terça-feira, 24 de junho de 2014

A REGIÃO DO VALE DO PARAÍBA

ATLAS das representações literárias de regiões brasileiras, IBGE, 2009
  A região do Vale do Paraíba está localizada entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, ao longo do curso do rio Paraíba do Sul, que nasce no estado de São Paulo e tem sua foz localizada no estado do Rio de Janeiro.
  É uma região socioeconômica que abrange a Mesorregião do Vale do Paraíba Paulista no estado de São Paulo, e a Mesorregião Sul Fluminense no estado do Rio de Janeiro, e que se destaca por concentrar uma parcela considerável do PIB do Brasil.
  Localiza-se nas margens da rodovia Presidente Dutra (BR-116), no trecho denominado eixo Rio-São Paulo, dentro do complexo metropolitano formado pelas duas capitais e com seu principal eixo urbano seguindo o traçado da Via Dutra.
Via Dutra, no trecho entre Taubaté e Pindamonhangaba - SP
  Apesar de ser altamente urbanizada e industrializada, a região também tem reservas naturais importantes, como a Serra da Mantiqueira, na divisa entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, um dos pontos mais altos do Brasil, e a Serra de Bocaína, localizada entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, as áreas de Mata Atlântica, além de cidades pequenas e fazendas de interesse histórico e arquitetônico.
Cachoeira dos Veados, na Serra de Bocaína,
  De acordo com o censo do IBGE 2010, a população dos municípios da região do Vale do Paraíba é de quase 3,3 milhões de habitantes, sendo São José dos Campos, localizada em São Paulo, a maior cidade.
  No lado do Rio de Janeiro, as cidades que compõem a região do Vale do Paraíba são: Volta Redonda, Resende, Barra Mansa, Barra do Piraí, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Rio Claro, Valença, Rio das Flores e Paraíba do Sul.
Valença - RJ
  No lado paulista, os municípios que compõem a região do Vale do Paraíba são: São José dos Campos, Taubaté, Jacareí, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Lorena, Aparecida, Arapeí, Areias, Atibaia, Bananal, Caçapava, Cachoeira Paulista, Canas, Cruzeiro, Cunha, Guararema, Igaratá, Jacareí, Jambeiro, Lagoinha, Lorena, Lavrinhas, Monteiro Lobato, Natividade da Serra, Paraibuna, Piquete, Potim, Queluz, Redenção da Serra, Roseira, Salesópolis, Santa Branca, Santa Isabel, São José do Barreiro, São Luiz do Paraitinga, Silveiras e Tremembé.
Cruzeiro - SP
  Embora geograficamente façam parte do vale, algumas cidades não compartilham de história comum com as demais cidades da região, devido pertencerem à Região Metropolitana de São Paulo, fazendo com que os vales paraibanos desconheçam o fato dessas cidades se localizarem geograficamente dentro do vale, como Guararema, Santa Isabel e Salesópolis, que fazem parte do Vale do Paraíba, mas não da mesorregião do Vale do Paraíba Paulista, que é uma divisão política.
Salesópolis - SP
HISTÓRIA
  A história do Vale do Paraíba está intimamente ligada ao ciclo econômico do café, porém, antes do ciclo do café, no início do século XVIII, essa região foi ocupada por engenhos de produção de açúcar e lavouras de subsistência. No século XIX, a região se tornou um grande polo agrícola de café em nosso país.
  No início do século XX, um grupo de religiosos da ordem trapista (congregação religiosa católica) se instalou na fazenda Maristela, em Tremembé - SP, e introduziu a cultura do arroz nas várzeas do rio Paraíba do Sul, além de novas técnicas de plantio e irrigação.
Tremembé - SP
  Após a decadência do café, ocorrida após a crise econômica mundial de 1929, começa a se desenvolver a produção de leite. A industrialização do Vale do Paraíba começou na década de 1940, durante o Estado Novo, após um acordo diplomático feito entre o Brasil e os Estados Unidos.
  Por meio desse acordo, teve início em 1942, a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda - RJ, que foi inaugurada em 1946, tornando-se um dos maiores complexos siderúrgicos do mundo e o maior da América Latina.
  O início da produção de aço na CSN serviu de base para a industrialização do país e, especialmente, do Vale do Paraíba, com a chegada na região de empresas ligadas a siderurgia, bem como a indústria automotiva e aeroespacial.
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de Volta Redonda - RJ
ECONOMIA
  A região do Vale do Paraíba é considerada uma região de grande importância econômica em nosso país, abrigando um grande número de indústrias e municípios importantes, como São José dos Campos, Taubaté e Volta Redonda.
Agropecuária
  A agropecuária ainda é de grande importância para vários municípios dessa região. O Vale do Paraíba é o segundo maior polo produtor de leite do país, apesar dessa produção encontrar-se em decadência. Atualmente, o arroz é o principal produto agrícola da região, onde é produzido principalmente nas várzeas do rio Paraíba do Sul e seus afluentes.
  O cultivo do arroz no Vale é realizado nas propriedades da região, a maioria pertencentes a descendentes de italianos, que aproveitam a vocação natural das terras de várzeas para o cultivo do cereal.
