sábado, 25 de maio de 2013

CARTOGRAFIA TEMÁTICA

  Cartografia é o conjunto de atividades científicas, tecnológicas e artísticas, cujo objetivo é a representação gráfica da superfície terrestre e de todo o universo. Essa representação gráfica constitui o mapa ou a carta.
  Todo mapa apresenta algumas informações essenciais e "responde" a certas perguntas sobre os elementos que compõem o espaço geográfico. Em toda representação cartográfica há uma escala, que nos revela a proporção entre os elementos representados no mapa e seus correspondentes na realidade.
  A Cartografia Temática é usada na elaboração de mapas temáticos e cartogramas. São convenções, símbolos e cores usadas para que haja uma melhor compreensão do tema exposto e seu espaço geográfico.
Mapa dos biomas brasileiros
  Os mapas podem mostrar mais do que a localização dos fenômenos no espaço e sua proporção. Também podem representar, em diferentes escalas geográficas, sua diversidade:
  • Qualitativa: responde à pergunta "o quê?"  e representa os diferentes elementos cartografados em diversos tipos de mapas - cidades, rios, mineração, indústrias, climas, cultivos etc. As representações qualitativas em mapas são empregados para mostrar a presença, a localização e a extensão das ocorrências dos fenômenos que se diferenciam pela sua natureza e tipo, podendo ser classificadas por critérios estabelecidos pelas ciências que estudam tais fenômenos.
  • Quantitativa: elucida a dúvida sobre "quanto?" e indica, por exemplo, o número da população urbana, a quantidade de chuva mensal, o total da produção industrial, entre outros, permitindo a comparação entre territórios diferentes;
  • Classificação: registra a ordenação, a hierarquia na qual um fenômeno está arranjado num determinado território: por exemplo, a ordem das cidades no mapa da hierarquia urbana brasileira - metrópole nacional, metrópole regional, capital regional etc.;
  • Dinâmica: mostra a variação de um fenômeno ao longo do tempo e sua movimentação no espaço geográfico: o fluxo de população no território brasileiro, o fluxo de mercadorias no comércio internacional, entre outros.
Mapa das áreas susceptíveis ao processo de desertificação no Rio Grande do Norte
   Para representar todos esses aspectos, são utilizados pontos, linhas ou áreas, dependendo da forma como o fenômeno analisado se manifesta no espaço, e que terão uma variação visual com propriedade de perspectiva compatível com a diversidade: a seletividade visual. Por exemplo: uma cidade, será um ponto no mapa da geografia política brasileira; qualquer rodovia ou ferrovia será uma linha atravessando uma determinada região ou país; a cultura de um determinado produto agrícola, terá sua área ou zona de cultivo destacado por uma cor ou textura no mapa.
  Os fenômenos pontuais, lineares e zonais podem ser representados separadamente, em mapas diferentes, mas também podem ser cartografados num mesmo mapa.
Alguns dos símbolos usados na Cartografia Temática
  Na manifestação pontual são utilizados, preferencialmente, a variação de forma ou de orientação.
  Para facilitar a memorização dos signos (símbolos), principalmente nos mapas para crianças, são explorados a analogia entre sua forma e o que elas representam. São os "símbolos" evocativos ou icônicos.
  Na manifestação linear convém usar basicamente a variação da forma.
  Na manifestação zonal, a cor tem maior eficácia. Na impossibilidade de se poder contar com a cor, pode-se empregar texturas diferentes compostas por elementos pontuais ou lineares, do mesmo valor visual.
Representações cartográficas
  A Cartografia Temática facilita o planejamento de intervenções no espaço geográfico porque nos auxilia a compreender os temas ou fenômenos que o compõem. Com a Cartografia Temática, fica mais fácil o planejamento de uma cidade a partir do registro da ocupação de seu solo urbano em cartas temáticas, nas quais são visualizadas a melhor direção para expandir a área urbana, os lugares sujeitos a alagamentos ou desmoronamentos, entre outros fenômenos.
  Os fenômenos - sociais e naturais - estão interligados no espaço geográfico; assim, a intervenção num aspecto da realidade interfere em outros e isso pode ser registrado cartograficamente.
Mapa temático da Microrregião de Quirinópolis - Goiás
FONTE: Sene, Eustáquio. Geografia geral e do Brasil, volume 1: espaço geográfico e globalização: ensino médio / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2010.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

