segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A IMIGRAÇÃO NO BRASIL

  No final do século XVIII já havia ocorrido uma primeira experiência de imigração organizada.
  Os governantes de Portugal, preocupados em povoar o sul do Brasil - para afastar a ameaça de ocupação espanhola -, incentivaram a imigração de portugueses que viviam no arquipélago de Açores.
Cidade da Horta, na ilha do Faial - arquipélago dos Açores
  A coroa portuguesa ofereceu a esses imigrantes viagem gratuita, armas para a defesa, ferramentas para a agricultura, gado para o leite, cavalos para o transporte e alimentos durante um ano. Os açorianos recebiam também uma área de terras incultas para a produção agrícola.
  Mais de 4 mil famílias açorianas aceitaram a oferta e ocuparam o litoral sul do Brasil, especialmente no atual estado de Santa Catarina, deixando marcas em toda a cultura local: arquitetura, gastronomia, tradições, entre outras.
Arquitetura açoriana em Florianópolis - SC
OS PORTUGUESES
  No final do século XIX, as condições de vida em Portugal eram péssimas. A agricultura tinha baixa produtividade, as indústrias eram raras e a dívida com a Inglaterra era muito alta.
  Essa situação fez com que milhares de portugueses viessem para o Brasil, espalhando-se por diversas regiões. O Rio de Janeiro possui a maior concentração de portugueses e seus descendentes, seguido por São Paulo.
  A influência portuguesa é marcante na vida brasileira, principalmente na culinária e no próprio idioma.
Rio de Janeiro - maior cidade portuguesa fora de Portugal
OS ALEMÃES
  A imigração alemã no Brasil começou em 1824, quando um pequeno grupo se instalou no Rio Grande do Sul, na região do Vale do rio dos Sinos. A região abriga hoje diversas cidades fortemente influenciadas pela cultura germânica, como São Leopoldo e Novo Hamburgo.
  Ao longo do século XIX, os alemães participaram ativamente, com outros imigrantes europeus, da colonização do sul do Brasil. A necessidade de povoar essa região levou o governo brasileiro a doar pequenos lotes de terras no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
São Leopoldo -RS. Primeira cidade fundada por alemães no Brasil
  A maioria dos lotes entregues aos imigrantes alemães situava-se em regiões serranas, pois as terras mais planas já haviam sido ocupadas, sobretudo por portugueses e seus descendentes, que se dedicaram principalmente à pecuária.
  Nessas áreas de relevo mais acidentado, os imigrantes alemães deveriam produzir basicamente alimentos, que ainda eram muito escassos no sul do Brasil.
Moinho que simboliza a imigração alemã no Brasil, Joinville - SC
  Surgiram, assim, várias cidades de origem alemã. Em Santa Catarina, são destaques Blumenau, Joinville e Brusque, cidades que tiveram participação muito grande na industrialização do sul do Brasil.
  Conhecida como cidade das flores, Joinville é a maior cidade de Santa Catarina e, devido a forte influência germânica, é palco de muitas festas durante o ano, como a Fenachopp, a segunda maior festa de origem alemã no país.
Joinville - SC
  Outra importante festa realizada em Santa Catarina por descendentes de alemães é a Oktoberfest, em Blumenau, considerada a maior celebração da cultura alemã fora da Alemanha. A festa acontece no mês de outubro, na Vila Germânica, e atrai milhares de pessoas para a cidade.
Vila Germânica em Blumenau - SC
OS ITALIANOS
  A imigração italiana foi muito importante para o Brasil, tanto do ponto de vista quantitativo quanto culturalmente. Começou de maneira consistente a partir de 1870, quando a Itália atravessava um período de graves conflitos internos e grandes transformações políticas.
  A maioria desses imigrantes se fixou em São Paulo, sobretudo a partir de 1888, após o fim do regime escravista. Em substituição aos escravos, foram contratados pelos fazendeiros paulistas para trabalhar nas fazendas de café.
Imigrantes italianos em plantação de café - SP
  Após a crise de 1929, que encerrou o ciclo do café, muitos imigrantes italianos que viviam no interior dirigiram-se para a capital paulista em busca de trabalho como operários nas fábricas. Outros procuraram o comércio ou dedicaram-se às mais variadas profissões urbanas, imiscuindo-se em todas as áreas de atividade. Hoje, é notória a influência italiana na cultura paulista, fazendo-se notar na culinária, nos costumes e até no modo de falar.
Bairro do Bixiga, em São Paulo - fundado por imigrantes italianos
  Uma outra leva de imigrantes italianos seguiu para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ainda no final do século XIX, estimulados pela doação de lotes para a agricultura familiar.