Cultivo de arroz em Pindamonhangaba - SP
  O arroz do Vale do Paraíba desempenha importante papel social e de preservação ambiental, pois regula a extração de areia, limita a expansão urbana desordenada, controla inundações e evita conflitos sociais pela posse da terra na zona rural e periferia das cidades. Além disso, os produtores de arroz são os maiores interessados em zelar pela qualidade e disponibilidade da água dos rios e nascentes da região.
  Na estrutura fundiária do Vale, predominam as pequenas e médias propriedades rurais familiares, fruto das mudanças significativas na forma de distribuição das terras ocorridas a partir da decadência do café, quando as grandes fazendas passaram a ser retalhadas em partilhas e heranças familiares.
São José do Barreiro - SP
Indústria
  Na década de 1950, a região industrializou-se rapidamente. Nesta época destacou-se, no lado paulista, a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e, consequentemente, a instalação da indústria aeronáutica Embraer, o maior complexo aeroespacial da América Latina, em São José dos Campos, além das montadoras Volkswagen, Ford, e da LG. No lado fluminense, destaque para a Coca-Cola (Companhia Fluminense de Refrigerantes), as montadoras PSA Peugeot Citröen, Volkswagen Caminhões e Ônibus (a maior fábrica de caminhões do Brasil) Guardian do Brasil, Votorantim (Siderúrgica Barra Mansa), Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Michelin, White Martins, Indústria Nacional de Aços Luminados (INAL), Companhia Estanífera Brasileira (CESBRA) e S/A Tubonal (fabricante de tubos de aço), entre outros.
Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos  Campos - SP
Educação
  A região do Vale do Paraíba conta com várias ETECs (Escola Técnica Estadual), além de contarem com, no mínimo, uma escola do Sistema S (Escolas Profissionalizantes - Senar, Senac, Sesc, Sescoop, Senai, Sesi, Sest, Senat, Sebrae).
  A região conta também com um grande número de instituições de ensino superior, tanto da rede privada como pública, que realizam cursos de graduação e pós-graduação.
Universidade Vale do Paraíba, em São José dos Campos - SP
PRINCIPAIS CIDADES DO VALE DO PARAÍBA
São José dos Campos - SP
  São José dos Campos é a sede da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Está localizada na mesorregião do Vale do Paraíba Paulista e na microrregião de São José dos Campos, estando distante cerca de 94 km da capital paulista, São Paulo, ocupando um área de 1.099,409 km². De acordo com o IBGE, sua população em 2013 estava estimada em 673.255 habitantes, sendo o 7° município mais populoso do estado de São Paulo e o 28° do Brasil.
  São José dos Campos foi elevada à categoria de vila em 27 de julho de 1767, e no decorrer do século XIX, foi grande produtor de café. A indústria começa a ganhar força a partir da segunda metade do século XX, quando várias empresas começaram a se instalar no município, como a Panasonic, Johnson & Johnson, Ericsson, Philips, General Motors (GM), Petrobras, Embraer, entre outras.
  Possui importantes centros de ensino e pesquisas, como o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto de Ensinos Avançados (IEAv), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IEA), a Universidade do Vale do Paraíba (Univap), o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e o Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento (IP&D), sendo um importante tecnopolo de material bélico, metalúrgico e sede do maior complexo aeroespacial da América Latina.
São José dos Campos
Taubaté - SP
  Taubaté está localizada a 130 km de São Paulo, sendo sede da segunda sub-região da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Pertence a mesorregião do Vale do Paraíba Paulista e a microrregião de São José dos Campos, possuindo uma área de 624,885 km² e, de acordo com o IBGE, sua população em 2013 estava estimada em 296.431 habitantes, sendo o 23° mais populoso município paulista. Foi elevada à categoria de vila em 5 de dezembro de 1645.
  É o segundo maior polo industrial e comercial da região, abrigando empresas como a Volkswagen, Ford, LG, Alstom, Usiminas, Cameron, Embraer, além do Comando de Aviação do Exército.
  Desempenhou um importante papel na evolução econômica e histórica do país. Durante o ciclo do ouro, foi núcleo irradiador do bandeirantismo, onde os bandeirantes partiram da vila em busca de ouro na região das Minas Gerais. Durante o Segundo Reinado, em pleno apogeu da economia cafeeira, Taubaté destacou-se como o maior produtor de café do país, tendo sediado o Convênio de Taubaté, em 1906.
Taubaté - SP
Volta Redonda - RJ
  Volta Redonda está localizada na mesorregião Sul Fluminense e na microrregião do Vale do Paraíba Fluminense, estando distante 127 quilômetros da capital do estado, Rio de Janeiro. É conhecida como "Cidade do Aço", devido à grande produção de aço decorrente da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN. Sua área é de 182,483 km² e, de acordo com estimativa do IBGE, em 2013 sua população era de 261.522 habitantes. Tornou-se município no dia 17 de julho de 1954, emancipando-se de Barra Mansa.
  Até início da década de 1940, Volta Redonda era um pequeno povoado, com uma população de pouco mais de 3 mil habitantes. Com a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, no início da década de 1940, Volta Redonda começou a receber milhares de pessoas, que vinham em busca de emprego nas indústrias que foram se instalando em seu entorno.
Volta Redonda - RJ
FONTE: Torrezani, Neiva Canargo. Vontade de saber geografia, 7° ano / Neiva Camargo Torrezani. -- 1. ed. -- São Paulo: FTD, 2012.





