quinta-feira, 1 de setembro de 2016

OS COMPLEXOS INDUSTRIAIS E AGROINDUSTRIAIS DO BRASIL

  No decorrer do recente processo brasileiro de industrialização determinadas características de ordem socioeconômica e natural próprias de cada região colaboraram para o surgimento de centros industriais especializados em certos segmentos da produção fabril. Isso ocorreu não somente no Sudeste, mas também nas demais regiões do Brasil.
  Cada conjunto de indústrias especializadas, situadas em determinadas porção do espaço geográfico brasileiro, é chamado de complexo industrial ou complexo agroindustrial (especializado no processamento ou no fornecimento de matérias-primas agropecuárias). A formação desses complexos demonstra que, de maneira geral, as indústrias pertencentes a um mesmo segmento fabril instalam-se próximas umas das outras.
Colheita de milho no Mato Grosso
  Dentre os fatores que contribuíram para o surgimento destes centros industriais, estão:
POLO PETROQUÍMICO DE CUBATÃO
  A proximidade com a área portuária de Santos e com as indústrias da região metropolitana de São Paulo fizeram de Cubatão um dos mais importantes polos petroquímicos do Brasil. Além da proximidade do porto de Santos, a malha ferroviária e o complexo Anchieta-Imigrantes também contribuíram para transformar esse polo no maior polo industrial do país, englobando empresas dos setores petroquímico, siderúrgico, químico e de fertilizantes.
  Esse aglomerado de empresas de médio e grande porte trouxe a preocupação com o meio ambiente e, em 1983, foi criado o Projeto Cubatão, desenvolvido em conjunto com as indústrias do polo e a prefeitura da cidade, objetivando o controle ambiental e sua consequente recuperação, já que na década de 1970, a cidade foi considerada a mais poluída do Brasil e uma das mais poluídas do mundo.
Cubatão - SP
  O Polo Industrial de Cubatão está sob a jurisdição da Diretoria Regional do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Cubatão, criada em 1971 e que congrega grandes e importantes empresas do mercado nacional. Além de atender a empresas localizadas em Cubatão, a entidade dá suporte às indústrias de Guarujá e Bertioga. Ao todo, a regional conta com 52 empresas no seu quadro associativo.
  Esse polo industrial conta com a Refinaria Presidente Bernardes - Cubatão (RPBC). Essa refinaria está localizada no sopé da Serra do Mar e é cortada pela Estrada Velha São Paulo-Santos (a primeira rodovia asfaltada do Brasil), sendo uma unidade com alta capacidade de conversão.
  Os principais produtos produzidos no Polo Petroquímico de Cubatão são: gasolina A, gasolina Podium, gasolinas de competição, coque de petróleo, gasolina de aviação, óleo diesel, gás de cozinha, nafta petroquímica, gás natural, combustível para navios, hidrogênio, butano desodorizado, benzeno, xilenos e toluenos, hexano, enxofre, resíduo aromático, entre outros.
Polo Petroquímico de Cubatão
POLO PETROQUÍMICO DE CAMAÇARI
  O Polo Industrial de Camaçari está localizado no município de Camaçari e se estende até o município de Dias d'Ávila, ambos no estado da Bahia. Esse polo abriga diversas indústrias químicas e petroquímicas, automobilísticas, dentre outros ramos industriais. O polo iniciou suas operações em 29 de junho de 1978, tendo sido o primeiro complexo petroquímico planejado do país.
  A instalação das indústrias no Polo Petroquímico de Camaçari promoveu o desenvolvimento do município e da Bahia, gerando impactos na economia, educação e empregos.
  O polo surgiu sob o modelo tripartite, reunindo em sua composição acionária participações do Estado e da iniciativa privada nacional e estrangeira.
Camaçari - BA
  O polo investe na sua modernização com a introdução de novas tecnologias sem abrir mão dos profissionais locais. A maioria das empresas do polo está interligada por dutovias à unidade de insumos básicos da Braskem. Esta recebe derivados de petróleo da Petrobras e os transforma em petroquímicos básicos que, juntamente com energia elétrica, vapor, água e ar, são fornecidos às unidades produtivas da Braskem e às indústrias vizinhas de segunda geração que, de forma integrada, produzem os petroquímicos intermediários e alguns produtos finais.
Polo Petroquímico de Camaçari
QUADRILÁTERO FERRÍFERO
  As jazidas de ferro localizadas no Quadrilátero Ferrífero fizeram da Vale do Aço, a nordeste de Belo Horizonte, um dos principais centros siderúrgicos do país.
  O Quadrilátero Ferrífero é a região mineira que compreende os municípios de Caeté, Igarapé, Itabira, Itabirito, Itatiaiuçu, Itaúna, Jeceaba, João Monlevade, Juiz de Fora, Mariana, Mateus Leme, Moeda, Nova Lima, Ouro Preto, Raposos, Rio Acima, Rio Manso, Rio Piracicaba, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia, São Gonçalo do Rio Abaixo, São Joaquim de Bicas e Sarzedo. É a maior produtora brasileira de minério de ferro, sendo responsável por cerca de 60% de toda a produção nacional. Além do minério de ferro, são extraídos do Quadrilátero Ferrífero ouro e manganês.
  A região do Quadrilátero Ferrífero constitui o marco principal da interiorização da ocupação portuguesa no Brasil.
Mariana (MG) - Uma das cidades que compõe o Quadrilátero Ferrífero
  A estrutura geológica do Quadrilátero Ferrífero é formada por rochas do período pré-cambriano (era Proterozoica), que se formaram há cerca de quatro bilhões de anos.
  O ferro extraído do Quadrilátero Ferrífero tem dois destinos: a produção na região do Vale do Rio Doce tem como destino o mercado externo, principalmente para a China; já o minério produzido na região do Vale do Rio Parapeba, tem como destino abastecer o mercado interno, principalmente as indústrias instaladas em Volta Redonda (RJ) e Cubatão (SP). Já a produção do manganês atende exclusivamente ao mercado interno.
Extração de minério de ferro em Itabirito - MG
ZONA FRANCA DE MANAUS
  A Zona Franca de Manaus (ZFM) é uma zona industrial criada pelo Decreto-Lei 288/67 com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico da Amazônia Ocidental. É administrado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e abriga um grande número de indústrias, principalmente do ramo eletroeletrônico.
  As indústrias não recebem incentivos para se instalar na Zona Franca de Manaus, porém, uma vez instaladas, recebem:
  • isenção de imposto de importação, que permite que as empresas atuem como montadoras, usando tecnologia internacional;
  • isenção do imposto de exportação;
  • isenção do imposto sobre produtos industrializados (IPI);
  • desconto parcial, fornecido pelo governo do Amazonas, no imposto de circulação de mercadorias e serviços (ICMS);
  • isenção por dez anos, fornecido pelo município de Manaus, do IPTU, da taxa de licença para funcionamento e da taxa de serviços de limpeza e conservação pública.
