A ciência geográfica teve seu processo de sistematização lento e tardio na visão de alguns autores, vindo a constituir-se enquanto ciência, mais especificamente no século XIX, porém, desde a antiguidade os estudos geográficos já eram desenvolvidos, principalmente na Grécia Antiga. Grande parte do mundo ocidental conhecido era dominada pelos gregos, em especial o leste do Mediterrâneo. Sempre interessados em descobrir novos territórios de domínio e atuação comercial, era fundamental que conhecessem o ambiente físico e os fenômenos naturais. O céu claro do Mediterrâneo facilitava a vida dos navegantes gregos, sempre atentos às características dos ventos, importantes para sua navegação em termos de velocidade e segurança.
1. GEOGRAFIA TRADICIONAL
A Geografia Tradicional, também conhecida como Geografia Clássica, surgiu no século XIX, inicialmente na França e na Alemanha, difundindo-se aos demais países, tendo como precursores Alexandre von humboldt e Carl Ritter. Nesta corrente surgem as primeiras definições do que seria a Geografia e qual seria seu objeto de análise, já que no momento de sua sistematização não havia clareza quanto ao objeto de estudo.
Friedrich Heinrich Alexander, o barão de Humboldt, nasceu em Berlim no dia 14 de setembro de 1769 e faleceu na sua cidade natal em 6 de maio de 1859. Foi geógrafo, naturalista e explorador. Ele desenvolveu e especializou-se em diversas áreas: foi etnógrafo, antropólogo, físico, geógrafo, geólogo, mineralogista, botânico, vulcanólogo e humanista, tendo lançado as bases de ciências como a Geografia, Geologia, Climatologia e Oceanografia. Apesar de ter pesquisado diversas coisas em seus mínimos detalhes, sempre o fez com uma visão geral e imparcial.
Com quatorze anos de idade, fixou-se em Berlim para continuar seus estudos e, mais tarde, frequentou as universidades de Frankfurt e Göttingen, onde cursou Filosofia, História e Ciências Naturais.
Carl Ritter, nasceu em 7 de agosto de 1779, em Quedlinburg - Prússia, e faleceu em 28 de setembro de 1859, em Berlim. Foi um naturalista de grande importância para o posterior surgimento da Geografia Humana. Foi também o fundador da Sociedade Geográfica de Berlim e o primeiro professor de geografia regular e fixo em uma universidade, sendo que a cátedra de geografia da Universidade de Berlim foi instituída justamente para que ele a ocupasse.
2. DETERMINISMO GEOGRÁFICO
Teoria formulada no século XIX pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel que fala das influências que as condições naturais exerceriam sobre o ser humano, sustentando a tese de que o meio natural determinaria o homem. Nesse sentido, os homens procurariam organizar o espaço para garantir a manutenção da vida.
3. POSSIBILISMO GEOGRÁFICO
Teve origem na França, com Paul Vidal de la Blache. Enquadrado no pensamento político dominante, num momento em que a França tornou-se uma grande soberania, ele realizou estudos regionais procurando provar que a natureza exercia influências sobre o homem, mas que o homem tinha possibilidades de modificar e de melhorar o meio, dando origem ao possibilismo.
4. GEOGRAFIA REGIONAL OU MÉTODO REGIONAL
Representou a reafirmação de que os aspectos próprios da Geografia eram o espaço e os lugares. O método era comparar regiões, segundo critérios de similaridade e diferenciação. Os geógrafos regionais dedicaram-se à coleta de informações descritivas sobre lugares, dividir a Terra em regiões. As bases filosóficas foram desenvolvidas por Vidal de la Blache e Richard Hartshorne. Hartshorne não utilizava o termo região: para ele os espaços eram divididos em classes de área, nas quais os elementos mais homogêneos determinariam cada classe, e assim, as descontinuidades destes trariam as divisões das áreas. Este pensamento geográfico ficou conhecido como método regional.
Corrente do pensamento da década de 1950 que surgiu da necessidade de exatidão, através de conceitos mais teóricos e apoiados em uma explicação matemático-estatística.
As principais correntes dessa corrente são:
6. GEOGRAFIA CRÍTICA OU GEOGRAFIA MARXISTA
A expressão Geografia Crítica foi criada na obra "A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra", de Yves Lacoste.
Ganhou mais força na Alemanha, Espanha, França e Brasil, com um grande movimento de renovação da geografia na década de1980.
No Brasil, o grande nome da Geografia Crítica foi Milton Santos, que publicou os primeiros trabalhos da nova escola nesse país.