  Visando facilitar e incentivar a vinda desses imigrantes, foram criadas colônias, especialmente no Rio Grande do Sul. Cada colônia era uma extensão de terras cuja área central era ocupada por uma sede administrativa e por uma igreja. A sede abrigava também pequenos artesãos e comerciantes, que contribuíram para a autossuficiência da colônia.
Antônio Prado - RS. Última das colônias de imigrantes italianos
  A partir do centro de cada colônia, distribuíram-se caminhos e estradas que levavam aos pequenos lotes de terras doados aos imigrantes. Nessas pequenas propriedades, as famílias italianas desenvolveram uma agricultura de subsistência. Com o tempo, porém, começaram a produzir excedentes de milho, feijão, batata, trigo e arroz, que eram comercializados em todo o Rio Grande do Sul. Mas o cultivo que melhor se adaptou às condições naturais da Serra Gaúcha foi a videira.
Cultivo de uva - foi o principal produto cultivado pelos imigrantes italianos
  Várias colônias transformaram-se em cidades importantes, como Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul. Já o vinho, o principal derivado das videiras, tornou-se um produto tradicional da Serra Gaúcha.
 Em Santa Catarina, os imigrantes italianos concentraram-se principalmente em Tubarão, Nova Trento, Urussanga e Criciúma, embora seus descendentes estejam presentes em todo o estado.
Caxias do Sul - RS. Cidade fundada por imigrantes italianos
OS ESLAVOS
  A imigração eslava, em sua maioria poloneses, formaram a maior corrente imigratória no estado do Paraná. Entre 1869 e 1920, estima-se que 60 mil poloneses entraram no Brasil, dos quais 95% estabeleceram-se no Paraná, nas colônias de Mallet, Cruz Machado, São Mateus do Sul, Irati e União da Vitória e na região de Curitiba. Em menor quantidade, rumaram para o inteior dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os ucranianos também rumaram, em sua maioria, para o Paraná e colonizaram a região de Prudentópolis. Imigrantes russos também vieram, mas em pouca quantidade.
Mallet - PR. Cidade que surgiu sob a forte influência eslava
  Os imigrantes eslavos se dedicaram principalmente à agricultura com plantações de milho, feijão, repolho, batata, entre outros. Difundiram-se o uso do arado e de outras técnicas agrícolas no Paraná. Trouxeram consigo um modelo de carroça tipicamente eslava, utilizada até hoje no Paraná para o transporte de materiais e de produtos agrícolas.
Casa do colono polonês, em Curitiba - PR
OS SUÍÇOS
  Os suíços foram os primeiros imigrantes europeus a se estabelecerem no Brasil depois ods portugueses. Os primeiros imigrantes suíços chegaram ao Brasil entre 1819-1820, oriundos do cantão de Friburgo. Dom João VI batizou o lugar de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Eram ao todo 261 famílias, totalizando 1.682 imigrantes. Os colonos suíços foram atraídos para as serras do Rio de Janeiro pelo rei Dom João VI, com o intuito de povoar a região fluminense e europizar a região das serras. Hoje seus descendentes são encontrados aos milhares por toda a serra fluminense, miscigenados com portugueses, negros, italianos, entre outros.
Nova Friburgo - RJ. Cidade fundada por imigrantes suíços
  Um outro fluxo de suíços foi encaminhado para o Sul do Brasil durante todo o século XIX, com destaque para o grupo de imigrantes chegados da Colônia Dona Francisca (hoje Joinville), em Santa Catarina.
Residência típica de imigrantes suíços em Nova Friburgo
OS SÍRIOS E OS LIBANESES
  Os imigrantes sírios e libaneses começaram a chegar ao Brasil no final do século XIX, fugindo das dificuldades econômicas de sua região de origem.
  Concentraram-se principalmente em São Paulo, mas muitos se fixaram no norte do país, especialmente no Pará, no Amazonas, no Acre e no Ceará.
  Sua principal atividade era o comércio. Inicialmente, esses imigrantes trabalharam como mascates, percorrendo os bairros das cidades grandes e as pequenas cidades do interior. Logo, porém, tornaram-se proprietários de estabelecimentos comerciais fixos e indústrias.
Uma das principais influências dos sírios-libaneses no Brasil foi a culinária
  Calcula-se que vivem hoje no Brasil entre 10 e 15 milhões  de descendentes de sírios e libaneses.
  Hoje, quase todas as grandes cidades brasileiras apresentam várias ruas e até bairros comerciais criados por esses imigrantes e seus descendentes. É o caso da rua 25 de Março, em São Paulo, e de uma área do centro do Rio de Janeiro conhecida como Saara: em ambos os locais, inúmeras lojas de origem árabe vendem uma enorme variedade de mercadorias.
