No início de 2000, a Argentina atravessou a mais grave crise econômica de toda a sua história. Para um país que já teve uma economia de destaque e um nível social e cultural diferenciado de toda a América Latina, essa situação foi dramática e provocou transformações significativa no país.
A crise econômica argentina foi uma situação financeira que afetou a economia do país durante a década de 1990 e início da década de 2000. O período crítico começou com a queda do PIB real em 1999 e terminou em 2002 com o retorno do crescimento do PIB. Porém, as origens do colapso da economia argentina e seus efeitos sobre a população, podem ser encontradas em ações anteriores.
De suas frentes saiu a chapa Fernando de la Rúa - Carlos Chacho Álvarez, vencedora a eleição presidencial realizada em 24 de outubro de 1999, com 48,5% dos votos e 10,5% à frente do candidato justicialista Eduardo Duhalde.
A campanha havia se baseado no combate ao desemprego, a purificação da corrompida estrutura política argentina e a garantia da manutenção da Lei de Convertibilidade do primeiro mandato de Menem. Em 10 de dezembro, de De la Rúa assumiu o poder com grande apoio popular, em clima de esperança.
Após a sua posse, Fernando de la Rúa anunciou uma série de medidas, como aumento de impostos e ajuste da estrutura estatal de considerável magnitude. A situação econômica do país era muito delicada: elevada taxa de desemprego (que superava os 15%) e que subia implacavelmente. Insegurança nas ruas, desconfiança de parte do mercado financeiro internacional e uma gigantesca dívida externa eram alguns dos principais temas urgentes na agenda do governo.
O Ministério da Economia havia traçado certas medidas financeiras com a finalidade de barrar o déficit fiscal, buscando principalmente novos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em meados de dezembro de 1999, iniciaram-se alguns protestos de classes populares em algumas cidades das províncias, organizados principalmente pelos piqueteros.
A partir de 19 de dezembro de 2001, iniciaram-se as manifestações populares conhecidas como panelaço a favor do impeachment, que terminaram com a renúncia do presidente De la Rúa. Durante o dia, em diferentes pontos do país, mas com maior intensidade em Buenos Aires, graves distúrbios e revoltas sociais ocorreram. Diante das constantes manifestações, às 16 horas do dia 20 de dezembro, De la Rúa anunciou a sua renúncia.
A crise econômica argentina foi uma situação financeira que afetou a economia do país durante a década de 1990 e início da década de 2000. O período crítico começou com a queda do PIB real em 1999 e terminou em 2002 com o retorno do crescimento do PIB. Porém, as origens do colapso da economia argentina e seus efeitos sobre a população, podem ser encontradas em ações anteriores.
Centro de Buenos Aires - capital da Argentina |
ANTECEDENTES DA CRISE
Diante das crescentes críticas ao governo de Carlos Menem acerca da corrupção e da incapacidade de combater o desemprego, ocorreu o surgimento de uma força política estabelecida a partir de um acordo entre a União Cívica Radical e a FREPASO, uma confederação formada pelos partidos Frente Grande, Socialista Popular, Socialista Democrático e Democrata Cristão. Em 1997, esses partidos passaram a fazer parte da "Aliança para o Trabalho, a Justiça e a Educação", mais conhecida como "Alianza".De suas frentes saiu a chapa Fernando de la Rúa - Carlos Chacho Álvarez, vencedora a eleição presidencial realizada em 24 de outubro de 1999, com 48,5% dos votos e 10,5% à frente do candidato justicialista Eduardo Duhalde.
A campanha havia se baseado no combate ao desemprego, a purificação da corrompida estrutura política argentina e a garantia da manutenção da Lei de Convertibilidade do primeiro mandato de Menem. Em 10 de dezembro, de De la Rúa assumiu o poder com grande apoio popular, em clima de esperança.
Córdoba - segunda maior cidade da Argentina |
O Ministério da Economia havia traçado certas medidas financeiras com a finalidade de barrar o déficit fiscal, buscando principalmente novos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em meados de dezembro de 1999, iniciaram-se alguns protestos de classes populares em algumas cidades das províncias, organizados principalmente pelos piqueteros.
A partir de 19 de dezembro de 2001, iniciaram-se as manifestações populares conhecidas como panelaço a favor do impeachment, que terminaram com a renúncia do presidente De la Rúa. Durante o dia, em diferentes pontos do país, mas com maior intensidade em Buenos Aires, graves distúrbios e revoltas sociais ocorreram. Diante das constantes manifestações, às 16 horas do dia 20 de dezembro, De la Rúa anunciou a sua renúncia.
Rosário - terceira maior cidade da Argentina |
A crise econômica foi responsável pelo fechamento de várias empresas e pelo aumento expressivo de desempregados e da população de pobres e miseráveis do país. No entanto, o movimento social argentino foi às ruas e buscou novas formas de se organizar para vencer as diversidades vividas. Dentre os movimentos, destacaram-se os piqueteros e os ocupas, símbolos de resistência do povo argentino.
Mendoza - quarta maior cidade da Argentina |
OS PIQUETEROS
Movimento de desempregados, os piqueteros argentinos ganharam visibilidade pública ao adotarem ações de grande impacto político. Seu objetivo era chamar a atenção das autoridades públicas e da sociedade civil para suas reivindicações. Dessa forma, muitas vezes, obstruíram estradas e vias de importante circulação.