  Divisão Internacional do Trabalho é o nome que se dá para o comércio mundial no qual cada país está voltado para produzir e exportar determinados bens ou serviços. É uma divisão do trabalho entre as economias nacionais. Tradicionalmente, a Divisão Internacional do Trabalho é marcada pela existência de dois principais grupos de países: os exportadores de produtos industrializados, uma minoria, e os exportadores de matérias-primas (gêneros alimentícios e minérios), a imensa maioria. Os primeiros compram (importam) as matérias-primas dos segundos e estes, por sua vez, compram os produtos industrializados daqueles países do primeiro grupo.
  Foi com a Primeira Revolução Industrial que se estabeleceu essa Divisão Internacional do Trabalho. Quando ela se iniciou, em meados do século XVIII, apenas o Reino Unido (Inglaterra) produzia em suas fábricas bens industrializados em grandes quantidades. Nessa época, ele pôde dominar o mercado internacional com seus produtos industrializados, que eram praticamente exclusivos. Em outras palavras, a Grã-Bretanha se especializou na produção industrial e começou a impor  ao restante do mundo uma divisão do trabalho que beneficiasse na medida em que os produtos industrializados eram e em parte ainda são mais valorizados que as matérias-primas.
Coalbrookdale - cidade britânica considerada um dos berços da Revolução Industrial
  Como a produção industrial se tornou possível graças à invenção de máquinas, como os teares mecânicos e a máquina a vapor, ambas inventadas nesse país, o Reino Unido conquistou o monopólio do desenvolvimento tecnológico. Também a existência de carvão mineral, principal fonte de energia no período, possibilitou que a industrialização se iniciasse no Reino Unido. Com isso, ele passou a exportar para os outros países da Europa e dos demais continentes produtos industrializados - principalmente tecidos - fabricados em grande quantidade e baixo custo.
  Essa foi a origem da Divisão Internacional do Trabalho, isto é, a formação de um mercado mundial integrando praticamente todos os países, em que um pequeno número deles exporta principalmente produtos industrializados enquanto o restante exporta basicamente matérias-primas.
Motor a vapor - impulsionou a Revolução Industrial na Inglaterra e no mundo
  Logo em seguida - principalmente no século XIX - vários outros países seguiram o exemplo do Reino Unido e se industrializaram, passando também a vender produtos industrializados no mercado mundial. Esses demais países foram Alemanha, França, Itália, Rússia e outros da Europa Ocidental, além de dois não europeus: os Estados Unidos e o Japão. São os atuais países desenvolvidos.
  Assim, a Divisão Internacional do Trabalho foi o resultado da formação de um mercado mundial, um comércio entre praticamente todos os continentes, todos os povos. Esse mercado mundial já havia sido iniciado anteriormente com a colonização da Oceania e da África. A África, desde o século XVI, já participava desse mercado mundial, apesar de ainda não ser ocupada e dividida em colônias dos países europeus (como ocorreu no século XIX), pois inúmeros povos africanos recebiam bugigangas (algodão, rum, armas, joias de pouco valor) e em troca forneciam para as potências europeias marfim, madeiras e principalmente escravos. Mas foi com a Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII, que essa Divisão Internacional do Trabalho se consolidou, se expandiu e passou a ser em grande parte o que é até os dias de hoje.
Mapa político do mundo em 1700
  Na época da colonização do continente americano, do século XVI até o o final do século XVIII e início do século XIX, esse mercado mundial era pouco generalizado, pois as colônias só podiam comercializar com as suas respectivas metrópoles. Mas a partir do final do século XVIII ocorreu uma progressiva independência das colônias europeias na América. Estados Unidos em 1776, Haiti em 1804, Venezuela em 1810, Paraguai em 1811, Argentina em 1816, Chile em 1818, Brasil em 1822, etc. Com essas novas nações independentes, a Divisão Internacional do Trabalho se generalizou, pois agora elas podiam comercializar com qualquer país, e não mais apenas com sua metrópole. Contudo, esses países que se tornavam independentes, com exceção dos Estados Unidos, prosseguiram com a sua economia do tipo colonial, isto é, produtora de matérias-primas (algodão, açúcar, madeiras, minérios, produtos agrícolas diversos etc.) para o mercado mundial, agora não mais apenas para a metrópole, mas também para os países que se industrializavam, principalmente o Reino Unido.
Diversas etapas da Divisão Internacional do Trabalho
  A Divisão Internacional do Trabalho manteve e até mesmo agravou as desigualdades internacionais. Antes de tudo porque os gêneros agrícolas e os minérios - isto é, as matérias-primas - se valorizam menos com o decorrer do tempo do que os produtos industrializados. Os produtos com maior tecnologia - industrializados - com o tempo se valorizam mais do que os produtos brutos ou primários. Com isso, as economias não industrializadas, que só produzem matérias-primas, tendem a ficar para trás, cada vez mais atrasadas em relação às economias industrializadas.
FONTE: Vesentini, J. William. Projeto Teláris: Geografia / J. William Vesentini, Vânia Vlach. - 1. ed. - São Paulo: Ática, 2012. - (Projeto Teláris: Geografia) Obra em 4 v. para alunos do 6° ao 9° ano.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O CRESCIMENTO ECONÔMICO INDIANO

