinação do eixo da Terra, associada ao movimento de translação e à forma do planeta, explica porque os hemisférios Norte e Sul recebem diferentes quantidades de insolação - luz e calor do Sol - ao longo dos doze meses do ano. É essa diferença que determina as estações do ano e, consequentemente, interfere na diversidade de características climáticas e vegetais da Terra, como também nas atividades humanas - agricultura, pecuária, transportes, lazer, entre outras.

Inclinação do eixo da Terra

As estações do ano

  As estações do ano - primavera, verão, outono e inverno -, tem cada uma, duração aproximada de três meses, contemplando, portanto, os doze meses do ano.

  Na órbita que a Terra descreve ao redor do Sol, há quatro posições que indicam o início e o fim de cada estação. Duas delas recebem o nome de solstício - ocorrem nos dias 21 ou 22 de dezembro e 21 ou 22 de junho (depende se o ano for bissexto ou não) -, e as outras duas, de equinócio - ocorrem nos dias 20 ou 21 de março e 22 ou 23 de setembro.

Esquema mostrando como ocorrem as estações do ano

  A palavra "solstício" significa "Sol que se detém". Por causa da inclinação do eixo terrestre e da posição da Terra em relação ao Sol, no dia 21 de dezembro ocorre o chamado solstício de verão no Hemisfério Sul: os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Capricórnio. Nessa data, o Hemisfério Sul tem o dia mais longo do ano, quando se inicia o verão; e, no Hemisfério Norte, o dia é o mais curto do ano, marcando o início do inverno.

  No dia 21 de junho acontece o solstício de inverno no Hemisfério Sul: os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer. É o início do verão no Hemisfério Norte, com o dia mais longo do ano nessa porção do planeta, e do inverno no Hemisfério Sul, com o dia mais curto do ano.

Figurinha mostrando como ocorrem os solstícios

  A palavra "equinócio" significa "dias e noites iguais", ou seja, indica que a duração do período claro (dia) é igual à do período escuro (noite). Os equinócios ocorrem nos dias 21 de março e 23 de setembro, quando os raios solares incidem perpendicularmente sobre a linha do Equador, iluminando igualmente os dois hemisférios.

  O equinócio de 21 de março anuncia o início da primavera no Hemisfério Norte e do outono no Hemisfério Sul. Já o equinócio de 23 de setembro marca o início do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.

Figurinha mostrando como ocorre o equinócio

  As estações do ano se repetem todos os anos. Os povos antigos já as percebiam e regulavam suas atividades diárias em função delas: o plantio, a colheita, a época de se proteger do frio etc. No entanto, as estações do ano não são bem definidas em todos os lugares da Terra, pois variam de acordo com a latitude.

  Na zona tropical, por exemplo, onde está localizada a maior parte do território brasileiro, é mais difícil perceber as diferenças entre uma estação e outra. Essa é a zona de maior insolação do planeta, o que mantém a temperatura do ar atmosférico elevada durante o ano todo. Apenas nos estados brasileiros situados ao sul do Trópico de Capricórnio e em lugares situados  em altitudes mais elevadas, o inverno é mais frio.

  Nas zonas temperadas, as estações do ano são mais bem definidas: no inverno, as temperaturas são baixas e pode nevar em muitos lugares; no outono e na primavera, as temperaturas ficam amenas; e, no verão, elas costumam ser mais elevadas.

  Nas zonas polares, as quatro estações do ano também não são bem definidas. As temperaturas são sempre baixas, geralmente inferiores a 0°C.

Figurinha mostrando as estações do ano

domingo, 31 de janeiro de 2021

A EDUCAÇÃO NA COREIA DO SUL

  Na Coreia do Sul, a educação é prioridade. O investimento em instituições de ensino, sobretudo no nível básico, foi um dos fatores responsáveis por reerguer o país após a Guerra da Coreia (1950-1953). Mais de seis décadas após o conflito, a Coreia do Sul figura entre os Estados de mais destaque no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), uma pesquisa que mede o desempenho escolar de jovens de 15 anos em todo o mundo, em diversas áreas do conhecimento.

  O sistema de educação na Coreia do Sul é composto por escolas públicas e particulares. Ambos os tipos recebem financiamento do governo, embora a quantia que as escolas particulares recebam seja menor que a quantia das escolas estaduais. Nos últimos anos, o ensino superior sul-coreano tem sido internacionalizado, com a inauguração do Global Campus na Universidade Nacional de Incheon (com suporte para startup) e a abertura de uma faculdade internacional na Universidade Yonsei para adotar o esquema completo do ambiente de ensino de inglês.

