No decorrer do recente processo brasileiro de industrialização determinadas características de ordem socioeconômica e natural próprias de cada região colaboraram para o surgimento de centros industriais especializados em certos segmentos da produção fabril. Isso ocorreu não somente no Sudeste, mas também nas demais regiões do Brasil.
Cada conjunto de indústrias especializadas, situadas em determinadas porção do espaço geográfico brasileiro, é chamado de complexo industrial ou complexo agroindustrial (especializado no processamento ou no fornecimento de matérias-primas agropecuárias). A formação desses complexos demonstra que, de maneira geral, as indústrias pertencentes a um mesmo segmento fabril instalam-se próximas umas das outras.
Dentre os fatores que contribuíram para o surgimento destes centros industriais, estão:
Esse aglomerado de empresas de médio e grande porte trouxe a preocupação com o meio ambiente e, em 1983, foi criado o Projeto Cubatão, desenvolvido em conjunto com as indústrias do polo e a prefeitura da cidade, objetivando o controle ambiental e sua consequente recuperação, já que na década de 1970, a cidade foi considerada a mais poluída do Brasil e uma das mais poluídas do mundo.
O Polo Industrial de Cubatão está sob a jurisdição da Diretoria Regional do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Cubatão, criada em 1971 e que congrega grandes e importantes empresas do mercado nacional. Além de atender a empresas localizadas em Cubatão, a entidade dá suporte às indústrias de Guarujá e Bertioga. Ao todo, a regional conta com 52 empresas no seu quadro associativo.
Esse polo industrial conta com a Refinaria Presidente Bernardes - Cubatão (RPBC). Essa refinaria está localizada no sopé da Serra do Mar e é cortada pela Estrada Velha São Paulo-Santos (a primeira rodovia asfaltada do Brasil), sendo uma unidade com alta capacidade de conversão.
Os principais produtos produzidos no Polo Petroquímico de Cubatão são: gasolina A, gasolina Podium, gasolinas de competição, coque de petróleo, gasolina de aviação, óleo diesel, gás de cozinha, nafta petroquímica, gás natural, combustível para navios, hidrogênio, butano desodorizado, benzeno, xilenos e toluenos, hexano, enxofre, resíduo aromático, entre outros.
A instalação das indústrias no Polo Petroquímico de Camaçari promoveu o desenvolvimento do município e da Bahia, gerando impactos na economia, educação e empregos.
O polo surgiu sob o modelo tripartite, reunindo em sua composição acionária participações do Estado e da iniciativa privada nacional e estrangeira.
O polo investe na sua modernização com a introdução de novas tecnologias sem abrir mão dos profissionais locais. A maioria das empresas do polo está interligada por dutovias à unidade de insumos básicos da Braskem. Esta recebe derivados de petróleo da Petrobras e os transforma em petroquímicos básicos que, juntamente com energia elétrica, vapor, água e ar, são fornecidos às unidades produtivas da Braskem e às indústrias vizinhas de segunda geração que, de forma integrada, produzem os petroquímicos intermediários e alguns produtos finais.
Cada conjunto de indústrias especializadas, situadas em determinadas porção do espaço geográfico brasileiro, é chamado de complexo industrial ou complexo agroindustrial (especializado no processamento ou no fornecimento de matérias-primas agropecuárias). A formação desses complexos demonstra que, de maneira geral, as indústrias pertencentes a um mesmo segmento fabril instalam-se próximas umas das outras.
Colheita de milho no Mato Grosso |
POLO PETROQUÍMICO DE CUBATÃO
A proximidade com a área portuária de Santos e com as indústrias da região metropolitana de São Paulo fizeram de Cubatão um dos mais importantes polos petroquímicos do Brasil. Além da proximidade do porto de Santos, a malha ferroviária e o complexo Anchieta-Imigrantes também contribuíram para transformar esse polo no maior polo industrial do país, englobando empresas dos setores petroquímico, siderúrgico, químico e de fertilizantes.Esse aglomerado de empresas de médio e grande porte trouxe a preocupação com o meio ambiente e, em 1983, foi criado o Projeto Cubatão, desenvolvido em conjunto com as indústrias do polo e a prefeitura da cidade, objetivando o controle ambiental e sua consequente recuperação, já que na década de 1970, a cidade foi considerada a mais poluída do Brasil e uma das mais poluídas do mundo.