quinta-feira, 19 de junho de 2014

OS AMBIENTES MARINHOS


  Biologia marinha é o estudo dos organismos que vivem em ecossistemas de água salgada e das relações entre eles e com o ambiente.
  Os mares e oceanos ocupam 3/4 do planeta Terra, cobrindo aproximadamente 70% da sua superfície e, assim como o ambiente terrestre é diverso, os oceanos também são. Por isso, encontramos as mais diferentes formas de vida no mar, desde o plâncton microscópico, incluindo o fitoplâncton, de enorme importância para a produção primária no ambiente marinho, aos gigantes cretáceos como as baleias. Apresentam uma profundidade média de 4 quilômetros, sendo que a Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, é o ponto mais profundo, com pouco mais de 11 quilômetros de profundidade.
Perfil esquemático da Fossa das Marianas
  A vida no fundo do mar está relacionada às zonas de profundidade e é classificado segundo critérios que envolvem a penetração da luminosidade e a estratificação de níveis na coluna de água. Quanto maior a profundidade, menos espécies de seres vivos serão encontradas, pois há menos alimento. Além disso, poucos seres vivos se adaptam à escuridão, ao frio e às altas pressões das profundezas submarinas.
  As estreitas margens costeiras são as zonas mais ricas em quantidades de espécies animais e vegetais. Suas águas pouco profundas recebem grande quantidade de luz solar. Nelas, prolifera o fitoplâncton, formado por plantas microscópicas que constituem a base da cadeia alimentar marinha. Um camarão, por exemplo, come diariamente milhares de diatomáceas, uma das espécies mais comuns presentes no fitoplâncton. Já os camarões fazem parte do cardápio dos arenques, que, por sua vez, são as presas prediletas dos bacalhaus.
Exemplo de cadeia alimentar marinha
  O fitoplâncton é o conjunto de organismos microscópicos fotossintetizantes adaptados a passar parte ou todo o tempo de sua vida em suspensão em águas abertas oceânicas ou continentais. Fazem parte deste grupo organismos tradicionalmente considerados como algas.
  Dentre as algas há um grupo de grande importância sanitária e de saúde pública, que é também classificado como bactéria, as cianofíceas ou "algas azuis". Possuem características de células vegetais (presença de clororila em cloroplastos e parede celular com celulose) e de bactérias (material disperso no citoplasma).
Algas azuis
  A temperatura superficial da água varia de acordo com as estações do ano e com a latitude; porém, essa variação é menor do que a observada em ambientes terrestres, pois, os oceanos retêm maior quantidade de calor, que é liberado mais vagarosamente do que na terra.
  A salinidade média do mar é de 3,5% (35 partes por mil). Em regiões costeiras, normalmente é menor e tende apresentar uma variação maior, já que sofre também a influência de rios e da água da chuva proveniente da costa.
  A presença de luz também é garantia do desenvolvimento de algas marinhas, incluindo as espécies que florescem debaixo da água. Elas constituem verdadeiros pastos submersos para tartarugas e diversos tipos de peixes.
A quantidade de luz define a quantidade de vida no oceano
  Nas margens costeiras, os recifes de corais destacam-se como os ambientes marinhos com maior diversidade de seres vivos ou, simplesmente, biodiversidade. Os mangues e os estuários também são importantes pela quantidade de seres vivos que abrigam, porém não existe tanta diversidade como nos recifes de corais.
  Os recifes de corais são formados com o acúmulo de corais e do calcário de certas algas. Com o tempo, em condições favoráveis, um recife de coral pode transformar-se numa ilha ou, pelo menos, em um atol. Os recifes de corais são ecossistemas com grande produtividade e biodiversidade.
  Os recifes de corais são ambientes marinhos muito frágeis. Eles se desenvolvem em condições bastante especiais: água limpa com temperatura entre 20°C e 30°C e profundidade máxima de 40 metros.
  Fixados num resistente edifício de calcário, milhões de animais, chamados pólipos, alimentam do plâncton que eles retêm pela filtragem da água que passa por suas minúsculas bocas. Existem mais de mil espécies de corais, das mais diversas cores e formas, que fascinam mergulhadores do mundo inteiro.
Grande Barreira de Corais, na Austrália - a maior barreira de corais do mundo
  Ao redor dos recifes de corais vive a maior variedade de plantas e animais do fundo do mar. Abrigando mais de um terço de todas as espécies de peixes, esses ecossistemas são fundamentais para a vida marinha, e sua poluição pode significar um enorme desastre ecológico.
  A maior parte dos recifes de corais encontram-se nas zonas equatoriais dos oceanos Pacífico e Índico, além das zonas tropicais do Atlântico.
Mapa das principais áreas de recifes de corais no mundo
  Os mangues é um ecossistema costeiro caracterizado por plantas e animais que vivem em um espaço comum, característicos de ambientes costeiros e estuarinos, no qual predominam as espécies vegetais adaptadas à grande salinidade. Nele se misturam águas que vêm dos rios e do mar, formando um fundo lodoso com pouco oxigênio. Os mangues ocupam mais da metade da costa dos países tropicais e abrigam enormes quantidades de peixes, caranguejos, camarões e ostras.
