quinta-feira, 13 de abril de 2023

SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE SENEGAL

   Senegal é um país localizado na África Ocidental. Faz fronteira com o Oceano Atlântico a oeste, com a Mauritânia ao norte e a leste, com Mali a leste, e com Guiné-Bissau e Guiné ao sul. Gâmbia forma quase um enclave no Senegal, penetrando mais de 300 quilômetros para o interior. As ilhas de Cabo Verde estão localizados cerca de 560 quilômetros da costa senegalesa. Há indícios de que o atual território do Senegal seja ocupado desde a Pré-História. Sua capital é Dakar.

Mapa do Senegal

História

  A história de Senegal se estende desde as origens primitivas até os dias atuais. Estudos pré-históricos comprovam que a ocupação humana do atual território de Senegal remonta há mais de 350 mil anos. O historiador árabe al-Bekri já se referia, no ano de 1608, ao Reino de Tekrou, situado no atual território de Senegal e cuja fundação data do início da era cristã. Após o estabelecimento de relações com o norte da África, no século X, a população do reino se converteu ao islamismo. A costa senegalesa foi um dos territórios da África Subsaariana colonizados pelos europeus. A ilha de Gorée, que fica em frente à Dakar, foi durante séculos um dos mais importantes centros de tráfico de escravos da África. Ali, se estabeleceram primeiro os portugueses, que haviam conquistado a ilha de Cabo Verde, em 1444, depois os holandeses, seguido pelos franceses, em 1638, que fundaram um entreposto comercial na foz do rio Senegal. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, os colonizadores europeus  exportaram escravos, goma arábica, ouro e marfim de Senegal. Uma feitoria francesa estabelecida na foz do rio transformou-se  na cidade de São Luís (Saint-Louis, em francês). Entre 1693 e 1814, França e Reino Unido alternaram no controle do litoral senegalês.

São Luís (Saint-Louis) - Senegal

  Depois de sofrer uma ocupação britânica, em 1816, São Luís e a ilha de Gorée, que haviam sido atribuídas à França pelo Tratado de Paris, de 1814, voltaram efetivamente ao domínio francês no ano seguinte. Durante o reinado de Napoleão III, os franceses adentraram no interior do território, sob o comando de Louis-Léon Faidherbe, que o ocupou efetivamente e o transformou em ponta-de-lança da colonização francesa na África Subsaariana.

  No final do século XIX, Senegal passou a integrar a África Ocidental Francesa, e parte dos habitantes obteve a cidadania francesa. Em 1946, a medida foi estendida para todos os senegaleses e o país tornou-se território ultramarino da França.

Kaolack - com uma população de 245.206 habitantes (estimativa 2023) é a quarta cidade mais populosa de Senegal

  Em 1958, Senegal tornou-se uma república e, no ano seguinte, se uniu ao Sudão Francês (atual Mali) para formar a Federação do Mali, que se tornou independente em junho de 1960. Em agosto desse mesmo ano, Senegal rompeu o vínculo com a federação e declarou-se independente, tendo como presidente Léopold Sédar Senghor.

  Político moderado e intelectual de grande prestígio, tido internacionalmente como um dos maiores poetas da África, Senghor governou o país até 1981, quando renunciou por causa da idade. Seu primeiro-ministro, Abdou Diouf, assumiu o governo. Nesse mesmo ano, um golpe de Estado em Gâmbia motivou a intervenção de tropas senegalesas e, em 1º de fevereiro de 1982, foi constituída a Confederação da Senegâmbia, acordo entre os dois países sobre questões militares, econômicas e de política exterior, sem prejuízo de suas próprias soberanias e respectivas instituições internas. Vitorioso nas eleições presidenciais de 1983, Diouf aumentou seu poder, abolindo o cargo de primeiro-ministro.

Léopold Sédar Senghor (1906-2001) - primeiro presidente de Senegal

  No final da década de 1980, manifestações separatistas de Casamansa, tumultuaram a situação do país. Diouf foi reeleito em 1988 e 1993, em meio a acusações de fraude, mas o resultado do pleito foi confirmado pela justiça. Desde 1982, o Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC), luta pela independência da região de Casamansa, ao sul de Gâmbia. Apesar de acordos de cessar-fogo em 2000 e 2001, os combates prosseguiram.

