terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

A TEORIA MALTHUSIANA

   Thomas Robert Malthus era de uma família abastada e sacerdote inglês da Igreja Anglicana. O contexto histórico  em que viveu e suas convicções religiosas influenciaram significativamente suas ideias. Enquanto seu pai defendia os ideais de progresso proposto por Condorcet e outros autores (Condorcet temia que o número de pessoas ultrapassasse a capacidade de produção dos meios de subsistência). Malthus argumentava que fazer desaparecer as desigualdades seria socializar a miséria e que a superpopulação impossibilitaria a eliminação da pobreza.

  A teoria de Malthus foi construída a partir de dois postulados: 1) o alimento é necessário para a existência humana; 2) a paixão entre os sexos é necessária e permanecerá aproximadamente em seu estágio atual. A primeira afirmação é óbvia e verdadeira, não há como refutá-la. Contudo, seu segundo postulado é contestável em vários aspectos.

  Para Malthus, o impulso heterossexual seria um princípio absoluto e imutável em seus resultados. Ao não fazer distinção entre relação sexual e procriação, ele desconsiderava a possibilidade do uso de métodos contraceptivos. Assim, Malthus constrói a seguinte lei: a população, quando não controlada, cresce numa progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16...) e os meios de subsistência numa progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5...).

Gráfico explicativo sobre a teoria malthusiana

  Malthus supôs que a capacidade de crescimento da população é indefinidamente superior à capacidade da terra de produzir alimentos e, de modo mais geral, meios de subsistência  necessários à vida. Dessa forma, deveria haver um equilíbrio entre o tamanho da população e os meios de sobrevivência. Segundo o autor, esse equilíbrio só poderia ser mantido por meio da lei da necessidade. Na sua visão, acontecimentos como catástrofes ambientais, guerras e epidemias seriam necessários para manter o equilíbrio entre população e recursos disponíveis.

  Politicamente, Malthus se opunha ao auxílio material às pessoas mais pobres. Para ele, o aumento dos rendimentos dessas pessoas acarretaria incremento da demanda por mercadorias e, consequentemente, haveria elevação no preço dos alimentos. Em seu julgamento, se a população pobre recebesse acima de suas necessidades básicas, ela gastaria com bebidas e futilidades. Em decorrência dessas visões, entendia que para evitar a superpopulação e o aumento da pobreza era preciso pôr fim ao amparo aos pobres e incentivar a prudência no casamento. Isso evitaria o excesso de trabalhadores em relação à demanda por mão de obra.

Thomas Malthus (1766-1834)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

MALTHUS, Thomas. Ensaio sobre a população. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

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