Rua 25 de Março, em São Paulo - SP. Uma das maiores ruas comerciais do país, foi criada pelos imigrantes sírio-libaneses
OS JAPONESES
  O primeiro grande grupo de japoneses chegou ao Brasil em 1908. Naquela época, o Japão passava por grandes dificuldades, como a baixa produtividade agrícola e a tradicional carência de recursos naturais. A fome rondava o país porque a agricultura - com métodos e técnicas rudimentares e escassas terras férteis - não conseguia produzir o suficiente para abastecer e alimentar toda a população.
Kasato Maru - navio que trouxe a primeira leva de imigrantes japoneses para o Brasil
  A maior parte veio para trabalhar na agricultura, concentrando-se em algumas regiões do estado de São Paulo (como Marília e Bauru) e Paraná (como Londrina e Maringá).
  Os imigrantes japoneses deram grande contribuição às atividades agropecuárias no Brasil, desenvolvendo, por exemplo, novas técnicas de plantio e de produção. Mas, assim como ocorreu com a colônia italiana após a crise da agricultura a partir de 1929, muitos migraram para a cidade de São Paulo, onde foram trabalhar no comércio e na indústria. Concentraram-se principalmente no bairro da Liberdade, que se tornou um símbolo da imigração japonesa no Brasil.
Bairro da Liberdade em São Paulo. Importante ponto da imigração japonesa
  Alguns núcleos de imigrantes japoneses surgiram também em outros estados. No Pará, fixaram-se na região bragantina (município de Tomé-Açu). No Rio de Janeiro, concentraram-se em Niterói.
  Tomé-Açu, localizado no nordeste do Pará, foi o local onde os japoneses chegados ao Brasil resolveram se instalar de forma mais bem-sucedida.
  A população local vive em casas típicas de sua cultura e aos domingos se reúnem em um templo budista como forma de manter a sua religião. Nas escolas, fala-se e estuda o japonês; mantêm o hábito de tirar os sapatos ao entrar em casa e costumam praticar o sumô.
Secagem de pimenta-do-reino por descendentes de japoneses em Tomé-Açu - PA
  Na contramão dos processos de ocupação da Amazônia, Tomé-Açu desenvolveu-se economicamente muito além das perspectivas interioranas. Para os japoneses e seus dependentes o cultivo da terra está em primeiro plano, diferentemente de outros estrangeiros, que não tinham a mesma responsabilidade ambiental. A pimenta-do-reino é o principal produto cultivado por esses imigrantes.
OS HOLANDESES
  A imigração neerlandesa no Brasil, foi o movimento migratório ocorrido nos séculos XIX e XX de neerlandeses para várias regiões do Brasil. Apesar da imigração neerlandesa ter sido menos expressiva do que a de outros grupos de imigrantes, os neerlandeses formaram cooperativas e empresas agrícolas em todas as regiões onde se estabeleceram, colaborando, assim, com o desenvolvimento da economia brasileira.
Holambra - SP. Conhecida como a "Cidade das Flores", é uma cidade que foi fundada por imigrantes holandeses
FONTE: Tamdjian, James Onnig. Estudos de geografia: o espaço geográfico do Brasil, 7° ano / James Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. - São Paulo: FTD, 2008.

sábado, 26 de novembro de 2011

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO SÃO FRANCISCO

  A Região Hidrográfica do São Francisco é uma das mais importantes do país. O São Francisco e seus 168 afluentes drenam uma área total de aproximadamente 637.000 km², onde vivem cerca de 13 milhões de pessoas. Com 2.700 km de extensão, drena as águas de sete unidades da federação: a maior parte de Minas Gerais e da Bahia, além de pequenas parcelas do Distrito Federal, de Alagoas, Goiás, Pernambuco e Sergipe.
Nascente do rio São Francisco, na Serra da Canastra, no município de Medeiros - MG
  A vazão média anual corresponde a 2% do total do país. Nessa região hidrográfica estão presentes diferentes biomas: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, além de ecossistemas costeiros e insulares. O cerrado cobre praticamente metade da área da bacia, de Minas Gerais até o sul e o oeste da Bahia, e a caatinga predomina no nordeste da Bahia, onde o clima é mais seco.
  O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e corre em direção ao norte, atravessando o sertão nordestino, que é muito seco em determinadas épocas do ano. Apesar disso, ele jamais seca, pois sua nascente, é uma região que recebe muitas chuvas ao longo do ano.
Rio São Francisco próximo à sua nascente em Minas Gerais
  Como nasce no Sudeste e desemboca no litoral nordestino, o São Francisco facilitou o povoamento e a criação de gado em vastas regiões do sertão e possibilitou também a interligação de diversas cidades situadas às suas margens, por meio de barcos típicos, chamados de gaiolas. Por isso ficou conhecido como Rio da Integração Nacional.
  No médio São Francisco, as águas do rio são utilizadas para irrigar fazendas produtoras de frutas. Na região de Juazeiro/Petrolina, encontra-se um dos maiores polos de fruticultura do Brasil.