  Nas eleições presidenciais de 2000, Abdoulaye Wade, do Partido Democrático Senegalês (PDS), derrota Diouf e se elege presidente do país.

Em vermelho a região de Casamansa

  Em 2001, uma nova Constituição é aprovada. Em 2004, o governo chega a um acordo com os separatistas de Casamansa. Em 2005, a Espanha aceita receber imigrantes legais de Senegal, objetivando conter o fluxo migratório ilegal às Ilhas Canárias, arquipélago espanhol localizado na costa africana.

  Nas eleições presidenciais de 2007, Wade é reeleito com 55,9% dos votos. No mesmo ano, a coalizão  liderada pelo PDS conquista 131 das 150 cadeiras da Assembleia Nacional, sob boicote da oposição. Cheiki Hadjibou Soumaré torna-se primeiro-ministro. Em outubro de 2008, a Organização das Nações Unidas (ONU) destina 15 milhões de dólares para 36 mil produtores de amendoim.

  Nas eleições locais de 2009, o partido governista sofre uma grande derrota, levando o primeiro-ministro Soumaré a renunciar no mês de abril. No mês seguinte, Souleymane Ndéné Ndiaye assume o cargo. Em setembro, a violência em Casamansa recomeça, onde separatistas matam seis soldados e um civil, enquanto militares bombardeiam uma base rebelde, levando centenas de pessoas a fugirem da área de conflito.

M'bour - com uma população de 244.229 habitantes (estimativa 2023) é a quinta cidade mais populosa de Senegal

Geografia

  Senegal é um país africano localizado na África Ocidental e cuja capital é Dakar. Faz fronteira com a Mauritânia ao norte e nordeste, com Mali a leste, com Guiné e Guiné-Bissau ao sul e com Gâmbia a oeste e sudoeste. A distância do litoral de Senegal é de cerca de 500 quilômetros de extensão.

  O relevo de Senegal é predominantemente plano, formado por planícies, pequenos planaltos e algumas depressões. Colinas e morros mais elevados, que superam os 100 metros de altitude, são encontrados em sua maioria no sudeste do país. A altitude média dos terrenos senegaleses é de 69 metros, enquanto seu ponto mais elevado fica próximo a Nepen Diakha, na divisa com Guiné, no Maciço de Futa Jalom, e não possui um nome definido, com uma altitude de 648 metros acima do nível do mar.

Maciço de Futa Jalom, na divisa entre Senegal e Guiné

  O rio Senegal é o principal curso d'água do país e o segundo maior da África Ocidental depois do rio Níger. Possui uma extensão de 1.790 quilômetros. Nasce com o nome de Bafing, na Guiné, na planície de Fouta Jalom e corre para noroeste, penetrando no Mali. Depois de se unir ao rio Baoulé, recebe o nome de Senegal, e forma a fronteira entre Mauritânia e Senegal, em direção nordeste. Desemboca no oceano Atlântico, na cidade de Saint-Louis, formando um delta irregular com numerosos pântanos e ilhas. Só é navegável no seu baixo curso. Outros rios importantes em Senegal são: Falemé, Salum, Siné, Gâmbia e Casamansa.

  O rio Falemé delimita o Senegal e o Mali na maioria do caminho que percorre. Os rios Siné e Salum são rios temporários ou intermitentes. Os rios Gâmbia e Casamansa têm grande extensão e são navegáveis nas imediações de suas foz.

Rio Senegal, em Saint-Louis

  As temperaturas no país são dotadas de elevação. Há escassez de precipitação na quase totalidade do território. É registrada anualmente uma estação úmida e curta.

  Os climas de Senegal são o tropical e o semiárido, bastante influenciados pela localização da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e pelos ventos quentes e secos que sopram do nordeste, chamados de harmatão, e são provenientes do deserto do Saara. O verão é quente e úmido, com temperaturas variando entre 25ºC e 33ºC, enquanto o inverno é mais ameno, com temperaturas que giram em torno de 22ºC. A pluviosidade anual varia entre 250 mm e 500 mm. Porém, ao sul a pluviosidade pode chegar a atingir 1.500 mm. Durante a estação chuvosa, pode ocorrer tornados.

