A sub-região do Meio-Norte é uma faixa de transição localizada entre o Sertão seco e a Amazônia de clima equatorial, quente e úmido, e é também conhecida como mata dos cocais devido à presença de palmeiras, como o babaçu e a carnaúba. Abrange grande parte dos estados do Maranhão e do Piauí e apresenta uma população pouco numerosa.
Latitudinalmente o Meio-Norte pode ser subdividido em setentrional e meridional, e longitudinalmente em leste e centro-oeste, sendo o leste ocupado pelo Piauí ocidental, e o centro-oeste pelo Maranhão.
As maiores cidades do Meio-Norte são Teresina e Parnaíba, no Piauí, e São Luís, Imperatriz, Balsas e Caxias, no Maranhão, importantes centros comerciais e de serviços, além da produção agrícola, principalmente em Balsas.
Em razão da diversidade climática, a vegetação muda drasticamente à medida que se aproxima da Floresta Amazônica, passando da vegetação seca e árida da Caatinga para a mata de cocais, até a formação de uma floresta mais fechada. No sul do Piauí e do Maranhão aparece o Cerrado, vegetação rasteira composta de campos, com a presença de pequenas árvores e arbustos com galhos retorcidos.
A carnaúba é conhecida como a "árvore da providência" pois dela tudo se aproveita. A madeira é muito resistente; o fruto é usado para alimentar o gado; as raízes, para preparar medicamentos; as folhas para tecer cordas, redes, esteiras; a semente para produzir óleo de cozinha; e a cera, para fabricar velas, tintas, graxas e vernizes.
Outra árvore de grande importância para o Meio-Norte é o babaçu. Seus frutos são empregados na confecção de muitos produtos: remédios, creme hidratante, maquiagem, loção para o corpo, óleo industrial ou comestível, mas os principais produtos, feitos com o coco do babaçu, são o carvão e o óleo.
A maior parte dos trabalhadores que realizam a atividade de colher os cocos, quebrá-los e extrair as sementes são mulheres. O trabalho, realizado manualmente, é muito difícil. As quebradeiras de babaçu passam a tarde inteira sentadas no quintal, quebrando os cocos com um porrete de madeira. Ao final do dia, seu corpo está dolorido e as mãos, calejadas. É com esse trabalho que muitas garantem o sustento da família.
O Meio-Norte possui terras predominantemente em altitudes baixas (entre 0 e 200 metros); apenas na porção mais ao sul as terras apresentam-se em altitudes mais elevadas (entre 200 e 500 metros), e, em pequenos trechos, em altitudes entre 500 e 800 metros, onde nascem vários rios que formam a rica rede hidrográfica do Meio-Norte.
Destaca-se nessa sub-região o Rio Parnaíba, com extensão de 1.414 quilômetros. Ele forma a divisa dos estados do Piauí e Maranhão e deságua no Oceano Atlântico. Sua foz, em forma de delta, localiza-se no município de Parnaíba. Próximo à foz do rio Parnaíba, encontra-se o único porto do Piauí, o porto de Luís Correia, no município de mesmo nome, que ainda está em construção.
No seu alto curso e em parte do curso médio é um típico rio de planalto, com várias corredeiras. Nele, foi construída a barragem e a Usina Hidrelétrica de Boa Esperança. O rio é navegável na sua porção de planície, sobretudo entre Teresina, capital do Piauí, e Parnaíba, no litoral.
A Usina Hidrelétrica Boa Esperança, anteriormente denominada Usina Hidrelétrica Marechal Castelo Branco, está situada na cidade piauiense de Guadalupe, a 380 quilômetros da capital Teresina.
Predomina no Meio-Norte o clima tropical com verão úmido e inverno seco. No extremo oeste do Maranhão o clima é equatorial úmido. As médias térmicas anuais situam-se entre 24ºC e 26°C, e a precipitação total anual varia conforme a área considerada, de 1.000 mm a mais de 2.000 mm. Em São Luís, capital do Maranhão, que se localiza em área litorânea, a precipitação é elevada (2.200 mm anuais). Em Teresina, no Piauí, a única capital do Nordeste que não se localiza no litoral, a precipitação é em torno de 1.678 mm anuais.
As atividades econômicas predominantes no Meio-Norte são ligadas ao campo. Até aproximadamente 1960, a economia do Meio-Norte assentava-se na criação de gado, cultura do algodão, extração do babaçu, produção de açúcar, plantio e beneficiamento de arroz e extração de cera de carnaúba.