Cubatão - SP |
Esse polo industrial conta com a Refinaria Presidente Bernardes - Cubatão (RPBC). Essa refinaria está localizada no sopé da Serra do Mar e é cortada pela Estrada Velha São Paulo-Santos (a primeira rodovia asfaltada do Brasil), sendo uma unidade com alta capacidade de conversão.
Os principais produtos produzidos no Polo Petroquímico de Cubatão são: gasolina A, gasolina Podium, gasolinas de competição, coque de petróleo, gasolina de aviação, óleo diesel, gás de cozinha, nafta petroquímica, gás natural, combustível para navios, hidrogênio, butano desodorizado, benzeno, xilenos e toluenos, hexano, enxofre, resíduo aromático, entre outros.
Polo Petroquímico de Cubatão |
POLO PETROQUÍMICO DE CAMAÇARI
O Polo Industrial de Camaçari está localizado no município de Camaçari e se estende até o município de Dias d'Ávila, ambos no estado da Bahia. Esse polo abriga diversas indústrias químicas e petroquímicas, automobilísticas, dentre outros ramos industriais. O polo iniciou suas operações em 29 de junho de 1978, tendo sido o primeiro complexo petroquímico planejado do país.A instalação das indústrias no Polo Petroquímico de Camaçari promoveu o desenvolvimento do município e da Bahia, gerando impactos na economia, educação e empregos.
O polo surgiu sob o modelo tripartite, reunindo em sua composição acionária participações do Estado e da iniciativa privada nacional e estrangeira.
Camaçari - BA |
Polo Petroquímico de Camaçari |
QUADRILÁTERO FERRÍFERO
As jazidas de ferro localizadas no Quadrilátero Ferrífero fizeram da Vale do Aço, a nordeste de Belo Horizonte, um dos principais centros siderúrgicos do país.O Quadrilátero Ferrífero é a região mineira que compreende os municípios de Caeté, Igarapé, Itabira, Itabirito, Itatiaiuçu, Itaúna, Jeceaba, João Monlevade, Juiz de Fora, Mariana, Mateus Leme, Moeda, Nova Lima, Ouro Preto, Raposos, Rio Acima, Rio Manso, Rio Piracicaba, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia, São Gonçalo do Rio Abaixo, São Joaquim de Bicas e Sarzedo. É a maior produtora brasileira de minério de ferro, sendo responsável por cerca de 60% de toda a produção nacional. Além do minério de ferro, são extraídos do Quadrilátero Ferrífero ouro e manganês.
A região do Quadrilátero Ferrífero constitui o marco principal da interiorização da ocupação portuguesa no Brasil.
Mariana (MG) - Uma das cidades que compõe o Quadrilátero Ferrífero |
O ferro extraído do Quadrilátero Ferrífero tem dois destinos: a produção na região do Vale do Rio Doce tem como destino o mercado externo, principalmente para a China; já o minério produzido na região do Vale do Rio Parapeba, tem como destino abastecer o mercado interno, principalmente as indústrias instaladas em Volta Redonda (RJ) e Cubatão (SP). Já a produção do manganês atende exclusivamente ao mercado interno.
Extração de minério de ferro em Itabirito - MG |
ZONA FRANCA DE MANAUS
A Zona Franca de Manaus (ZFM) é uma zona industrial criada pelo Decreto-Lei 288/67 com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico da Amazônia Ocidental. É administrado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e abriga um grande número de indústrias, principalmente do ramo eletroeletrônico.As indústrias não recebem incentivos para se instalar na Zona Franca de Manaus, porém, uma vez instaladas, recebem:
- isenção de imposto de importação, que permite que as empresas atuem como montadoras, usando tecnologia internacional;
- isenção do imposto de exportação;
- isenção do imposto sobre produtos industrializados (IPI);
- desconto parcial, fornecido pelo governo do Amazonas, no imposto de circulação de mercadorias e serviços (ICMS);
- isenção por dez anos, fornecido pelo município de Manaus, do IPTU, da taxa de licença para funcionamento e da taxa de serviços de limpeza e conservação pública.
