quinta-feira, 21 de junho de 2012

RIO + 20: CIDADES SUSTENTÁVEIS E INOVAÇÕES

  A promoção do uso de dejetos como fonte de energia renovável e o planejamento antecipado da sustentabilidade e da qualidade de vida são as recomendações da sociedade para os Chefes de Estado. O desafio de aplicar conceitos sustentáveis a cidades com um ritmo cada vez mais acelerado de crescimento populacional pautou as discussões dos dez palestrantes do painel "Cidades Sustentáveis e Inovação". O tema marcou o encerramento do terceiro dia dos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, série de encontros com representantes da sociedade civil, comunidade acadêmica e científica e setor privado.
  O arquiteto chileno Alejandro Aravena defendeu a necessidade de simplificar o processo de ações de medidas sustentáveis. Aravena defendeu que, mais do que tecer estrategemas complexos, é preciso usar modelos exitosos como ponto de partida. "A complexidade é paralisante", argumentou o arquiteto. Entre esse modelo, está o de Masdar, uma pequena cidade em Abu-Dhabi, cujo modelo foi apresentado pela diretora de sustentabilidade Nawal Al-Hosany. Graças a um planejamento eficiente, a cidade conta com espaços comunitários e bom transporte público. Desde a implantação de inovações sustentáveis, como telhados de prédios que geram até um megawatt de energia, Masdar viu a demanda energética cair em mais de 50%. A temperatura também é dez graus abaixo do observado em cidades vizinhas.
Masdar - a primeira cidade 100% sustentável do mundo
  O arquiteto japonês Shigeru Ban e o americano Barry Bergdoll, curador-chefe de arquitetura designer do MOMA, falaram sobre o conceito de sustentabilidade aplicado a regiões que sofreram recentemente catástrofes naturais, como as que atingiram o Japão há um ano. Convocado pelo governo do país para construir estruturas temporárias para os desabrigados, Ban falou sobre o dilema entre o uso dessas estruturas e instalações permanentes. Sugeriu que houvesse cidades que se deslocassem pelo país. "Deveríamos fazer uma nova cidade, que fosse a capital do Japão, e mudá-la a cada quatro anos. Talvez essa seja a chave para a sustentabilidade: parar de construir", disse o arquiteto.
Tsunami que atingiu o Japão em 2011
  O canadense David Cadman, presidente do Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais, lembrou que desastres naturais serão mais prováveis caso não haja mudanças drásticas nas grandes cidades: "Dois terços da população vivem hoje em áreas costeiras. Se não reduzirmos o ritmo das mudanças, climáticas, teremos grandes inundações em menos de 20 anos e, aí então, será muito difícil arranjar qualquer tipo de solução para as cidades".
É comum em dias de chuva ocorrer inundações na cidade de São Paulo
  Ligada a todas as questões de sustentabilidade nas grandes cidades, a mobilidade urbana também foi discutida na mesa-redonda. O ex-governador do Paraná Jaime Lerner, lembrou que 75% das emissões de carbono se originam nas cidades e que metade delas vem dos carros. "O carro é o cigarro da cidade", comparou. "O que já se investiu em bancos e na indústria automobilística daria para salvar todas as cidades do mundo, com qualidade de vida. Não é difícil ser sustentável se você usa pouco o carro, separa o lixo e mora perto do trabalho", afirmou Lerner.
Jaime Lerner - ex-governador do Paraná
  As grandes distâncias entre favelas e regiões centrais e os desgastantes deslocamentos de trabalhadores também receberam críticas do mexicano Enrique Ortiz, ex-presidente da Coalizão Internacional de Habitação. "As cidades viraram um paraíso de especulação imobiliária. Os pobres estão sendo enviados para muito longe. Teve cidades no México que cresceram até 30 vezes. Não podemos pensar numa cidade sustentável com esses parâmetros", afirmou Ortiz.
  A preocupação é compartilhada pelo senegalês Khalifa Sall, prefeito de Dakar, que destacou o intenso êxodo rural observado em regiões africanas, e pela americana Janice Perlman, presidente do Projeto Megacidades, que há 40 anos trabalha com favelas ao redor do mundo.
A proliferação de favelas foi um dos temas do Cidades Sustentáveis
  Presidente emérito do Instituto Ethos, o brasileiro Odebe Grejew lembrou que não basta apontar problemas e ter ideias, é preciso estabelecer metas, prazos e sanções para governos que descumpram compromissos estabelecidos. "Sem uma cobrança forte, nada será feito", afirmou Grejew. "Será muito frustrante se isso não der em nada".