Rufisque - com uma população de 231.942 habitantes (estimativa 2023) é a sexta cidade mais populosa de Senegal

  A vegetação de Senegal varia conforme a ocorrência climática. No norte predominam as estepes, formadas por vegetação rasteira e arbustos, enquanto que do centro em direção ao sul a paisagem é composta por savanas. No sudoeste são encontradas florestas e mangues.

  A fauna de Senegal é composta por mamíferos de grande porte, como elefantes, antílopes, leões, girafas, panteras, hipopótamos, rinocerontes, búfalos, entre outros. Esses animais estão distribuídos principalmente no interior do país. Nos vales dos rios Gâmbia e Casamansa, há uma grande quantidade de espécies de macacos e répteis.

Rio Gâmbia atravessando o Parque Nacional Niokolo-Koba, em Senegal

Demografia

  Senegal possui uma grande variedade de grupos étnicos e, como na maioria dos países africanos, vários idiomas são amplamente falados. Os uolofes são o maior grupo étnico, com 43%, os fulas e os toucouleurs (também conhecidos como Halpulaar'en, literalmente falantes de pulaar) são o segundo maior grupo, com cerca de 24% da população, seguido pelos serers (14,7%), jolas (4%), mandingas (3%) e o restante é composto por outras pequenas comunidades. Habitam também o Senegal europeus (principalmente franceses), libaneses, mauritanos e marroquinos.

  Apesar de Senegal ser um Estado laico, a grande maioria dos senegaleses praticam o islamismo, há uma minoria de cristãos (principalmente católicos romanos) e outros credos. A maioria dos muçulmanos do Senegal seguem o islamismo sunita com influências sufistas. Há um pequeno número de adeptos do judaísmo e do budismo.

  O francês é a língua oficial do Senegal, mas só é utilizada de forma corrente por uma minoria de senegaleses educados nas escolas da era colonial de origem francesa.

Ziguinchour - com uma população de 215.394 habitantes (estimativa 2023) é a sétima cidade mais populosa de Senegal

Economia

  A economia de Senegal, apesar de ser considerada pequena e subdesenvolvida, apresentou índices consistentes de crescimento ao longo dos últimos anos. O setor primário domina a economia do país, com destaque para o cultivo de arroz, a produção de amendoim e a pesca. Em nível mundial, Senegal é um importante produtor de fosfato. A pesca se destaca nas exportações do país.

  O setor secundário senegalês é considerado bastante desenvolvido para os padrões africanos, com destaque para as indústrias de fertilizantes, materiais da construção civil, derivados de petróleo, entre outros. No setor terciário, se destaca o comércio e o setor de serviços, principalmente nas áreas urbanas do país.

Diourbel - com uma população de 140.283 habitantes (estimativa 2023) é a oitava cidade mais populosa de Senegal

  Em janeiro de 1994, Senegal adotou um profundo programa de reforma econômica com o apoio da comunidade de doadores internacionais. Esta reforma começou com uma desvalorização de 50% da moeda senegalesa, o Franco CFA, que era mantido a uma taxa de câmbio fixa em relação ao franco francês. Os controles de preços do governo e os subsídios foram desmantelados. Isso resultou em uma grande mudança, com o PIB real crescendo a médias superiores a 5% ao ano. A inflação anual foi reduzida para um dígito.

  Como Membro da União Econômica e Monetária do Oeste da África (WAEMU), o Senegal tem trabalhado pela integração econômica regional, com uma tarifa externa única e uma política externa mais estável.

Tambacunda - com uma população de 112.571 habitantes (estimativa 2023) é a nona cidade mais populosa de Senegal

Cultura

  A cultura de Senegal tem forte tradição oral., ou seja, as práticas culturais do país são repassadas para as novas gerações por meio de histórias contadas, músicas diversas e lendas tradicionais. A literatura é um importante aspecto da cultura senegalesa. O país possui grandes escritores de língua francesa.

  As danças e músicas de tribos locais, além da confecção de adereços e máscaras africanas, também são práticas tradicionais da cultura local. A culinária senegalesa envolve alimentos como arroz, amendoim e diversos pescados.

Louga - com uma população de 109.482 habitantes (estimativa 21023) é a décima cidade mais populosa de Senegal

  O esporte mais praticado no Senegal é o futebol. Em 2002, a seleção de Senegal, em sua primeira participação na Copa do Mundo FIFA, conseguiu chegar às quartas de finais. Em 2021, a seleção nacional conquistou pela primeira vez a Copa Africana de Nações (CAN) e, em 2022, conquistou também pela primeira vez o Campeonato das Nações Africanas (CHAN).