Sala de aula em uma escola na Coreia do Sul

  A Coreia do Sul é um dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com melhor desempenho em leitura, matemática e ciências, com uma pontuação média de 519, em comparação com a média da OCDE de 493, ficando em nono lugar no mundo. O país possui uma das forças de trabalho com maior escolaridade do mundo entre os países da OCDE e é conhecido por sua obsessão com a educação, que passou a ser chamada de "febre da educação".

  O ensino superior é uma questão extremamente séria na sociedade da Coreia do Sul, onde é vista como uma das pedras angulares fundamentais da vida sul-coreana. A educação é considerada uma alta prioridade para as famílias sul-coreanas, pois o sucesso na educação é necessário para melhorar a posição socioeconômica de uma pessoa na sociedade sul-coreana em geral. Os sul-coreanos veem a educação como o principal propulsor da mobilidade social para eles e suas famílias e uma porta de entrada para a classe média sul-coreana. A graduação em uma universidade de ponta é marcador definitivo de prestígio, alto status socioeconômico, perspectivas promissoras de casamento e uma carreira de um trabalhador de colarinho branco respeitável.

Gráfico mostrando o total gasto por aluno dos 6 aos 15 anos pelo Brasil e pelos 10 melhores países no Pisa 2018

  A vida média de uma criança sul-coreana gira praticamente em torno da educação, pois a pressão para ter sucesso acadêmico está profundamente estabelecida nas crianças sul-coreanas com menos de 10 anos de idade. Os estudantes sul-coreanos enfrentam uma grande pressão para ter sucesso acadêmico de seus pais, professores, colegas e sociedade.

  Na Coreia do Sul, os professores estão entre os membros mais respeitados da sociedade e as faculdades de magistério estão entre as mais cobiçadas e concorridas. Os salários são elevados e os professores que se destacam se transformam em celebridades milionárias.

Universidade de Yonsei - Seul - Coreia do Sul

  Na Coreia do Sul, escolas de ensino médio são subsidiadas em 80% do seu orçamento pelo pelo Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia, enquanto que os outros 20% vêm de anuidades pagas pelos pais dos alunos. O ingresso é feito por meio de testes padronizados, administrados pelo governo, que também subsidia a anuidade dos alunos de baixa renda. O mesmo ocorre no ensino superior, onde todas as universidades cobram anuidades, inclusive as públicas.

  O vestibular na Coreia do Sul é um evento nacional e é considerado um assunto de vida ou morte para os estudantes sul-coreanos. No horário do vestibular fica proibido pousos e decolagens de voos comerciais, objetivando garantir o silêncio total durante as provas.

  Apesar do grande sucesso da educação na Coreia do Sul, nas últimas décadas o país vem sofrendo com um êxodo rural em massa de estudantes. Milhares de famílias têm enviado seus filhos pré-universitários para serem educados em países como Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

Gráfico mostrando a média salarial de um professor na Coreia do Sul

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

JÚPITER: O MAIOR PLANETA DO SISTEMA SOLAR

  Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar (tanto em diâmetro quanto em massa), o quinto a partir do Sol e o quarto corpo celeste mais brilhante no céu - os outros são o Sol, a Lua e Vênus. Possui menos de um milésimo da massa solar, contudo tem 2,5 vezes a massa de todos os outros planetas juntos. Junto com Saturno, Urano e Netuno, Júpiter faz parte dos chamados planetas gasosos. Estes quatro planetas são por vezes chamados de planetas jupterianos ou planetas jovianos e são os quatro gigantes gasosos, ou seja, que não são compostos primariamente de matéria sólida.

  Júpiter possui cerca de 143 mil quilômetros de diâmetro no Equador, o que equivale a onze vezes mais que o diâmetro da Terra. É orbitado por 67 satélites naturais, situando-se a uma distância média de 778,3 milhões de quilômetros do Sol. Júpiter foi batizado com esse nome em homenagem ao governante do Olimpo, Júpiter, o deus dos deuses.

Modelo do interior de Júpiter

  Júpiter é composto principalmente de hidrogênio, sendo um quarto de sua massa composta de hélio, apesar do hélio corresponder apenas um décimo do número total de moléculas. Também são encontrados na atmosfera traços de metano, vapor de água, amoníaco, sílicas, carbono, etano, sulfeto de hidrogênio, néon, oxigênio e enxofre. Na parte externa da atmosfera há cristais de amônio congelado e traços de benzeno.