Agricultura irrigada entre os municípios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE)
  Outra importante característica do São Francisco é seu grande potencial hidrelétrico, explorado por usinas como Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso, Xingó, Moxotó e Itaparica.
  Nas últimas décadas, a ação destruidora das atividades agrícolas passou a representar um sério risco à sobrevivência do São Francisco. O desmatamento e a erosão causados pela agricultura predatória provocaram o assoreamento do rio, comprometendo a navegabilidade e até mesmo o fluxo das águas.
Usina de Paulo Afonso IV em Paulo Afonso - BA
FONTE: Tamdjian, James Onnig. Estudos de geografia: o espaço geográfico do Brasil, 7° ano / James Tamdjian, Ivan Lazzari Mendes. - São Paulo: FTD, 2008.

PARQUE EÓLICO DE RIO DO FOGO

  O Parque Eólico de Rio do Fogo é o terceiro maior parque eólico do Brasil. Fica localizado na cidade de Rio do Fogo - RN, distante cerca de 81 km de Natal. Esse parque eólico tem 62 aerogeradores e capacidade instalada para produzir 49,3 Mega Watts (MW), ou 800 KW para cada um dos 62 aerogeradores distribuídos em uma enorme área de dunas, relativamente próximo à praia. Foi inaugurado em julho de 2006 e à época era o maior da América Latina.
  O estado do Rio Grande do Norte é visto como o maior potencial do país para gerar energia eólica, e tem ventos soprando a favor de pelo menos 17 municípios em estágio de desenvolvimento regular ou moderado, a exemplo de João Câmara, Touros e Galinhos. Esses ventos prometem levar, até essas cidades, um surto de crescimento sem precedentes, gerando emprego e renda, principalmente em áreas como a construção civil, operação e manutenção de equipamentos.
VANTAGENS DA GERAÇÃO EÓLICA PARA O SETOR ELÉTRICO E O MEIO AMBIENTE
  Dentre os fatores que favorecem a produção de energia eólica estão:  energia a partir de uma fonte renovável; contribuição para a diversificação da matriz energética brasileira;  rápida implantação; potencial de geração de crédito de carbono. O vento é uma fonte de combustível limpa e renovável, não causa nenhum tipo de poluição na atmosfera ou no meio ambiente, e sempre vai existir. Usinas de energia podem queimar combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, que são fontes de energia que se acabam e são poluentes. As turbinas eólicas não produzem emissões atmosféricas que causam problemas de efeito estufa ou chuva ácida.
BENEFÍCIOS SOCIOECONÔMICOS
  Desenvolvimento de uma área de baixa aptidão agrícola; geração de postos de trabalho durante a obra e a fase de operação e manutenção; novos arranjos produtivos (o turismo, principalmente); maior visibilidade do município.
DESVANTAGENS DA ENERGIA EÓLICA
  Uma das desvantagens é a poluição sonora, onde o vento bate nas pás das hélices, que podem assustar as aves em migração; nem sempre há vento gerando no local onde está sendo implantada a energia eólica; provoca a poluição visual, pois modifica a paisagem; entre outros.
FONTE: Felipe. José Lacerda Alves. Economia Rio Grande do Norte: estudo geo-histórico e econômico: ensino médio / José Lacerda Alves Felipe, Edilson Alves de Carvalho. - João Pessoa: Editora Grafset, 2002.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A EXPANSÃO DAS FRONTEIRAS ECONÔMICAS E A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

  Um importante aspecto da urbanização brasileira, concomitante ao processo de crescimento demográfico das grandes cidades, foi o aumento considerável na quantidade de centros urbanos locais. Na década de 1950, havia no país, aproximadamente, 1.890 cidades. No começo da década de 2000, já havia cerca de 5.500 núcleos urbanos.
  Muitos desses centros urbanos surgiram à medida que as fronteiras econômicas ou agrícolas se expandiram em direção à porção ocidental do país. A primeira frente pioneira (como são chamadas historicamente as fronteiras agrícolas) do século XX foi a que se expandiu para o interior paulista e paranaense nas décadas de 1940 e 1950. Entre as décadas de 1950 e 1960, as frentes desbravaram o interior dos estados do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso). Durante a década de 1970 e o início da década de 1980, elas chegaram à região Norte do país.
Extrema de Rondônia - RO. Desmembrado de Porto Velho, é um dos mais novos municípios do Brasil
  As fronteiras agrícolas do Norte e do Centro-Oeste atraíram milhões de pessoas, principalmente migrantes oriundos do interior das regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Esses migrantes eram, em sua maioria, lavradores à procura de trabalho nas novas áreas de cultivo e de criação que se abriam, já que, em muitos casos, haviam sido expropriados de suas terras nas regiões de origem. Os chamados posseiros se apropriaram de terras devolutas, ainda encobertas de florestas e cerrados, formaram pequenas e médias propriedades e desenvolveram o cultivo de produtos alimentares por meio da mão de obra familiar.