  No fim do encontro, foram apresentadas as recomendações mais votadas pelo público online e pelos presentes da plenária. As escolhidas foram "A promoção do uso de dejetos como fonte de energia renovável em ambientes urbanos" e "O planejamento antecipado da sustentabilidade e da qualidade de vida nas cidades". Insatisfeitos com a pouca abrangência da lista de sugestões disponíveis, os palestrantes se dispuseram a fazer a redação de uma nova recomendação, que consolide os temas discutidos nesse diálogo.
Sobre os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável
  Os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável iniciaram-se no sábado, 16 de junho, e se encerraram na terça-feira, dia 19 de junho, na Plenária do Pavilhão 5 do Riocentro. Foram dez rodadas de discussão, com dez participantes em cada uma, que abordaram temas prioritários da agenda internacional de sustentabilidade. A cada rodada, três propostas foram escolhidas, uma pelos palestrantes, uma pelos participantes da sessão e uma pelos internautas. As trinta sugestões mais votadas serão levadas aos Chefes de Estado e de Governo durante o Segmento de Alto Nível na Conferência.
FONTE: www.rio20.gov.br

quarta-feira, 20 de junho de 2012

RIO + 20: DEBATE SOBRE OCEANOS ENCERRA OS DIÁLOGOS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Última rodada de debates definiu três propostas sobre o tema, que serão apresentadas aos líderes mundiais
  O tema Oceanos reuniu dez debatedores, brasileiros e estrangeiros, entre acadêmicos, empresários e representantes de Organizações Não-Governamentais na última sessão dos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. Do encontro, saíram três recomendações que serão apresentadas aos Chefes de Estado e de Governo durante o Segmento de Alto Nível da Rio + 20, que se inicia dia 20 de junho. Lançar um acordo global para salvar a biodiversidade marina em alto-mar. Esta foi a proposta eleita pelos cerca de mil membros da sociedade civil presentes no Rio Centro. Evitar poluição dos oceanos pelo plástico por meio da educação e da colaboração comunitária foi a recomendação eleita pelas votações realizadas pela Internet, encerradas no dia 15 de junho. Os debatedores, por sua vez, decidiram unir duas recomendações das que vieram da plataforma online: desenvolver uma rede global de áreas marinhas protegidas internacionais; e a criação de mecanismos de governança global dos oceanos para preservar a biodiversidade e os recursos genéticos em um cenário de crescente nacionalização do ambiente marinho. A redação final será feita pelos organizadores.
  O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, Gilberto Carvalho, encerrou os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. "Nós podemos dizer, hoje, que a Rio + 20 é a maior conferência da história das Nações Unidas em termos de envolvimento popular. Este método de participação veio para ficar", afirmou Carvalho. Ele informou que, em média, cada sessão contou 1,3 mil votos do público.
Gilberto Carvalho
  O moderador Philippe Cousteau abriu a sessão com uma declaração que seu avô, Jacques Cousteau, fez há 20 anos, na Rio 92. "Destaco a importância das delegações redigirem decisões originais." Segundo Philippe, a participação da sociedade civil por meio dos Diálogos da Rio + 20 é a essência desta inovação. A falta de um entendimento internacional sobre a proteção dos oceanos foi o ponto mais destacado pelos debatedores convidados. Jean-Michel Cousteau ressaltou que 70% do planeta é água e 65% dos oceanos são  uma terra de ninguém, onde todos fazem o que querem. Cousteau ainda acrescentou que esta é a grande oportunidade da comunidade internacional criar uma regulamentação para os oceanos.
Philippe Cousteau
  "Na Eco-92, acreditava-se que os oceanos eram infinitos. Hoje, sabe-se muito bem que isso não é verdade,  e ainda não fizemos nada. Essa pode ser a nossa última chance.", enfatizou Sylvia Earle, fundadora da Fundação Mission Blue. A bióloga marinha da Western Austrália University, Asha de Vos, disse que a agenda dos oceanos é urgente. "Isso é imediato! Para amanhã, porque não temos mais 20 anos". Ela defende que a comunidade mundial se organize para atingir o objetivo que dissemina o conhecimento por meio das novas mídias disponíveis.
Sylvia Earle
  Grande defensor de que a reversão dos impactos ambientais reside na ciência e tecnologia, Segen Farid Estefen, professor da COPPE-UFRJ, ressaltou que os oceanos são uma enorme fonte de energia renovável. "A energia criada pelas ondas, marés e mudanças de temperatura da água excede a necessidade do mundo." Arthur Bogason, presidente da Associação Nacional de Proprietários de Pequenas Embarcações da Islândia, concorda e acrescenta que é preciso unir tecnologia com o conhecimento tradicional. "As pesquisas costais são as mais sustentáveis. Criam três vezes mais empregos, sem perda de lucro, e seus pequenos barcos consomem até 10 vezes menos combustível. Até a fabricação dessas embarcações é local."