O pensamento crítico na geografia significou, principalmente, uma aproximação com os movimentos sociais, principalmente na busca da ampliação dos direitos civis e sociais, como o acesso a educação de boa qualidade, a moradia, pelo acesso à terra, o combate à pobreza, entre outras temáticas.
Tem como base os trabalhos realizados por Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer, Edward Relph e Mercer e Powell.
A Geografia Humanística ou Cultural procura valorizar a experiência do indivíduo ou do grupo, visando compreender o comportamento e as maneiras de sentir das pessoas em relação aos seus lugares, ou seja, a cultura dos grupos sociais.
Para cada indivíduo, para cada grupo humano, existe uma visão do mundo, que se expressa através de suas atitudes e valores para com o ambiente. É o contexto pelo qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu mundo, e nele se relaciona.
A integração espacial faz-se mais pela dimensão afetiva que pela métrica. Estar junto, estar próximo, significa o relacionamento afetivo com outra pessoa ou com outro lugar. Lugares e pessoas fisicamente distantes podem estar afetivamente próximos.
O estudo do espaço é a análise dos sentimentos e ideias espaciais das pessoas e grupos de pessoas. Valoriza-se o contexto ambiental e os aspectos que redundam no encanto e na magia dos lugares, na sua personalidade e distinção.
Ramo da geografia que descreve os aspectos espaciais da interação entre o homem e o mundo natural. Requer o entendimento dos aspectos tradicionais da geografia física e humana, assim como os modos que as sociedades conceitualizam o ambiente.
Emergiu como um ponto de ligação entre a geografia física e humana como resultado do aumento da especialização destes dois campos de estudo. Como a relação do homem com o ambiente tem mudado em consequência da globalização e da mudança tecnológica, uma nova aproximação é necessária para entender esta relação dinâmica e mutável.
O termo possibilismo foi elaborado pelo historiador Lucien Lebvre para diferenciar a geografia francesa dos trabalhos influenciados pelo determinismo ambiental. Assim, o termo passou a designar uma escola de pensamento geográfico que encara o ambiente natural (muitas vezes referido como Natureza) como um mero fornecedor de possibilidades para a modificação humana, não determinando a evolução das sociedades, sendo o homem o principal agente geográfico. Como corolário, o gênero de vida não é uma consequência inevitável das condições ambientais, mas um acervo de técnicas, hábitos e instituições que permitem a um grupo social utilizar os recursos naturais disponíveis. O primeiro a elaborar essa concepção das relações homem-natureza foi Paul Vidal de la Blache, de quem Febvre foi aluno.
Grécia Antiga- berço dos estudos geográficos
Sobre tais experiências, os gregos deixaram para as futuras gerações escritos que contavam a sua vivência geográfica. Estudos feitos acerca do rio Nilo, no Egito, detalhavam, entre outras coisas, seu período de cheia anual. No século IV a. C., os gregos observavam o planeta como um todo. Através de estudos filosóficos e observações astronômicas, Aristóteles foi o primeiro a receber crédito ao conceituar a Terra como uma esfera. em sua especulação sobre o formato da Terra. Strabão acabou escrevendo uma obra de 17 volumes, "Geographicae", onde descrevia suas próprias experiências do mundo. Com o colapso do Império Romano, os grandes herdeiros da geografia grega foram os árabes. Muitos trabalhos foram traduzidos do grego para o árabe. Os geógrafos árabes foram grandes viajantes, que continuaram a produzir estudos importantes, ainda que descritivos.
Rio Nilo - contribuiu para os estudos geográficos da Antiguidade
A Idade Moderna caracterizou-se por ser o período dos grandes descobrimentos, realizados especialmente pelos navegadores portugueses e espanhóis. Nessa época, os estudos da Geografia Regional (mais ligados à Etnografia) e Geografia Geral (voltados para a Astronomia e Cartografia) tornam-se mais intensos, em razão do rápido conhecimento do planeta por parte dos desbravadores europeus, que demandavam mais estudos sobre os lugares descobertos, além de instrumentos de navegação e localização mais precisos.
Torre de Belém - Lisboa (Portugal) - daí partiam as Caravelas das Grandes Navegações
Porém, é por meio das obras de Alexandre von Humboldt e Carl Ritter que a Geografia teria originado, enquanto ciência. São eles que fornecem os primeiros delineamentos claros do domínio dessa disciplina em sua acepção moderna, que elaboram as primeiras tentativas de lhe definir o objeto, que realizam as primeiras padronizações conceituais.
