A Terra é um ponto minúsculo na imensidão do Universo. Com outros sete planetas - Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno -, faz parte do nosso Sistema Solar e, como eles, recebe luz e calor do Sol.
No entanto outras condições favoráveis, como a presença de água em estado líquido, oxigênio e temperaturas adequadas, fazem da Terra o único planeta entre os identificados pelo ser humano, que permite a existência de formas de vida tal como as conhecemos.
A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol. É também o quinto maior planeta do Sistema Solar, atrás de Júpiter (o maior dos oito), Saturno, Urano e Netuno.
Além dos planetas, outros corpos celestes fazem parte do Sistema Solar, a exemplo de cometas e satélites. Alguns planetas possuem satélites naturais - corpos que, pela ação da gravidade, orbitam ao redor deles. Marte, por exemplo, tem dois satélites, e a Terra, apenas um, a Lua.
A Terra não é uma esfera perfeita. Além de apresentar elevações (montanhas, cordilheiras etc.) e depressões em sua superfície, é levemente achatada nos polos e abaulada (que tem forma convexa ou curva, arqueado) na altura da linha equatorial. A circunferência equatorial da Terra é de 40.076 quilômetros, ao passo que a circunferência polar é de 40.009 quilômetros. Por isso, diz-se que a Terra é um esferoide, ou seja, tem forma semelhante à de uma esfera. Daí a denominação geoide (do grego geo: terra; oide: forma), comumente adotada para identificar a forma específica do planeta Terra.
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A Terra e a Lua vista de Marte pelo Mars Reconnaissance Orbiter |
A forma da Terra influencia diretamente a distribuição da luz solar. Os raios solares incidem de forma diferente quanto à intensidade em distintos lugares do planeta, sendo que nas áreas próximas à linha do Equador, ou zona intertropical, a luz atinge a superfície terrestre de forma perpendicular, desse modo, automaticamente, maior a intensidade e o calor.
A partir da zona intertropical em direção aos polos, os raios, devido à forma arredondada do planeta, incidem na superfície dessas regiões com menor intensidade, pois atingem o planeta de maneira inclinada e, consequentemente, as temperaturas são menores.
A partir dessa ideia, fica claro que entre dois polos existe uma grande oscilação de temperaturas, decorrente principalmente do modo e da intensidade com que os raios solares incidem na superfície, que determinam a existência de elevadas, baixas e médias temperaturas, dispersas em toda extensão do planeta.
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Figurinha mostrando como ocorre a iluminação do nosso planeta pelos raios solares |
Em virtude da forma esférica e geoide do planeta Terra, os raios solares incidem de forma diferente em distintos lugares do planeta, alterando também a temperatura sazonal desses lugares e criando zonas térmicas diferentes. As zonas térmicas são as diferentes zonas de intensidade de luz e calor que a Terra recebe do Sol. As zonas térmicas ou zonas de iluminação estão divididas em: Zona Polar Ártica, Zona Temperada Norte, Zona Tropical ou Intertropical, Zona Temperada do Sul e Zona Polar Antártica.
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Mapa mostrando as zonas térmicas da Terra |
As zonas polares se localizam entre os polos (Norte e Sul) e círculos polares (Norte e Sul). As regiões polares recebem radiação solar menos intensa do que as outras partes da Terra porque a energia do Sol chega em um ângulo oblíquo, espalhando-se por uma área maior, e também percorre uma distância maior pela atmosfera da Terra, na qual pode ser absorvida, espalhada ou refletida, que é a mesma coisa que faz com que os invernos sejam mais frios do que o resto do ano em zonas temperadas.
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Iglu na Zona Polar Ártica |
É chamado de zona temperada cada um dos dois tipos de zonas latitudinais da Terra que se estendem dos trópicos aos círculos polares. Do Círculo Polar Ártico ao Trópico de Câncer nós temos a Zona Temperada Norte. A Zona Temperada Sul se localiza entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico. São zonas térmicas que apresentam estações bem definidas, com verões quentes e invernos frios e com maior variação à medida que a latitude aumenta. Portanto, uma zona temperada também pode se referir a um tipo de zona térmica da Terra.