  A pesca predatória e sem controle foi apontado pelos participantes como um dos grandes desafios para salvar o ecossistema dos oceanos. Margareth Nakato, representante do World Fishermen Forum, defendeu as pequenas comunidades pesqueiras que, segundo ela, são as mais vulneráveis às mudanças climáticas. "Para saber se os oceanos estão bem, precisamos ver se os peixes estão bem. Os peixes não vão bem.", disse Ussif Rashid Sumaila, diretor da Fisheries Centre e Fisheries Economics Research Unit da British Columbia University. Ele acrescentou que é uma ilusão o homem acreditar que pode produzir peixes em fazendas marítimas tão bem quanto a natureza.
  A poluição dos mares com os resíduos deixados pelos navios e os plásticos também é vista pelos especialistas como algo que precisa envolver governos e sociedade. "A total falta de governança sobre os oceanos impede que essas questões sejam tratadas com clareza. Precisamos investir na pesquisa sobre os reais impactos causados nos mares por essa poluição", disse o representante do Global Ocean Forum, Richard Delaney. Shaj Thayil, vice-presidente da Technical Services and Ship Management, apresentou números relevantes para discussão: 80% do lixo do mundo vai para o mar, uma garrafa plástica demora 450 anos para se decompor e os oceanos absorvem um terço das emissões de gás carbônico do mundo, ressaltando que isso leva a acidificação dos mares. "A acidificação tornará os oceanos irreconhecíveis.", reforçou Robin Mahon, professor da University of West Indies.
  "Nós não herdamos a Terra dos nossos antepassados. Nós só a pegamos emprestada das gerações futuras", encerrou Shaj Thayil, fazendo uso do provérbio indiano.
FONTE: www.rio20.gov.br

terça-feira, 19 de junho de 2012

PACTO DO DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO: PARCERIA ENTRE PAÍSES RICOS E POBRES

  "[...] O Relatório do Desenvolvimento Humano apresenta um novo plano de ação - o Pacto do Desenvolvimento do Milênio - para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Os Objetivos, confirmados por todos os Estados-membros das Nações Unidas, estabelecem uma série de metas [...] que vão desde a redução pela metade da percentagem de pessoas que vivem na pobreza extrema até a estagnação da propagação do HIV/aids até 2015.
  Entre outras constatações, o Relatório observa que a primeira destas metas globais - reduzir pela metade a percentagem de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia - tem hipóteses de ser alcançada graças ao crescimento econômico que registram os dois países mais populosos do mundo, a China e a Índia. Nos últimos 10 anos, o dinamismo econômico da China levou a que 150 milhões de chineses conseguissem sair da pobreza. Quanto à Índia, registrou um crescimento per capita extraordinário: 4% ao ano entre 1990 e 2000.
Objetivos do Desenvolvimento do Milênio
  1. Erradicar a pobreza extrema e a fome.
  2. Alcançar o ensino básico universal.
  3. Promover a igualdade de gênero e a autonomia da mulher.
  4. Reduzir a mortalidade infantil.
  5. Melhorar a saúde materna.
  6. Combater o HIV/aids, malária e outras doenças.
  7. Garantir a sustentabilidade ambiental.
  8. Criar uma parceria global para o desenvolvimento.
  'A pobreza humana não é uma fatalidade' diz no Relatório a redatora-principal, Sakiko Fukuda-Parr. '[...] Durante as últimas três décadas, a expectativa de vida nos países pobres aumentou em oito anos e o analfabetismo foi reduzido pela metade.
  Contudo, apesar do progresso registrado em tantos países, o Relatório do Desenvolvimento Humano, apresenta dados que provam uma reversão sem precedentes no Índice de Desenvolvimento Humano em alguns países mais pobres do mundo. Mais de 1 bilhão de pessoas vivem ainda na pobreza extrema e, muitas delas, veem o seu nível de vida piorar cada vez mais. O Relatório é claro ao avisar que, para atingir os Objetivos até 2015, todos os países ricos e pobres, devem combater ferozmente este flagelo da pobreza extrema.
  'Não pedimos um cheque em branco', diz Mark Malloch Brown, Administrador do PNUD. 'Uma nova parceria já está em ação e essa parceria nos diz que a ajuda não tem um sentido único. Os países pobres têm de pôr em prática reformas que se destinam a países pobres e os países ricos têm de prestar uma ajuda mais efetiva.'
Relatório identifica países que necessitam de ação prioritária
  O Relatório do Desenvolvimento Humano, identifica 59 países prioritários onde, a menos que seja levada a cabo uma ação urgente, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio não serão atingidos. [...]
  Muitos destes 59 países prioritários enfrentam problemas endêmicos relacionados com a situação geográfica ou outros fatores, os quais não foi dada a devida atenção em estratégias de desenvolvimento efetuadas no passado. [...]