Visão parcial da cidade de Manaus (AM)
  A ZFM compreende três polos econômicos: comercial, industrial e agropecuário. O polo comercial teve uma maior ascensão até o final da década de 1980, quando o Brasil adotava o regime de economia fechada. O industrial é considerado a base de sustentação da ZFM. Nesse polo estão instaladas mais de 600 indústrias de alta tecnologia, que geram mais de meio milhão de empregos diretos e indiretos. Entre as indústrias instaladas destacam-se as de produtos eletroeletrônicos. O agropecuário abriga projetos voltados à atividades de produção de alimentos, agroindústria, piscicultura, turismo, beleza, beneficiamento de madeira, entre outras.
Zona Franca de Manaus
REGIÃO DO ABC PAULISTA
  A implantação de grandes montadoras de automóveis na região do ABC paulista fez com que o segmento industrial de autopeças (pneus, bancos, vidros, amortecedores, etc.), se desenvolvesse nessa área.
  ABC Paulista, Região do Grande ABC, ABC ou ainda ABCD, é uma região tradicionalmente industrial do estado de São Paulo, parte da Região Metropolitana de São Paulo, porém, com identidade própria. A sigla vem das cidades que originalmente formavam a região: Santo André (A), São Bernardo do Campo (B) e São Caetano do Sul (C) - às vezes é incluída Diadema (D), formando o ABCD Paulista. É relativamente comum encontrar também ABCDMRR, incluindo os municípios de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Mapa da Região do Grande ABC
  Foi pela região do ABC que se iniciou a ocupação do interior da capitania de São Paulo pelos portugueses. Em 1553, o pioneiro João Ramalho fundou a cidade de Santo André da Borda do Campo (atual Santo André). A capital do futuro estado, São Paulo, seria fundada um ano depois, em 1554.
  As cidades de São Bernardo e São Caetano têm origem nas fazendas de mesmo nome criadas na região pelos monges do Mosteiro São Bento no ano de 1797. São Bernardo do Campo cresceu como vila até tornar-se município em 1890. São Caetano do Sul separou-se em 1948 do município de Santo André, do qual fazia parte até então.
São Caetano do Sul - SP
  O ABC Paulista é marcado historicamente por ser o primeiro centro da indústria automobilística brasileira. A região abriga diversas montadoras transnacionais, como as alemãs Mercedes-Benz e a Volkswagen e as norte-americanas Ford e General Motors, a italiana Fiat, entre outras.
  A região do ABC é o terceiro polo econômico do Brasil; só perde para as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. É no ABC que se encontra uma das maiores concentrações de indústrias do país.
  O grande desenvolvimento do ABC Paulista aconteceu a partir dos anos 1950. Nessa época, se instalaram as primeiras indústrias automobilísticas do Brasil.
Santo André - SP
  A presença de indústrias de grande porte fez com que a região fosse o berço do movimento sindical contemporâneo no Brasil. As greves dos operários foram fortes no final da década de 1970, resultando na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
  Esta força sindical concentrada em uma só região (do ABC) tomou dimensões gigantescas, contribuindo, de forma negativa, para que algumas indústrias  deixassem o ABC e procurassem outros locais para instalar suas filiais, como foi o caso da Fiat, que se instalou em Minas Gerais.
São Bernardo do Campo - SP
COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE
  O Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Guedes, mais conhecido como Porto de Suape, é o mais completo polo para a localização de negócios industriais e portuários da região Nordeste. Está localizado entre os municípios pernambucanos de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Seu projeto foi baseado na integração porto-indústria, tendo como exemplo portos bem sucedidos da França e do Japão. Sua área de influência abrange os estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e parte do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e interior do Maranhão.
  Dispondo de uma infraestrutura completa para atender às necessidades dos mais diversos empreendimentos, Suape tem atraído um número cada vez maior de empresas interessadas em colocar seus produtos no mercado regional ou exportá-los para outros países.
Complexo Industrial Portuário de Suape, entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho - PE
COMPLEXO INDUSTRIAL DE PECÉM
  O Complexo Industrial e Portuário de Pecém está localizado entre os municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Aglomera várias estruturas, empreendimentos e companhias industriais, em especial, o Terminal Portuário de Pecém, já em operação, e as futuras Zona de Processamento de Exportação do Ceará, Companhia Siderúrgica do Pecém, Refinaria Premium II da Petrobras, e as termelétricas Energia Pecém (MPX e EDP) e MPX Pecém II. A região industrial também faz parte do projeto do Eixão das Águas.
  A interligação modal do complexo é feita por meio da ferrovia Transnordestina e rodoviário através da rodovia federal BR-222 e da rodovia estadual CE-422.
Complexo Industrial e Portuário de Pecém, entre os municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia - CE
AGROINDÚSTRIA DA CANA-DE-AÇÚCAR
  As extensas lavouras de cana-de-açúcar na Zona da Mata nordestina, na região norte fluminense e no interior do estado de São Paulo possibilitaram o desenvolvimento da indústria sucroalcoleira nessas regiões.
  A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no início do século XVI, quando foi iniciada a instalação de engenhos de açúcar. Esse produto foi a base da economia do Nordeste brasileiro na época do Brasil-Colônia.
  Atualmente, o Brasil é o principal produtor de cana-de-açúcar do mundo. Seus produtos são largamente utilizados na produção de açúcar, álcool combustível e, mais recentemente biodiesel. São Paulo é o estado brasileiro que mais produz cana-de-açúcar, respondendo por mais de 50% da produção no país, seguido de Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Alagoas e Pernambuco.
Colheita de cana-de-açúcar, em Piracicaba - SP
  O setor sucroalcooleiro brasileiro despertou o interesse de diversos países, principalmente pelo baixo custo de produção de açúcar e álcool. Este último tem sido cada vez mais importado por nações desenvolvidas, que visam reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e a dependência de combustíveis fósseis.
  No Brasil, a agroindústria da cana-de-açúcar tem adotado políticas de preservação ambiental, que são exemplos mundiais na agricultura, embora, nessas políticas, não estejam contemplados os problemas decorrentes da expansão acelerada sobre vastas regiões e o prejuízo decorrente da substituição da policultura pela monocultura canavieira.
  Para renovação do cultivo, algumas indústrias canavieiras fazem, a cada quatro ou cinco anos, plantio de leguminosas, principalmente da soja, que recuperam o solo pela fixação de nitrogênio.
Usina de cana-de-açúcar em Pradópolis - SP
AGROINDÚSTRIA FUMAGEIRA
  As lavouras de fumo no sul de Santa Catarina e no norte e nordeste do Rio Grande do Sul propiciaram o desenvolvimento da indústria fumageira nessa região do país.
