Durante os últimos séculos da história independente do Egito antigo (IX a.C. - VI a.C.), ganhou destaque o reino de Kush, ao sul, na região mais tarde denominada Núbia, onde atualmente fica o Sudão e o Sudão do Sul. Além de aquela ser uma região rica em ouro, sua capital, a cidade de Napata, tinha importante atuação como intermediária comercial entre Tebas (Egito) e a África Central.
O reino de Kush localizava-se entre a primeira e a sexta catarata do rio Nilo e foi estabelecido após o colapso da Era do Bronze e da desintegração do Novo Império egípcio. O nome dado a esta civilização é proveniente do Velho Testamento, que registra um personagem bíblico, Kush (Cuche), um dos filhos de Cão que se estabeleceu no nordeste da África. Na Idade Antiga e na Bíblia, Kush era uma grande região que abrangia o norte do Sudão, o sul do Egito e partes da Etiópia, Eritreia e Somália.
Outro destaque do reino de Kush foi a afirmação feminina no topo do comando político. Conhecidas como "rainhas-mães", destacaram-se no reinado da rainha Shanakdakhete (170 a.C. - 160 a.C.), quando o centro administrativo estava na cidade de Meroé, e também no das rainhas Amanirenas e Amanishakehto.
Os cuchitas eram africanos negros, agricultores em sua grande maioria, mas entre eles haviam também artesãos e mercadores. Às vezes capturavam pessoas de outros povos e tornavam os cativos seus escravos.
O reino de Kush era muito rico, possuía minas de ouro e terras agricultáveis. Além disso ficava numa ótima localização para comercialização com outros povos. Transportavam mercadorias pelo rio Nilo e também por estradas que levavam ao mar Vermelho. Vendiam ouro, incenso, marfim, ébano, óleos, penas de avestruz e pele de leopardo.
As primeiras sociedades a se desenvolver na área surgiram na Núbia antes da Primeira Dinastia do Egito (3100-2890 a.C.). Por volta de 2500 a.C., os egípcios começaram a avançar na direção sul e é por meio deles que a maior parte das informações sobre Kush ficaram conhecidas. Mas esta expansão foi detida pela queda do Médio Império no Egito. A expansão egípcia começou em aproximadamente 1500 a.C., mas encontrou resistência organizada. Os egípcios conseguiram vencer a resistência e fizeram da região uma colônia sua, durante o reinado de Tutmósis I, cujo exército mantinha ali um certo número de fortalezas.
Aproveitando-se das disputas políticas e dos conflitos no vizinho Egito, os núbios de Kush dominaram o Império Egípcio e estabeleceram um novo governo sob seu controle, conhecido como kushita ou dos faraós negros, que reinaram por algumas décadas no século XI a.C..
Este novo reino foi unificado por Alara (rei núbio considerado o primeiro rei e fundador da Dinastia Napata) entre os anos 780 e 755 a.C.. Alara era visto pelos seus sucessores como o fundador do reino cuchita. O reino cresceu em influência e veio a dominar a região meridional egípcia de Elefantina e depois Tebas, no reinado de Kachta, sucessor de Alara.
Além de Napata, várias cidades núbias antigas são alvos de estudos arqueológicos e históricos atualmente. Dentre elas estão as cidades de Pnubs, Naga, Cartum, Dongola, Atbara, Meroé, Farás, Argos, Wad bem Naga, Kawa, Soba. Por meio do estudo de suas ruínas e vestígios, estão sendo levantados dados sobre o histórico do reino de Kush e da importante atuação que teve na região egípcia e centro-sul africano.
O poderio kushita no Egito só
desapareceu com a invasão assíria, cujos exércitos possuíam armas de
ferro mais eficientes que as de bronze dos egípcios e núbios. Em 591 a.C., os egípcios invadiram Kush
- possivelmente porque esta, governada por Aspelta, preparava-se para
atacar o Egito - e saquearam Napata.
Diversos registros arqueológicos mostram que os sucessores de Aspelta transferiram a capital do reino de Kush para Meroé, mais ao sul de Napata. Meroé, ao contrário de Napata, possuía vastas florestas que serviam de combustível para os alto-fornos. Por volta de 300 a.C., os soberanos cuchitas começaram a ser sepultados em Meroé, indicando uma ruptura com os sacerdotes de Napata.
