A ilha Surtsey está localizada na Islândia (norte do oceano Atlântico), e foi formada em poucos meses por causa do derramamento de lava de uma erupção vulcânica ocorrida no início da década de 1960.
A erupção que originou a ilha Surtsey começou a 130 metros abaixo da superfície do oceano, emergindo no dia 14 de novembro de 1963, o que fez daquela ilha um dos territórios mais jovens do planeta e a ilha mais nova do Oceano Atlântico. A erupção, que começara alguns dias antes da ilha emergir, durou até 5 de julho de 1967, data em que a ilha atingiu a sua máxima extensão, ocupando então uma área de 2,7 km². A partir daí, a erosão marinha e o vento vêm reduzindo paulatinamente o tamanho da ilha que, atualmente, conta com apenas 1,4 km² de área. A nova ilha foi batizada em honra a Surtr, o gigante do fogo da mitologia nórdica.
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Mapa de localização da ilha Surtsey |
A ilha foi estudada intensivamente desde os estágios iniciais da erupção, fornecendo um modelo de grande interesse para os estudos de vulcanologia e evolução dos materiais vulcânicos, erosão costeira e ecologia, com destaque para estudos sobre a palagonitização (material rico em ferro) dos tufos vulcânicos e os processos de colonização vegetal de novos territórios insulares.
A ilha resultou de uma erupção situada ao longo de uma das múltiplas linhas de fratura que formam o sistema vulcânico submarino de Vestmannaeyjar (arquipélago de Vestmann), parte da grande cadeia vulcânica da Dorsal Média do Atlântico.
O sistema vulcânico de Vestmannaeyjar também produziu em 1973 a erupção Eldfell, na ilha de Heimaey. A erupção que criou Surtsey também deu origem a alguns outros pequenos ilhéus nas imediações, como o Jolnir e outros rochedos, a maior parte dos quais já desapareceu devido à abrasão marinha.
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Erupção do Vestmannaeyjar, em 1973 |
A erupção que deu origem à ilha de Surtsey, na manhã de 14 de novembro de 1963, liberou uma coluna de gases e cinzas com vários quilômetros de altura, permitindo ser vista em quase toda região costeira sul da Islândia. Essa erupção se deu por três crateras separadas ao longo de uma fissura alinhada no sentido nordeste-sudoeste, mas os centros eruptivos acabaram por se fundir numa única erupção de caráter fissural, relativamente linear.
Ao longo da semana, as explosões eram contínuas e em poucos dias formou-se uma nova ilha, essencialmente composta por escórias vulcânicas. Esta ilha tinha cerca de 500 metros de comprimento e uma altitude máxima de 45 metros acima do nível do mar.
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Ilha Surtsey |
Com a continuação da erupção, as emissões foram-se concentrando em torno de um único ponto, levando a construção de uma ilha com uma forma quase circular. No dia 24 de novembro a ilha media cerca de 900 por 600 metros. As violentas explosões causadas pela rápida expansão do vapor sobreaquecido produzido pelo contato da água do mar com a água incandescente levou a ilha a ser constituída essencialmente por escórias de rocha vulcânica, de baixa densidade e com baixo grau de agregação, deixando a estrutura bastante vulnerável à erosão marinha.
Após o fim da erupção, foi estabelecida uma rede de observação científica, incluindo uma rede de referenciais para determinar a evolução das costas da ilha e a sua possível alteração na forma do relevo.
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Erupção que deu origem à ilha Surtsey |
A ilha já perdeu grande parte de sua área por causa da erosão mas, segundo os estudiosos, a ilha provavelmente não desaparecerá no futuro próximo. A parte já erodida consistia essencialmente em material não consolidado, que era facilmente arrastado pelas ondas e pelos ventos, enquanto que a parte remanescente está recoberta por basalto, muito mais resistente à erosão.
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Visão aérea da ilha Surtsey |
Assim, apesar da ilha perder parte da superfície, ela persistirá por muitos séculos. Em 2001, o governo islandês apresentou a candidatura de Surtsey para a inclusão na lista da UNESCO de localidades consideradas como Patrimônio da Humanidade.
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Surtsey, 16 dias após o início da erupção |
FONTE: Geografia espaço e vivência: o espaço geográfico mundial, 8º ano / Levon Boligian ... [et al.]. -- 4. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2012.
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