Seleção Masculina de Futebol do Senegal na final da Copa Africana de Nações, em 2021

ALGUNS DADOS SOBRE O SENEGAL

NOME: República do Senegal

INDEPENDÊNCIA: da França, em 04 de abril de 1960

CAPITAL: Dakar

Praia em Dakar, capital do Senegal

GENTÍLICO: senegalês, senegalesa

LÍNGUA OFICIAL: francês

GOVERNO: Republica Semipresidencialista Unitária

LOCALIZAÇÃO: África Ocidental

ÁREA: 196.722 km² (86º)

POPULAÇÃO (ONU - Estimativa para 2023): 17.567.728 habitantes (69°)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 89,30 hab./km² (85°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.

CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU - Estimativa 2023): 2,46% (32°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma  determinada população.

CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa para 2023):

Dakar: 2.776.710 habitantes

Dakar - capital e cidade mais populosa de Senegal

Touba: 790.378 habitantes

Touba - segunda cidade mais populosa de Senegal

Thiês: 333.417 habitantes

Thiês - terceira maior cidade de Senegal

PIB (FMI - 2022): US$ 27,542 bilhões (111º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).

PIB PER CAPITA (FMI 2022): US$ 1.567 (149°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população.

Mapa-múndi mostrando a renda per capita dos países em 2019

IDH (ONU - 2022): 0,511 (170°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).

Mapa-múndi representando as quatro categorias do Índice de Desenvolvimento Humano, baseado no relatório publicado em 15 de dezembro de 2020, com dados referentes a 2019

EXPECTATIVA DE VIDA (OMS - 2022): 69,96 anos (161º). Obs: a expectativa de vida refere-se ao número médio de anos para ser vivido por um grupo de pessoas nascidas no mesmo ano, se a mortalidade em cada idade se mantém constante no futuro, e é contada da maior para a menor.

Planisfério com a expectativa de vida dos países

TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2022): 32,1/mil (30º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é classificada do maior para o menor.

Mapa com a taxa de natalidade dos países

TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2022): 9,42/mil (80º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é classificada do maior para o menor.

TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2022): 48,45/mil (180°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é classificada do menor para o maior.

Mapa da taxa de mortalidade infantil no mundo

TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook 2022): 3,97 filhos/mulher (29º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é classificada do maior para o menor.

Mapa da taxa de fecundidade de acordo com o CIA World Factbook de 2020

TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2022): 51,9% (189º). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.

Mapa da taxa de alfabetização no mundo em 2020

TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2022): 48,1% (132°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.

Mapa da taxa de urbanização no mundo em 2020

MOEDA: Franco CFA

RELIGIÃO: o Senegal é um Estado laico, porém, a maioria da população (cerca de 97%) pratica o islamismo; 2,5% pratica o cristianismo, sendo a maioria o catolicismo romano, e o restante pratica outras religiões e/ou não possui uma religião definida.

Grande Mesquita de Ouakam, em Dakar - Senegal

DIVISÃO: o Senegal está dividido em 14 regiões, cada uma administrada por um Conselho Regional eleito pelo peso da população. O país é ainda subdividido por 45 departamentos, 113 bairros (nenhum dos quais têm função administrativa) e pelas Coletividades Locais, que elegem oficiais administrativos.

Mapa com as regiões administrativas de Senegal

FONTES:

Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Senegal. Acesso em: 05/04/20236.

GUITARRARA, Paloma. "Senegal"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/seneal.htm. Acesso em: 07 de abril de 2023.

terça-feira, 28 de março de 2023

A IDEIA DE BRANQUITUDE

  Branquitude é o termo utilizado para denominar as construções das identidades raciais brancas em sociedades nas quais a categoria raça e fenômeno do racismo funcionam como organizadores da estrutura social. A branquitude precisa ser pensada de modo relacional a outras identidades raciais e a partir de sua construção sócio-histórica e das relações de poder da estrutura social na qual está inserida.

  Em outras palavras, é preciso pensar que os grupos e sujeitos considerados brancos em determinados locais não necessariamente o são em outros contextos. Entre os estudiosos críticos da branquitude, é unanimidade que essa identidade se construiu a partir da ideia fictícia de superioridade produzida durante o processo de colonização das Américas e, posteriormente, pelo conceito de raça forjado pela pseudociência do fim do século XIX.