  O quadro político no qual se inscrevem os esforços despendidos tendo em vista a realização dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio foi estabelecido por um novo acordo mundial, concluído em 2002, em Monterrey, no México, entre o Norte e o Sul. Os países ricos que participaram, comprometeram-se a remover as barreiras comerciais e a fornecer maior assistência, assim como uma significativa ajuda no que se refere ao alívio da dívida aos países em desenvolvimento que estejam a empreender reformas políticas e econômicas de envergadura.
O fim da pobreza é possível?
  Bastaria utilizar as tecnologias existentes e canalizar mais adequadamente os meios financeiros para resolver muitos dos problemas que uma grande parte do mundo em desenvolvimento enfrenta hoje - a reduzida fertilidade dos solos, o isolamento das rotas comerciais, a prevenção de doenças e o insuportável fardo da dívida.
  O Pacto de Desenvolvimento do Milênio recomenda aos países que concedam aos países pobres uma assistência adicional considerável. Segundo as estimativas das Nações Unidas, o fluxo de assistência anual deve ser aumentado pelo menos em até cem bilhões de dólares, para que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados. Se os países destinatários se esforçassem por aumentar o montante das receitas públicas coletadas e se redirecionar os recursos no sentido da luta contra a pobreza, o aumento da assistência anual poderá funcionar, para os países mais pobres, como um trampolim que lhes permita chegar aos Objetivos. Esta é a conclusão deste Relatório.
  'O princípio de prestação de contas dos governos aos respectivos povos, princípio que deve ser igualmente seguido pelos países ricos e pobres entre si, está no cerne da Declaração do Milênio', disse Malloch Brown. 'Numa era em que a democracia está expandindo por todo o mundo, a existência de dados claros sobre se os governos estão ou não fazendo progressos no sentido dos Objetivos permitir aos cidadãos avaliar por si próprios os sucessos e os fracassos dos seus líderes'. [...]"
FONTE: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Disponível em: www.undp.org.

OS GRANDES DOMÍNIOS NATURAIS

  É incrível a diversidade dos seres vivos que habitam o planeta Terra! Em apenas um quilômetro de floresta, podemos encontrar uma enorme quantidade de espécies de bactérias, ácaros, fungos, insetos, aves e répteis.
A ESFERA DA VIDA
  Florestas fechadas entremeadas por rios, extensas áreas desérticas, porções de terras recobertas por neve, recifes de corais, essa enorme diversidade de ambientes representa uma pequena amostra da biosfera, a esfera que abriga a vida existente na Terra. A biosfera se estende desde as profundezas dos oceanos até a troposfera, a camada inferior da atmosfera.
  Os insetos ocupam posição de destaque na imensa teia de vida que compõe a biosfera. Com um número enorme de espécies e uma excepcional abundância, eles podem ser encontrados em todos os continentes e até mesmo em ambientes aquáticos. Um exemplo disso são os besouros e as moscas.
As moscas são os insetos mais comuns em todas as partes do mundo
  Aproximadamente três quartos de todas as espécies animais do mundo são de insetos, e cerca de um terço destas são de besouros. As mais de 300 mil espécies de besouros existentes possuem mandíbulas trituradoras de alimentos e, por isso, têm um papel importante no equilíbrio da biosfera.
  Há besouros carnívoros, que se alimentam de outros insetos, evitando a superpopulação de determinado grupo. Há aqueles que se alimentam apenas de vegetais e são capazes de devorar em pouco tempo a folhagem de diversas plantas, acelerando o processo de decomposição da matéria orgânica. Além disso, juntamente com as abelhas e as borboletas, exercem papel fundamental como polinizadores, ou seja, levam o pólen das flores de uma planta a outra, permitindo a continuidade da vida vegetal no planeta.
As abelhas exercem um importante papel na polinização das plantas
  Algumas espécies de moscas também são importantes para a fertilização de plantas, pois, quando voam de flor em flor, carregam em suas patas o pólen responsável pela reprodução das plantas. Entretanto, ao contrário da maioria das espécies animais, as moscas convivem tão bem com a sujeira produzida pela espécie humana que se tornaram vetores de transmissão de doenças.
  A distribuição das espécies vegetais pela biosfera é bastante sensível às condições climáticas. O tipo de clima determina a velocidade de crescimento das plantas, assim como o seu período de reprodução. Dessa forma a floração e o amadurecimento dos frutos ocorrem em momentos diferentes em cada região. Isso interfere também no ciclo de reprodução dos animais que dependem diretamente disso, como os insetos polinizadores e as aves frugívoras (que se alimentam de frutas)
Tucano - exemplo de ave frugívora
OS DOMÍNIOS NATURAIS
  Considerando as interações entre os seres vivos, podemos dividir a biosfera em domínios naturais, que são classificados de maneira hierárquica.