  Planta originária dos Andes, o tabaco acompanhou as migrações dos índios por toda a América Central, até chegar ao território brasileiro. Entre os indígenas, o tabaco era consumido de diferentes maneiras (comido, bebido, mascado, aspirado e fumado), mas o hábito de fumar predominava e esta forma de consumo acabou se difundindo pelo mundo ao longo dos anos.
  No Brasil, no início do século XVI, os primeiro portugueses ao desembarcarem no país já encontraram o cultivo do tabaco em quase todas as tribos indígenas. Para os índios brasileiros, a planta possuía caráter sagrado e origem mística. Seu uso era, geralmente, limitado a ritos mágico-religiosos, como no evocar dos deuses e nas predições, bem como para fins medicinais, para cura de ferimentos, entre outros, sendo seu uso reservado exclusivamente aos pagés (feiticeiros).
Lavoura de fumo no Rio Grande do Sul
  As primeiras lavouras de tabaco formadas pelos colonos brasileiros surgiram da necessidade de garantir o consumo próprio. Porém, a procura pelo produto na Europa, fez com que o excedente fosse logo exportado para o continente europeu, contribuindo para aumentar a área plantada no Brasil.
  Após a independência do Brasil, em 1822, deu-se um grande impulso às lavouras de fumo. A possibilidade de comércio direto com outros países representou um grande incentivo a produção a partir de 1850, destacando-se como maiores produtores nessa época, as províncias de Minas Gerais e Bahia. Com a vinda de imigrantes europeus para o país, essa produção se estendeu para os estados sulinos, principalmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
  Atualmente, o Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de tabaco, seguido de Santa Catarina e Paraná que, juntos, respondem por cerca de 98% da produção do país.
Santa Cruz do Sul - RS - capital basileira do fumo
AGROINDÚSTRIA DA SOJA
  O avanço da unidade de produção capitalista sobre o meio ambiente, terras cultiváveis e terras da agricultura familiar, é denominado de fronteira agrícola. A fronteira agrícola está ligada à necessidade de maior produção de alimentos e criação de animais sob a demanda internacional de importação destes produtos. Além disso, seu crescimento acelerado também está ligado à ausência de políticas públicas eficazes onde a terra acaba sendo comprada barata e o controle fiscal inoperante. Dentre os principais produtos cultivados nas áreas de fronteira agrícola, estão a soja e o milho.
  A soja é, no Brasil, um dos principais itens da produção agrícola, sendo  o país segundo maior produtor mundial desse produto, perdendo apenas para os Estados Unidos, movimentando em sua cadeia produtiva do agronegócio bilhões de dólares todos os anos.
Cultivo de soja no Mato Grosso
  Até o século XIX, a soja era plantada apenas na Bahia em pequena escala. Com a chegada dos japoneses no Brasil, houve uma proliferação do cultivo da soja. A partir da década de 1940, a soja começa a ganhar importância econômica no Rio Grande do Sul, onde mostrou boa adaptação às condições de clima e solo locais. Sua produção intensificou-se e espalhou para os estados vizinhos, Santa Catarina e Paraná, principalmente nas décadas de 1960 e 1970, por causa de incentivos do governo, interessado em desenvolver sua produção.
  A partir da década seguinte, a soja tornou-se o principal produto do agronegócio brasileiro. A sua expansão deveu-se ao crescente aumento de sua demanda no mercado mundial, em função do seu uso como matéria-prima em diversos setores da atividade industrial. O grão de soja é processado em fábricas, dando origem a óleo comestíveis, ao farelo utilizado como fonte de proteínas nas rações animais e a biocombustíveis.
Colheita de soja em Lucas do Rio Verde - MT
  A partir da década de 1980, a produção de soja expandiu-se rapidamente para o Centro-Oeste e as áreas de Cerrado. A expansão da soja no Cerrado está atrelado aos incentivos do governo em promover a ocupação e o desenvolvimento econômico da região Centro-Oeste. Devido aos incentivos fiscais no Estado, aos investimentos na infraestrutura local, como a construção de estradas, ao baixo preço das terras e ao relevo propício da região, diversos produtores migraram para o Centro-Oeste. A opção pela soja se deu devido à grande demanda internacional do produto - e, com isso, às boas possibilidades de lucro propiciadas pelo seu cultivo.
  O estado do Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de soja, seguido do Paraná e do Rio Grande do Sul.
Colheita de soja em Sinop - MT
INDÚSTRIAS FRIGORÍFICAS E ALIMENTÍCIAS
  As criações de gado, aves e suínos nos três estados da região Sul permitiram o crescimento de grandes frigoríficos e processadoras de alimentos na região.
  Entre o fim do século XIX e a primeira metade do século XX, as paisagens dominadas pela Mata de Araucária foram profundamente alteradas por imigrantes alemães, italianos, eslavos e migrantes de outras partes do país.
  Diferentemente do padrão latifundiário de outras regiões, no centro-oeste sulino, do norte do Paraná ao norte do Rio Grande do Sul, as terras foram ocupadas por pequenas propriedades familiares, com lavouras variadas e criações modestas.
  Hoje, as menores taxas de concentração de terras do país estão nessa região, onde milhares de pequenas e médias propriedades formam a base de um dos maiores sistemas de suinocultura e avicultura integrada do mundo.
Propriedade rural, em Blumenau - SC
   Muitos integradores têm granjas especializadas na criação de matrizes, desenvolvidas exclusivamente para produzir ovos férteis que gerem descendentes com as qualidades desejadas pela agroindústria.
  A incubação dos ovos também é feita em escala industrial. Assim que nascem, os pintinhos fora do padrão são descartados e os outros são vacinados, agrupados aos milhares e enviados no mesmo dia para os integrados.
  A produção de aves costuma ocorrer em regiões produtoras de milho, base da alimentação desses animais. A dobradinha grãos-aves é essencial para a agroindústria do Sul. O desenvolvimento de uma cultura estimulou a outra; a região concentra atualmente a segunda maior produção de milho e soja do Brasil.
  Os integradores montam fábricas de ração onde há abundância de grãos e aviários, economizando com matéria-prima e transporte.
Aviário em Criciúma - SC
  No sistema de integração, os abatedouros-frigoríficos são os integradores. Eles coordenam a cadeia produtiva, produzindo e distribuindo rações e animais padronizados para engorda em diversas granjas, os integrados.
  Além de ter uma cadeia produtiva concentrada, a avicultura sulina está relativamente perto de alguns dos maiores centros consumidores do país e de portos pelos quais escoa a maior parte das exportações brasileiras de carne de frango - Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e Rio Grande (RS).