Assentamento Curuquetê, em Sul de Lábrea - AM
  Na maioria das vezes, após o assentamento dos lavradores migrantes, as fronteiras agrícolas passaram  a assisitir também à chegada de grandes fazendeiros e de empresários, que adquiriram extensas áreas de terras, desencadeando um intenso processo de concentração fundiária nessas regiões. Os maiores índices de concentração fundiária se referem às fronteiras agrícolas do Norte e do Centro-Oeste, em razão da instalação de grandes estabelecimentos rurais dedicados à extração madeireira, à mineração, à produção pecuária bovina ou à monocultura de produtos de exportação, como a soja.
Cultivo de soja em área que antes era coberta pela Floresta Amazônica
  Essa realidade tem afetado os pequenos lavradores, muitos dos quais têm sido expulsos de suas terras por grileiros. Em consequência, o êxodo rural aumenta, o que explica, em grande parte, a elevação das taxas de urbanização dessas regiões nas últimas décadas, sobretudo com o incremento populacional das áreas urbanas das capitais estaduais e das cidades-polo.
Área desmatada na Amazônia
FONTE: Boligian, Levon. Geografia espaço e vivência, volume único / Levon Boligian, Andressa Turcatel Alves Boligian. -- 3. ed. -- São Paulo: Atual, 2011.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA

  A implantação da infraestrutura necessária ao processo de industrialização do país foi viabilizada por grandes investimentos públicos. Para realizar tais investimentos, o Estado brasileiro contraiu vários empréstimos em bancos e instituições financeiras internacionais, a maioria deles com sede nos países desenvolvidos.
  A dívida externa não é novidade: no período imperial, no século XIX, o Brasil já devia a bancos ingleses. No século XX, os débitos começaram a crescer na década de 1950, com o projeto desenvolvimentista nacional: os governos militares contraíram os maiores volumes de empréstimos, com os quais pretendiam sustentar o chamado milagre brasileiro (fenômeno caracterizado pelas altas taxas de crescimento do PIB nacional - cerca de 10% ao ano - durante a década de 1970, proporcionadas pelo vertiginoso crescimento da indústria do país).
  Acordos foram firmados entre os governos militares e as multinacionais, e o Estado criou a infraestrutura necessária ao estabelecimento dessas empresas. Tal fato lançou o Brasil, durante essa década, ao posto de país mais industrializado da América Latina. O ritmo intenso impresso ao crescimento econômico foi viabilizado pela injeção, nos setores produtivos, de dinheiro público adquirido por meio de empréstimos internacionais em instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BIRD) e o chamado Clube de Paris, grupo formado por várias instituições financeiras internacionais.
  O Clube de Paris é uma instituição informal constituída por 19 países desenvolvidos, cuja missão é ajudar financeiramente países com dificuldades econômicas.
  O primeiro encontro aconteceu em 1956, quando a Argentina concordou em reunir-se com seus credores na cidade de Paris. Atualmente, ocorrem cerca de 10 a 11 encontros por ano dos membros do Clube. O Brasil já realizou, desde 1961 - ano em que ocorreu o primeiro contrato - seis acordos com o Clube. Estes acordos foram totalmente quitados em janeiro de 2006, quando o governo federal despendeu cerca de R$ 2,6 bilhões para pagar antecipadamente as duas últimas parcelas do compromisso firmado em 1992 e que venceriam em dezembro de 2006.
Mapa do Clube de Paris
  A dívida externa brasileira continua sendo uma das maiores do mundo subdesenvolvido, ainda que venha sendo saldada com alguns de seus credores.
  Os empréstimos internacionais viabilizaram os investimentos estatais em infraestrutura e em fomento à produção, mas nas últimas décadas o crescimento da dívida externa comprometeu o desenvolvimento socioeconômico brasileiro. Grande parte dos recursos públicos obtidos por meio da arrecadação de impostos e dos lucros de empresas estatais, que deveriam ser aplicados nos setores produtivo (no caso da concessão de empréstimos a pequenos e médios empresários e produtores rurais) e social (como os investimentos na melhoria dos serviços de saúde, educação, habitação, etc.), foi destinada ao pagamento de parcelas  da dívida (acrescida de juros exorbitantes) aos bancos internacionais.
FONTE: Boligian, Levon. Geografia espaço e vivência, volume único / Levon Boligian, Andressa Turcatel Alves Boligian. -- 3. ed. -- São Paulo: Atual, 2011.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

AS TENSÕES NO MAGREB


  O Magreb é uma extensa região situada no norte da África, banhada pelo oceano Atlântico e pelo mar Mediterrâneo, e que apresenta influência predominantemente islâmica. A partir do século XIX, foi submetido ao processo de partilha da África entre as potências europeias. O Marrocos, a Argélia, a Tunísia e a Mauritânia, ficaram sob o domínio francês. O Saara Ocidental e o norte do Marrocos, sob o domínio da Espanha, e a Líbia, da Itália.