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Floresta temperada na Europa |
A Zona Intertropical se estabelece entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. É determinada pela transição terrestre e pela inclinação do eixo terrestre em relação ao plano da eclíptica. É a zona geoastronômica mais extensa do planeta. As zonas intertropicais também são chamadas de regiões tórridas ou tropicais. Geralmente, é uma referência ao clima quente.
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Floresta Amazônica - localizada na zona intertropical, é a maior floresta equatorial do mundo |
O planeta Terra, assim como os demais corpos celestes, não está parado no Universo. Ele executa diversos movimentos, principalmente os de rotação e de translação. Esses movimento influenciam as dinâmicas do planeta e, consequentemente, impactam a vida de todos os seres vivos, incluindo os humanos.
O movimento de rotação
O movimento de rotação da Terra é o giro que o planeta faz ao redor de si mesmo, ou seja, ao redor do próprio eixo. Logo, os dias, as noites e os diferentes horários na superfície terrestre são consequências do movimento de rotação.
A duração de uma volta da Terra ao redor do próprio eixo é de aproximadamente 23 horas e 56 minutos. Esse tempo é chamado de dia sideral ou astronômico. Existe ainda o dia solar, com 4 minutos a mais, que é o tempo que o Sol leva, depois que passa por um meridiano, para passar sobre ele novamente. Essas 24 horas correspondem à duração de um dia terrestre.
O eixo terrestre é inclinado em relação ao plano da órbita da Terra, que é o caminho que ela descreve ao redor do Sol. Essa inclinação mede aproximadamente 23°30' (lê-se 23 graus e 30 minutos, ou 23 graus e meio). Os diferentes níveis de inclinação do eixo terrestre de acordo com o movimento do planeta ao redor do Sol resultam nas estações do ano.
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Animação mostrando o movimento de rotação da Terra |
O movimento aparente do Sol
Movimento aparente é a impressão que temos do movimento de um objeto qualquer, em virtude de nossa posição na superfície terrestre. Esse mesmo fenômeno acontece com relação ao Sol, que parece se movimentar no céu: ele "nasce" pela manhã, está a pino por volta do meio-dia e se põe ao fim da tarde. É por isso que durante muito tempo, acreditou-se que o Sol girava ao redor da Terra, até que se compreendeu que isso é só impressão e que, na realidade, é o nosso planeta que está girando constantemente ao redor de si próprio e do Sol.
A impressão que um observador situado na superfície terrestre tem é a de que o sol "nasce" na direção leste. Isso se deve ao sentido do movimento de rotação da Terra - de oeste para leste -, que é oposto ao movimento que o Sol aparenta fazer durante o dia. É a mesma impressão que temos ao olhar objetos pela janela de um trem em movimento: parece que os objetos estão se movendo para trás; no entanto, quem se movimenta é o trem, e para a frente. Assim, ao longo do dia, conforme o Sol aparentemente se movimenta de leste para oeste no céu, a sombra das pessoas e dos objetos se desloca na direção oposta, de oeste para leste, acompanhando o movimento de rotação do planeta.
Nos locais situados entre os trópicos, aproximadamente ao meio-dia, o Sol está a pino, ou seja, situado acima do local de referência, de modo que, nesse instante, uma pessoa em pé estaria exatamente sobre a própria sombra.
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Figurinha mostrando o movimento aparente do Sol |
O movimento de translação
Além de girar em torno do eixo imaginário que une o Polo Norte ao Polo Sul, realizando o movimento de rotação, a Terra se desloca ao redor do Sol. Quando um astro faz um trajeto ao redor do outro, dá-se a esse "caminho" o nome de órbita. A Terra descreve ao redor do Sol uma órbita elíptica, ou seja, em forma de elipse, e não de circunferência. Esse é o movimento de translação da Terra.
