A República Dominicana ocupa dois terços da ilha Hispaniola, no mar do Caribe, que foi a primeira porção de terras na América avistada pelos europeus, em 1492. Suas praias são muito procuradas por turistas.
HISTÓRIA
Até a chegada à ilha Hispaniola, da expedição espanhola comandada por Cristóvão Colombo, em 5 de dezembro de 1492, esta encontrava-se povoada por indígenas, organizados sob o comando de cinco chefes. Um dos traços desta divisão era a tributação, em termos de alimentos, cultivados ou criados. Cada território governado por um cacique era chamado de Quisqueya (cacicado) pelos índios arauaques (ou taínos) e caraíbas.
Quando os europeus chegaram à ilha, os indígenas atribuíram-lhes poderes sobrenaturais, tratando-o com honras e veneração. Guacanagarix, o chefe que hospedou Colombo e seus homens, tratou-os de forma cortês e concedeu-lhes os seus desejos.
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Os cincos cacicados que ocupavam a ilha de Hispaniola |
Cristóvão Colombo, o primeiro europeu a chegar às Antilhas, fundou, em 1496, na Ilha Hispaniola, o primeiro núcleo de povoamento europeu em nome da Espanha, o qual deu origem a São Domingos, capital da República Dominicana.
Durante o século XVI, La Española (como era chamada a ilha de Hispaniola) gozou de boa posição econômica e social, porém, desde o fim deste século e a partir da conquista de "Terra Firme" (as grandes massas territoriais da América do Norte e América do Sul), a ilha foi caindo no esquecimento e relegada a um segundo plano, entrando definitivamente na pobreza que perdura até os dias atuais. Aliado a este fato, houve também a presença de corsários ingleses que destruíram grande parte das cidades e populações estabelecidas nesse momento.
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Chegada de Cristóvão Colombo ao cacicado de Marién |
Após a declaração de independência do Haiti, em 1804, vários governantes haitianos trataram de unificar a ilha, o que fizeram em 1822, semanas após a República Dominicana adquirir a independência da Espanha. A este breve período de autonomia chamou-se "Independência Efêmera".
No ano de 1844, se inicia a gestão independentista, preconizada por Juan Pablo Duarte, um jovem de alta posição social que havia estudado na França e que possuía ideias nacionalistas, sendo esta gestão dirigida por Francisco del Rosário Sánchez e Pedro Santana. A independência aconteceu em 27 de fevereiro daquele ano.
Devido a falta de uma liderança sólida por parte dos seus dirigentes, inicia-se uma era em que era dominada por latifundiários que tinham poder econômico, formando governos que duravam curto período de tempo. Grupos internos descontentes com a autonomia, procuraram anexar-se novamente à Espanha, alcançando este feito em 1861.
Em 1865, a República Dominicana recupera a independência, passando novamente por uma etapa em que não existia uma liderança sólida e por mudanças contínuas de governante. Entre 1887 e 1889, Ulisses Heureaux, conhecido como Lilís, instalou uma ditadura que só acabou quando ele foi assassinado.
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Praia da República Dominicana |
No início do século XX, a instabilidade política e econômica e o atraso no pagamento dos empréstimos realizados durante o século XIX fizeram com que ocorresse a denominada "Primeira Invasão Norte-Americana", que durou entre 1916 e 1924. Nesse período, o país foi invadido por tropas norte-americanas.
Entre 1924 e 1930, a economia dominicana viveu um período denominado de "Danza de los Millones" (Dança dos Milhões), devido ao aumento dos preços internacionais da cana-de-açúcar.
De 1930 até 1961, o país esteve sob a ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, sendo a época mais obscura da história do país, com perseguições e assassinatos de opositores. Em 1959, após a eliminação da manifestação de esquerda do Movimento Revolucionário 14 de Junho, e com o assassinato das Irmãs Mirabal, o regime começou a entrar em declínio, até Trujillo ser assassinado em 1961.
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Rafael Leónidas Trujillo (1891-1961) |
Após a morte de Trujillo, o país passou por vários governos, entre os quais o do professor Juan Bosch, que foi derrubado após 7 meses, um triunvirato constituído por Emílio dos Santos, Ramón Tapia e o engenheiro Manuel Tavares, e uma intervenção armada de vários países, dentre eles Estados Unidos, Brasil, Paraguai, Costa Rica, Nicarágua e Honduras, em 1965. Em 1966, Joaquín Balaguer subiu ao poder e se manteve nele durante um período de 12 anos, em um governo semiditatorial no qual fez uso de fraudes eleitorais e repressões contra seus opositores.