  Na base desses domínios naturais, estão as comunidades ecológicas, nas quais diferentes espécies de seres vivos, reunidos em determinada área, estabelecem entre si uma teia completa de interações. Assim, o que é resíduo para uma espécie, por exemplo, pode servir de alimento para outra.
  Os ecossistemas reúnem diferentes comunidades ecológicas, tais como as existentes em lagos, encostas de montanha, florestas etc.
  Os biomas, por sua vez, são formados por um conjunto de ecossistemas associados e abrangem grandes extensões.
  Entre os principais biomas terrestres, destacam-se a floresta tropical úmida ou pluvial, a savana, o deserto, a vegetação mediterrânea, as pradarias, a estepe, a floresta temperada, a taiga e a tundra.
A FLORESTA TROPICAL
  Se você sobrevoar uma região extensa de floresta tropical, certamente vai se sentir navegando sobre um mar verde. Isso porque as copas das árvores encobrem totalmente o solo. Por outro lado, se você olhar para cima, caminhando sobre o chão da floresta, dificilmente verá o céu, encoberto por uma densa camada de folhas.
  As florestas tropicais são caracterizadas pela grande presença de árvores altas e densamente agrupadas. O fato de serem perenifólias, isto é de apresentarem folhas perenes, que não caem em nenhuma das estações do ano, dá à floresta tropical um aspecto compacto, quando vistas do alto.
Floresta Amazônica
  Apesar de as florestas tropicais ocuparem apenas uma décima parte da superfície dos continentes, elas abrigam 60% das espécies vegetais e animais conhecidas no mundo.
  Em uma floresta equatorial ou tropical, as variações de temperatura são relativamente pequenas ao longo do ano. As temperaturas oscilam entre 25ºC e 30ºC, tanto de dia quanto à noite. Além disso, ocorre um volume de chuvas elevado, com índices pluviométricos de pelo menos 2.000 milímetros anuais. Por isso ela é classificada também como floresta tropical pluvial.
  Outra característica importante desse bioma é sua organização em estratos de vegetação, que comporta desde plantas rasteiras e arbustos até árvores de grande porte.
  O primeiro estrato arbóreo atinge entre 1 metro e 20 metros acima do solo. Nele, a umidade é muito elevada e a mata é escura e fechada.
Mata Atlântica
  A maior parte das espécies da árvore da floresta tropical possui entre 30 e 40 metros de altura, formando o chamado estrato arbóreo superior. As copas dessas árvores estão em contato com as outras, formando uma imensa camada de folhas sempre verdes, pois recebem luz diretamente durante o ano todo.
  Acima do estrato arbóreo superior, ainda podem ser observadas algumas árvores isoladas, que chegam a ultrapassar os 60 metros de altura.
  Um dos fatores que contribuem para a riqueza das florestas tropicais é a presença de grandes bacias hidrográficas. Situadas em regiões extremamente úmidas e que recebem uma quantidade muito grande de chuvas ao longo de todo o ano, as florestas tropicais são atravessadas por alguns dos maiores rios do mundo.
Perfil esquemático das florestas tropicais
  O rio Amazonas atravessa praticamente toda a floresta equatorial brasileira (a Floresta Amazônica) e recebe água de diversos grandes afluentes que cortam parte da mesma floresta nos países vizinhos.
  A Floresta do Congo, a maior do continente africano, é cortada pelo rio Congo, o segundo em volume de água do mundo, enquanto as florestas tropicais do Sudeste Asiático recebem as águas do rio Mekong e seus afluentes.
Rio Mekong em Luang Prabang - Laos
  Milhares de espécies de peixes e outros organismos vivem ou dependem de recursos trazidos pelos rios presentes nas florestas tropicais.
  Apesar de toda essa riqueza e diversidade, essas florestas se sustentam em solos arenosos, que apresentam deficiência de nutrientes. Como tanta matéria viva vegetal é sustentada nas florestas tropicais? A resposta está logo acima de seu solo: as camadas de folhas da própria floresta e da fauna local contêm seus nutrientes.
  Por meio de um processo chamado ciclagem de nutrientes, a matéria orgânica da floresta e da fauna que ela abriga - folhas, frutos, carcaças de animais etc. - é triturada e decomposta, gerando os nutrientes fundamentais para o crescimento e o sustento das plantas. Os principais responsáveis pela ciclagem de nutrientes são as formigas e os cupins, que trituram e misturam a matéria orgânica, e os fungos e bactérias, que decompõem a matéria em substâncias químicas utilizadas pelas plantas em sua nutrição.