Para dar uma volta completa em torno do Sol, a Terra leva 365 dias e 6 horas - mais precisamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Esse intervalo de tempo é chamado de ano solar, adotado como medida de tempo na elaboração do nosso calendário. Para facilitar, os astrônomos arredondaram o ano para 365 dias; as seis horas restantes são chamadas e incorporadas ao mês de fevereiro a cada quatro anos. Quando isso acontece, o mês de fevereiro passa a ter 29 dias, e o ano, chamado de bissexto, 366 dias.
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Animação mostrando o movimento de translação da Terra |
A inclinação do eixo da Terra
Em relação ao plano da órbita, chamado também de plano eclíptica, o eixo de rotação da Terra não é perpendicular, e sim inclinado.
A inclinação do eixo da Terra, associada ao movimento de translação e à forma do planeta, explica porque os hemisférios Norte e Sul recebem diferentes quantidades de insolação - luz e calor do Sol - ao longo dos doze meses do ano. É essa diferença que determina as estações do ano e, consequentemente, interfere na diversidade de características climáticas e vegetais da Terra, como também nas atividades humanas - agricultura, pecuária, transportes, lazer, entre outras.
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Inclinação do eixo da Terra |
As estações do ano
As estações do ano - primavera, verão, outono e inverno -, tem cada uma, duração aproximada de três meses, contemplando, portanto, os doze meses do ano.
Na órbita que a Terra descreve ao redor do Sol, há quatro posições que indicam o início e o fim de cada estação. Duas delas recebem o nome de solstício - ocorrem nos dias 21 ou 22 de dezembro e 21 ou 22 de junho (depende se o ano for bissexto ou não) -, e as outras duas, de equinócio - ocorrem nos dias 20 ou 21 de março e 22 ou 23 de setembro.
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Esquema mostrando como ocorrem as estações do ano |
A palavra "solstício" significa "Sol que se detém". Por causa da inclinação do eixo terrestre e da posição da Terra em relação ao Sol, no dia 21 de dezembro ocorre o chamado solstício de verão no Hemisfério Sul: os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Capricórnio. Nessa data, o Hemisfério Sul tem o dia mais longo do ano, quando se inicia o verão; e, no Hemisfério Norte, o dia é o mais curto do ano, marcando o início do inverno.
No dia 21 de junho acontece o solstício de inverno no Hemisfério Sul: os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer. É o início do verão no Hemisfério Norte, com o dia mais longo do ano nessa porção do planeta, e do inverno no Hemisfério Sul, com o dia mais curto do ano.
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Figurinha mostrando como ocorrem os solstícios |
A palavra "equinócio" significa "dias e noites iguais", ou seja, indica que a duração do período claro (dia) é igual à do período escuro (noite). Os equinócios ocorrem nos dias 21 de março e 23 de setembro, quando os raios solares incidem perpendicularmente sobre a linha do Equador, iluminando igualmente os dois hemisférios.
O equinócio de 21 de março anuncia o início da primavera no Hemisfério Norte e do outono no Hemisfério Sul. Já o equinócio de 23 de setembro marca o início do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.
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Figurinha mostrando como ocorre o equinócio |
As estações do ano se repetem todos os anos. Os povos antigos já as percebiam e regulavam suas atividades diárias em função delas: o plantio, a colheita, a época de se proteger do frio etc. No entanto, as estações do ano não são bem definidas em todos os lugares da Terra, pois variam de acordo com a latitude.
Na zona tropical, por exemplo, onde está localizada a maior parte do território brasileiro, é mais difícil perceber as diferenças entre uma estação e outra. Essa é a zona de maior insolação do planeta, o que mantém a temperatura do ar atmosférico elevada durante o ano todo. Apenas nos estados brasileiros situados ao sul do Trópico de Capricórnio e em lugares situados em altitudes mais elevadas, o inverno é mais frio.
Nas zonas temperadas, as estações do ano são mais bem definidas: no inverno, as temperaturas são baixas e pode nevar em muitos lugares; no outono e na primavera, as temperaturas ficam amenas; e, no verão, elas costumam ser mais elevadas.
Nas zonas polares, as quatro estações do ano também não são bem definidas. As temperaturas são sempre baixas, geralmente inferiores a 0°C.
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Figurinha mostrando as estações do ano |