  Tal qual os mangues, os pântanos costeiros dos países de clima temperado encontram-se sob forte influência das marés e são alagados periodicamente pelo mar. Ambos funcionam como filtros, limpando as águas marinhas de suas impurezas, daí a importância de preservação desses ecossistemas.
Manguezal no rio Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte
  No Brasil, os mangues distribuem-se por praticamente toda a costa brasileira, a partir de Santa Catarina, até os limites com a Guiana Francesa. Neles ocorrem espécies variadas de animais e plantas. Entre os animais, encontram-se ostras, mariscos, caranguejos, siris, entre outros. Em relação às plantas, encontram-se três árvores principais: o mangue-vermelho, o mangue-branco e o mangue-siriúba, que muitas vezes são cortadas para o uso na construção civil por serem resistentes à água marinha. Das várias causas da degradação dos mangues, estão: retirada da madeira, pesca predatória de animais, como caranguejos e siris, instalação de condomínios e hotéis à beira-mar, lançamento de esgoto sem tratamento e retirada do mangue para instalação de fazendas de camarão.
Viveiros de camarão em área de mangue, em Natal - RN
  Os estuários são desaguadouros de um rio no mar, sujeito à forte influência de correntes marinhas e das marés. São ambientes que recebem os sedimentos arrastados pelos rios, muitas vezes por vários quilômetros mar adentro. Nesses ambientes, em que se misturam águas doce e salgada, concentram-se ostras, caranguejos, mexilhões e camarões. Grande parte das espécies pescadas no mundo passa uma parte de suas vidas em um estuário, seja na fase da desova, seja durante o crescimento.
Estuário do rio Paraíba, em Cabedelo - PB
  Quanto à gradação de luz, o ambiente marinho se divide em: zona eufótica e zona afórica.
Zona eufótica - compreende a região na qual a incidência luminosa consegue penetrar na coluna de água, geralmente compreendendo cerca de 200 metros de profundidade, de acordo com a turbidez (tonalidade da água em consequência da saturação de partículas em suspensão). Corresponde à faixa com considerável concentração de organismos, entre os quais, microrganismos fotossintetizantes (autróficos).
Zona disfótica - dentro da zona eufótida, está entre 80 e 200 metros de profundidade, é fracamente iluminada, apresentando poucos seres fotossintetizantes. Nessa zona aparecem seres necróvoros e carnívoros.
Zona afótica - representa a região marinha que não recebe qualquer interferência da incidência luminosa. Os organismos (heterotróficos) que habitam esta faixa dependem da disponibilidade de oxigênio e matéria orgânica absorvida, respectivamente dissolvida e decantada da zona eufótica.
Divisão do ambiente marinho quanto à dispersão da luz
  Quanto à profundidade, o ambiente marinho divide-se em: zona litorânea, zona nerítica, zona abatial e zona abissal.
Zona litorânea - é o limite existente entre o nível das marés (alta e baixa).
Zona nerítica - região que atinge, aproximadamente, 200 metros de profundidade, estendendo cerca de 50 e 60 km da margem litorânea. Representa o limite com maior biomassa e produtividade aquática, abrigando um grande número de organismos.
Zona abatial - localizado abaixo da zona nerítica, situa-se entre 200 e 2.000 metros de profundidade.
Zona abissal - ambiente marinho mais profundo, situada entre 2.000 metros de profundidade e o substrato oceânico, sendo uma região totalmente afótica (sem luz), onde habitam poucas espécies de seres vivos.
Divisão do ambiente marinho quanto à profundidade
FONTE: Ribeiro, Wagner Costa. Por dentro da geografia, 6° ano: geografia em sua vida / Wagner Costa Ribeiro. 1. ed. - São Paulo: Saraiva, 2012.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

LÍBANO: O PAÍS COM A MAIOR PORCENTAGEM DE CRISTÃOS NO ORIENTE MÉDIO

  O Líbano, juntamente com a Síria, é um dos países árabes que mais enviaram emigrantes para o Brasil. É um pequeno país, em geral montanhoso, com 10.452 km² e uma população de cerca de 4 milhões de habitantes. Ele já foi um dos países mais prósperos da região - possui solos férteis, clima agradável e excelente posição geográfica para o comércio mundial -, mas hoje é um dos mais pobres e ainda enfrenta enormes problemas internos, apesar de, nos últimos anos, vir sendo reconstruído.
  Os dois grandes problemas do país são: a vizinhança com Israel (que fica ao sul do Líbano) e consequentemente a presença em seu território de milhões de refugiados palestinos, fato que levou ao surgimento de grupos terroristas e a inúmeras invasões no sul do país por tropas israelenses; a divisão de sua população em muçulmanos (que apoiam a causa palestina e odeiam Israel) e cristãos (que detestam os refugiados e em várias ocasiões se aliaram a Israel). Os muçulmanos (divididos em sunitas e xiitas), abrangem 54% da população. E os restantes, 41% são compostos por cristãos: maronitas, principalmente, além de gregos ortodoxos, católicos, cristãos armênios, cristãos assírios, etc, além dos drussos (comunidade religiosa autônoma, que usa a língua árabe e seguem um modelo social muito parecido com os árabes muçulmanos), que compõem 5% da população.