  O teórico Silvio de Almeida ressalta que o racismo é parte integrante de toda a estrutura social, podendo ser observado nas relações políticas, econômicas, jurídicas, pessoais e familiares. Para esse teórico, o racismo deve ser entendido como um processo sistêmico de discriminação, que acompanha a própria história de formação das sociedades capitalistas modernas e contemporâneas, entre elas a sociedade brasileira.

A branquitude é um lugar de vantagem estrutural nas sociedades estruturadas na dominação racial, ou seja, todas as sociedades colonizadas por europeus

  Para o racismo estrutural se estabilizar e fornecer os critérios de manutenção das desigualdades, ele precisa permanecer encoberto a fim de ser legitimado por diversas instituições e práticas no interior da sociedade, segundo Almeida. Dessa forma, o racismo vai se constituindo como uma naturalidade, ou uma normalidade, nas relações sociais e se tornando, ao mesmo tempo, quase imperceptível nas práticas cotidianas, sendo muitas vezes colocado em dúvida por grupos que não são atingidos pelos seus efeitos devastadores.

  O conceito de branquitude, entendido como o lugar social que permite aos brancos desfrutar de privilégios simbólicos e materiais, nos auxilia a compreender a reprodução do racismo. Podemos citar como exemplo o corpo branco, tido como universal, não racializado, e visto como normal, belo e almejado para a aceitação social. Assim, aqueles que não são possuidores dos padrões estéticos brancos muitas vezes são caracterizados de maneira degradante ou por meio de representações esteriotipadas, o que nos mostra como o racismo está entranhado no imaginário e nas mais variadas esferas da vida social. Outro exemplo é o acesso de pessoas brancas aos cargos de poder, o que geralmente é colocado como resultado de conquistas e méritos pessoais. Os esforços individuais pode de fato existir,  porém, já existem condições inicialmente favoráveis ao seu desenvolvimento.

Capa da Revista Raça, edição 215, de junho de 2020. Essa revista criada em 1996, é considerada a primeira revista do Brasil com conteúdo voltado à cultura negra

FONTES:

ALMEIDA, Sílvio. O que é racismo estrutural? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PD4Ew5DIGrU. Acesso em: 28/03/2023.

CIÊNCIA HOJE. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/a-relacao-entre-branquitude-e-privilegio. Acesso em: 28/03/2023.

Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF). Disponível em: https://cdhpf.org.br/artigos/ver-o-racismo-como-um-problema-de-negros-e-um-privilegio-de-brancos. Acesso em: 28/03/203.

A LARINGOTRAQUEÍTE INFECCIOSA NAS GALINHAS


segunda-feira, 6 de março de 2023

A GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA NO BRASIL

   A energia eólica é uma forma limpa e renovável de obtenção de energia. É gerada através da força dos ventos. A estrutura que ocorre a conversão da energia cinética em eletricidade é chamada de aerogerador ou turbina eólica. Trata-se de uma energia consideravelmente mais barata do que as demais, e que não gera a emissão de poluentes na atmosfera. Por outro lado, as estruturas instaladas causam ruídos e impactam diretamente a fauna local, podendo levar à morte de pássaros e morcegos. A adoção da energia eólica vem crescendo no Brasil, que tem os estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia como os maiores produtores.

Turbinas eólicas em Parnaíba - PI

  O Brasil é um país cuja produção de eletricidade baseou-se, historicamente, na dependência de suas principais matrizes: a hidrelétrica, predominante e prioritária, e a termoelétrica, cuja maioria das usinas opera somente em tempos de baixa produção nas hidrelétricas. Por esse motivo, a expansão da energia eólica no Brasil surge a partir da necessidade de diversificação das fontes energéticas do país para que este fique menos susceptível a crises no setor e também gere menos impacto ao meio ambiente.

  Embora a produção de energia eólica ainda seja pouco representativa no território brasileiro, vem havendo uma grande evolução do setor no país. Em 2022, a energia eólica representou cerca de 11% da matriz energética brasileira, com uma capacidade instalada de média de 23,3 GW. A meta do Ministério das Minas e Energia para 2023 é aumentar esse potencial.