Alexander von Humboldt - considerado, junto com Carl Ritter, o pai da Geografia
Veja abaixo as principais correntes do pensamento geográfico. 1. GEOGRAFIA TRADICIONAL
A Geografia Tradicional, também conhecida como Geografia Clássica, surgiu no século XIX, inicialmente na França e na Alemanha, difundindo-se aos demais países, tendo como precursores Alexandre von humboldt e Carl Ritter. Nesta corrente surgem as primeiras definições do que seria a Geografia e qual seria seu objeto de análise, já que no momento de sua sistematização não havia clareza quanto ao objeto de estudo.
Friedrich Heinrich Alexander, o barão de Humboldt, nasceu em Berlim no dia 14 de setembro de 1769 e faleceu na sua cidade natal em 6 de maio de 1859. Foi geógrafo, naturalista e explorador. Ele desenvolveu e especializou-se em diversas áreas: foi etnógrafo, antropólogo, físico, geógrafo, geólogo, mineralogista, botânico, vulcanólogo e humanista, tendo lançado as bases de ciências como a Geografia, Geologia, Climatologia e Oceanografia. Apesar de ter pesquisado diversas coisas em seus mínimos detalhes, sempre o fez com uma visão geral e imparcial.
Com quatorze anos de idade, fixou-se em Berlim para continuar seus estudos e, mais tarde, frequentou as universidades de Frankfurt e Göttingen, onde cursou Filosofia, História e Ciências Naturais.
Universidade de Frankfurt
Em 1789, com apenas vinte anos de idade, fez sua primeira viagem de caráter científico, passando pelos Países Baixos, Alemanha e Inglaterra, e principalmente ao longo das margens do rio Reno. O resultado de toda essa exploração científica foi uma obra intitulada Observações Sobre os Basaltos do Reno. Sua viagem exploratória pela América Central, América do Sul e pela Ásia tornaram-no mundialmente conhecido ainda antes de sua morte. Sua principal obra é o Kosmos, uma condensação do conhecimento científico de sua época.
Livro que fala da mais importante obra de Humboldt: Kosmos
Além das ciências naturais, foi também um influente mecenas da Literatura.Carl Ritter, nasceu em 7 de agosto de 1779, em Quedlinburg - Prússia, e faleceu em 28 de setembro de 1859, em Berlim. Foi um naturalista de grande importância para o posterior surgimento da Geografia Humana. Foi também o fundador da Sociedade Geográfica de Berlim e o primeiro professor de geografia regular e fixo em uma universidade, sendo que a cátedra de geografia da Universidade de Berlim foi instituída justamente para que ele a ocupasse.
Carl Ritter
A família de Ritter era relativamente modesta. Ele trabalhou a vida toda como professor e suas viagens se restringiram ao continente europeu. Ele sempre escrevia a respeito dessas viagens, mas, diferentemente de outros naturalistas, preocupava pouco com a descrição das paisagens. Seu grande objetivo era estabelecer as bases de um conhecimento geográfico científico, nos moldes das ciências naturais. É por isso que a maior parte dos trabalhos de Ritter tratava da África e da Ásia, continentes onde ele nunca esteve, mas sobre os quais estudou muito. Ritter destacou bem mais do que Humboldt a importância de demonstrar as influências da natureza sobre a história humana, tendo chegado a propor que o estudo dos elementos naturais é importante para a geografia somente na medida em que serve de base para o estudo do homem. Por esse motivo, é comum a afirmação de que Ritter possuía uma visão antropocêntrica da geografia, já que para ele, todos os estudos deveriam convergir direta ou indiretamente para o entendimento das relações homem/natureza.
África - continente bastante estudado por Ritter
Os trabalhos de Ritter e Humboldt surgiram no período em que o conhecimento geográfico acumulado sobre o mundo já permitia obter um conhecimento mais fundamentado em viagens, cartografias e estudos mais precisos. Com Ritter e Humboldt a Geografia Moderna surgiu; porém, a construção desta só pôde ocorrer porque praticamente toda a superfície terrestre havia sido conhecida, estudada e mapeada.2. DETERMINISMO GEOGRÁFICO
Teoria formulada no século XIX pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel que fala das influências que as condições naturais exerceriam sobre o ser humano, sustentando a tese de que o meio natural determinaria o homem. Nesse sentido, os homens procurariam organizar o espaço para garantir a manutenção da vida.