Suinocultura
REFERÊNCIAS: Boligian, Levon
Geografia espaço e vivência, vol. 2 / Levon Boligian, Andressa Turcatel Alves Boligian. - 2. ed. - São Paulo: Saraiva, 2013.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

A REPÚBLICA DAS HONDURAS

  A República de Honduras está localizado na América Central Continental, e abrigou várias culturas indígenas importantes, sendo a mais notável delas, os Maias. Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a visitar as Islas de la Bahia, na costa do país, desembarcando perto da atual cidade de Trujillo.
  Grande parte do país foi conquistado e colonizado pela Espanha no século XVI, que introduziu seu idioma e muitos dos seus costumes. Foi organizada como uma província do Reino de Guatemala e teve três capitais: Trujillo, Comayagua e Tegucigalpa, a atual capital. Tornou-se independente em 1821 com um regime republicano.
  O país foi uma das bases estadunidenses para o combate ao movimento revolucionário socialista que se instalou tanto em El Salvador quanto na Nicarágua, nas décadas de 1970 e 1980.
Mapa de Honduras
HISTÓRIA
  O território que atualmente corresponde a Honduras era habitado por civilizações maias. Em 426 d.C., a cidade maia de Copán, considerada a capital intelectual Maia, devido à sua rica arquitetura e design, foi uma das cidades mais importantes desta civilização. Muitos dos descendentes maias permaneceram na região após o abandono da cidade, por volta do ano 800.
  O mais antigo sítio arqueológico de Honduras é a Caverna Gigante, no Departamento de La Paz, com resquícios de ocupação por volta de 11.500 a.C. Nela, os arqueólogos encontraram sabugo de milho com datação desse período.
Ruínas da cidade maia de Copán, em Honduras
  Em 1497, os espanhóis Yañez Pinzon e Diaz de Solis, chegam à costa de Honduras. Cristóvão Colombo chegou no território hondurenho em 1502, onde o batizou de Honduras, que significa "profundidades". Quando Colombo chegou a Honduras, a civilização maia já estava decadente e os remanescentes da outrora gloriosa civilização habitavam Copán, Quiriguá e outros locais.
  Entre 1522 e 1527, começa as expedições de conquista. Esse período foi marcado por intensas guerras entre os colonizadores espanhóis e os indígenas que, sob o comando do chefe Lempira, resistiram bravamente ao avanço dos europeus em direção ao interior até serem impiedosamente massacrados em 1539, quando os espanhóis passaram a controlar toda a colônia. Nesse mesmo ano, Honduras foi incorporada à Capitania Geral da Guatemala, ficando nessa condição durante todo o período colonial.
Trujillo - primeira capital de Honduras e, segundo estimativas 2016, possui uma população de 13.281 habitantes
  Com a descoberta de minas de ouro e prata no território hondurenho entre 1570 e 1580, numerosos grupos de imigrantes chegaram ao país, transformando-o num centro de intrigas e conflitos.
  Em 1600, os espanhóis começam a explorar as riquezas da América do Sul, deixando a costa da América Central abandonada, fazendo com que piratas franceses e ingleses se apossassem da região. Com o litoral ocupado pelos piratas, os espanhóis foram obrigados a adentrarem para o interior até 1739, quando uma guerra entre Inglaterra e Espanha, fez com que os espanhóis recuperassem o território. Mais tarde, a região foi invadida por madeireiros ingleses, que passaram a controlar a costa do Mosquito no final do século XVIII.
  Em 1821, com o México já independente da Espanha, as províncias integrantes da Capitania Geral da Guatemala (Guatemala, El Salvador, Honduras, Costa Rica e Nicarágua) romperam seus vínculos com a Metrópole, declarando-se independentes. No ano seguinte, passaram a integrar o Império Mexicano, do qual se separaram um ano depois para formar a República Federal das Províncias Unidas da América Central. Divergências entre os países membros provocaram a dissolução da província, e os estados-membros tornaram-se independentes em 1838.
La Ceiba - com uma população de 163.257 habitantes (estimativa 2016) é a quarta maior cidade de Honduras
  O primeiro presidente constitucional foi o conservador Francisco Ferrera, que foi eleito em 1841. Os conservadores mantiveram-se no poder até 1876, quando foi eleito o liberal Marco Aurélio Soto que, quatro anos depois, promulgou uma nova Constituição em que os princípios liberais estavam presentes. Nas últimas décadas do século XIX, Honduras sofreu interferências da Guatemala em seus assuntos internos, devido principalmente às suas crenças e apoio liberal.
  Ao longo do século XX, ditadores militares ocuparam gradativamente o poder. Nos primeiros anos deste século, o presidente da Nicarágua, José Santos Zelaya, impôs Manuel Bonilla como presidente de Honduras, fazendo com que o país mergulhasse num intenso período de rebeliões internas. Entre 1911 e 1912, os Estados Unidos enviaram tropas para proteger os interesses das empresas norte-americanas que atuavam no país, em especial a United Fruit Company e a Standard Fruit Company.
  A conjuntura de instabilidade continuou até 1932, ano em que foi eleito o general Tiburcio Carías Andino, que realizou reformas constitucionais que lhe permitiram instituir uma ditadura. Tiburcio Carías se manteve no poder até 1949, quando ocorreu uma revolta política, sendo sucedido por Juan Manuel Galvéz, que tentou restaurar a normalidade.
El Progreso - com uma população de 112.876 habitantes (estimativa 2016) é a quinta maior cidade de Honduras
  A história da democracia hondurenha é marcada por um episódio em especial, que representou a força dos movimentos sociais no país. Trata-se da famosa "Greve da Banana" de 1954, protagonizada por cerca de 25 mil empregados da United Fruit Company, que reivindicavam melhorias nas condições de trabalho nos bananais. O movimento resultou no estabelecimento de uma legislação trabalhista, além do enfraquecimento da companhia que praticamente controlava o país.
  Em 1963, um golpe de Estado com o apoio dos Estados Unidos foi liderado pelo coronel López Aureliano, dando início a uma ditadura militar que durante 34 anos controlou o país.
  Em 1969, relações diplomáticas tensas entre Honduras e El Salvador, motivadas pela desapropriação de terras pertencentes à imigrantes salvadorenhos em Honduras, resultaram em um conflito armado que ficaria conhecido como Guerra do Futebol, pois o estopim foi uma partida entre as seleções dos dois países, nas eliminatórias para a Copa do México, em 1970.
  A guerra deixaria o país em uma situação econômica ainda mais frágil e, após a retomada do poder pelos civis em 1970, um novo golpe militar em 1972 e um novo regresso ao governo civil em 1979, Honduras mergulhou na década de 1980 como um grande aliado dos Estados Unidos, que passaram a ajudar o governo local militar e economicamente.
  Como Honduras estava localizado entre El Salvador e Nicarágua, ambos em pleno movimento revolucionário, o país era de grande importância estratégica para o governo norte-americano. Nessa época, simpatizantes das causas do sandinismo (movimento revolucionário da Nicarágua) e da FMLN (Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional - movimento revolucionário de El Salvador) passaram a ser perseguidos e reprimidos, espalhando o terror pela população.
Ciudad Choluteca - com uma população de 84.953 habitantes (estimativa 2016) é a sexta maior cidade de Honduras
  Em 1981, após nove anos de regime militar, Roberto Suazo Córdova, do Partido Liberal, venceu as eleições presidenciais. Em 1982, uma nova Constituição, apoiada pelos Estados Unidos, almejava o aumento da atividade democrática no país. Como condição para o apoio norte-americano, o país forneceu a base para os "contras" da Nicarágua. Honduras foi incluído, em 1983, nos planos de defesa da região proposto pelos Estados Unidos, servindo de base para treinamento de soldados. Em 1985, aumentou a tensão entre Honduras e Nicarágua.
  Em 1986, ocorreu a primeira transferência de poder na história do país sem interferência militar direta, com a eleição do liberal José Simón Azcona del Hoyo. O novo presidente abraçou um movimento pacifista que foi posto em plano pelos países da América Central. Ameaçou interromper a atividade dos "contras" e diminuir o poder dos militares.
  Em 1987 e 1989 foram assinados acordos com Costa Rica, Guatemala, Nicarágua e El Salvador visando restabelecer a paz na região. Honduras, no entanto, manteve-se economicamente dependente dos Estados Unidos.
  Em 1989, Rafael Leonardo Callejas, do Partido Nacional, foi eleito presidente com o apoio norte-americano e, no ano seguinte, um plano de ajuste econômico provocou a greve dos plantadores de banana, que terminou com a intervenção do Exército.
Comayagua - com uma população de 65.820 habitantes (estimativa 2016) é a sétima maior cidade de Honduras
  Na década de 1990, com a mudança de governo na Nicarágua sandinista via eleitoral e com os Acordos de Paz assinados por El Salvador, Honduras também adentrou uma nova fase, na qual ditaduras militares foram substituídas por governos constitucionais.
  A crise econômica, a atividade guerrilheira de esquerda e as forças de segurança, fez com que o país perdesse o controle após 40 assassinatos e mais de 4 mil violações dos direitos humanos.
  Em 1991, o governo hondurenho anunciou a anistia aos exilados e iniciou negociações com guerrilheiros de esquerda. Em setembro de 1992, um conflito com El Salvador por limites de fronteiras terminou com a intervenção da Corte Internacional de Justiça, que traçou definitivamente os limites territoriais dos dois países.
  Em 2003 foi assinado um tratado de livre comércio com os Estados Unidos entre Honduras, Guatemala, El Salvador e Nicarágua. Em 2005, é eleito o liberal Manuel Zelaya, assumindo o posto de presidente em 2006.
  Em 2009, um golpe de Estado depôs o presidente José Manuel Zelaya, eleito democraticamente. Os golpistas o deportaram para a Costa Rica, e três meses depois ele voltou a Honduras e se refugiou por quatro meses na embaixada brasileira.
  O golpe de Estado gerou instabilidade em Honduras: manifestações populares violentamente reprimidas e violações aos direitos humanos envolvendo assassinatos, estupros, perseguições e desaparecimentos.
  Ao final de 2009, foram realizadas eleições, e foi escolhido um novo presidente. O Brasil e vários países sul-americanos resistiram ao reconhecimento desse novo governo.
Puerto Cortez - com uma população de 53.760 habitantes (estimativa 2016) é a oitava maior cidade de Honduras
GEOGRAFIA
  Com uma extensão territorial de 112.088 km², Honduras é o segundo maior país da América Central, perdendo apenas para a Nicarágua. Possui fronteiras a noroeste com a Guatemala, a oeste com El Salvador e ao sul com a Nicarágua, sendo banhado a leste pelo mar do Caribe e a sudoeste pelo oceano Pacífico.
  O território hondurenho é bastante acidentado, composto por montanhas, planaltos, vales profundos e planícies extensas e férteis, contribuindo para uma rica biodiversidade. Estima-se que existam cerca de 8 mil espécies de plantas, 250 répteis e anfíbios, mais de 70 mil espécies de aves e 110 espécies de mamíferos, distribuídos em diferentes regiões ecológicas.
  As irregularidades do relevo hondurenho são classificadas por quatro unidades: planícies e encostas das montanhas orientais, planícies aluviais e serras litorâneas, terras elevadas e planícies do Pacífico e baixas encostas das montanhas. As altitudes ao longo do território oscilam entre 600 e 2.700 metros. O ponto culminante do país é a Cerro Las Minas, com uma altitude de 2.870 metros, localizado na parte ocidental.
Cerro Las Minas - ponto culminante de Honduras
  O clima varia de acordo com o local. Na faixa litorânea, o clima é um pouco quente, enquanto que no interior, principalmente nas áreas mais elevadas, o clima é bastante ameno e frio.
  A vegetação dominante em Honduras é a floresta tropical, sendo que nas áreas mais elevadas predominam espécies da floresta temperada, como os pinheiros e o carvalho. Há áreas em que aparece espécies de savanas, principalmente nas regiões mais secas.
  O rio principal de Honduras é o rio Coco, também chamado de Segovia, que possui uma extensão de 275 quilômetros e está localizado próximo à fronteira com a Nicarágua. Outros rios importantes são o Patuca, Aguán, Ulúa, Sico e Choluteca. Há também inúmeros lagos e lagunas no território hondurenho, com destaque para a Laguna de Caratasca e o Lago Yojoa.
Rio Coco - Honduras
POPULAÇÃO
  A população hondurenha é composta em sua maior parte de indígenas e de negros descendentes de africanos escravizados e, em menor parte, de descendentes dos colonizadores europeus. Grande parte dessa população vive das atividades agrícolas. O país apresenta uma elevada população rural, que apresenta baixas condições de vida, onde mais de 60% dela e abaixo da linha de pobreza.
Lago Yojoa - Honduras
ECONOMIA
  Honduras, apesar de ser o segundo maior país em extensão da América Central, não consegue alcançar bom nível socioeconômico. Está entre os mais pobres do mundo, apesar de ser um tradicional aliado dos Estados Unidos, e desde o começo do século XX investe na produção de frutas para exportação. 
  A agricultura é a principal fonte de receitas financeiras do país, empregando cerca de 70% da população economicamente ativa (PEA). Os principais produtos cultivados no país são o café e a banana. Além do café e da banana, outro produto primário que se destaca na economia hondurenha é o camarão.
La Lima - com uma população de 51.455 habitantes (estimativa 2016) é a nona maior cidade de Honduras
  O setor industrial é pouco diversificado e as poucas indústrias existentes no país são as indústrias tradicionais, ligadas principalmente ao setor de alimentos e bebidas.