  Ao contrário do que ocorreu na África Subsaariana, onde as fronteiras entre os países foram traçadas de maneira arbitrária, no Magreb, as fronteiras já que já existiam antes do domínio europeu foram mantidas. Apenas as fronteiras ao sul, já no deserto do Saara, foram traçadas pelos próprios franceses, que dominavam também áreas na África Central. Essas fronteiras ao sul são contestadas pelo governo da Líbia, Muammar Khadafi, que presidiu o país desde 1970.
  As independências de alguns desses países ocorreram em situações diferentes: enquanto Marrocos e Tunísia tiveram processos pacíficos em 1956, a Argélia teve um processo de independência extremamente violento, com milhares de mortos, só concluído em 1962.
Conflito nas ruas de Argel, capital da Argélia na luta pela independência em 1960
  A partir das independências, os dois principais países magrebinos tomaram rumos diferentes. O Marrocos manteve-se como monarquia. A Argélia passou por um longo período de guerras civis, entre 1992 e 2002.
  Entre os países do Magreb, é na Argélia que a presença islâmica é mais forte. O contexto político-religioso e as oscilações do preço do petróleo, que geram crises econômicas, têm sido os fatores preponderantes da instabilidade argelina.
Veja agora os principais conflitos dessa região.
ARGÉLIA
  A Guerra da Argélia ocorreu entre 1954 e 1962. Foi um conflito civil pela independência do país, tendo dois principais partidos revolucionários: o FLN (Frente de Libertação Nacional) e o MNA (Movimento Nacional Argelino). Embora ambos quisessem a proclamação de independência da Argélia, havia uma divergência entre os intransigentes da Argélia francesa e os seguidores da política desenvolvida pelo General De Gaulle. Assim, surgiram duas guerras, uma contra o domínio francês e outra entre os dois partidos revolucionários argelinos. Quanto à guerra entre o principal partido, FLN, e a França, colonizadora do país desde 1830, foi marcada pelos ataques em massa, ataques terroristas de ambos os lados, além de torturas por parte do lado francês. Essas políticas da França foram escondidas da população francesa, que era claramente contra as crueldades. Para isso, o governo francês censurou vários jornais e meios de comunicação para esconder a verdade.
Ataques terrorista durante a guerra da independência na Argélia
  Na luta contra as correntes do partido MNA, o FLN venceu e após vários conflitos, a França teve que reconhecer a independência da Argélia em 5 de julho de 1962. Os enfrentamentos entre islâmicos e o governo argelino condicionam o presente e o futuro da Argélia, quatro décadas depois da proclamação da República Democrática.
  A difícil luta pela independência fortaleceu o movimento nacionalista integrado na FLN que se instalou no poder, estabelecendo um regime de partido único. As crises econômicas e políticas que assolaram o país, entretanto, fizeram com que dirigentes religiosos inserissem o radicalismo islâmico na vida argelina.
Radicais islâmicos da Argélia
  Em 30 de dezembro de 1991, os integrantes da Frente Islâmica de Salvação (FIS) ganharam o primeiro turno das eleições. Seu triunfo, porém, foi barrado pelos militares que obrigaram o presidente Chadli Benvedid a suspender o processo eleitoral, declarar o FIS ilegal e decretar estado de exceção. Diante dessa repressão, o Exército Islâmico de Salvação (EIS) constituiu-se como braço armado da FIS, concentrando seus ataques a alvos militares. Além disso, o Grupo Islâmico Armado (GIA) declarou guerra aos estrangeiros que viviam no país.
Chadli Benvedid - ex-presidente argelino
  Após o golpe militar, Benvedid saiu do poder, que foi passado para o herói da independência Mohamed Budiaf, presidente do Alto Comitê de Estado (ACE), criado especialmente para contornar a crise política. Em 29 de julho de 1992, entretanto, Budiaf foi assassinado e o militar Belaid Abdesalam assumiu a presidência declarando guerra total à Frente Islâmica de Salvação. Desde então, o enfrentamento entre os extremistas islâmicos e as forças do governo tem sido constante.
  Em janeiro de 1994, o Alto Comitê encerrou suas atividades. Foi criado, então, o Conselho Nacional de Transição (CNT), que, substituindo a Assembleia Nacional, impôs uma nova lei eleitoral. Em outubro desse mesmo ano foi eleito como presidente Liamin Zerual, que assumiu o cargo conclamando a população a dar um basta nos confrontos político-religiosos no país. Para isso, convocou um referendo para modificar a Constituição de 1976 e excluir os partidos religiosos ou regionais.
Liamin Zerual
  Em 1997, o Exército Islâmico de Salvação decretou uma trégua unilateral. Porém, as matanças por parte dos grupos radicais continuaram. Dois anos depois, o presidente Abdelaziz Bouteflika concedeu a anistia para vários presos políticos. Numa consulta popular, o povo argelino pronunciou-se a favor da paz no país. Porém, após a vitória nas eleições de 2002, em pleno 40º aniversário da independência da Argélia, o terrorismo islâmico voltou a assolar o país, deixando 35 mortos e mais de 80 feridos. Os enfrentamentos entre o governo e os radicais islâmicos têm se mantido sem trégua até os dias atuais.
Argel - capital da Argélia
  Atualmente a situação na Argélia continua a ser crítica, já que os massacres e atentados não cessaram. Apesar disso o poder político diz que a situação se encontra estabilizada, não negando, porém, a ajuda econômica da União Europeia e fazendo os possíveis para manter a cooperação euromediterrânica.
  A população civil na Argélia é quem mais sofre, no entanto, não se consegue apurar qual a sua verdadeira opinião, uma vez que na Argélia a população aterrorizada tenta tomar partido de uns ou de outros, conforme a situação, uma vez que nesta guerra não se pode ser neutro, há que tentar jogar com as facções em conflito de forma a assegurar a sobrevivência. A resistência continua a ser a única forma encontrada pela população para atenuar os ataques terroristas.
O SAARA OCIDENTAL
  A região conhecida como Saara Ocidental foi colonizada pelos espanhóis de 1884 a 1975. Nesse ano, a Espanha desocupou a região, deixando para trás um país sem infraestrutura e com muitas carências, cuja taxa de analfabetismo é de cerca de 90%.
  Com a saída da Espanha, os países vizinhos Marrocos e Mauritânia se aproveitaram da situação e ocuparam o território, com a maior parte dele ficando sob domínio marroquino. Ambos os países utilizaram argumentos históricos para invadirem o território. No entanto, há fortíssimos interesses econômicos, em uma região rica em recursos minerais, entre os quais o fosfato.
Extração de fosfato no Saara Ocidental
  Desde a ocupação marroquina a Argélia tem apoiado o movimento rebelde de libertação do Saara Espanhol - a Frente Polisário - e abriga acampamentos de refugiados saaráuis em seu território.
  Em fevereiro de 1976 foi formalmente proclamada a República Árabe Saarauí Democrática (RASD), que é administrada por um governo no exílio em Tindouf, na Argélia. Em 2001, a África do Sul foi o 60º país a reconhecer o Saara Ocidental como país independente. No entanto, o Marrocos continua ocupando o país.
AS ORIGENS DA FRENTE POLISÁRIO
  A Frente Polisário (Frente pela Libertação da Saguia el Hamra e Rio de Oro), foi inicialmente criada para libertar o Saara Ocidental da ocupação espanhola. Este movimento armado tornou-se independentista e anti-marroquino após os acordos de Madri de 14 de Novembro de 1975 entre a Espanha, Marrocos e Mauritânia. Nessa altura os sarauís não foram chamados para fazer parte das negociações tendo ficado o sentimento de serem simples "objetos" no xadrez político. Com isso, a Argélia aproveitou para tirar partido desse descontentamento para fomentar sua hostilidade contra o Marrocos.
Muro Militar ou Muro da Vergonha, construído pelo Marrocos no Saara Ocidental
  Após vários conflitos armados, a Frente Polisário instala-se na Argélia com vários refugiados. Um cessar-fogo foi conseguido em 1991 entre a Frente Polisário e o Marrocos. Entretanto, entre 1980 e 1987, o Marrocos já tinha erguido um muro de 2720 km, que inclui praticamente todo o território do Saara Ocidental. Ao longo dessa cintura de segurança, encontram-se 160.000 militares marroquinos para defender o território. A Argélia forneceu armamento à Frente Polisário até pelo menos 1991. Atualmente, fornece o seu apoio financeiro e, sobretudo, diplomático.
Mapa do Muro Militar
O CAMPO DE REFUGIADO DE TINDOUF
  A vida nos campos de refugiados de Tindouf é miserável. A ajuda humanitária é sistematicamente desviada do povo sarauí que a devia receber para alimentar uma enorme rede de mercado negro. Recentemente, a ajuda foi reduzida por se ter chegado à conclusão que o número de refugiados era de 90.000 pessoas e não de 165.000 como o fazia crer a Frente Polisário. Esse número inflacionado da população tinha dois objetivos: uma maior ajuda humanitária e um maior número de votantes, em caso de elições com vista à autodeterminação do povo sarauí.