A partir dos anos 1970, iniciou-se na região um processo de modernização econômica. Investimentos foram realizados na agropecuária, principalmente por fazendeiros vindos da Região Sul, e no extrativismo vegetal e mineral. O Maranhão passou a ser o escoadouro das riquezas minerais da Serra dos Carajás, no estado do Pará. Para isso, foi construída a Estrada de Ferro Carajás, ligando as jazidas minerais ao Porto de Itaqui, no Maranhão. Esse porto foi equipado para exportar minério de ferro e receber navios de grande capacidade de transporte.
A atividade extrativa vegetal é praticada em grande parte dessa região, sobretudo na mata dos cocais, onde são explorados o babaçu e a carnaúba. Embora as técnicas de exploração sejam tradicionais, essa coleta constitui a principal fonte de renda para muitos trabalhadores. Na região da mata dos cocais, também é comum a criação extensiva de gado bovino.
Nas margens dos principais rios do Meio-Norte, onde os solos são mais úmidos, desenvolvem-se grandes plantações de arroz de várzea, principalmente no Maranhão, um dos maiores produtores do país. Nas áreas mais secas são cultivadas lavouras de mandioca, milho e algodão.
A soja foi introduzida na região por migrantes do Sul, principalmente gaúchos, que desenvolvem suas lavouras valendo-se de alta tecnologia, com o uso de pivôs de irrigação automáticos, fertilizantes, sementes selecionadas e máquinas modernas.
A cerca de três décadas, a cultura da soja vem sendo praticada em diversos municípios localizados no Meio-Norte, sobretudo nas áreas de cerrado, como no sul dos estados do Maranhão e do Piauí.
O avanço da agricultura nesta zona geográfica ocorre sobretudo com a soja, além do arroz, do milho e do algodão. A produção de soja, algodão e milho concentra-se no sul desta sub-região, que faz parte do cerrado nordestino. No Piauí, o estado mais promissor do agronegócio, destacam-se as cidades de Uruçuí, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves. No Maranhão, o desenvolvimento é facilitado pelas excelentes condições de logística da região para exportação.
A produção de culturas altamente tecnificadas e voltadas para o mercado externo no Meio-Norte tornou-se viável com a implantação do chamado Corredor de Exportação Norte, uma extensa área geográfica formada por dezenas de cidades atendidas por um sistema multimodal de transportes, que integra rodovias, ferrovias e hidrovias. O Corredor de Exportação foi criado para permitir o escoamento das safras agrícolas do Meio-Norte e de porções das regiões Norte e Centro-Oeste em direção ao porto de Itaqui, em São Luís, no Maranhão, onde são embarcadas para o exterior.
O cultivo nessa área é realizado em fazendas altamente mecanizadas, com os melhores índices de produtividade agrícola por hectare do Brasil. Tem ainda como benefício a menor distância em relação ao mercado europeu.
Desde 1992, quando começou a funcionar o Corredor de Exportação Norte, toda a produção agrícola do sul do Maranhão passou a escoar para o Porto de Ponta da Madeira por um longo trecho de estrada de ferro operado pela Vale.
Outra atividade econômica bastante relevante nessa sub-região nordestina é a mineração graças à implantação do Projeto Grande Carajás. Esse projeto foi criado na década de 1980 pela Vale do Rio Doce (atual Vale), para a extração e transporte de minérios em terras do Maranhão, Pará e Tocantins. Os principais minérios extraídos são: ouro, estanho, bauxita, manganês, níquel e cobre.
Latitudinalmente o Meio-Norte pode ser subdividido em setentrional e meridional, e longitudinalmente em leste e centro-oeste, sendo o leste ocupado pelo Piauí ocidental, e o centro-oeste pelo Maranhão.
As maiores cidades do Meio-Norte são Teresina e Parnaíba, no Piauí, e São Luís, Imperatriz, Balsas e Caxias, no Maranhão, importantes centros comerciais e de serviços, além da produção agrícola, principalmente em Balsas.
A área verde corresponde a sub-região Meio-Norte |
A carnaúba é conhecida como a "árvore da providência" pois dela tudo se aproveita. A madeira é muito resistente; o fruto é usado para alimentar o gado; as raízes, para preparar medicamentos; as folhas para tecer cordas, redes, esteiras; a semente para produzir óleo de cozinha; e a cera, para fabricar velas, tintas, graxas e vernizes.
Carnaubeiras no Piauí |
A maior parte dos trabalhadores que realizam a atividade de colher os cocos, quebrá-los e extrair as sementes são mulheres. O trabalho, realizado manualmente, é muito difícil. As quebradeiras de babaçu passam a tarde inteira sentadas no quintal, quebrando os cocos com um porrete de madeira. Ao final do dia, seu corpo está dolorido e as mãos, calejadas. É com esse trabalho que muitas garantem o sustento da família.