Quando os assírios invadiram o reino em 671 a.C., Kush se tornou um Estado independente. O último rei cuchita a tentar retomar o controle do Egito foi Tantamani, que foi definitivamente derrotado pela Assíria.
Em 653 a.C., os assírios foram derrotados pelo egípcio Psamético, príncipe de Sais, que retomou a independência egípcia. A partir de então os faraós egípcios buscaram apagar os vestígios da presença do domínio kushita no Egito.
Segundo a teoria tradicional, Kush teria sido destruída por uma invasão do reino etíope Axum, por volta de 350 a.C.. Por volta do século VI d.C., novos Estados se haviam formado na área antes controlada por Kush.
O reino de Kush localizava-se entre a primeira e a sexta catarata do rio Nilo e foi estabelecido após o colapso da Era do Bronze e da desintegração do Novo Império egípcio. O nome dado a esta civilização é proveniente do Velho Testamento, que registra um personagem bíblico, Kush (Cuche), um dos filhos de Cão que se estabeleceu no nordeste da África. Na Idade Antiga e na Bíblia, Kush era uma grande região que abrangia o norte do Sudão, o sul do Egito e partes da Etiópia, Eritreia e Somália.
Outro destaque do reino de Kush foi a afirmação feminina no topo do comando político. Conhecidas como "rainhas-mães", destacaram-se no reinado da rainha Shanakdakhete (170 a.C. - 160 a.C.), quando o centro administrativo estava na cidade de Meroé, e também no das rainhas Amanirenas e Amanishakehto.
Mapa do Reino de Kush |
O reino de Kush era muito rico, possuía minas de ouro e terras agricultáveis. Além disso ficava numa ótima localização para comercialização com outros povos. Transportavam mercadorias pelo rio Nilo e também por estradas que levavam ao mar Vermelho. Vendiam ouro, incenso, marfim, ébano, óleos, penas de avestruz e pele de leopardo.
As primeiras sociedades a se desenvolver na área surgiram na Núbia antes da Primeira Dinastia do Egito (3100-2890 a.C.). Por volta de 2500 a.C., os egípcios começaram a avançar na direção sul e é por meio deles que a maior parte das informações sobre Kush ficaram conhecidas. Mas esta expansão foi detida pela queda do Médio Império no Egito. A expansão egípcia começou em aproximadamente 1500 a.C., mas encontrou resistência organizada. Os egípcios conseguiram vencer a resistência e fizeram da região uma colônia sua, durante o reinado de Tutmósis I, cujo exército mantinha ali um certo número de fortalezas.
Aproveitando-se das disputas políticas e dos conflitos no vizinho Egito, os núbios de Kush dominaram o Império Egípcio e estabeleceram um novo governo sob seu controle, conhecido como kushita ou dos faraós negros, que reinaram por algumas décadas no século XI a.C..
Napata - capital do reino de Kush |
Além de Napata, várias cidades núbias antigas são alvos de estudos arqueológicos e históricos atualmente. Dentre elas estão as cidades de Pnubs, Naga, Cartum, Dongola, Atbara, Meroé, Farás, Argos, Wad bem Naga, Kawa, Soba. Por meio do estudo de suas ruínas e vestígios, estão sendo levantados dados sobre o histórico do reino de Kush e da importante atuação que teve na região egípcia e centro-sul africano.
Templo de Apedemak, em Naga - no Reino de Kush |
Diversos registros arqueológicos mostram que os sucessores de Aspelta transferiram a capital do reino de Kush para Meroé, mais ao sul de Napata. Meroé, ao contrário de Napata, possuía vastas florestas que serviam de combustível para os alto-fornos. Por volta de 300 a.C., os soberanos cuchitas começaram a ser sepultados em Meroé, indicando uma ruptura com os sacerdotes de Napata.
Pirâmides de Meroé - Sudão |
Em 653 a.C., os assírios foram derrotados pelo egípcio Psamético, príncipe de Sais, que retomou a independência egípcia. A partir de então os faraós egípcios buscaram apagar os vestígios da presença do domínio kushita no Egito.
Segundo a teoria tradicional, Kush teria sido destruída por uma invasão do reino etíope Axum, por volta de 350 a.C.. Por volta do século VI d.C., novos Estados se haviam formado na área antes controlada por Kush.
Ruínas de Dongola - Sudão |
FONTE: Vicentino, Cláudio. História geral e do Brasil / Cláudio Vicentino, Gianpaolo Dorigo. - 2. ed. - São Paulo: Scipione, 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário