O povo Mapuche (mapu = terra, che = gente; "gente da terra") corresponde aos indígenas que vivem no centro-sul do Chile e no sudoeste da Argentina, no sul do continente americano. São conhecidos também como araucanos.
Os grupos localizados entre os rios Biobío e Toltén (atual Chile) conseguiram resistir com êxito aos conquistadores espanhóis na chamada Guerra de Arauco, uma série de batalhas que durou 300 anos, com longos períodos de trégua.
Esses povos, como tantos outros que habitavam o continente americano antes da chegada dos colonizadores europeus, eram soberanos em suas terras, estabeleciam ali sua territorialidade que garantia seu sustento. Até o século XIX, o povo Mapuche conseguiu resistir à invasão espanhola.
A Coroa da Espanha reconheceu a autonomia dos territórios ocupados pelo povo Mapuche em 1641, por meio do Tratado de Quilín.
Durante o século XIX, a história começou a mudar. Os povos Mapuche, que habitam o centro-sul do Chile, por meio de leis criadas em 1870, perderam suas terras para o Estado chileno (constituído como um país independente da Espanha desde 1818). O governo pôde fazer sua expansão territorial ocupando as terras Mapuche, e os habitantes nativos foram convertidos em simples ocupantes do território. A partir daí começou a redução da territorialidade dos indígenas e o empobrecimento desse povo, pois a pouca terra a que eles ficaram confinados, foi insuficiente para suprir as necessidades básicas desse povo.
Atualmente, os Mapuche vivem sob a ameaça da dissolução do seu território. Os maiores inimigos das terras indígenas são os projetos de investimentos privados, como os de plantações florestais, que afetam diretamente as comunidades.
O movimento Mapuche luta pela recuperação do seu território ancestral, por mudanças constitucionais em prol dos direitos indígenas e reconhecimento por parte dos Estados de suas especificidades culturais, além da independência em relação ao Chile e à Argentina.
O povo Mapuche ainda preserva suas línguas tradicionais, sua religião e estrutura sócio-política, apesar de muitos deles viverem nas periferias das grandes cidades, como Buenos Aires e Santiago, em situação de extrema pobreza.
Os Mapuches falam a língua Mapudungun (em português, som da terra). A terra caracteriza e dá sentido existencial aos Mapuches, fazendo parte desde seu etnônimo (gente da terra) até a espécie de seus sobrenomes, geralmente toponímias do lugar em que historicamente vivem as diferentes linhagens de parentesco.
O universo cosmogômico Mapuche possuiria duas dimensões: uma vertical e outra horizontal A primeira faz referência a uma série de plataformas que estariam superpostas no espaço, possuindo certa hierarquia, sendo as superiores relacionadas ao bem e as inferiores ao mal. A mapu, estaria em um grau intermediário, espaço de intersecção, lugar onde o bem e o mal permeiam sincronicamente.
Na dimensão horizontal, as plataformas seriam todas quadradas e de igual tamanho. Geograficamente, esta plataforma, que é a mapu, está orientada segundo os quatro pontos cardeais, tomando como referência o leste, materializado pela Cordilheira dos Andes, direção sagrada e positiva de onde nasce o sol, matriz da presente concepção espacial.
Os grupos localizados entre os rios Biobío e Toltén (atual Chile) conseguiram resistir com êxito aos conquistadores espanhóis na chamada Guerra de Arauco, uma série de batalhas que durou 300 anos, com longos períodos de trégua.
Esses povos, como tantos outros que habitavam o continente americano antes da chegada dos colonizadores europeus, eram soberanos em suas terras, estabeleciam ali sua territorialidade que garantia seu sustento. Até o século XIX, o povo Mapuche conseguiu resistir à invasão espanhola.
A Coroa da Espanha reconheceu a autonomia dos territórios ocupados pelo povo Mapuche em 1641, por meio do Tratado de Quilín.
Durante o século XIX, a história começou a mudar. Os povos Mapuche, que habitam o centro-sul do Chile, por meio de leis criadas em 1870, perderam suas terras para o Estado chileno (constituído como um país independente da Espanha desde 1818). O governo pôde fazer sua expansão territorial ocupando as terras Mapuche, e os habitantes nativos foram convertidos em simples ocupantes do território. A partir daí começou a redução da territorialidade dos indígenas e o empobrecimento desse povo, pois a pouca terra a que eles ficaram confinados, foi insuficiente para suprir as necessidades básicas desse povo.
Mapa de localização da área ocupada pelo povo Mapuche |
O movimento Mapuche luta pela recuperação do seu território ancestral, por mudanças constitucionais em prol dos direitos indígenas e reconhecimento por parte dos Estados de suas especificidades culturais, além da independência em relação ao Chile e à Argentina.
O povo Mapuche ainda preserva suas línguas tradicionais, sua religião e estrutura sócio-política, apesar de muitos deles viverem nas periferias das grandes cidades, como Buenos Aires e Santiago, em situação de extrema pobreza.
Os Mapuches falam a língua Mapudungun (em português, som da terra). A terra caracteriza e dá sentido existencial aos Mapuches, fazendo parte desde seu etnônimo (gente da terra) até a espécie de seus sobrenomes, geralmente toponímias do lugar em que historicamente vivem as diferentes linhagens de parentesco.
Mapuches do Chile |
Na dimensão horizontal, as plataformas seriam todas quadradas e de igual tamanho. Geograficamente, esta plataforma, que é a mapu, está orientada segundo os quatro pontos cardeais, tomando como referência o leste, materializado pela Cordilheira dos Andes, direção sagrada e positiva de onde nasce o sol, matriz da presente concepção espacial.
Mapuches da Argentina |
FONTE: Geografia nos dias de hoje, 8º ano / Cláudio Giardino ... [et al.]. - 1. ed. - São Paulo: Leya, 2012. - (Coleção nos dias de hoje)
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