Campo de refugiado de Tindouf
  Sistematicamente ignorado na comunicação social ocidental, existe um movimento unionista sarauí. São eles que controlam as câmaras no Saara Ocidental ocupado pelos marroquinos, tendo igualmente representantes em ambos os órgãos parlamentares de Rabat. Estes preconizam um projeto de autonomia alargada numa união com o Marrocos.
O INTERESSE DA ARGÉLIA NO SAARA OCIDENTAL
  Além da rivalidade secular com o Marrocos, esse território é uma das mais ricas zonas de pesca do mundo. Representa também um acesso à costa Atlântica, o que facilita as suas exportações, nomeadamente de gás natural.
El Aaiún - capital do Saara Ocidental
INTERESSE DOS PAÍSES OCIDENTAIS
  A Espanha apóia a Frente Polisário por razões históricas contra o Marrocos, o rival que lhe fez frente. A França e os Estados Unidos apoiam o Marrocos, para evitar uma desestabilização da região, mantendo, contudo, boas relações com a Argélia. Porém, todos querem preservar a rica e vata zona de pesca do Saara Ocidental, e alimentam os seus apetites nos recursos minerais e no petróleo.
A TUNÍSIA
  Pela primeira vez na história, um líder árabe foi deposto por força de movimentos populares. Isso aconteceu na Tunísia, país muçulmano localizado no norte da África. O presidente Zine Al-Abdine Bem Ali renunciou em janeiro de 2011 após um mês de violentos protestos contra o governo. Ele estava há 23 anos no poder. Essa revolta que derrubou Zine Al-Abdine Ben Ali, foi chamada de Revolução de Jasmim ou Revolução Tunisiana.
Zine Al-Abdine Bem Ali
  Há décadas que governos árabes resistem a reformas democráticas. A Revolução de Jasmim, é uma sucessão de manifestações insurrecionais ocorrida na Tunísia entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 que levou à saída do presidente da República Zine Al Abdine Bem Ali, que ocupava o cargo desde 1987.
  O novo ativismo no mundo árabe é explicado pela instabilidade econômica e pelo surgimento de uma juventude bem educada e insatisfeita com as restrições à liberdade.
  Na Tunísia, os protestos começaram depois da morte de um desempregado, em 17 de dezembro de 2010. Mohamed Bouazizi, de 26 anos, ateou fogo ao próprio corpo na cidade de Sidi Bouzid. Ele se autoimolou depois que a polícia o impediu de vender frutas e vegetais em uma barraca de rua.
Protestos na Tunísia
  O incidente motivou passeatas na região, uma das mais pobres da Tunísia, contra a inflação e o desemprego. A partir daí, o movimento se espalhou pelo país e passou a reivindicar também mudanças políticas.
  O governo foi pego de surpresa e reagiu com violência. Mais de 120 pessoas morreram em confrontos com a polícia. Na capital Tunis, foi decretado estado de emergência e toque de recolher. Mas, mesmo assim, milhares de manifestantes tomaram as ruas.
  Ben Ali foi o segundo presidente da Tunísia desde que o país se tornou independente da França, em 1956. Ele chegou à presidência por meio de um golpe de Estado. Em 2009, foi reeleito com quase 90% dos votos válidos para um mandato de mais de cinco anos.
  Depois de dissolver o Parlamento e o governo, Bem Ali deixou o país junto com a família, rumo à Arábia Saudita. No seu lugar, assumiu o primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi, um aliado político. Por isso, na prática, o regime foi mantido, e os manifestantes continuaram protestando, exigindo a saída de todos os ministros ligados ao ex-presidente.
Mohammed Ghannouchi
  A Tunísia é o país mais europeu do continente africano, com uma classe média e liberal, alta renda per capita e belas praias mediterrâneas. Mas também possui um dos governos mais corruptos e repressivos de toda a região.
  A história do país é parecida com as demais nações árabes: foi domínio otomano, colônia europeia e, depois, ditadura. A falta de liberdades civis em países como a Tunísia, sempre foi compensada por progresso econômico. Porém, nos últimos anos houve um descontentamento da classe média e pobre por causa do desemprego, corrupção, pobreza e falta de liberdade.
Tunís - capital da Tunísia
  Após a Revolução de Jasmin, houve a Primavera Árabe, onda de levantes populares que começou na Tunísia e se espalhou por vários países do Oriente Médio, e que levou a queda de alguns ditadores, como Hosni Mubarak, no Egito,e Muammar al-Gaddafi, da Líbia. Este último foi morto recentemente pelas tropas rebeldes do país.
Corpo de Muammar Gadafi, após ser morto por tropas rebeldes da Líbia
 FONTE: Geografia, 3° ano: ensino médio / organizadores: Fernando dos Santos Sampaio, Ivone Silveira Sucena - 1. ed. - São Paulo: Edições SM, 2010. - (Coleção ser protagonista)

ADSENSE

Pesquisar este blog