Serrapilheira na Floresta Amazônica
  Quando ocorre desmatamento, a quantidade de matéria orgânica da qual provêm os nutrientes diminui de forma drástica. Além disso, a água das chuvas passa a atingir o solo desprotegido, causando a lixiviação, ou seja, a dissolução e o transporte dos poucos nutrientes que restaram. Assim, o desmatamento interrompe a ciclagem dos nutrientes e impede a recomposição da floresta.
  As florestas tropicais estão entre os ambientes mais ameaçados pelos impactos provocados pelos seres humanos. Grandes áreas delas já foram destruídas em todo o mundo, acarretando impactos em diversas escalas.
  Para o conjunto da humanidade, a degradação das florestas tropicais implica a perda da diversidade biológica e mudanças climáticas globais. Para as comunidades tradicionais desses lugares, que se dedicam à coleta dos produtos florestais, o desmatamento é uma ameaça à própria sobrevivência.
Área degradada da Floresta Amazônica
AS SAVANAS
  As savanas são uma formação vegetal na qual convivem plantas rasteiras, como diversos tipos de capins e árvores e arbustos de galhos retorcidos e folhas pequenas. Elas ocorrem em áreas de transição entre regiões de clima úmido e de clima marcado pela alternância de estações secas e chuvosas. Cobrindo mais de 10% da superfície dos continentes, dominam partes da América do Sul, da África, da Índia e da Austrália.
  Nas savanas, predominam espécies vegetais dotadas de raízes profundas, cascas grossas e folhas ásperas. É o caso da mangabeira, no Brasil.
  As duas maiores regiões de savana do mundo estão localizadas na África e no Brasil. No Brasil, a savana é conhecida como cerrado, e ocorre principalmente na porção central do país.
Vegetação de cerrado
  Apesar de comporem um mesmo bioma, a savana africana e o cerrado brasileiro apresentam diferenças importantes. No cerrado, o número de espécies vegetais é maior que o da savana africana, mas esta abriga mamíferos de grande porte, como elefantes, leões, girafas e zebras, ausentes no Brasil em geral.
  A variedade de animais de grande porte também pode ser observada em outras áreas de savana do mundo. Por exemplo, na savana da Índia, também existem elefantes; na da Austrália, há os avestruzes e os emus. Com certa frequência, o período de seca provoca a migração massiva desses herbívoros para áreas mais úmidas.
Savana africana
OS DESERTOS
  Os desertos são biomas extremamente secos. Os índices pluviométricos não ultrapassam os 250 milímetros anuais.
  Em muitos casos, os desertos encontram-se em zonas de climas quentes e podem alcançar temperaturas acima de 50 °C. A umidade é muito baixa e não há formação de nuvens. À noite, a temperatura pode chegar à 0 °C. Os desertos quentes apresentam as maiores amplitudes térmicas mundiais.
  Os desertos, porém, não existem apenas em regiões quentes. Há aqueles localizados em altas latitudes, nas quais o frio predomina. É o caso dos desertos da Mongólia Interior e de Góbi, na Mongólia, e de Taklimakan, na China.
Deserto de Góbi na Mongólia
  A existência dos desertos está associada a diversos fatores, entre eles a presença de áreas de alta pressão atmosférica, que originam os ventos secos e quentes das altas latitudes em direção às regiões próximas dos trópicos de Câncer e de Capricórnio.
  Alguns desertos ou regiões semiáridas devem a sua escassez hídrica às altas montanhas, que impedem a passagem de nuvens úmidas para essas regiões.
Deserto do Atacama no Chile
O papel das correntes marítimas
  As correntes marítimas também contribuem bastante para a formação dos climas árido e semiárido.
  Correntes marítimas são massas de água em movimento, que se comportam como rios que correm dentro dos oceanos. Seu deslocamento é decorrente de diversos fatores, como o movimento de rotação da Terra e as diferenças de densidade da água do mar, as quais resultam das diferenças de temperatura e do grau de salinidade.
  As correntes marítimas possuem diferentes temperaturas e podem influenciar muito o clima das regiões por onde passam.
Mapa das correntes marítimas
  As correntes frias de Humboldt (ou do Peru), no Oceano Pacífico, e de Benguela, no Atlântico, por exemplo, influenciaram diretamente na formação dos desertos de Atacama, no Chile, e da Namíbia e do Kalahari, na África, respectivamente. Como ocorre intensa evaporação e precipitação nos pontos de ressurgência do oceano, as massas de ar chegam secas quando atingem os continentes.
Deserto do Kalahari na Namíbia
  Os desertos são constituídos principalmente por dunas de areia ou solos rochosos. As áreas desérticas arenosas formaram-se a partir de depósitos de sedimentos de antigos lagos ou de costas marinhas que existiam em remotas eras geológicas. As cactáceas são vegetais característicos desse bioma. Suas folhas são cobertas de camadas de cera ou formam espinhos, o que diminui sua transpiração, e seu caule é esponjoso, o que facilita o armazenamento de água.