Friedrich Ratzel
O maior sinal da perca de uma sociedade seria a perda do território. As afirmações de Ratzel estavam fortemente ligadas ao momento histórico que vivia, durante a unificação da Alemanha. O expansionismo do Império Alemão, arquitetado pelo primeiro-ministro da Prússia Otto von Bismarck (1815-1898), foi legitimado pelas duas principais correntes do pensamento ratzeliano, o determinismo geográfico e o espaço vital (espaço necessário à sobrevivência de uma dada comunidade). A primeira explicaria a superioridade de algumas raças - nesse caso, a alemã -, que naturalmente se desenvolveriam mais do que outras, e a segunda justificaria a conquista de novos territórios para suprir a maior demanda de recursos para seu desenvolvimento, ou seja, o expansionismo.
Expansionismo alemão - uma das formas para justificar a teoria de Ratzel
Os discípulos do determinismo foram além das proposições ratzeliana, chegando a afirmar que o homem seria um produto do meio. Defendiam que um meio natural mais hostil proporcionaria um maior nível de desenvolvimento ao exigir um alto grau de organização social para suportar todas as contrariedades impostas pelo meio. Um exemplo disso seria o inverno, que justificaria o desenvolvimento das sociedades europeias, que não tiveram grandes dificuldades em subjugar os povos tropicais, mais indolentes e atrasados. Essa ideia justificou o expansionismo neocolonial na África e na Ásia entre o fim do século XIX e o início do século XX. Pensamentos que, mais tarde, foram aproveitadas pelos cientistas e políticos da Alemanha Nazista.3. POSSIBILISMO GEOGRÁFICO
Teve origem na França, com Paul Vidal de la Blache. Enquadrado no pensamento político dominante, num momento em que a França tornou-se uma grande soberania, ele realizou estudos regionais procurando provar que a natureza exercia influências sobre o homem, mas que o homem tinha possibilidades de modificar e de melhorar o meio, dando origem ao possibilismo.
Vidal de la Blache - idealizador do Possibilismo Geográfico
A natureza passou a ser considerada fornecedora de possibilidades e o homem o principal agente geográfico.4. GEOGRAFIA REGIONAL OU MÉTODO REGIONAL
Representou a reafirmação de que os aspectos próprios da Geografia eram o espaço e os lugares. O método era comparar regiões, segundo critérios de similaridade e diferenciação. Os geógrafos regionais dedicaram-se à coleta de informações descritivas sobre lugares, dividir a Terra em regiões. As bases filosóficas foram desenvolvidas por Vidal de la Blache e Richard Hartshorne. Hartshorne não utilizava o termo região: para ele os espaços eram divididos em classes de área, nas quais os elementos mais homogêneos determinariam cada classe, e assim, as descontinuidades destes trariam as divisões das áreas. Este pensamento geográfico ficou conhecido como método regional.
Richard Hartshorne
5. GEOGRAFIA PRAGMÁTICA (NOVA GEOGRAFIA, GEOGRAFIA TEORÉTICA OU QUANTITATIVA)Corrente do pensamento da década de 1950 que surgiu da necessidade de exatidão, através de conceitos mais teóricos e apoiados em uma explicação matemático-estatística.
As principais correntes dessa corrente são:
- Todo o conhecimento apoia-se na experiência (empirismo);
- Deve existir uma linguagem comum entre todas as ciências;
- Recusa de um dualismo científico entre as ciências naturais e as ciências sociais;
- Maior rigor na aplicação da metodologia científica;
- O uso de técnicas estatísticas e matemáticas;
- A investigação científica e os seus resultados devem ser expressos de uma forma clara, o que exige o uso da linguagem matemática e da lógica.
Pirâmide etária - uma forma de demonstrar a Geografia Pragmática
Foi usada como forte instrumento de poder estatal, pois manipulava dados através de resultados estatísticos. Predominou na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, principalmente na década de 1960 a meados de 1970. A partir da década de 1960, a Geografia Pragmática começou a sofrer duras críticas. Uma das principais críticas é o fato de não considerar as peculiaridades dos fenômenos, pois o método matemático explica o que acontece em determinados momentos, mas não explica os intervalos entre eles, além de apresentar dados considerando o "todo" de forma homogênea, desconsiderando as particularidades.6. GEOGRAFIA CRÍTICA OU GEOGRAFIA MARXISTA
A expressão Geografia Crítica foi criada na obra "A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra", de Yves Lacoste.
