domingo, 2 de novembro de 2014

EDUCAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO

  Na era da informação e da revolução tecnocientífica, a qualificação da mão de obra incorpora novas habilidades. Antes treinado para exercer funções relativamente simples, o trabalhador agora é chamado a desenvolver habilidades mais elaboradas, dificultadas pela ausência de um sistema educacional mais eficiente.
  De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existe no mundo 1 bilhão de analfabetos adultos nos países em desenvolvimento, o que torna o analfabetismo um entrave para o ingresso desses países na economia moderna.
  Segundo definição da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), "uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que não pode participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida para uma atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permitem, também, continuar usando a leitura, a escrita e o cálculo a serviço do seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento da sua comunidade". Esses analfabetos são chamados de analfabetos absolutos. O analfabetismo absoluto designa a condição daqueles que não sabem ler e escrever.
  Atualmente, um dos maiores problemas dos países subdesenvolvidos é o analfabetismo. A luta para reduzir o analfabetismo é antiga e sua supressão tem sido possível. Por isso, a educação é considerada um dos maiores privilégios dos quais o ser humano pode gozar.
Uma boa educação infantil é o primeiro passo para termos uma educação mais eficiente
  Em diversos países, incluindo os ricos, uma parcela importante da população é analfabeta funcional, ou seja, foi alfabetizada mas não é capaz de escrever um texto simples ou mesmo compreender o que está lendo. O analfabeto funcional sente-se, muitas vezes, mais excluído que o analfabeto absoluto, uma vez que mantém expectativas de melhores colocações profissionais, pelo fato de se considerar alfabetizado, e essas expectativas quase nunca se concretizam devido a suas carências. No mercado de trabalho urbano, o domínio da linguagem escrita é exigido até para o exercício de funções relativamente simples.
  Existe um conjunto de fenômenos relacionados que podem ser associados ao termo analfabetismo funcional, como por exemplo, o analfabetismo por regressão, que caracteriza grupos que, tendo alguma vez aprendido a ler e escrever, devido ao não uso dessas habilidades retornam à condição de analfabetos.
 
  Os dados mais recentes sobre analfabetismo funcional no mundo indicam que cerca de 900 milhões de pessoas em idade economicamente ativa não conseguem executar tarefas simples de leitura de manuais ou de bulas de remédios. De acordo com dados da Organização Econômica de Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), dos 65 países avaliados em 2012 pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), com um total de 22 milhões de alunos, 39 países não alcançaram os 494 pontos que, segundo o relatório, garantiria a eles a média desejável de compreensão de leitura. O Brasil, ocupava a 58ª, com uma média de 410 pontos, considerado muito inferior à média satisfatória. O relatório aponta também que há uma defasagem de aprendizagem correspondente a dois anos letivos entre os alunos matriculados nas mesmas séries, ao se levar em conta os resultados dos melhores e dos piores colocados no ranking do Pisa.
  O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (em inglês Programme for International Student Assessmente - PISA), também chamado popularmente no Brasil de Enem Internacional, é uma rede mundial de avaliação de desempenho escolar, realizado pela primeira vez em 2000 e repetido a cada três anos.
Tabela sobre alguns dados do Pisa - 2012
  A sociedade tecnológica contemporânea produziu ainda um tipo novo de analfabetismo: o digital. As ofertas de emprego na sociedade atual exigem dos candidatos conhecimento e, por muitas vezes, domínios em programas básicos de computação, tais como editores de textos e planilhas de cálculos. O analfabetismo digital é uma expressão relativamente nova e não se associa às letras, mas sim à exclusão digital, ou seja, pessoas que não sabem utilizar ou manusear um computador ou as tecnologias avançadas.
  O analfabetismo digital é o nível de ignorância das novas tecnologias que impedem as pessoas de acessar as oportunidades de interagir com estes, ou seja, navegar na Web, desfrutar da multimídia, promover a socialização através das redes sociais, criação de documentos, entre outros. Além dessas pessoas não terem o acesso direto ao mundo dos computadores, há também aqueles que têm acesso mas não demonstram interesse por este instrumento fundamental e, assim, tornam-se também analfabetos digitais.
Todos àqueles que não têm acesso as novas tecnologias ou que, mesmo tendo, não se interessam em usá-las são considerados analfabetos digitais
  A Literacia Digital (destreza com uma determinada língua, sobretudo no que diz respeito à leitura, escrita e oralidades as quais desempenham um papel preponderante na comunicação e na compreensão de ideias), pretende designar o uso eficaz da tecnologia digital, tal como os computadores, as redes informáticas, os PDA's (Personal Digital Assistant), os telemóveis, entre outros. O conhecimento, tanto do funcionamento destes equipamentos, como dos programas de informática que lhe estão associados, pode ser preponderante para essa eficácia. Conhecer como funciona um determinado equipamento aumenta significativamente a probabilidade de o utilizar mais eficazmente.
Independente da idade, cresce a cada dia o número de pessoas que se interessam pelo acesso ao mundo dos computadores
FONTE: Araújo Regina. Observatório de geografia / Regina Araújo, Ângela Corrêa da Silva, Raul Borges Guimarães. - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2009.

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