  O turismo é a atividade que mais cresce no país, graças as belezas naturais e arquitetônicas existentes no seu território. Os principais destinos dos turistas em Honduras são as Ilhas da Baía, no Caribe, e as ruínas maias de Copán, que são consideradas Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Guanaja - Ilhas da Baía - Honduras
  Os principais parceiros comerciais de Honduras são Estados Unidos, El Salvador e Guatemala. O país depende bastante da renda enviada pelos inúmeros migrantes que foram trabalhar nos Estados Unidos.
  Cerca de 70% das exportações hondurenhas vão para os Estados Unidos, que também é o responsável por mais de 50% das importações de Honduras.
Danlí - com uma população de 50.161 habitantes (estimativa 2016) é a décima maior cidade de Honduras
ALGUNS DADOS DE HONDURAS
NOME: República das Honduras
INDEPENDÊNCIA: da Espanha, em 15 de setembro de 1821
República Federal das Províncias Unidas da América Central: 5 de novembro de 1838.
CAPITAL: Tegucigalpa
Visão noturna de Tegucigalpa
GENTÍLICO: hondurenho (a)
LÍNGUA OFICIAL: espanhol
GOVERNO: República Presidencialista
LOCALIZAÇÃO: América Central Continental
ÁREA: 112.088 km² (101º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2016): 8.895.250 habitantes (94°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 79,35 hab./km² (91°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU - Estimativa 2015): 1,95% (57°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma  determinada população.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa 2016):
Tegucigalpa: 952.694 habitantes
Tegucigalpa - capital e maior cidade de Honduras
San Pedro Sula: 548.055 habitantes
San Pedro Sula - segunda maior cidade de Honduras
Choloma: 155.750 habitantes
Choloma - terceira maior cidade de Honduras
PIB (FMI - 2015): US$ 20,295 bilhões (106º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2015): US$ 2.407 (127°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população. 
IDH (ONU - 2015): 0,606 (131°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
  acima de 0,900
    0,850-0,899
   0,800-0,849
   0,750-0,799
   0,700-0,749
  0,650–0,699
   0,600–0,649
   0,550–0,599
   0,500–0,549
   0,450–0,499
  0,400–0,449
   0,350–0,399
   0,300–0,349
   abaixo de 0,300
   Sem dados
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2015): 74,5 anos (102º). Obs: a expectativa de vida ou esperança de vida, expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2015): 27,59/mil (59º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2015): 5,28/mil (166º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2015): 19,85/mil (128°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2015): 2,78 filhos/mulher (64º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2015): 80,0% (159°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2015): 48,6% (120°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
MOEDA: Lempira
RELIGIÃO: católicos romanos (91,7%), protestantes (5,6%), outras religiões ou sem religiões (2,7%).
DIVISÃO: as Honduras são divididas em em 18 departamentos, que são (os números em negrito correspondem ao departamento no mapa): 1. Atlantida 2. Choluteca 3. Colón 4. Comayagua 5. Copán 6. Cortés 7. El Paraíso 8. Francisco Morazán 9. Gracias a Dios 10. Intibucá 11. Ilhas da Bahia 12. La Paz 13. Lempira 14. Ocotepeque 15. Olancho 16. Santa Bárbara 17. Valle 18. Yoro. Os departamentos estão divididos em 298 municípios.
REFERÊNCIA: Ser protagonista: geografia, 3º ano: ensino médio. Editor responsável: Fábio Bonna Moreirão. - 2. ed. - São Paulo: Edições SM, 2013.

domingo, 31 de julho de 2016

OS MOVIMENTOS SOCIAIS E A CRISE ECONÔMICA NA ARGENTINA

  No início de 2000, a Argentina atravessou a mais grave crise econômica de toda a sua história. Para um país que já teve uma economia de destaque e um nível social e cultural diferenciado de toda a América Latina, essa situação foi dramática e provocou transformações significativa no país.
  A crise econômica argentina foi uma situação financeira que afetou a economia do país durante a década de 1990 e início da década de 2000. O período crítico começou com a queda do PIB real em 1999 e terminou em 2002 com o retorno do crescimento do PIB. Porém, as origens do colapso da economia argentina e seus efeitos sobre a população, podem ser encontradas em ações anteriores.
Centro de Buenos Aires - capital da Argentina
ANTECEDENTES DA CRISE
  Diante das crescentes críticas ao governo de Carlos Menem acerca da corrupção e da incapacidade de combater o desemprego, ocorreu o surgimento de uma força política estabelecida a partir de um acordo entre a União Cívica Radical e a FREPASO, uma confederação formada pelos partidos Frente Grande, Socialista Popular, Socialista Democrático e Democrata Cristão. Em 1997, esses partidos passaram a fazer parte da "Aliança para o Trabalho, a Justiça e a Educação", mais conhecida como "Alianza".
  De suas frentes saiu a chapa Fernando de la Rúa - Carlos Chacho Álvarez, vencedora a eleição presidencial realizada em 24 de outubro de 1999, com 48,5% dos votos e 10,5% à frente do candidato justicialista Eduardo Duhalde.
  A campanha havia se baseado no combate ao desemprego, a purificação da corrompida estrutura política argentina e a garantia da manutenção da Lei de Convertibilidade do primeiro mandato de Menem. Em 10 de dezembro, de De la Rúa assumiu o poder com grande apoio popular, em clima de esperança.
Córdoba - segunda maior cidade da Argentina
  Após a sua posse, Fernando de la Rúa anunciou uma série de medidas, como aumento de impostos e ajuste da estrutura estatal de considerável magnitude. A situação econômica do país era muito delicada: elevada taxa de desemprego (que superava os 15%) e que subia implacavelmente. Insegurança nas ruas, desconfiança de parte do mercado financeiro internacional e uma gigantesca dívida externa eram alguns dos principais temas urgentes na agenda do governo.
  O Ministério da Economia havia traçado certas medidas financeiras com a finalidade de barrar o déficit fiscal, buscando principalmente novos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI).
  Em meados de dezembro de 1999, iniciaram-se alguns protestos de classes populares em algumas cidades das províncias, organizados principalmente pelos piqueteros.
  A partir de 19 de dezembro de 2001, iniciaram-se as manifestações populares conhecidas como panelaço a favor do impeachment, que terminaram com a renúncia do presidente De la Rúa. Durante o dia, em diferentes pontos do país, mas com maior intensidade em Buenos Aires, graves distúrbios e revoltas sociais ocorreram. Diante das constantes manifestações, às 16 horas do dia 20 de dezembro, De la Rúa anunciou a sua renúncia.
Rosário - terceira maior cidade da Argentina
  A crise econômica foi responsável pelo fechamento de várias empresas e pelo aumento expressivo de desempregados e da população de pobres e miseráveis do país. No entanto, o movimento social argentino foi às ruas e buscou novas formas de se organizar para vencer as diversidades vividas. Dentre os movimentos, destacaram-se os piqueteros e os ocupas, símbolos de resistência do povo argentino.