Durante as eleições de 1978, foi eleito Antonio Guzmán Fernández, do opositor Partido Revolucionário Dominicano (PRD). Foi o primeiro governo eleito pelo voto popular desde 1924. Seu mandato se caracterizou por ser um dos mais liberais de toda a história da República Dominicana. Guzmán se suicidou em 1982, sendo sucedido pelo seu vice, Jacobo Majluta, que governou por um período de 43 dias.
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Antonio Guzmán Fernández (1911-1982) |
Em 1982, foi eleito presidente Salvador Jorge Branco, do PRD. Em 1986, retornou ao poder Joaquín Balaguer que, para fugir da dependência da cana-de-açúcar, incentivou a produção de café e de cacau. Em 1990, Juan Bosch, do Partido de Libertação Dominicana, vence as eleições, conseguindo reduzir os índices inflacionários que estavam bastante elevados. Bosch reescalonou a dívida externa e procurou diversificar a economia do país.
Em 1994, num novo processo eleitoral, Joaquín Balaguer sai vitorioso, mas o PRD e o seu candidato presidencial, José Francisco Pena Gomez, entrou com um pedido de anulação das eleições, pois disse ter sido vítima de fraude eleitoral. Balaguer é forçado a aceitar governar por apenas dois anos.
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Joaquín Balaguer (1906-2002) |
Em 1996, novas eleições nacionais são realizadas, e chega ao poder Dr. Leonel Fernandez, candidato do Partido da Libertação Dominicana (PLD).
Depois de quatro anos de governo, o crescimento econômico foi bastante elevado. Em 2000, vence as eleições Hipolito Mejia, do PRD. No seu governo, uma política econômica, influenciada por fatores externos, levou o país a entrar em um caos, com desvalorização da moeda e causando o empobrecimento de vários setores da economia.
Em meio à confusão causada pela crise econômica, a população volta às urnas em 2004, levando Leonel Fernandez novamente ao cargo de presidente. Nesse mesmo ano, o atleta Felix Sanchez se tornou o primeiro dominicano a obter uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.
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Leonel Fernandez |
GEOGRAFIA
A República Dominicana ocupa 2/3 da ilha de Hispaniola, situada entre o mar do Caribe, a sul, e o oceano Atlântico, a norte. Faz fronteira com o Haiti, que ocupa a parte ocidental da ilha, e é separado de Porto Rico a leste pelo estreito de Mona. O território é montanhoso, com elevações que chegam a mais de 3 mil metros.
O clima dominante é o tropical úmido, com uma estação seca e outra muito quente e úmida, durante a qual podem ocorrer ciclones tropicais. A temperatura média anual oscila entre 18ºC e 27ºC. O clima é dominado principalmente pela atuação dos ventos alísios de noroeste e as variações locais estão condicionadas pelo relevo de suas cordilheiras, que se localizam entre vales, rios, mananciais e planícies costeiras.
O país possui três cadeias montanhosas principais, que são:
- Montanhas Centrais - começam no Haiti e percorrem a parte central da ilha, terminando no sul; é nesta cordilheira que se situa o ponto mais elevado das Antilhas, o Pico Duarte, com 3.098 metros de altitude.
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Pico Duarte - ponto culminante da República Dominicana |
- Montanhas Setentrionais - correm paralelas às Montanhas Centrais e separam o vale de Cibao das planícies costeiras atlânticas: o ponto mais elevado nesta cordilheira é o Pico Diego de Ocampo.
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Pico Diego Ocampo |
- Montanhas Orientais - é a mais baixa e curta das três cadeias montanhosas da República Dominicana, e se localiza na parte leste do país.
Há também a Serra Bahoruco e a Serra Neyba, que estão localizadas no sudoeste do país.
A República Dominicana possui uma hidrografia bastante farta, com um grande número de rios, destacando-se os rios: Soco, Higuamo, Romana, Yaque del Norte, Yaque del Sur, Yuna, Yuma, Bajabonico, entre outros.
No sudoeste da República Dominicana encontra-se o lago Enriquillo, que se encontra a 30 metros abaixo do nível do mar, e nele se localiza a Ilha Cabritos, onde, segundo os especialistas, encontra-se a maior reserva mundial do crocodilo-americano.
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Lago Enriquillo |
ECONOMIA
A economia da República Dominicana depende, quase exclusivamente, da produção e exportação de açúcar. A agricultura abrange ainda a produção de arroz, café, banana, feijão, coco, cacau, mandioca e tabaco. O país é o segundo maior produtor de cana-de-açúcar da América Central, perdendo apenas para Cuba. A banana é cultivada em larga no país.
