segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

O GENOCÍDIO DOS ARMÊNIOS

   Um autêntico genocídio ocorreu no Império Turco Otomano décadas antes da perseguição nazista aos judeus. Durante a Primeira Guerra Mundial, o governo turco otomano considerou que a minoria armênia era traidora da pátria e resolveu exterminá-la sistematicamente. A partir de 1915, os armênios foram expropriados, confinados em campos de prisioneiros e aniquilados por afogamento, fuzilamento, enforcamento ou mesmo queimados vivos. Estima-se que entre 800 mil e 1,5 milhão de armênios foram exterminados entre 1915 e 1923.

  O massacre teve início no dia 24 de abril de 1915, quando as autoridades otomanas caçaram, prenderam e executaram cerca de 250 intelectuais e líderes comunitários armênios em Constantinopla (atual Istambul).

Mapa dos locais de massacres e campos de extermínio e deportação no território otomano

  O genocídio foi realizado durante e após a Primeira Guerra Mundial e executado em duas fases: a primeira se deu com a matança da população masculina através de massacres e sujeição de recrutas do exército para o trabalho forçado; a segunda se deu pela deportação de mulheres, crianças, idosos e enfermos em marchas da morte que levavam ao deserto sírio. Impulsionada por escoltas militares, os deportados foram privados de comida e água e submetidos a roubos, estupros e massacres periódicos. Outros grupos étnicos nativos e cristãos, como os assírios e gregos otomanos, também foram igualmente perseguidos pelo governo otomano e seu tratamento é considerado por muitos historiadores como parte da mesma política genocida. A maioria das comunidades armênias que surgem após a diáspora deste povo por todo o mundo são um resultado direto do genocídio.

Sobreviventes enviados à Jerusalém, em abril de 1918

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.


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