Visão parcial da cidade de Manaus (AM) |
Zona Franca de Manaus |
REGIÃO DO ABC PAULISTA
A implantação de grandes montadoras de automóveis na região do ABC paulista fez com que o segmento industrial de autopeças (pneus, bancos, vidros, amortecedores, etc.), se desenvolvesse nessa área.
ABC Paulista, Região do Grande ABC, ABC ou ainda ABCD, é uma região tradicionalmente industrial do estado de São Paulo, parte da Região Metropolitana de São Paulo, porém, com identidade própria. A sigla vem das cidades que originalmente formavam a região: Santo André (A), São Bernardo do Campo (B) e São Caetano do Sul (C) - às vezes é incluída Diadema (D), formando o ABCD Paulista. É relativamente comum encontrar também ABCDMRR, incluindo os municípios de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Foi pela região do ABC que se iniciou a ocupação do interior da capitania de São Paulo pelos portugueses. Em 1553, o pioneiro João Ramalho fundou a cidade de Santo André da Borda do Campo (atual Santo André). A capital do futuro estado, São Paulo, seria fundada um ano depois, em 1554.
As cidades de São Bernardo e São Caetano têm origem nas fazendas de mesmo nome criadas na região pelos monges do Mosteiro São Bento no ano de 1797. São Bernardo do Campo cresceu como vila até tornar-se município em 1890. São Caetano do Sul separou-se em 1948 do município de Santo André, do qual fazia parte até então.
O ABC Paulista é marcado historicamente por ser o primeiro centro da indústria automobilística brasileira. A região abriga diversas montadoras transnacionais, como as alemãs Mercedes-Benz e a Volkswagen e as norte-americanas Ford e General Motors, a italiana Fiat, entre outras.
A região do ABC é o terceiro polo econômico do Brasil; só perde para as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. É no ABC que se encontra uma das maiores concentrações de indústrias do país.
O grande desenvolvimento do ABC Paulista aconteceu a partir dos anos 1950. Nessa época, se instalaram as primeiras indústrias automobilísticas do Brasil.
A presença de indústrias de grande porte fez com que a região fosse o berço do movimento sindical contemporâneo no Brasil. As greves dos operários foram fortes no final da década de 1970, resultando na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Esta força sindical concentrada em uma só região (do ABC) tomou dimensões gigantescas, contribuindo, de forma negativa, para que algumas indústrias deixassem o ABC e procurassem outros locais para instalar suas filiais, como foi o caso da Fiat, que se instalou em Minas Gerais.
Dispondo de uma infraestrutura completa para atender às necessidades dos mais diversos empreendimentos, Suape tem atraído um número cada vez maior de empresas interessadas em colocar seus produtos no mercado regional ou exportá-los para outros países.
A interligação modal do complexo é feita por meio da ferrovia Transnordestina e rodoviário através da rodovia federal BR-222 e da rodovia estadual CE-422.
A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no início do século XVI, quando foi iniciada a instalação de engenhos de açúcar. Esse produto foi a base da economia do Nordeste brasileiro na época do Brasil-Colônia.
Atualmente, o Brasil é o principal produtor de cana-de-açúcar do mundo. Seus produtos são largamente utilizados na produção de açúcar, álcool combustível e, mais recentemente biodiesel. São Paulo é o estado brasileiro que mais produz cana-de-açúcar, respondendo por mais de 50% da produção no país, seguido de Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Alagoas e Pernambuco.