Mapa de parte do Oriente Médio, onde se localiza o Líbano
GEOGRAFIA DO LÍBANO
  O Líbano localiza-se no extremo leste do mar Mediterrâneo. Em sua costa, de aproximadamente 225 km de extensão e 70 km de largura, situam-se algumas das principais cidades e ponto turísticos do país: Beirute, Byblos, Sidon, Trípoli e Tyro. Elas estão localizadas próximas à cordilheira do Monte Líbano, a coluna vertebral do país que, na Antiguidade, era coberto por florestas de cedro, carvalho e árvores de várias essências aromáticas. Nessa cordilheira encontra-se o ponto mais elevado do país, o Qurnat as Sawda, com 3.088 metros acima do nível do mar, localizado no centro-norte do território libanês.
Qurnat as Sawda - ponto mais elevado do Líbano
  No lado oriental do Monte Líbano está o Vale de Bekaa, planície fértil, chamada na Antiguidade de "celeiro do Império Romano", onde se encontram várias cidades como, Baalbeck, Aanjar, Zahlé, entre outras. A planície termina na fronteira com o Anti-Líbano, a segunda cadeia de montanhas do país (barreira do deserto), que forma a cordilheira do Monte Hermon (Jabal al-Cheikh), menos favorecida pelas chuvas e menos habitada.
Monte Hermon
  Ao norte e ao leste, o Líbano faz fronteira com a Síria e ao sul com os territórios palestinos ocupados e com Israel.
  O clima do Líbano é do tipo mediterrâneo moderado. O inverno é úmido na costa e com queda de neve nas regiões montanhosas, enquanto o verão é quente na costa e úmido nas montanhas, favorecendo o turismo em todas as estações.
  Outra característica natural favorecida no Líbano é a hidrografia: os rios e fontes são alimentados pelo derretimento das neves que cobrem as montanhas no inverno. Os principais rios do país são o Litani, que nasce no Vale do Bekaa, o Al-Kébir e o Oronte. O rio Litani é o único grande rio do Sudoeste Asiático que não cruza uma fronteira internacional.
Rio Litani
  Grande parte do solo libanês sofre com a erosão, sendo a vegetação escassa, principalmente no interior devido à atividade pecuária. Na região do Mediterrâneo e no Vale do Bekaar encontram-se as principais áreas de cultivo de frutas e cereais.
Vale do Bekaar
HISTÓRIA DO LÍBANO
  O território em que hoje se localiza o Líbano entrou na história escrita por volta do ano 3000 a.C.. A sua faixa costeira era habitada por um povo semita, os cananeus, aos quais os gregos deram o nome de fenícios, devido ao fato de venderem uma tinta púrpura (phoinikies) feita a partir de um molusco (o Haustellum brandaris). Fazia parte do Crescente Fértil, região que compreendia os territórios dos atuais Israel, Jordânia, Líbano, partes da Síria, do Iraque, do Egito, o sudeste da Turquia e o sudoeste do Irã. O termo "Crescente Fértil" refere-se ao fato de a região parecer com um arco semelhante a uma Lua crescente.
Mapa da região conhecida como Crescente Fértil
A Fenícia
  A Fenícia não existia enquanto uma entidade política centralizada, já que se encontrava dividida em várias cidades-estados, como Tiro, Sídon e Biblos (conhecidas hoje por Sur, Saída e Djebail). Devido à natureza do território, os fenícios voltaram-se para o mar, tornando-se excelentes comerciantes.
Mapa da Fenícia
  Biblos, uma das mais importantes cidades fenícias, mantinha relações com o Antigo Egito, para onde exportava azeite, vinho e madeiras. As relações da Fenícia com o Egito foram interrompidas por volta do século XVII a.C., quando os hicsos invadiram o país dos faraós. Depois de Amósis, primeiro faraó da XVIII dinastia egípcia, ter expulso os hicsos, iniciou-se um período de dominação egípcia sobre a Fenícia.
  A decadência do Egito a partir do século XIV a.C., permitiu a reconquista da Fenícia e a sua independência no século XII a.C.. A cidade de Tiro emerge então como potência deste período, estabelecendo relações políticas com o Reino de Israel (casamento do rei Acab com a fenícia Jezabel).
Antigas muralhas de Biblos - resquícios do apogeu fenício
  Mestres na arte da navegação, os fenícios viriam a fundar entrepostos comerciais na bacia do Mediterrâneo, em Chipre, no norte da África (Útica e Cartago) e na Península Ibérica (Cadiz).
Domínio da Assíria e da Babilônia
  Entre 875 a.C. e 608 a.C., as cidades fenícias perderam a sua independência para a Assíria, embora tivessem tentado reconquistá-la através de várias revoltas. Em meados do século VIII a.C., Tiro e Biblos revoltaram-se, mas Tiglate-Pileser III, rei da Assíria, subjugou-as, impondo-lhes pesados impostos.
Ruínas da cidade de Tiro
  No século VII a.C., Sídon revoltou-se, tendo sido completamente destruída por Assaradão, então rei da Assíria, escravizando todos os seu habitantes. Sobre as ruínas de Sídon, Assaradão construiu uma nova cidade. No fim do século VII a Assíria foi destruída pela nova potência da região, a Babilônia.