Mapa mostrando a velocidade média do vento no Brasil

  O potencial da energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a dezembro, coincidindo com os meses de menor intensidade de chuvas. Isso coloca o vento como uma potencial fonte suplementar de energia gerada por hidrelétricas.

  No ano de 2002, o governo brasileiro criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), cujo objetivo era ampliar as matrizes que geram menos impactos ambientais, dentre elas a eólica, a solar, a geotérmica e outras. A partir daí, a expansão da energia eólica no Brasil ocorreu graças a parcerias entre o poder público e a iniciativa privada por intermédio da realização de leilões e concessões públicas para empresas interessadas durante um período de, aproximadamente, 20 anos. O primeiro leilão ocorreu no ano de 2009 e envolveu empreendimentos em cinco estados da região Nordeste.

Gráfico mostrando a evolução do potencial instalado de energia eólica no Brasil no período entre 2005 e outubro de 2022

FONTES:

GUITARRARA, Paloma. "Energia eólica"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/energia-eolica.htm. Acesso em: 01 de março de 2023.

WIKIPÉDIA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/energia-eolica

WIKIPÉDIA. Disponi

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

O MERCANTILISMO

   O mercantilismo foi o conjunto de ideias e práticas econômicas desenvolvidas na Europa no século XV, durante a Idade Moderna. Segundo o mercantilismo, a fonte de riqueza de uma nação se baseava no comércio com o mercado exterior e no acúmulo de metais preciosos.

  O conceito de mercantilismo foi criado no final do século XIX para tratar do sistema político e econômico dos Estados europeus e absolutistas entre os séculos XV e XVIII. O monopólio era uma das bases dessa política, em que a exploração ou a posse de uma mercadoria era concedida pelo poder real com exclusividade a uma pessoa ou companhia. Como exemplo, é possível citar os casos de permissão real para pescar baleia, extrair sal e cortar madeiras de lei, bens considerados de propriedade régia, concedida por certo número de anos e por faixas territoriais. Considera-se que a política mercantilista fortaleceu o poder real.

  O mercantilismo originou um conjunto de medidas econômicas diversas de acordo com os Estados. Caracterizou-se por uma forte intervenção do Estado na economia. Consistiu numa série de medidas tendentes a unificar o mercado interno e teve como finalidade a formação de fortes Estados-nacionais.

Quadro de Claude Lorrain, que representa um porto de mar francês de 1638, no momento fundamental do mercantilismo

  Outro aspecto do mercantilismo foi a busca incessante por uma balança comercial favorável. A ideia era conseguir mais e comprar menos produtos no comércio com o exterior;  outra possibilidade seria vender caro e comprar mais barato. Dessa forma, o comércio externo seria o principal mecanismo para o enriquecimento ou o enfraquecimento de um reino.

  A balança comercial é uma das formas de medir o desempenho de uma economia. Ela se refere à importação e à exportação de produtos que um país faz e pode ser favorável ou desfavorável.

  Balança comercial é um conceito das ciências econômicas e se refere às exportações e importações que um país realiza em um período de tempo. Ela mede o quanto de produtos entraram e saíram do país e analisa se as condições são favoráveis, desfavoráveis ou equilibradas.

  Dizemos que a balança comercial é favorável quando o número de exportações é superior ao número de importações. Ela fica desfavorável quando isso está invertido, ou seja, as importações são mais numerosas do que as exportações. O equilíbrio existe quando o número é praticamente igual.

Na figura A, nós temos a representação de uma balança comercial favorável; na figura B, a balança comercial equilibrada; e na figura C, a balança comercial desfavorável.

  Outro pilar do sistema mercantilista foi o protecionismo alfandegário, cujo objetivo era proteger as produções e mercadorias do Estado. Para isso, aumentando-se o valor da tarifa alfandegária, protegia-se o produto interno. Tanto para produzir quanto para exportar e importar, as tarifas alfandegárias eram a forma como o Estado se apropriava das rendas do comércio, pois esses valores fiscais eram do tesouro real por direito.

  As medidas protecionistas consistem essencialmente em restringir as importações estrangeiras, incentivar as exportações, dar preferência às empresas nacionais nas aquisições governamentais, ou impedir os investidores estrangeiros de adquirirem empresas nacionais.