  A atmosfera do planeta é dividida em diversas faixas, em várias latitudes, resultando em turbulência e tempestades. A mais conhecida é a Grande Mancha Vermelha, descoberta no século XVII e cujos ventos chegam a 500 quilômetros por hora. Essa tempestade tem um diâmetro transversal duas vezes maior que a Terra.

  Júpiter demora menos de 10 horas para completar a rotação sobre seu eixo. É o movimento de rotação mais rápido dos planetas do Sistema Solar. Já o movimento de translação demora cerca de 11,86 anos terrestres.

  Provavelmente, o planeta possui um núcleo rochoso composto por elementos mais pesados, embora, como os outros planetas gigantes, não possua uma superfície sólida bem definida. A atmosfera externa de Júpiter é visivelmente dividida em diversas faixas, em várias latitudes, resultando em turbulência e tempestades nas regiões onde as faixas se encontram. Uma dessas tempestades é a Grande Mancha Vermelha, uma das características visíveis de Júpiter mais conhecidas e proeminentes, cuja existência data pelo menos do século XVII, quando foi vista pela primeira vez com telescópio, com ventos de até 650 km/h e um diâmetro transversal duas vezes maior que a Terra.

Imagem da Grande Mancha Vrmelha, obtida pela Voyager 1, em 25 de fevereio de 1979

  Júpiter era conhecido por astrônomos de tempos antigos e era associado com as crenças mitológicas e religiosas de várias culturas. Os romanos nomearam Júpiter um deus de sua mitologia. Júpiter foi observado pela primeira vez por Galileu Galilei, em 1610, quando também foi possível a identificação de quatro de seus 63 satélites: Io, Europa, Ganimedes e Calisto.

  A camada de nuvens possui apenas 50 quilômetros de profundidade e consiste em duas partes: uma camada grossa inferior e uma camada superior mais fina e mais clara. É possível que existam nuvens finas de água sob a camada de amônia, que seriam a causa dos raios detectados na atmosfera. Estas descargas elétricas podem ter mil vezes o poder dos raios terrestres. As nuvens de água podem formar tempestades, alimentadas pelo calor proveniente do interior do planeta.

  As nuvens de Júpiter possuem cores de tom laranja e marrom devido a compostos que mudam de cor quando expostos aos raios ultravioleta do Sol. Estes compostos coloridos, chamados de cromóforos, misturam-se com as nuvens mais quentes da camada inferior. As zonas formam-se quando células de convecção ascendentes geram amônia cristalizada, que diminui a visibilidade da camada inferior de nuvens.

Animação mostrando o movimento de faixas atmosféricas do planeta Júpiter

  Júpiter possui um sistema de anéis bem menos evidente do que o de Saturno. Esse sistema é composto por um toro interno de partículas, conhecido como halo, um anel principal relativamente brilhante e um sistema de anéis externo, chamado de gossamer. Esses anéis parecem ser feitos de poeira (os anéis de Saturno são compostos de gelo). Acredita-se que o anel principal seja feito de material ejetado dos satélites Adrasteia e Métis. Este material, que normalmente cairia de volta nos satélites, é puxado em direção ao planeta por causa de sua enorme força gravitacional, alimentando o anel. A órbita do material se altera em direção a Júpiter e material novo é acrescentado por impactos adicionais.

  Júpiter possui um campo magnético 14 vezes mais forte do que a da Terra, variando entre 4,2 graus no equador a 10 a 14 vezes nos polos, o mais forte do Sistema Solar. Acredita-se que este campo seja gerado por correntes de Foucalt - o movimento giratório de materiais condutores - dentro da camada de hidrogênio metálico líquido. Os vulcões do satélite Io emitem grande quantidade de dióxido de enxofre e oxigênio, que, juntamente com íons de hidrogênio originários da atmosfera de Júpiter, formam uma folha de plasma no plano equatorial do planeta.

Modelo visual dos anéis de Júpiter

  Júpiter é o único planeta cujo centro de massa com o Sol fica fora do último, 1,068 raio solar ou 7% acima da superfície solar. A distância média entre Júpiter e o Sol é de 778 milhões de quilômetros. A órbita elíptica de Júpiter possui uma inclinação de 1,31º comparada com a da Terra.

  A influência gravitacional de Júpiter afetou o Sistema solar desde a sua formação. A inclinação das órbitas da maioria dos planetas do Sistema Solar é mais similar à inclinação orbital jupteriana do que à do equador solar.

Júpiter (em vermelho) completa uma órbita em torno do Sol (centro) para cada 11,86 órbitas da Terra (azul)

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