  Os animais do deserto alimentam-se de sementes, e toda a água de que necessitam procede de alimentos sólidos. A maioria deles mantém atividades noturnas e passa grande parte do dia em abrigos debaixo do solo ou de formações rochosas.
Feneco ou raposa do deserto - animal típico do deserto do Saara
AS ESTEPES
  Estepe é uma palavra russa que designava originalmente a vegetação rasteira que se estende das planícies da Hungria até a Mongólia. Mas essa vegetação também pode ser encontrada no oeste dos Estados Unidos, na Argentina, na Austrália e no sul da África.
  A falta de árvores nas estepes é explicada, principalmente, pela grande irregularidade pluviométrica. Poucas plantas toleram a escassez prolongada de água, mas as espécies que vivem nas estepes possuem adaptações que lhe permitem suportar tal condição.
Estepe na Mongólia
  Folhas espessas e pequenas, muitas vezes modificadas em espinhos, são características marcantes da vegetação de estepes. Essas modificações diminuem a perda de água por evaporação.
  Em alguns casos, a ausência de árvores nas estepes é decorrência da grande  quantidade de herbívoros. Na América do Norte, os bisões contribuíram durante milhares de anos para que as florestas não se desenvolvessem nesse bioma. O mesmo parece ter ocorrido no extremo meridional da América do Sul, com os guanacos; na Europa, com os cavalos; e na Austrália, com os cangurus.
Guanacos nas estepes da América do Sul
  Nas estepes de clima mais frio, muitos animais se reúnem em grandes rebanhos, realizando migrações periódicas até zonas de clima mais favorável. Nesses ambientes abertos, viver em grupo é uma boa estratégia de sobrevivência. Alguns predadores, como os lobos, adotam a técnica de caça em grupo, são bons corredores e estão adaptados aos deslocamentos por grandes distâncias.
Estepes nas Europa
AS PRADARIAS
  As pradarias ocupam as regiões temperadas e são mais comuns em áreas distantes dos oceanos. Nelas predominam espécies de vegetação rasteira.
  Há muito tempo as pradarias são utilizadas como pastagens naturais. Na Ucrânia, na Argentina e nos Estados Unidos, onde os solos são muito férteis, o bioma das pradarias foi praticamente extinto e sua área de ocorrência original acabou sendo transformada em campos de cultivos de cereais.
  No Brasil, as pradarias continuam razoavelmente preservadas. Conhecidas como pampas, espalham-se pelas grandes planícies do Rio Grande do Sul. Nesse caso, o aproveitamento econômico das pradarias associa-se principalmente à criação extensiva de gado.
Campos de grãos nas pradarias do Canadá
A VEGETAÇÃO MEDITERRÂNEA
  A vegetação mediterrânea ocupa uma área correspondente a apenas 5% da superfície dos continentes, reunindo faixas de terra dos litorais da África do Sul, da Austrália, do Norte da África e do sul da Europa, nas quais os invernos são úmidos e frescos, e os verões, secos e muito quentes. Trata-se de um bioma também conhecido como chaparral, no qual predominam espécies vegetais rasteiras e pequenos arbustos.
Vegetação mediterrânea na Espanha
  O bioma de vegetação mediterrânea concentra 20% das espécies vegetais do planeta, grande parte das quais são exclusivas dele. Nas faixas do litoral mediterrâneo europeu e africano, as plantas mais frequentes são as oliveiras e as videiras. Os principais centros de produção de azeitonas e azeite de oliva do mundo são encontrados nessas áreas, que também abrigam importantes vinícolas.
  Em algumas porções do território europeu, principalmente no sul da Grécia, da Espanha, de Portugal e da França, predominam os garrigues e os maquis, vegetação espinhenta e ressecada. A érica, na África do Sul, e as acácias e os eucaliptos, na Austrália, são variantes do bioma conhecido como vegetação mediterrânea.
  Existem registros da presença de sociedades humanas antigas em biomas mediterrâneos, os quais vêm sendo alterados pelas atividades pastoril e agrícola há mais de 10 mil anos.
Cultivo de oliveira na Grécia
A FLORESTA TEMPERADA
  A floresta temperada é um bioma que se desenvolve em áreas cujas estações climáticas são bem definidas, com verão quente e úmido e inverno rigoroso.
  O solo dessa floresta recebe muito mais luz do que o da floresta tropical e, por causa disso, ela apresenta grande diversidade de vegetação rasteira e arbustiva em seu interior. As árvores mais comuns desse bioma são os álamos, os pinheiros, os abetos e os carvalhos.