  Ao discriminar as importações, as pessoas seriam menos propensas a comprá-las porque se tornam mais caras. O objetivo é que, em vez disso, comprem produtos locais, estimulando assim a economia do seu país. As políticas protecionistas constituiriam assim um incentivo para expandir a produção e substituir as importações por produtos nacionais.

Cartaz político do Partido Liberal do Reino Unido contra o protecionismo; a loja de comércio livre está cheia até ao limite com os clientes devido aos preços baixos, enquanto que a loja baseada no protecionismo sofreu com os preços altos e a falta de clientes

  Outra característica do mercantilismo foi o chamado Pacto Colonial ou Exclusivo Comercial Metropolitano, que era um sistema de leis e normas que as metrópoles impunham às suas colônias durante o período colonial, ou seja, as metrópoles eram os países que se beneficiavam dos produtos e da atividade econômica de seus territórios coloniais.

  As leis introduzidas no pacto tinham, como objetivo principal, garantir que as atividades econômicas das colônias gerassem lucros para a metrópole, e que as colônias teriam que comprar e vender produtos somente para a metrópole, significando, assim, que os lucros obtidos não fariam parte do mercado internacional.

  Em relação às colônias europeias em outros continentes, a política foi de exclusividade, ou seja, os produtos coloniais seriam comercializados somente por súditos da metrópole, embora muitas vezes não tenha mostrado uma total eficácia, como se constatava pelos frequentes casos de contrabando.

Figurinha mostrando como funcionava o Pacto Colonial

  Outra característica do mercantilismo foi o metalismo. O metalismo consistia na medida utilizada para se saber quanto uma nação estava rica ou não. O acúmulo de metais era sinal dessa riqueza.

  O metalismo teve como um dos seus fundamentos teóricos principais a doutrina do bulionismo. O termo bulionismo deriva da palavra inglesa bullion, que significa "pequenos lingotes de ouro". A doutrina do bulionismo aconselhava um Estado a ter em seus cofres a maior quantidade de metais nobres, ouro e prata, possível. A crença era de que isso daria estabilidade econômica à nação, haja vista que esses metais representam uma riqueza não perecível.

  Movidas por essa doutrina, nações como Portugal e Espanha procuravam em suas colônias esses metais nobres. Outras nações, como Holanda, Inglaterra e França, que não tiveram o pioneirismo das nações ibéricas no que se refere às grandes navegações, acabaram por contratar piratas, chamados de corsários, para assaltar os navios carregados de metais preciosos. Muitos navios espanhóis tiveram o ouro roubado por corsários.

Pintura de Johann Moritz Rugendas de 1820-1825 retratando a mineração de ouro por lavagem perto do Morro de Itacolomi, em Minas Gerais

  Os estudos em Economia política consideram esse período a fase embrionária do capitalismo, de acumulação de capital por meio  do comércio. Alguns chamam de capitalismo comercial, embora a mão de obra assalariada, característica básica do sistema capitalista, tenha sido rara. Vislumbra-se, também, uma divisão internacional do trabalho, na qual certos Estados detinham o controle da comercialização de produções específicas. Portugal, por exemplo, por muito tempo foi o maior vendedor de açúcar da Europa. O monopólio português, assentado no açúcar produzido no Brasil, só foi quebrado quando a cana-de-açúcar passou a ser plantada nas colônias caribenhas da Inglaterra, da França e de outros reinos. A prata, outro exemplo, era uma especificidade espanhola, extraída de suas colônias na América.

  De qualquer forma, foi a acumulação de capital nesse período embrionário do capitalismo que permitiu a industrialização. E foi somente depois disso, com a consolidação do capitalismo no século XIX, que o mundo se dividiu entre países industrializados e países produtores  de alimentos ou de matéria-prima.

Figurinha mostrando as principais características do mercantilismo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARVALHO, Rodrigo Janoni. A Relação Metrópole-Colônia e o Debate Historiográfico sobre o Pacto Colonial. Cerro Grande - RS: ÁGORA - Revista Eletrônica.

FERRO, Marc (org.). O livro negro do colonialismo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

HUNT, E. K. História do pensamento econômico; tradução de José Ricardo Brandão Azevedo. 7ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

SILVA, Daniel Neves. "O que é mercantilismo?". Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e-mercantilismo.htm. Acesso em 21 de fevereiro de 2023.

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