Diversos grupos de piqueteros mantêm uma rede social intensa e desenvolvem atividades nas comunidades nas quais estão inseridos. Desse modo organizam refeições populares, centros educativos e empreendimentos produtivos, como hortas comunitárias com venda direta, sem intermediários. Também se dedicam à elaboração de artesanatos, tecidos, entre outras atividades, cuja renda é revertida para a própria comunidade.
Essas entidades são organizadas de forma autogestionária e cooperativa, ou seja, para que tenham êxito necessitam da participação ativa dos membros da comunidade, mesmo que, às vezes, não haja consenso na gestão dos recursos e ocorram discussões internas sobre a autossustentação desses empreendimentos.
Essas entidades são organizadas de forma autogestionária e cooperativa, ou seja, para que tenham êxito necessitam da participação ativa dos membros da comunidade, mesmo que, às vezes, não haja consenso na gestão dos recursos e ocorram discussões internas sobre a autossustentação desses empreendimentos.
Piqueteros argentinos protestam contra a situação do país, em 2001 |
OS OCUPAS
Após a grave crise econômica argentina, muitos trabalhadores que perderam seu emprego por causa do fechamento de fábricas organizaram e começaram a ocupá-las para reativar seu funcionamento. Assim surgiu o movimento dos ocupas, que fez renascer frigoríficos, indústrias de plástico, têxteis, metalúrgicas, entre outras.
A transição da empresa para o comando dos trabalhadores impunha um conjunto de questões jurídicas e acordos com provedores de matérias-primas ou de mercadorias para que fosse possível obter um mínimo de capital para reiniciar a produção.
Os trabalhadores não estavam acostumados a gerir sua produção e planejá-la, pois essa atividade competia aos empresários ou aos cargos diretivos das empresas. Isso era um desafio ao movimento dos trabalhadores, que passaram a organizar a produção de forma menos hierarquizada, sem exploração da força de trabalho e sem as tradicionais formas de opressão verificadas nos ambientes de trabalho.
A transição da empresa para o comando dos trabalhadores impunha um conjunto de questões jurídicas e acordos com provedores de matérias-primas ou de mercadorias para que fosse possível obter um mínimo de capital para reiniciar a produção.
Os trabalhadores não estavam acostumados a gerir sua produção e planejá-la, pois essa atividade competia aos empresários ou aos cargos diretivos das empresas. Isso era um desafio ao movimento dos trabalhadores, que passaram a organizar a produção de forma menos hierarquizada, sem exploração da força de trabalho e sem as tradicionais formas de opressão verificadas nos ambientes de trabalho.
A GUERRA SUJA
Entre 1976 e 1983, a Argentina viveu um dos momentos mais dramáticos de sua história. Governado por militares, o país passou pela chamada Guerra Suja, responsável pelo desaparecimento de mais de 30 mil pessoas que contestavam as práticas autoritárias do governo.
Tais práticas incluíam a detenção de supostos opositores e a aplicação de tortura, que visava subjugar física e moralmente os presos para que dessem informações sobre movimentos contrários à ditadura militar.
Essa estratégia utilizada pelos militares argentinos ocorreu também em outros países da América Latina, entre os anos de 1960 e 1980, como Brasil, Uruguai, Chile, Paraguai, Peru e Bolívia.
A supressão dos direitos políticos por meio da instalação de uma ditadura fazia com que todos aqueles que se manifestassem contrariamente a algum ato do governo fossem perseguidos e detidos.
Desde 1977, um grupo de mulheres argentinas, conhecidas como Mães da Praça de Maio, se reúne uma vez por semana em frente à Casa Rosada - sede do governo argentino - para reivindicar informações sobre seus filhos desaparecidos durante o regime militar.
Levando cartazes com fotos dos filhos desaparecidos e fraldas amarradas na cabeça, símbolo do movimento, essas mulheres ficaram conhecidas internacionalmente pela tenacidade com que reivindicam que os crimes praticados pelos militares não permaneçam impunes. Alguns as chamam de "loucas".
Tais práticas incluíam a detenção de supostos opositores e a aplicação de tortura, que visava subjugar física e moralmente os presos para que dessem informações sobre movimentos contrários à ditadura militar.
Essa estratégia utilizada pelos militares argentinos ocorreu também em outros países da América Latina, entre os anos de 1960 e 1980, como Brasil, Uruguai, Chile, Paraguai, Peru e Bolívia.
La Plata - sexta maior cidade da Argentina |
Desde 1977, um grupo de mulheres argentinas, conhecidas como Mães da Praça de Maio, se reúne uma vez por semana em frente à Casa Rosada - sede do governo argentino - para reivindicar informações sobre seus filhos desaparecidos durante o regime militar.
Levando cartazes com fotos dos filhos desaparecidos e fraldas amarradas na cabeça, símbolo do movimento, essas mulheres ficaram conhecidas internacionalmente pela tenacidade com que reivindicam que os crimes praticados pelos militares não permaneçam impunes. Alguns as chamam de "loucas".
REFERÊNCIA: Tempo, espaço e cultura: ciências humanas: ensino médio: Educação de Jovens e Adultos. 1. ed. - São Paulo: Global, 2013. - (Coleção viver, aprender).
Nenhum comentário:
Postar um comentário