No país existem minas de níquel, bauxita, ouro e prata. O âmbar, pedra de cor amarela formada pela resina das árvores e cuja característica principal é a de conter frequentemente fósseis de insetos e plantas já extintos, é a pedra semipreciosa nacional. É explorado também o larimar, conhecido como turquesa dominicana, que é reconhecido como pedra preciosa e utilizado em jóias e peças de decoração.
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Cultivo de banana na República Dominicana |
A indústria extrativa baseia-se na exploração do ouro e da prata, além da produção de açúcar refinado, de fertilizantes, cerveja, rum e de cigarros.
A República Dominicana é um dos principais destinos turísticos do Caribe e uma importante fonte de renda para o país. O país é considerado uma jóia arquitetônica colonial, e Santo Domingo, a sua capital, é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em razão do grande número de monumentos históricos. Além da importância histórica, há também a importância cultural, com muita festa e animação, embalado pelo merengue (ritmo nacional) e pelo rum, bebida que é comparada ao rum cubano, assim como os seus charutos, bem como as belezas naturais existentes no país, graças a suas belíssimas praias. A maioria dos turistas são europeus e canadenses.
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As belezas naturais da República Dominicana são uma das atrações turísticas |
ALGUNS DADOS SOBRE A REPÚBLICA DOMINICANA
NOME OFICIAL: República Dominicana
CAPITAL: Santo Domingo
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Calle el Conde - zona colonial de Santo Domingo |
GENTÍLICO: dominicano (a)
LÍNGUA OFICIAL: espanhol
GOVERNO: Unitário Presidencialista e República Democrática
INDEPENDÊNCIA: da Espanha e do Haiti
Da Espanha: 1821
Invasão haitiana: 1822
Independência do Haiti: 1844
Reconquista espanhola: 1861
Restauração da independência: 1865
LOCALIZAÇÃO: Ilha Hispaniola (Grandes Antilhas - América Central Insular)
ÁREA: 48.734 km² (128°)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2014): 9.646.887 habitantes (85°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 197,94 hab./km² (38°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa 2014):
Santo Domingo: 3.354.602 habitantes
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Santo Domingo - capital e maior cidade da República Dominicana |
Santiago de los Caballeros: 1.618.481 habitantes
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Santiago de los Caballeros - segunda maior cidade da República Dominicana |
San Felipe de Puerto Plata: 294.954 habitantes
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San Felipe de Puerto Plata - terceira maior cidade da República Dominicana |
PIB (Banco Mundial - 2013): US$ 59,133 bilhões (68°)
IDH (ONU - 2014): 0,700 (102°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2012): 73,2 anos (110°)
CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU 2005-2010): 1,47% (89°)
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2013): 29,57/mil (120°). Obs: essa mortalidade refere-se ao número de crianças que morrem antes de completar 1 ano de idade, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2014): 2,36 filhos/mulher (89°). Obs: essa taxa refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início até o fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2013): 90,1% (132°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (Pnud 2010/2011): 69% (61°)
PIB PER CAPITA (FMI - 2013): US$ 5.834 (91°)
MOEDA: Peso Dominicano
RELIGIÃO: católicos (88,9%), protestantes (3,4%), outras religiões cristãs (2,7%), sem religião e/ou ateus (2,6%), outras religiões (2,4%).
DIVISÃO: a República Dominicana divide com o Haiti a ilha da Hispaniola, no Caribe. Está dividida em 31 províncias e o Distrito Nacional (onde se localiza a capital Santo Domingo). Cada província está subdividida em dois ou mais municípios. Os municípios são compostos por cidades, vilas, povoados e seções. As províncias são (os números correspondem à província no mapa).
1. Azua 2. Bahoruco 3. Barahona 4. Dajabón 5. Duarte 6. Elias Piña 7. El Seibo 8. Espaillat 9. Hato Mayor 10. Independência 11. La Altagracia 12. La Roman 13. La Vega 14. Maria Trinidad Sánchez 15. Monseñor Nouel 16. Monte Cristi 17. Monte Plata 18. Pedernales 19. Peravia 20. Puerto Plata 21. Hermanas Mirabal 22. Samaná 23. Sanchez Ramirez 24. San Cristóbal 25. San José de Ocoa 26. San Juana 27. San Pedro de Macorís 28. Santiago 29. Santiago Rodriguez 30. Santo Domingo 31. Valverde DN. Distrito Nacional.
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Mapa da divisão regional da República Dominicana |
FONTE: Geografia nos dias de hoje, 8° ano / Cláudio Giardino ... [et al.]. - 1. ed. - São Paulo: Leya, 2012. - (Coleção nos dias de hoje)