O setor sucroalcooleiro brasileiro despertou o interesse de diversos países, principalmente pelo baixo custo de produção de açúcar e álcool. Este último tem sido cada vez mais importado por nações desenvolvidas, que visam reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e a dependência de combustíveis fósseis.
No Brasil, a agroindústria da cana-de-açúcar tem adotado políticas de preservação ambiental, que são exemplos mundiais na agricultura, embora, nessas políticas, não estejam contemplados os problemas decorrentes da expansão acelerada sobre vastas regiões e o prejuízo decorrente da substituição da policultura pela monocultura canavieira.
Para renovação do cultivo, algumas indústrias canavieiras fazem, a cada quatro ou cinco anos, plantio de leguminosas, principalmente da soja, que recuperam o solo pela fixação de nitrogênio.
Planta originária dos Andes, o tabaco acompanhou as migrações dos índios por toda a América Central, até chegar ao território brasileiro. Entre os indígenas, o tabaco era consumido de diferentes maneiras (comido, bebido, mascado, aspirado e fumado), mas o hábito de fumar predominava e esta forma de consumo acabou se difundindo pelo mundo ao longo dos anos.
No Brasil, no início do século XVI, os primeiro portugueses ao desembarcarem no país já encontraram o cultivo do tabaco em quase todas as tribos indígenas. Para os índios brasileiros, a planta possuía caráter sagrado e origem mística. Seu uso era, geralmente, limitado a ritos mágico-religiosos, como no evocar dos deuses e nas predições, bem como para fins medicinais, para cura de ferimentos, entre outros, sendo seu uso reservado exclusivamente aos pagés (feiticeiros).
As primeiras lavouras de tabaco formadas pelos colonos brasileiros surgiram da necessidade de garantir o consumo próprio. Porém, a procura pelo produto na Europa, fez com que o excedente fosse logo exportado para o continente europeu, contribuindo para aumentar a área plantada no Brasil.
Após a independência do Brasil, em 1822, deu-se um grande impulso às lavouras de fumo. A possibilidade de comércio direto com outros países representou um grande incentivo a produção a partir de 1850, destacando-se como maiores produtores nessa época, as províncias de Minas Gerais e Bahia. Com a vinda de imigrantes europeus para o país, essa produção se estendeu para os estados sulinos, principalmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Atualmente, o Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de tabaco, seguido de Santa Catarina e Paraná que, juntos, respondem por cerca de 98% da produção do país.
A soja é, no Brasil, um dos principais itens da produção agrícola, sendo o país segundo maior produtor mundial desse produto, perdendo apenas para os Estados Unidos, movimentando em sua cadeia produtiva do agronegócio bilhões de dólares todos os anos.
Até o século XIX, a soja era plantada apenas na Bahia em pequena escala. Com a chegada dos japoneses no Brasil, houve uma proliferação do cultivo da soja. A partir da década de 1940, a soja começa a ganhar importância econômica no Rio Grande do Sul, onde mostrou boa adaptação às condições de clima e solo locais. Sua produção intensificou-se e espalhou para os estados vizinhos, Santa Catarina e Paraná, principalmente nas décadas de 1960 e 1970, por causa de incentivos do governo, interessado em desenvolver sua produção.
A partir da década seguinte, a soja tornou-se o principal produto do agronegócio brasileiro. A sua expansão deveu-se ao crescente aumento de sua demanda no mercado mundial, em função do seu uso como matéria-prima em diversos setores da atividade industrial. O grão de soja é processado em fábricas, dando origem a óleo comestíveis, ao farelo utilizado como fonte de proteínas nas rações animais e a biocombustíveis.
A partir da década de 1980, a produção de soja expandiu-se rapidamente para o Centro-Oeste e as áreas de Cerrado. A expansão da soja no Cerrado está atrelado aos incentivos do governo em promover a ocupação e o desenvolvimento econômico da região Centro-Oeste. Devido aos incentivos fiscais no Estado, aos investimentos na infraestrutura local, como a construção de estradas, ao baixo preço das terras e ao relevo propício da região, diversos produtores migraram para o Centro-Oeste. A opção pela soja se deu devido à grande demanda internacional do produto - e, com isso, às boas possibilidades de lucro propiciadas pelo seu cultivo.