  Nas últimas décadas a Índia vem se destacando no cenário mundial devido ao acelerado crescimento da sua economia.
  A modernização econômica da Índia teve início na década de 1950, logo após o país se libertar da dominação inglesa. A partir de então, a política econômica do governo indiano deu prioridade ao desenvolvimento das indústrias de base (mineração, siderúrgicas, metalúrgicas, petroquímicas). Posteriormente, já nas décadas de 1970 e 1980, foram feitos grandes investimentos em infraestrutura (energia, transporte, comunicação) e também ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Trânsito caótico em Hydebarad. As grandes cidades indianas são conhecidas pelo seu trânsito confuso e caótico.
  Grandes investimentos estrangeiros privados se instalaram no país a partir do início da década de 1990, atraídos pelo baixo custo da mão de obra e incentivos fiscais (redução e isenção de impostos) concedidos nas chamadas zonas de processamento de exportação (ZPEs), áreas criadas especificamente para atrair capital estrangeiro.
  Com a expansão da atividade industrial, o parque fabril indiano se diversificou. O país também dispõe de um grande potencial mineral, com importantes jazidas de ferro, bauxita, carvão, manganês, cobre, ouro e prata, o que contribui para o crescimento industrial.
Centro Comercial UB City, em Bangalore
  Outro destaque industrial do país está ligado à ampliação dos setores de alta tecnologia, como a produção de artefatos nucleares, satélites espaciais, informática (softwares, componentes eletrônicos, fibras óticas etc.). O país já desponta como o maior exportador mundial de softwares, cuja produção concentra-se principalmente em Bangalore, conhecida como "Vale do Silício indiano". O desenvolvimento desse setor tem se apoiado em grandes investimentos em instituições e centros de pesquisa e ensino universitário voltados para a formação de uma mão de obra altamente qualificada para as indústrias de alta tecnologia.
Satélite indiano INSAT 1B sendo preparado para ser enviado a bordo da missão STS-8
FONTE: Garcia, Valquíria Pires. Projeto radix: geografia / Valquíria Pires Garcia -- Beluce Bellucci. -- 2. ed. -- São Paulo: Scipione, 2012. -- (Coleção projeto radix)

ADSENSE

Pesquisar este blog