  As revoltas tornaram-se ainda mais comuns durante a dominação da Babilônia. Tiro protagonizou uma revolta, tendo resistido durante treze anos ao cerco imposto pelas tropas de Nabucodonosor II, rei da Babilônia. O domínio babilônico terminou quando Ciro II ( O Grande), rei da Pérsia, conquistou a Babilônia em 539-38 a.C..
Ruínas de Sídon
Domínio dos Selêucidas e dos Romanos
  Após a morte de Alexandre Magno, rei da Macedônia, em 323 a.C., o seu império foi dividido entre os seus generais. Num primeiro momento, as cidades fenícias foram controladas pela Dinastia Ptolomaica, fundada por Ptolomeu I e que governava também o Egito. A partir de 200 a.C., estas passaram para o domínio dos Selêucidas - um Estado helenista que existiu após a morte de Alexandre Magno -, que as mantiveram até a conquista romana de Pompeu, em 64 a.C..
  A Fenícia foi incluída na província romana da Síria. A cidade de Berilos (atual Beirute) foi alvo de um importante programa de obras públicas durante o reinado de Herodes, o Grande, tendo lhe sido atribuído o estatuto de colônia pelo imperador Augusto. Dentre estas obras está a fundação da Faculdade de Direito, uma das maiores do Império Romano.
Império Selêucida
  A divisão do Império Romano, a região passou para o domínio do Império Bizantino. O império pouco se interessou pela região, que neste tempo havia sido convertida pela Igreja Maronita (denominação católica majoritária até os dias atuais no Líbano).
  Na Alta Idade Média, a região foi tomada pelos árabes e anexada à Síria. Sendo próxima à capital do Califado, Damasco, houve um desenvolvimento razoável na região. Durante as cruzadas, foi ocupada pelos cruzados, que estabeleceram Trípoli como capital e submeteram a Igreja Maronita à Igreja Católica Romana. Devido funcionar com um sistema feudal, o Líbano foi rapidamente retomado pelos árabes, e pouco depois pelo Império Otomano.
Interior da Catedral de Saint Georges, em Beirute
  Depois da decadência do Império Otomano após a Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações atribuiu à França o mandato sobre as cinco províncias que compõem o Líbano atual.
  A moderna Constituição libanesa, aprovada em 1926, especifica um balanço no poder político entre os grupos religiosos principais, notadamente muçulmanos e maronitas.
  O país obteve a independência em 1943, e as tropas francesas retiraram-se do país em 1946.
O período pós-independência
  Após a sua independência, o Líbano, chamado de "Suíça do Oriente Médio", era considerado o país mais estável da região. O turismo gerava muitos recursos, havia um forte setor financeiro e existiam em Beirute, a capital, alguns dos hotéis mais luxuosos do mundo, o comércio era intenso, e a agropecuária (criação de cabras, plantações de frutas, tomates, legumes, olivas, uvas, etc.), uma das mais desenvolvidas da região. Mas, a guerra civil libanesa - iniciada em 1975 e aparentemente terminada em 1990 - arrasou o país, destruindo prédios, plantações, afugentando o turismo e diminuindo drasticamente o comércio e as finanças.
Beirute em ruínas - consequência da guerra civil libanesa
  Essa guerra civil opôs principalmente os cristãos (que algumas vezes tiveram o apoio de Israel) e os muçulmanos (que contaram com um forte apoio sírio). As duas principais causas dessa guerra foram:
  • A questão política - a Constituição do país, que existe desde 1926, estabelece que os cargos de presidente da República, primeiro-ministro e chefe do Parlamento devem ser ocupados, respectivamente, por um cristão maronita, por um muçulmano sunita e por um muçulmano xiita. Essa exigência se deve ao fato de que a contagem da população feita antes de se promulgar essa Constituição mostrou que 51% da população libanesa era cristã (principalmente maronita), e os restantes 49% muçulmanos (sunitas em primeiro lugar e depois xiitas). Mas, com o decorrer do tempo, os cristãos foram deixando de ser maioria, pois a taxa de natalidade é maior entre os islâmicos, e a imensa maioria dos refugiados palestinos que veio para o país desde 1948 são muçulmanos - e com o tempo alguns deles adquirem a cidadania libanesa, pois seus filhos nascem lá, eles acabam arrumando emprego e moradia no país, etc. Assim, como a distribuição dos cargos políticos depende da proporção de cada grupo religioso, os muçulmanos queriam um novo recenseamento demográfico, para que se procedesse a uma redivisão daqueles cargos, algo que a comunidade cristã libanesa rejeitou categoricamente.
Muçulmanos observam corpos de islâmicos mortos durante a guerra civil libanesa
  • A questão Árabe-Israelense - a contaminação do Líbano pelo conflito entre israelenses e palestinos, que também são árabes como os libaneses, também influenciou diretamente na guerra civil. Milhões de refugiados palestinos passaram a morar no Líbano, principalmente em acampamentos no sul do país, e isso levou a frequentes invasões israelenses no território libanês (para combater os grupos terroristas que surgiam no meio dos refugiados) e acabou dividindo a população libanesa: os muçulmanos apoiavam e apoiam os palestinos, e os cristãos diziam que o Líbano não tem nada a ver com esse problema (embora em algumas ocasiões tenham se aliado com Israel contra os muçulmanos).