O estado do Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de soja, seguido do Paraná e do Rio Grande do Sul.
Entre o fim do século XIX e a primeira metade do século XX, as paisagens dominadas pela Mata de Araucária foram profundamente alteradas por imigrantes alemães, italianos, eslavos e migrantes de outras partes do país.
Diferentemente do padrão latifundiário de outras regiões, no centro-oeste sulino, do norte do Paraná ao norte do Rio Grande do Sul, as terras foram ocupadas por pequenas propriedades familiares, com lavouras variadas e criações modestas.
Hoje, as menores taxas de concentração de terras do país estão nessa região, onde milhares de pequenas e médias propriedades formam a base de um dos maiores sistemas de suinocultura e avicultura integrada do mundo.
Muitos integradores têm granjas especializadas na criação de matrizes, desenvolvidas exclusivamente para produzir ovos férteis que gerem descendentes com as qualidades desejadas pela agroindústria.
A incubação dos ovos também é feita em escala industrial. Assim que nascem, os pintinhos fora do padrão são descartados e os outros são vacinados, agrupados aos milhares e enviados no mesmo dia para os integrados.
A produção de aves costuma ocorrer em regiões produtoras de milho, base da alimentação desses animais. A dobradinha grãos-aves é essencial para a agroindústria do Sul. O desenvolvimento de uma cultura estimulou a outra; a região concentra atualmente a segunda maior produção de milho e soja do Brasil.
Os integradores montam fábricas de ração onde há abundância de grãos e aviários, economizando com matéria-prima e transporte.
No sistema de integração, os abatedouros-frigoríficos são os integradores. Eles coordenam a cadeia produtiva, produzindo e distribuindo rações e animais padronizados para engorda em diversas granjas, os integrados.
Além de ter uma cadeia produtiva concentrada, a avicultura sulina está relativamente perto de alguns dos maiores centros consumidores do país e de portos pelos quais escoa a maior parte das exportações brasileiras de carne de frango - Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e Rio Grande (RS).
ABC Paulista, Região do Grande ABC, ABC ou ainda ABCD, é uma região tradicionalmente industrial do estado de São Paulo, parte da Região Metropolitana de São Paulo, porém, com identidade própria. A sigla vem das cidades que originalmente formavam a região: Santo André (A), São Bernardo do Campo (B) e São Caetano do Sul (C) - às vezes é incluída Diadema (D), formando o ABCD Paulista. É relativamente comum encontrar também ABCDMRR, incluindo os municípios de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Mapa da Região do Grande ABC |
As cidades de São Bernardo e São Caetano têm origem nas fazendas de mesmo nome criadas na região pelos monges do Mosteiro São Bento no ano de 1797. São Bernardo do Campo cresceu como vila até tornar-se município em 1890. São Caetano do Sul separou-se em 1948 do município de Santo André, do qual fazia parte até então.
São Caetano do Sul - SP |
A região do ABC é o terceiro polo econômico do Brasil; só perde para as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. É no ABC que se encontra uma das maiores concentrações de indústrias do país.
O grande desenvolvimento do ABC Paulista aconteceu a partir dos anos 1950. Nessa época, se instalaram as primeiras indústrias automobilísticas do Brasil.
Santo André - SP |
Esta força sindical concentrada em uma só região (do ABC) tomou dimensões gigantescas, contribuindo, de forma negativa, para que algumas indústrias deixassem o ABC e procurassem outros locais para instalar suas filiais, como foi o caso da Fiat, que se instalou em Minas Gerais.