Quebradeiras de coco babaçu |
Destaca-se nessa sub-região o Rio Parnaíba, com extensão de 1.414 quilômetros. Ele forma a divisa dos estados do Piauí e Maranhão e deságua no Oceano Atlântico. Sua foz, em forma de delta, localiza-se no município de Parnaíba. Próximo à foz do rio Parnaíba, encontra-se o único porto do Piauí, o porto de Luís Correia, no município de mesmo nome, que ainda está em construção.
Obras no porto de Luís Correia |
A Usina Hidrelétrica Boa Esperança, anteriormente denominada Usina Hidrelétrica Marechal Castelo Branco, está situada na cidade piauiense de Guadalupe, a 380 quilômetros da capital Teresina.
Usina Hidrelétrica Boa Esperança |
São Luís (MA) - maior e mais importante cidade do Meio-Norte |
A partir dos anos 1970, iniciou-se na região um processo de modernização econômica. Investimentos foram realizados na agropecuária, principalmente por fazendeiros vindos da Região Sul, e no extrativismo vegetal e mineral. O Maranhão passou a ser o escoadouro das riquezas minerais da Serra dos Carajás, no estado do Pará. Para isso, foi construída a Estrada de Ferro Carajás, ligando as jazidas minerais ao Porto de Itaqui, no Maranhão. Esse porto foi equipado para exportar minério de ferro e receber navios de grande capacidade de transporte.
Teresina (PI) - segunda maior cidade do Meio-Norte |
Imperatriz (MA) - terceira maior cidade do Meio-Norte |
A cerca de três décadas, a cultura da soja vem sendo praticada em diversos municípios localizados no Meio-Norte, sobretudo nas áreas de cerrado, como no sul dos estados do Maranhão e do Piauí.
O avanço da agricultura nesta zona geográfica ocorre sobretudo com a soja, além do arroz, do milho e do algodão. A produção de soja, algodão e milho concentra-se no sul desta sub-região, que faz parte do cerrado nordestino. No Piauí, o estado mais promissor do agronegócio, destacam-se as cidades de Uruçuí, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves. No Maranhão, o desenvolvimento é facilitado pelas excelentes condições de logística da região para exportação.
Cultivo de soja em Balsas, MA |
O cultivo nessa área é realizado em fazendas altamente mecanizadas, com os melhores índices de produtividade agrícola por hectare do Brasil. Tem ainda como benefício a menor distância em relação ao mercado europeu.
Colheita da soja no Maranhão |
Outra atividade econômica bastante relevante nessa sub-região nordestina é a mineração graças à implantação do Projeto Grande Carajás. Esse projeto foi criado na década de 1980 pela Vale do Rio Doce (atual Vale), para a extração e transporte de minérios em terras do Maranhão, Pará e Tocantins. Os principais minérios extraídos são: ouro, estanho, bauxita, manganês, níquel e cobre.
O Projeto Grande Carajás foi muito importante para alavancar o desenvolvimento da região, uma vez que a partir dele foram construídas estradas, como a Estrada de Ferro Carajás, o que propiciou a instalação de indústrias, entre outros benefícios.
Porto de Itaqui, em São Luís - MA |
A criação do Complexo Portuário e Industrial de São Luís, que congrega os portos de Itaqui e da Madeira, também tem colaborado para impulsionar o crescimento dessa sub-região nordestina. O porto de Itaqui é fundamental para as exportações agrícolas, e pelo porto da Madeira é embarcado todo o minério de ferro, cobre e manganês extraído na Serra do Carajás, no Pará.
Espera-se que outro grande impulso à economia do Meio-Norte seja dado com a conclusão da construção da Ferrovia Norte-Sul. Essa ferrovia faz entroncamento com a Estrada de Ferro Carajás, em Açailândia (MA), permitindo acesso ao Porto de Itaqui. De Açailândia, ela segue em direção à Araguaína (TO). Em sua extensão total, a ferrovia ligará o município de Panorama (SP) a Belém (PA), em um percurso total de 3.100 quilômetros.
No setor secundário, destaca-se o Complexo Industrial e Portuário de São Luís. Em Imperatriz encontra-se grandes indústrias, como a Suzano Celulose.
No setor secundário, destaca-se o Complexo Industrial e Portuário de São Luís. Em Imperatriz encontra-se grandes indústrias, como a Suzano Celulose.
FONTE: Geografia espaço e vivência: a organização do espaço brasileiro, 7º ano / Levon Boligian ... [et al.]. 4. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2012.