Tropas de Israel no sul do Líbano, em 1982
  Essa guerra civil terminou formalmente em 1990, mas ainda existem eventuais conflitos entre esses grupos. A Síria enviou tropas, estabelecidas principalmente no norte e no centro do Líbano, para ajudar os muçulmanos libaneses, e boa parte delas continuou no país até 2007, quando saíram após reclamações de vários políticos libaneses (alguns até foram assassinados por terroristas que, segundo denúncias, foram pagos pela Síria) e principalmente após a ONU ter decidido que a Síria deveria se retirar. Mas até hoje a Síria continua interferindo na política do Líbano, financiando políticos pró-Síria e alguns grupos terroristas, como o Hezbollah, que nasceu nos campos de refugiados palestinos no sul do Líbano.
Soldados sírios instalam mísseis de fabricação francesa no Líbano em 1982
  O Hezbollah (que em árabe significa Partido de Deus), é uma organização política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano. É uma força significativa na política libanesa, responsável por diversos serviços sociais, além de operar escolas, hospitais e serviços agriculturais para milhares de xiitas libaneses. É considerado um movimento de resistência legítimo por grande parte do mundo islâmico e árabe. Porém, para os Estados Unidos, Argentina, Israel, Canadá, Países Baixos, Reino Unido, Austrália e a União Europeia, essa organização é considerada um grupo terrorista.
  O Hezbollah surgiu inicialmente como uma milícia, em resposta à invasão israelense no Líbano em 1982, onde Israel denominou essa invasão de Operação de Paz para a Galileia, e continuou a resistir contra a ocupação israelense durante toda a guerra civil libanesa. Seus líderes inspiram nas ideias do aiatolá Khomeini, e suas forças foram treinadas e organizadas por um contingente da Guarda Revolucionária Iraniana.
Soldados do Hezbollah
  O manifesto de 1985 publicado pelo Hezbollah listava suas três metas principais: colocar um fim a qualquer entidade colonialista no Líbano, levar os Falangistas (membros do partido político ligado aos cristãos maronitas) à justiça pelos crimes que cometeram contra os muçulmanos, e estabelecer um regime islâmico no país.
  Recentemente, o Hezbollah vem fazendo poucas menções a respeito da fundação de um Estado islâmico, e tem evitado fazer alianças que seguem tendências religiosas. Os líderes do partido são responsáveis por diversas declarações pedindo pela destruição do Estado de Israel, ao qual se referem como a "entidade sionista", construída sobre terras arrancadas das mãos de seus proprietários.
Hassan Nasrallah - presidente do Hezbollah
  Israel já invadiu diversas vezes o sul do Líbano, apesar dos protestos internacionais, e chegou inclusive a bombardear Beirute. Sempre que algum terrorista do sul do Líbano lança um míssil contra o território israelense, as tropas deste país invadem o Líbano e disparam contra centenas ou milhares de pessoas, com o pretexto de capturar os terroristas. É uma retaliação que ainda prossegue e que provavelmente vai se agravar ainda mais, pois os grupos terroristas, financiados pela Síria e pelo Irã, estão começando a comprar no mercado negro lança-mísseis cada vez mais modernos e com maior alcance.
  Desde 1990, o Líbano vive um período menos conturbado, sem um conflito aberto e violento entre cristãos e muçulmanos. Isso tem contribuído para que o país, aos poucos, venha se recuperando, recebendo ajuda financeira ou investimentos dos países árabes exportadores de petróleo e reconstruindo prédios e vias públicas, principalmente em Beirute.
Aos poucos Beirute vai se reerguendo, contribuindo também para o desenvolvimento do turismo
ECONOMIA DO LÍBANO
  A economia do Líbano, tal como sua qualidade de vida, já chegou a ser uma das mais prósperas do Oriente Médio, porém, os conflitos internos e externos abalaram a economia libanesa.
  Com o término do último conflito interno e a recuperação da estabilidade política, o país mobilizou-se na sua reconstrução. Para realizá-lo, o Líbano recebeu de imediato cerca de US$ 15 bilhões de países como França e Alemanha, além dos Estados Unidos.
  Com a infraestrutura reconstruída, a economia voltou a crescer como uma das mais altas taxas do mundo, fazendo do país um polo de crescimento na região. Beirute, conhecida como "a Paris do Oriente", voltou a ganhar destaque no cenário regional, sediando vários eventos. O país também voltou a ser chamado de "Suíça do Oriente" devido as atividades financeiras ali realizadas. A reconstrução de monumentos e infraestrutura tem atraído o turismo, que cresce a cada ano. O PIB do Líbano tem mantido uma alta taxa de crescimento anual que, desde o final da guerra, tem se mantido entre 5,5% e 7%.
Beirute vem recebendo um grande número de turistas todos os anos
  A Constituição do Líbano, promulgada em 23 de maio de 1927, garante a economia de livre mercado, a iniciativa pessoal e a propriedade privada. Desde 1956, o Líbano adotou o sigilo bancário, que se tornou uma das bases de seu progresso econômico. Ao longo da Guerra do Líbano, entre 1975 e 1990, os libaneses mantiveram estes princípios econômicos.