Mendoza - quarta maior cidade da Argentina
OS PIQUETEROS
  Movimento de desempregados, os piqueteros argentinos ganharam visibilidade pública ao adotarem ações de grande impacto político. Seu objetivo era chamar a atenção das autoridades públicas e da sociedade civil para suas reivindicações. Dessa forma, muitas vezes, obstruíram estradas e vias de importante circulação.
  Diversos grupos de piqueteros mantêm uma rede social intensa e desenvolvem atividades nas comunidades nas quais estão inseridos. Desse modo organizam refeições populares, centros educativos e empreendimentos produtivos, como hortas comunitárias com venda direta, sem intermediários. Também se dedicam à elaboração de artesanatos, tecidos, entre outras atividades, cuja renda é revertida para a própria comunidade.
  Essas entidades são organizadas de forma autogestionária e cooperativa, ou seja, para que tenham êxito necessitam da participação ativa dos membros da comunidade, mesmo que, às vezes, não haja consenso na gestão dos recursos e ocorram discussões internas sobre a autossustentação desses empreendimentos.
Piqueteros argentinos protestam contra a situação do país, em 2001
OS OCUPAS
  Após a grave crise econômica argentina, muitos trabalhadores que perderam seu emprego por causa do fechamento de fábricas organizaram e começaram a ocupá-las para reativar seu funcionamento. Assim surgiu o movimento dos ocupas, que fez renascer frigoríficos, indústrias de plástico, têxteis, metalúrgicas, entre outras.
  A transição da empresa para o comando dos trabalhadores impunha um conjunto de questões jurídicas e acordos com provedores de matérias-primas ou de mercadorias para que fosse possível obter um mínimo de capital para reiniciar a produção.
  Os trabalhadores não estavam acostumados a gerir sua produção e planejá-la, pois essa atividade competia aos empresários ou aos cargos diretivos das empresas. Isso era um desafio ao movimento dos trabalhadores, que passaram a organizar a produção de forma menos hierarquizada, sem exploração da força de trabalho e sem as tradicionais formas de opressão verificadas nos ambientes de trabalho.
San Miguel de Tucumán - quinta maior cidade da Argentina
A GUERRA SUJA
  Entre 1976 e 1983, a Argentina viveu um dos momentos mais dramáticos de sua história. Governado por militares, o país passou pela chamada Guerra Suja, responsável pelo desaparecimento de mais de 30 mil pessoas que contestavam as práticas autoritárias do governo.
  Tais práticas incluíam a detenção de supostos opositores e a aplicação de tortura, que visava subjugar física e moralmente os presos para que dessem informações sobre movimentos contrários à ditadura militar.
  Essa estratégia utilizada pelos militares argentinos ocorreu também em outros países da América Latina, entre os anos de 1960 e 1980, como Brasil, Uruguai, Chile, Paraguai, Peru e Bolívia.
La Plata - sexta maior cidade da Argentina
  A supressão dos direitos políticos por meio da instalação de uma ditadura fazia com que todos aqueles que se manifestassem contrariamente a algum ato do governo fossem perseguidos e detidos.
  Desde 1977, um grupo de mulheres argentinas, conhecidas como Mães da Praça de Maio, se reúne uma vez por semana em frente à Casa Rosada - sede do governo argentino - para reivindicar informações sobre seus filhos desaparecidos durante o regime militar.
  Levando cartazes com fotos dos filhos desaparecidos e fraldas amarradas na cabeça, símbolo do movimento, essas mulheres ficaram conhecidas internacionalmente pela tenacidade com que reivindicam que os crimes praticados pelos militares não permaneçam impunes. Alguns as chamam de "loucas".
Mar del Plata - sétima maior cidade da Argentina
REFERÊNCIA: Tempo, espaço e cultura: ciências humanas: ensino médio: Educação de Jovens e Adultos. 1. ed. - São Paulo: Global, 2013. - (Coleção viver, aprender).

terça-feira, 19 de julho de 2016

CHAPADA GAÚCHA (MG): A CHAPADA DA SOJA

  A cidade de Chapada Gaúcha, localizada no estado de Minas Gerais, além de abrigar o Parque Grande Sertão Veredas, abriga também propriedades que se especializaram na produção de soja.
  Na entrada da cidade ergue-se o barracão da Cooperativa dos Produtores de Soja. As ruas não são calçadas, mas por elas circulam enormes caminhões e tratores.
  O município de Chapada Gaúcha, antiga Vila dos Gaúchos, teve seu povoamento por volta de 1976, quando chegaram os primeiros moradores, vindos do Rio Grande do Sul, por meio do projeto PADSA (Projeto de Assentamento Dirigido à Serra das Araras), que integrava os municípios de Formoso, Arinos, Januária e São Francisco.
Plantio direto de soja na palha capim, em Chapada Gaúcha - MG
  No ano de 1994 aconteceu um plebiscito na Vila dos Gaúchos com o objetivo de escolher o nome do novo Distrito e os nomes mais votados foram: Novo Horizonte, Chapada Gaúcha e Serra Gaúcha. Como já tinha outros distritos com a denominação Novo Horizonte, prevaleceu o segundo, Chapada Gaúcha. Neste mesmo ano, a Câmara Municipal de São Francisco aprovou a Lei nº 1.523 de 19 de dezembro de 1994 criando o novo Distrito de Chapada Gaúcha, tendo seu território desmembrado do Distrito remanescente de Serra das Araras. Em 28 de janeiro de 1995, foi instalado o Distrito de Chapada Gaúcha, na antiga Vila dos Gaúchos; neste mesmo ano começou o processo de emancipação do distrito, se tornando o único povoado mineiro que virou Distrito e Município no mesmo ano. Pela Lei nº 12.030, de 21 de dezembro de 1995, ocorreu a junção dos Distritos de Chapada Gaúcha e Serra das Araras e a criação do município de Grande Sertão Veredas, tendo o Distrito de Serra das Araras como distrito. Em 1996 ocorreu a primeira eleição municipal e, em 1º de janeiro de 1997, instalou-se a primeira administração municipal.
Visão aérea da cidade de Chapada Gaúcha
  A partir da promulgação da Lei Orgânica, que ocorreu em 7 de novembro de 1997, estabeleceu-se 25 de julho para comemorar o aniversário do município, por ser dia do agricultor (colono/trabalhador rural) e dia do motorista, devido o município ser essencialmente agrícola.
GEOGRAFIA
  O município de Chapada Gaúcha apresentou, no censo do IBGE de 2010, uma população de 10.805 habitantes. Em 2015, segundo estimativas do IBGE, sua população era de 12.495 habitantes, distribuídos numa área de 3.255,189 km².