São Bernardo do Campo - SP |
COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE
O Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Guedes, mais conhecido como Porto de Suape, é o mais completo polo para a localização de negócios industriais e portuários da região Nordeste. Está localizado entre os municípios pernambucanos de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Seu projeto foi baseado na integração porto-indústria, tendo como exemplo portos bem sucedidos da França e do Japão. Sua área de influência abrange os estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e parte do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e interior do Maranhão.Dispondo de uma infraestrutura completa para atender às necessidades dos mais diversos empreendimentos, Suape tem atraído um número cada vez maior de empresas interessadas em colocar seus produtos no mercado regional ou exportá-los para outros países.
Complexo Industrial Portuário de Suape, entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho - PE |
COMPLEXO INDUSTRIAL DE PECÉM
O Complexo Industrial e Portuário de Pecém está localizado entre os municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Aglomera várias estruturas, empreendimentos e companhias industriais, em especial, o Terminal Portuário de Pecém, já em operação, e as futuras Zona de Processamento de Exportação do Ceará, Companhia Siderúrgica do Pecém, Refinaria Premium II da Petrobras, e as termelétricas Energia Pecém (MPX e EDP) e MPX Pecém II. A região industrial também faz parte do projeto do Eixão das Águas.A interligação modal do complexo é feita por meio da ferrovia Transnordestina e rodoviário através da rodovia federal BR-222 e da rodovia estadual CE-422.
Complexo Industrial e Portuário de Pecém, entre os municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia - CE |
AGROINDÚSTRIA DA CANA-DE-AÇÚCAR
As extensas lavouras de cana-de-açúcar na Zona da Mata nordestina, na região norte fluminense e no interior do estado de São Paulo possibilitaram o desenvolvimento da indústria sucroalcoleira nessas regiões.A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no início do século XVI, quando foi iniciada a instalação de engenhos de açúcar. Esse produto foi a base da economia do Nordeste brasileiro na época do Brasil-Colônia.
Atualmente, o Brasil é o principal produtor de cana-de-açúcar do mundo. Seus produtos são largamente utilizados na produção de açúcar, álcool combustível e, mais recentemente biodiesel. São Paulo é o estado brasileiro que mais produz cana-de-açúcar, respondendo por mais de 50% da produção no país, seguido de Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Alagoas e Pernambuco.
Colheita de cana-de-açúcar, em Piracicaba - SP |
No Brasil, a agroindústria da cana-de-açúcar tem adotado políticas de preservação ambiental, que são exemplos mundiais na agricultura, embora, nessas políticas, não estejam contemplados os problemas decorrentes da expansão acelerada sobre vastas regiões e o prejuízo decorrente da substituição da policultura pela monocultura canavieira.
Para renovação do cultivo, algumas indústrias canavieiras fazem, a cada quatro ou cinco anos, plantio de leguminosas, principalmente da soja, que recuperam o solo pela fixação de nitrogênio.
Usina de cana-de-açúcar em Pradópolis - SP |
AGROINDÚSTRIA FUMAGEIRA
As lavouras de fumo no sul de Santa Catarina e no norte e nordeste do Rio Grande do Sul propiciaram o desenvolvimento da indústria fumageira nessa região do país.Planta originária dos Andes, o tabaco acompanhou as migrações dos índios por toda a América Central, até chegar ao território brasileiro. Entre os indígenas, o tabaco era consumido de diferentes maneiras (comido, bebido, mascado, aspirado e fumado), mas o hábito de fumar predominava e esta forma de consumo acabou se difundindo pelo mundo ao longo dos anos.
No Brasil, no início do século XVI, os primeiro portugueses ao desembarcarem no país já encontraram o cultivo do tabaco em quase todas as tribos indígenas. Para os índios brasileiros, a planta possuía caráter sagrado e origem mística. Seu uso era, geralmente, limitado a ritos mágico-religiosos, como no evocar dos deuses e nas predições, bem como para fins medicinais, para cura de ferimentos, entre outros, sendo seu uso reservado exclusivamente aos pagés (feiticeiros).