  As espécies arbóreas da floresta temperada são caducifólias, ou seja, de folhas caducas, que envelhecem, secam e morrem. A queda das folhas no outono é uma adaptação das plantas para o frio do inverno. Se as folhas fossem perenes (como as das florestas tropicais sempre verdes), a neve poderia queimar as plantas, dificultando sua sobrevivência.
Floresta temperada no Canadá
  Atualmente as florestas temperadas estão reduzidas a bosques nas áreas montanhosas, situadas acima de 1.500 metros. Na zona temperada menos fria, as antigas florestas foram derrubadas e substituídas por campos agrícolas ou áreas urbanas.
  Apesar de ser um dos biomas mais degradados do mundo, a predominância das florestas temperadas em algumas áreas foi tão grande que elas se tornaram símbolos de países. Por exemplo, a bandeira do Canadá é decorada com uma folhar de ácer, uma árvore típica das florestas temperadas daquele país.
Floresta de Sherwood na Inglaterra
A TAIGA
  Ao norte da floresta temperada se encontra um amplo cinturão de florestas de coníferas, conhecidas pelo termo russo taiga. Uma conífera é uma planta que forma sementes em pinhas, mas não possui flores. As pinhas ou cones são estruturas em escamas protetoras que se abrem e liberam as sementes.
  Apesar de sua forma delgada, as folhas de coníferas são muito eficientes para captar luz. Elas são perenifólias, pois aproveitam a energia solar para realizar fotossíntese o ano todo. As pinhas possuem sementes nutritivas, por isso é grande a diversidade de aves na copa dessas árvores.
  A fauna dominante das florestas de coníferas é composta de insetos e pequenos mamíferos. Muitos desses mamíferos passam o verão se alimentando ou guardando alimentos para suportar o severo clima de inverno.
Esquilo se alimentando de uma pinha
  O bioma da taiga desenvolve-se em sentido latitudinal. Ele está presente do Mar Báltico, na Europa, passando pela Rússia até o norte da China e do Japão, na Ásia; na América do Norte vai do Alasca à costa do Atlântico Norte. Trata-se da maior área de floresta do mundo.
  Na taiga encontram-se sequoias, árvores nativas da América do Norte que podem viver milênios e atingir cerca de 100 metros de altura. Essa espécie permite estudos interessantes relativos às condições climáticas do passado, ou seja, aos paleoclimas.
Sequoias do Sequoia National Park, nos Estados Unidos
  O crescimento das árvores, em geral, varia conforme as estações do ano. Os anéis de seus troncos revelam crescimentos anuais bem delimitados, o que permite saber ainda se o inverno foi longo ou curto e estabelecer a data em foram cortadas.
  Em função das características do bioma temperado frio, algumas espécies de pinheiro apresentam crescimento mais rápido. Por causa disso, e também devido à homogeneidade, as florestas de coníferas são muito exploradas para a retirada de madeira, que é utilizada pela indústria de papel e celulose, de móveis e de construção civil. O Canadá e a Suécia são os maiores produtores mundiais dessa matéria-prima tão valiosa.
Floresta de taiga no Canadá
A TUNDRA
  "Terra sem árvores" é o significado do termo tundra, na língua dos lapões, povos da Lapônia, situada no extremo norte da Escandinávia, região mais setentrional do Hemisfério Norte.
  A tundra ocupa 5% das terras emersas do planeta. É uma formação vegetal que se desenvolve em regiões muito frias, cujo subsolo mantém-se congelado durante o ano inteiro. No curto período do verão, a radiação solar e o derretimento do gelo superficial permite a formação de áreas pantanosas, propícias ao desenvolvimento de musgos e liquens. Essa é a vegetação de tundra.
Tundra no norte do Canadá
  Nessas condições, a tundra apresenta um ciclo lento de renovação. Por causa disso, nos terrenos da Lapônia destinadas ao rebanho de renas,  cria-se apenas uma cabeça por quilômetro quadrado, de forma a minimizar os impactos e a impedir a degradação do pasto natural.
  Apesar do frio e da escassez de vegetação, a tundra abriga uma fauna variada, com um número elevado de animais, alguns de grande porte, como as renas, os ursos polares e as raposas do Ártico. Lebres e diversos tipos de roedores sobrevivem em tocas. Nas zonas costeiras, vivem várias espécies de aves e também de animais marinhos. Entre estes últimos, estão as pequenas e as grandes baleias. No Ártico, aves e baleias migram para o sul durante o inverno, em busca de temperaturas mais amenas.
Boi almiscarado - um dos grandes animais do bioma da tundra
FONTE: Araújo, Regina. Observatório de geografia: 6° ano: temas e desafios / Regina Araújo, Ângela Corrêa da Silva, Raul Borges Guimarães. - São Paulo: Moderna, 2009.

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