  Chapada Gaúcha está localizado na microrregião de Januária, pertencente à mesorregião do Norte de Minas Gerais. Faz divisa com os municípios de São Francisco, Urucuia, Januária, Pintópolis, Arinos e Formoso (todos em Minas Gerais) e Cocos, na Bahia, estando distante cerca de 700 quilômetros da capital mineira, Belo Horizonte. Sua altitude é de 624 metros acima do nível do mar.
  A vegetação predominante no município é o Cerrado, e o clima dominante é o tropical típico, com duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco.
Paisagem de Chapada Gaúcha - MG
ECONOMIA
  Economicamente, o município de Chapada Gaúcha é o que mais cresce no estado de Minas Gerais, graças ao setor agro-silvo-pastoril.
  A principal atividade econômica de Chapada Gaúcha é a agricultura extensiva, com destaque para a produção de soja e de sementes de brachiárias. Vem despontando atualmente, a agricultura familiar, a pecuária e o comércio.
  O município possui um forte potencial para o turismo ecocultural, graças à presença no seu território, de muitas áreas de conservação, como o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, o Parque Estadual da Serra das Araras, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari e várias RPPN's (Reservas Particular do Patrimônio Natural). No município há muitas cachoeiras e uma grande diversidade de fauna e flora do cerrado.
Campo de semente de Brachiária brizhanta, em Chapada Gaúcha - MG
  No entorno da sede do município de Chapada Gaúcha predomina a agricultura extensiva, mecanizada com implementos agrícolas avançados, cujos proprietários são, em sua grande maioria, agricultores oriundos do Rio Grande do Sul, que nos últimos anos vêm investindo no agronegócio em vários estados, como São Paulo, Mato Grosso, Bahia e no norte e noroeste de Minas Gerais, cuja produção é quase toda voltada para a exportação.
  Nas comunidades tradicionais ainda permanece a forma rudimentar de trabalhar a terra. Nelas, produtores independentes estão envolvidos em atividades econômicas de pequena escala, como o extrativismo, a agricultura, a pesca, a coleta e o artesanato. Os pequenos agricultores produzem para o consumo próprio e, no caso de excedentes, estes são comercializados.
Cultivo de soja, em Chapada Gaúcha - MG
  Cerca de 20 comunidades se organizam para colher e comercializar produtos feitos com variados frutos nativos ao longo do ano, ajudando a manter porções selvagens do mais ameaçado bioma brasileiro, o Cerrado.
  Além do agronegócio, dos parques estaduais e das belezas naturais, outro fator que chama atenção no cenário nacional, é a moeda social (a vereda), que circula no município.
Fazenda em Chapada Gaúcha - MG
PARQUE NACIONAL GRANDE SERTÃO VEREDAS
    O Parque Grande Sertão Veredas está cercado de soja por todos os lados. Situa-se na divisa dos estados de Minas Gerais e Bahia, com sede localizada no município de Chapada Gaúcha. Possui uma área de 231.668 hectares e é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
  O nome do parque é uma homenagem a João Guimarães Rosa, um dos maiores escritores da literatura brasileira, cuja obra-prima foi Grande Sertão: Veredas, onde destaca a luta dos sertanejos. O parque preserva parte do planalto chamado Chapadão Central, que divide as bacias dos rios São Francisco e Tocantins.
  A vegetação do parque é o Cerrado, fazendo dele o maior do país com essa predominância. Há mata de galeria nas margens dos rios, onde podem ser encontrados muitos buritis. São comuns o pacari e o ipê-amarelo.
  Dentre a fauna, destaca-se a presença de emas, do tamanduá-bandeira, do lobo-guará e do veado-campeiro, entre outras espécies. A caça, as carvoarias e os desmatamentos constantes são os principais problemas do parque.
Parque Nacional Grande Sertão Veredas, em Chapada Gaúcha - MG
PARQUE ESTADUAL DA SERRA DAS ARARAS
  O Parque Estadual da Serra das Araras é outro parque localizado no município de Chapada Gaúcha. Possui uma área de 11.137 hectares e se destaca pelos seus paredões e diversos ecossistemas, sendo considerado um área de preservação permanente (veredas, matas ciliares, nascentes e topos de morros). Seus sítios geomorfológicos, funcionam como habitat e criadouro natural de espécies de araras ameaçadas de extinção (como a arara-vermelha e a arara-canindé).
  A região é preenchida por inúmeras veredas (cabeceiras pouco profundas), que fornecem abrigo e servem de reprodução de treze espécies de faunas ameaçadas de extinção, além de abrigar paisagens naturais de grande valor.
  A vegetação é formada predominantemente pelo Cerrado e ecossistemas associados. Dentre as espécies da flora destacam-se a fava-d'anta, a mangabeira, o pequi, o jatobá-de-cerrado, o araçá, a gabiroba, dentre outros. Nas veredas e matas ciliares há presença marcante da palmácea buriti e da pindaíba.
  Na fauna, além das araras, destacam-se o veado-galheiro ou sussuapara, espécie extremamente rara em Minas Gerais, que ocupa as áreas alagadas das veredas, do veado-campeiro, da onça-parda, da jaguatirica, do gato-mourisco, da lontra, do tatu-canastra, do tamanduá-bandeira e uma variedade de outras espécies.
Parque Estadual Serra das Araras, em Chapada Gaúcha - MG
RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL VEREDAS DO ACARI
  A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (REDS) Veredas do Acari está localizada no Distrito de Serra das Araras, município de Chapada Gaúcha. Possui uma área de 60.975 hectares e sua criação se deu através do Decreto sem número de 21 de outubro de 2003.
  A reserva trata-se de um complexo de veredas que tem como principal uma vereda chamada Acari, a qual cedeu o nome à unidade de conservação (UC) e, ao longo do seu percurso, transforma no rio Acari, que deságua diretamente no rio São Francisco.
  Suas belas veredas é uma área de proteção especial devido a sua importância para o regime hídrico do rio São Francisco. Existem belas paisagens, lindas cachoeiras e lagoas, as quais contêm várias espécies de animais do bioma Cerrado, alguns ameaçados de extinção, como o lobo-guará, a onça-parda, o suçuapara, a ema, a anta, o tatu-canastra, o tatu-bola, o veado-campeiro, a arara-vermelha, a arara-amarela (canindé), entre outros.
  O objetivo dessa reserva é proteger e conservar o bioma Cerrado na bacia do rio São Francisco e trazer benefícios para as populações tradicionais que habitam o entorno de referida UC, através do uso de áreas de uso sustentável no seu interior, além de proteger a biodiversidade e os aquíferos e promover a pesquisa do pequi, da fava-d'anta e de outros frutos do Cerrado, que são disponibilizados para extração pelas populações tradicionais do entorno.
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari, em Chapada Gaúcha - MG
REFERÊNCIA: Terra, Lygia
Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil / Lygia Terra, Regina Araújo, Raul Borges Guimarães. - 2. ed. - São Paulo: Moderna, 2013.

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