Yves Lacoste
Essa corrente de pensamento geográfico surgiu na França, em 1970, e depois na Alemanha, Brasil, Itália, Espanha, Suíça, México e outros países.Ganhou mais força na Alemanha, Espanha, França e Brasil, com um grande movimento de renovação da geografia na década de1980.
No Brasil, o grande nome da Geografia Crítica foi Milton Santos, que publicou os primeiros trabalhos da nova escola nesse país.
Milton Santos
A Geografia Crítica estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da geografia e propõe engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, econômica e política do mundo. Estabelece também uma leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem as relações de poder e pró-atividade frente as causas sociais, defendendo a diminuição das disparidades socioeconômicas e diferenças regionais. Defendia ainda a mudança do ensino da geografia nas escolas, ao estabelecer uma educação que estimulasse a inteligência e o espírito crítico.O pensamento crítico na geografia significou, principalmente, uma aproximação com os movimentos sociais, principalmente na busca da ampliação dos direitos civis e sociais, como o acesso a educação de boa qualidade, a moradia, pelo acesso à terra, o combate à pobreza, entre outras temáticas.
Diminuição das desigualdades sociais - um dos pontos defendidos pela corrente da Geografia Crítica
7. GEOGRAFIA HUMANÍSTICA OU CULTURALTem como base os trabalhos realizados por Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer, Edward Relph e Mercer e Powell.
A Geografia Humanística ou Cultural procura valorizar a experiência do indivíduo ou do grupo, visando compreender o comportamento e as maneiras de sentir das pessoas em relação aos seus lugares, ou seja, a cultura dos grupos sociais.
Para cada indivíduo, para cada grupo humano, existe uma visão do mundo, que se expressa através de suas atitudes e valores para com o ambiente. É o contexto pelo qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu mundo, e nele se relaciona.
A valorização da cultura é o principal foco da Geografia Humanística
O lugar é aquele em que o indivíduo se encontra ambientado no qual está integrado, tem significância afetiva para uma pessoa ou grupo de pessoas. O espaço envolve um complexo de ideias. A percepção visual, o tato, o movimento e o pensamento se combinam para dar o sentido característico de espaço, possibilitando a capacidade para reconhecer e estruturar a disposição dos objetos.A integração espacial faz-se mais pela dimensão afetiva que pela métrica. Estar junto, estar próximo, significa o relacionamento afetivo com outra pessoa ou com outro lugar. Lugares e pessoas fisicamente distantes podem estar afetivamente próximos.
O estudo do espaço é a análise dos sentimentos e ideias espaciais das pessoas e grupos de pessoas. Valoriza-se o contexto ambiental e os aspectos que redundam no encanto e na magia dos lugares, na sua personalidade e distinção.
O espaço e o lugar ganham importância cada vez maior na corrente da Geografia Humanística
8. GEOGRAFIA AMBIENTALRamo da geografia que descreve os aspectos espaciais da interação entre o homem e o mundo natural. Requer o entendimento dos aspectos tradicionais da geografia física e humana, assim como os modos que as sociedades conceitualizam o ambiente.
Emergiu como um ponto de ligação entre a geografia física e humana como resultado do aumento da especialização destes dois campos de estudo. Como a relação do homem com o ambiente tem mudado em consequência da globalização e da mudança tecnológica, uma nova aproximação é necessária para entender esta relação dinâmica e mutável.
A defesa do meio ambiente é o principal tema da Geografia Ambiental
9. POSSIBILISMO GEOGRÁFICOO termo possibilismo foi elaborado pelo historiador Lucien Lebvre para diferenciar a geografia francesa dos trabalhos influenciados pelo determinismo ambiental. Assim, o termo passou a designar uma escola de pensamento geográfico que encara o ambiente natural (muitas vezes referido como Natureza) como um mero fornecedor de possibilidades para a modificação humana, não determinando a evolução das sociedades, sendo o homem o principal agente geográfico. Como corolário, o gênero de vida não é uma consequência inevitável das condições ambientais, mas um acervo de técnicas, hábitos e instituições que permitem a um grupo social utilizar os recursos naturais disponíveis. O primeiro a elaborar essa concepção das relações homem-natureza foi Paul Vidal de la Blache, de quem Febvre foi aluno.
Lucien Lebvre
Mesmo que admita a influência do meio sobre o homem, a escola possibilista afirma que o homem, como ser racional, é um elemento ativo e, portanto, tem condições de modificar o meio natural e adaptá-lo segundo suas necessidades.
FONTE: Centro Científico Conhecer, Goiânia, Enciclopédia Biosfera. N° 7, 2009.