Lavoura de fumo no Rio Grande do Sul |
Após a independência do Brasil, em 1822, deu-se um grande impulso às lavouras de fumo. A possibilidade de comércio direto com outros países representou um grande incentivo a produção a partir de 1850, destacando-se como maiores produtores nessa época, as províncias de Minas Gerais e Bahia. Com a vinda de imigrantes europeus para o país, essa produção se estendeu para os estados sulinos, principalmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Atualmente, o Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de tabaco, seguido de Santa Catarina e Paraná que, juntos, respondem por cerca de 98% da produção do país.
Santa Cruz do Sul - RS - capital basileira do fumo |
AGROINDÚSTRIA DA SOJA
O avanço da unidade de produção capitalista sobre o meio ambiente, terras cultiváveis e terras da agricultura familiar, é denominado de fronteira agrícola. A fronteira agrícola está ligada à necessidade de maior produção de alimentos e criação de animais sob a demanda internacional de importação destes produtos. Além disso, seu crescimento acelerado também está ligado à ausência de políticas públicas eficazes onde a terra acaba sendo comprada barata e o controle fiscal inoperante. Dentre os principais produtos cultivados nas áreas de fronteira agrícola, estão a soja e o milho.A soja é, no Brasil, um dos principais itens da produção agrícola, sendo o país segundo maior produtor mundial desse produto, perdendo apenas para os Estados Unidos, movimentando em sua cadeia produtiva do agronegócio bilhões de dólares todos os anos.
Cultivo de soja no Mato Grosso |
A partir da década seguinte, a soja tornou-se o principal produto do agronegócio brasileiro. A sua expansão deveu-se ao crescente aumento de sua demanda no mercado mundial, em função do seu uso como matéria-prima em diversos setores da atividade industrial. O grão de soja é processado em fábricas, dando origem a óleo comestíveis, ao farelo utilizado como fonte de proteínas nas rações animais e a biocombustíveis.
Colheita de soja em Lucas do Rio Verde - MT |
O estado do Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de soja, seguido do Paraná e do Rio Grande do Sul.
Colheita de soja em Sinop - MT |
INDÚSTRIAS FRIGORÍFICAS E ALIMENTÍCIAS
As criações de gado, aves e suínos nos três estados da região Sul permitiram o crescimento de grandes frigoríficos e processadoras de alimentos na região.Entre o fim do século XIX e a primeira metade do século XX, as paisagens dominadas pela Mata de Araucária foram profundamente alteradas por imigrantes alemães, italianos, eslavos e migrantes de outras partes do país.
Diferentemente do padrão latifundiário de outras regiões, no centro-oeste sulino, do norte do Paraná ao norte do Rio Grande do Sul, as terras foram ocupadas por pequenas propriedades familiares, com lavouras variadas e criações modestas.
Hoje, as menores taxas de concentração de terras do país estão nessa região, onde milhares de pequenas e médias propriedades formam a base de um dos maiores sistemas de suinocultura e avicultura integrada do mundo.
Propriedade rural, em Blumenau - SC |
A incubação dos ovos também é feita em escala industrial. Assim que nascem, os pintinhos fora do padrão são descartados e os outros são vacinados, agrupados aos milhares e enviados no mesmo dia para os integrados.
A produção de aves costuma ocorrer em regiões produtoras de milho, base da alimentação desses animais. A dobradinha grãos-aves é essencial para a agroindústria do Sul. O desenvolvimento de uma cultura estimulou a outra; a região concentra atualmente a segunda maior produção de milho e soja do Brasil.
Os integradores montam fábricas de ração onde há abundância de grãos e aviários, economizando com matéria-prima e transporte.
Aviário em Criciúma - SC |
Além de ter uma cadeia produtiva concentrada, a avicultura sulina está relativamente perto de alguns dos maiores centros consumidores do país e de portos pelos quais escoa a maior parte das exportações brasileiras de carne de frango - Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e Rio Grande (RS).
Suinocultura |
REFERÊNCIAS: Boligian, Levon
Geografia espaço e vivência, vol. 2 / Levon Boligian, Andressa Turcatel Alves Boligian. - 2. ed. - São Paulo: Saraiva, 2013.