  Para possibilitar o seu desenvolvimento econômico, o Líbano teve que:
  • adotou uma legislação flexível, que encoraja o investidor a criar um ambiente favorável para seus investimentos, sem impor restrições como apressar a execução de transações;
  • facilitou a criação de companhias de sucursais em seu território;
  • assinou acordos com países da Comunidade Europeia, da Ásia e do mundo árabe, para encorajar e proteger os investimentos;
  • criou uma Constituição que protege a propriedade privada, comercial, literária, científica e artística;
  • criou uma instituição nacional para garantir os investimentos;
  • criou leis para garantir o sigilo bancário e o livre fluxo de capitais;
  • tem uma política econômica que incentiva e aprova os acordos econômicos com a União Europeia;
  • trabalha para realizar e executar o Mercado Comum dos Países Árabes e se prepara para fazer parte da Organização Mundial do Comércio - OMC.
Mapa do mundo árabe
  O mecanismo da reconstrução da economia libanesa leva em conta os seguintes itens:
  • desenvolver e modernizar as bases legais e administrativas e manter a estabilidade legislativa, respeitando suas obrigações;
  • adotar várias medidas de políticas econômicas liberais que encorajem o comércio internacional, no contexto de integrar o Líbano com a economia global;
  • reforçar a confiança no presente do país e o potencial do futuro, inclusive o marketing, vendendo os melhores produtos libaneses;
  • diminuir taxas e tarifas, eliminar barreiras, adotar céus abertos e facilitar a emissão de vistos de entrada.
Produtos libaneses
  O Líbano tem potencial para ser pioneiro em muitos setores, como:
  • o setor financeiro, bancos e companhias de segurança;
  • o turismo, pois o Líbano goza de um acervo cultural e de um patrimônio privilegiado;
  • a indústria agrícola;
  • o setor de remédios, nos produtos de beleza, na tecelagem e nas joias;
  • o setor da mídia, da publicidade e das comunicações;
  • a informática: 80% dos programas de informática são adaptados no Líbano, ou seja, a "arabização" dos programas ocidentais para os países árabes.
O artesanato é outro destaque do Líbano
  A economia do Líbano conta também com os investimentos dos emigrantes, que se foram desde o início do processo migratório, há cerca de 150 anos. Neste sentido, o governo libanês reforça as orientações aos emigrantes, explicando as oportunidades dos investimentos atuais do Líbano, através de congressos especializados e das visitas organizadas aos homens de negócios e da indústria.
  Os principais produtos do Líbano são: no setor agrícola, destaca-se a produção de frutas cítricas, uva, tomate, batata e tabaco; no setor pecuário os maiores rebanhos são de bovinos, caprinos, ovinos e aves; no setor mineral destaca-se a produção de minério de ferro e de linhito; e no setor industrial destacam-se a construção civil, cimento, joias, tecidos, produtos químicos e a metalurgia.
Produção agrícola no Vale do Bekaar
ALGUNS DADOS DO LÍBANO
NOME: República do Líbano
CAPITAL: Beirute
Beirute - capital do Líbano
LÍNGUA OFICIAL: árabe
GOVERNO: República Parlamentarista
INDEPENDÊNCIA: da França
Declarada: 26 de novembro de 1941
Reconhecida: 22 de novembro de 1943 
LOCALIZAÇÃO: Ásia Ocidental - Oriente Médio
ÁREA: 10.452 km² (162º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2013): 3.971.941 habitantes (125º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 380,01 hab./km² (16º)
MAIORES CIDADES (Estimativa 2013): 
Beirute: 1.942.982 habitantes
Visão aérea de Beirute
Trípoli: 525.921 habitantes
Trípoli - segunda maior cidade do Líbano
Zahlé: 124.988 habitantes
Zahlé - terceira maior cidade do Líbano
PIB (FMI - 2013): U$ 41,766 bilhões (83º)
IDH (ONU - 2012): 0,745 (72º)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 72,00 anos (107º)
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU - 2005-2010): 1,05% ao ano (126º)
MORTALIDADE INFANTIL (
CIA World Factbook - 2012): 22,73/mil (97º)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2011): 87% (21º)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (Pnud - 2009/2010): 89,6% (98º)
PIB PER CAPITA (FMI - 2013): U$ 9.920 (68º)
MOEDA: Libra Libanesa

RELIGIÃO: no país, 54% da população são muçulmanos (onde desses 54% a metade são sunitas e a outra metade xiitas), 41% são cristãos (sendo 27% de católicos, 13,5% de ortodoxos e 0,5% de protestantes) e 5% são drussos (comunidade religiosa autônoma parecida com o islamismo).
Catedral ortodoxa de Saint George ao lado da Mesquita Mohammed Al-Almin, em Beirute
DIVISÃO: o Líbano divide-se em seis províncias. Apesar da província de Beirute ser a menor de todas, é a mais populosa, devido nela está localizada a capital do país Beirute. Os números correspondem as províncias e entre parêntese o nome da capital da referida província:
1. Beirute (Beirute) 2. Monte Líbano (Baabda) 3. Líbano Setentrional (Trípoli) 4. Bekaa (Zahlé) 5. Nabatieh (Nabatieh) 6. Líbano Meridional (Sídon).
Regiões administrativas do Líbano
FONTE: Vesentini, J. William. Projeto Télaris: geografia / J. William Vesentini, Vânia Vlach. - 1. ed. - São Paulo: Ática, 2012. - (Projeto Télaris: Geografia)

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